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Governadores dos estados não produtores de petróleo querem que os estados produtores reduzam para 20% o porcentual de royalties a que teriam direito já a partir de 2012. Essa foi a proposta defendida pelos governadores Cid Gomes (PSB-CE), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marcelo Déda (PT-SE), em reunião realizada hoje com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para Agnelo Queiroz, a proposta apresentada pelo governo de redução da participação dos royalties dos estados produtores de 26,25% para 25% é "pouco razoável". "Vamos propor para reduzir a 20%", disse. Cid Gomes argumentou que os estados produtores não podem ter perdas "nominais além do razoável", mas defendeu que é preciso haver um meio-termo, que seria alcançado pela fixação da alíquota de 20%. "Nosso entendimento é que o máximo de participação seja destinado à totalidade dos municípios brasileiros".

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Hoje, o governo apresentou a parlamentares da base governista a proposta de redução de 30% para 20% do porcentual de royalties da União a partir de 2012, de forma a compensar estados e municípios não produtores no período de transição entre os modelos de concessão e a partilha para exploração do petróleo.

O governo não descarta nenhuma proposta sobre a nova divisão dos royalties do petróleo. A informação foi dada hoje pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, referindo-se à sugestão apresentada ontem pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que sejam elevadas em 30% as três faixas de alíquotas das Participações Especiais (PE) pagas pelas empresas exploradoras de petróleo.

"O governo não admite nada, nem deixa de admitir tudo por enquanto. Todas as propostas significam uma tentativa de resolver o impasse. Nós temos agora que examiná-las", disse. Segundo Lobão, o Ministério de Minas e Energia está finalizando uma "proposta firme" que será apresentada no dia 14, conforme acordado com os parlamentares, na tentativa de evitar a derrubada do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à chamada emenda Ibsen, que prevê a distribuição igualitária dos royalties do petróleo entre todos os Estados.

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Sobre a proposta de desoneração para aumento da produção de etanol, Lobão disse que está sendo finalizada pelo Ministério da Fazenda e evitou falar detalhes sobre qual imposto seria reduzido ou teria a alíquota zerada. "A Fazenda é que sabe", disse. Ele ressaltou, porém, que "o importante é saber da decisão do governo de incentivar o setor".

O governo quer adiar para o dia 5 de outubro a votação do projeto de lei que trata da distribuição dos royalties do pré-sal. A informação foi dada hoje pelo senador Wellington Dias (PT-PI), que participou de reunião no Ministério da Fazenda, com os ministros Guido Mantega, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), técnicos do governo e parlamentares. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também participou do início do encontro.

Segundo Dias, ficou acertado que o governo fará duas rodadas de negociações no Congresso antes da votação: uma na semana do dia 14 de setembro e outra no dia 29 de setembro. O último acordo que envolvia a discussão sobre o projeto fixava em 22 de setembro a data para votação.

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Segundo o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), o ministro da Fazenda ligará ainda hoje para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fazendo "um apelo" para a mudança da data da votação. Teixeira disse que, durante a reunião, foram discutidas várias propostas, entre elas a de aumentar a tributação sobre as petroleiras via participação especial e da cobrança dos próprios royalties.

Segundo ele, essa proposta foi apresentada hoje pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) em audiência pública sobre o assunto, realizada no Senado, e reiterada na reunião no Ministério da Fazenda.

 

SENADO

O Senado realizou na manhã desta quarta-feira uma audiência pública das comissões de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento Social e Infraestrutura do Senado Federal para discutir uma estratégia para alcançar o consenso sobre a nova legislação que vai definir critérios de distribuição dos royalties. Cerca de vinte senadores estiveram presentes, entre os quais os pernambucanos Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB). Também participaram os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), Sérgio Cabral (RJ), Renato Casagrande (ES) e Geraldo Alckmin (SP).

“Já há um relativo consenso de que nenhuma legislação pode ser aprovada que resulte na retirada das receitas que hoje financiam os estados chamados produtores. Falta, agora, combinar uma forma na qual o pré-sal sirva para reduzir as desigualdades regionais em vez de acentuá-las. E, para isso, é preciso ver com atenção a questão dos investimentos da Petrobras, que precisam ser distribuídos de forma equilibrada pelo país”, afirmou Eduardo Campos.

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