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A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, suspendeu decisão judicial que havia levado a uma mudança na partilha de royalties do petróleo a municípios do Rio. A ministra acolheu um pedido da prefeitura de Niterói, que citou, no processo, reportagem do Estadão sobre entidade que defende municípios neste mercado bilionário e é alvo de investigações.

A distribuição de royalties deu início a uma batalha de liminares. De um lado, estão Niterói e Maricá, dois dos maiores beneficiários dessa partilha no Rio. De outro, estão São Gonçalo, Guapimirim e Magé, municípios que pleitearam na Justiça o aumento de suas receitas, em uma ação movida contra a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), responsável pela divisão da verba às prefeituras.

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Como mostrou o Estadão, após a decisão, a ANP cumpriu a ordem judicial de Brasília e transferiu R$ 639 milhões que seriam repassados para Maricá e Niterói aos municípios de São Gonçalo, Guapimirim e Magé. Essas três prefeituras contrataram a Associação Núcleo Universitário de Pesquisas, Estudos e Consultoria (Nupec) e o escritório do advogado Djaci Falcão, filho do ministro do STJ Francisco Falcão, para ajuizar as ações contra a agência.

Segundo os contratos, eles recebem 20% em honorários relativos aos repasses decorrentes das decisões judiciais. Somente neste caso, o valor poderia chegar a mais de R$ 120 milhões.

O Ministério Público e o Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ) investigam contratos de prefeituras com a Nupec e seus associados. A entidade e seus parceiros moveram ações em nome de 15 municípios que geraram pagamentos de R$ 1,5 bilhão - somente em honorários, foram R$ 300 milhões.

PERDAS

Ao STJ, a prefeitura de Niterói afirmou que, com a mudança na distribuição dos royalties, as perdas chegariam, em 2022, a R$ 1 bilhão, "o que corresponderia a quase um quarto do orçamento do município para o corrente exercício, fixado em R$ 4,3 bilhões".

Na segunda-feira passada, a Procuradoria de Niterói, em manifestação no processo, disse que a reportagem do Estadão "dissecou o modus operandi dos advogados ligados à Nupec, revelando a magnitude do ‘esquema’ que engenharam para lograr, aos magotes, vultosas contratações com municípios que visam a engordar seus cofres com royalties e afins".

A Procuradoria ainda declarou que a reportagem expôs "babilônica dimensão da operação e o milionário faturamento" obtido por advogados "que atuam sob as vestes de ‘associação sem fins lucrativos’". Destacou, ainda, o "método para arregimentar influentes advogados para suas hostes".

LESÃO

No dia seguinte ao pedido de Niterói, a presidente do STJ determinou a suspensão das decisões liminares a favor das prefeituras até o trânsito em julgado, ou seja, até que sejam analisadas por todas as instâncias do Poder Judiciário.

Para a ministra, a prefeitura de Niterói demonstrou "concretamente, que a decisão impugnada causa grave lesão à ordem e à economia públicas, na medida em que interfere repentinamente na organização das suas políticas públicas, comprometendo a execução de serviços essenciais à população". Maria Thereza não fez menção à reportagem.

Antes da decisão da ministra, a Nupec rebateu, nos autos do processo, as acusações e afirmou que a Procuradoria de Niterói "consciente de que o melhor Direito não lhe assiste, decidiu partir para acusações levianas e ofensivas aos representantes judiciais dos municípios requeridos".

Segundo a Nupec, trata-se de prática antiética, "em incipiente tentativa de constranger os causídicos e, por consequência, o Judiciário". "Revela-se o caso mais claro de violação à boa-fé processual e lealdade entre as partes e deve ser de pronto rechaçada por essa Corte Superior", disse a Nupec.

ILEGAL

A entidade ainda afirmou que a redistribuição dos royalties não implica "risco de qualquer lesão à ordem econômica ou social ao rico município de Niterói". "Arregimentando de forma ilegal bilhões em royalties ao longo dos anos, a cidade com o maior IDH no Estado chegou a constituir Fundo de Investimento bilionário com as sobras de royalties do petróleo. Enquanto isso, municípios vizinhos vivem na penúria", declarou a entidade.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Candidato à reeleição neste ano, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos) esteve, na quarta-feira (7), no Ministério da Economia em busca do apoio do ministro Paulo Guedes a uma operação de antecipação de receitas com royalties de petróleo a ser feita pelos municípios. A expectativa do prefeito é colocar R$ 1 bilhão no caixa da capital fluminense ainda em 2020.

Segundo Crivella, a Advocacia-Geral da União (AGU) deu parecer favorável à operação, que está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação movida pelo PDT, relatada pelo ministro Gilmar Mendes. O prefeito garantiu a jornalistas que Guedes também sinalizou apoio à antecipação. "O ministro concorda com a AGU. A AGU diz que é constitucional", informou.

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Crivella disse que o dinheiro ajudaria a prefeitura a fechar as contas este ano e negou qualquer relação com a corrida eleitoral. Ele é candidato à reeleição pelo Republicanos, mesmo partido de dois filhos do presidente Jair Bolsonaro (o senador Flávio Bolsonaro e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro), e espera o apoio do presidente à sua campanha.

O atual prefeito aparece empatado com outros dois candidatos em segundo lugar na pesquisa Ibope contratada pela TV Globo e publicada em 2 de outubro. Na liderança estava o ex-prefeito Eduardo Paes, com 27% das intenções de voto. Crivella tem 12%, segundo o levantamento.

"Há uma legislação do Senado em que você pode adiantar 20% dos royalties futuros, e isso nesse momento de pandemia é muito importante. Mas houve uma ação do PDT questionando a constitucionalidade", disse Crivella. "Se pudermos adiantar receitas para vencer a crise, é válido, é importante."

O prefeito reconheceu que a medida pode desfalcar o caixa de sucessores, mas defendeu a adoção da iniciativa mesmo assim. Segundo ele, vários Estados e municípios já fizeram transações desse tipo. "Vai comprometer a receita do próximo gestor? Sim, mas é uma necessidade, é uma pandemia, é o que a gente tem que fazer agora", afirmou.

Crivella ainda se defendeu sobre o momento da realização da antecipação, no meio da corrida eleitoral, dizendo que o dinheiro não será gasto com propaganda do governo ou realização de obras. Segundo ele, o recurso será revertido para saúde e educação. O prefeito negou que fará uso eleitoral da medida para conseguir votos.

"Não (será usado como bandeira eleitoral). É para cumprir despesas. A partir do momento em que tem queda de arrecadação, você justifica. A arrecadação caiu, nós temos compromissos para honrar, então a gente precisa antecipar receita. É isso", disse.

Sem o dinheiro, Crivella admitiu que a prefeitura terá "dificuldade enorme para fechar as contas". Ele afirmou ter "esperança" de que o ministro Gilmar Mendes siga o entendimento do parecer da AGU.

Com a cotação do petróleo despencando nos últimos meses, Estados e municípios produtores se preparam para uma queda acentuada na arrecadação. Antes do início da pandemia da Covid-19, que forçou a retração do consumo, o esperado era que fossem distribuídos R$ 33,4 bilhões em royalties do petróleo no País neste ano. A estimativa agora caiu para R$ 18,4 bilhões, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Com a demanda em forte queda em todo o mundo, o preço do barril de petróleo (equivalente a 158,9 litros) tem desabado. No dia 20 deste mês, a cotação do óleo tipo WTI, referência nos Estados Unidos, chegou a ficar negativa (- US$ 37) pela primeira vez na história. Isso, é claro, tem reflexos no mercado brasileiro.

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Segundo dados da ANP, o preço do litro do petróleo do supercampo de Lula, no pré-sal - o maior do País -, por exemplo, registrou uma queda de 42,6% desde o início do ano, de R$ 1,57 para R$ 0,90.

Na mesma proporção, foram desvalorizados os outros dois maiores produtores nacionais - os campos Búzios e Sapinhoá, todos no pré-sal da Bacia de Santos.

Os preços no Brasil são definidos pela ANP, que considera três variáveis - a qualidade do petróleo, a cotação do óleo tipo Brent e o câmbio.

Buraco

No Estado do Rio, o efeito dessa redução pode ser catastrófico. A projeção atual de perda de arrecadação com royalties é de quase R$ 5 bilhões neste ano, "um buraco quase impossível de fechar", segundo o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho. A perda acumulada no primeiro trimestre com essa receita já foi de R$ 1,42 bilhão.

Além de arrecadar menos, o governo estadual vai ter de antecipar o pagamento de títulos atrelados à cotação do petróleo. No auge da sua crise fiscal, há dois anos, o Rio fechou com investidores uma antecipação de receita do royalty, que seria paga no futuro, com correção de juros. Esses contratos de securitização previam, no entanto, que se a commodity ficasse abaixo de US$ 40, o pagamento pelo governo seria antecipado.

Hoje, essa dívida com a antecipação está em R$ 2,5 bilhões, mas, segundo Carvalho, o governo tem se reunido continuamente com os investidores e deve fechar em breve uma postergação do pagamento em até um ano e meio.

Obras

Na cidade de Maricá, no litoral fluminense - a maior arrecadadora de royalties de petróleo no País -, o efeito da perda de arrecadação deve se dar na postergação de obras. A prefeitura previa, por exemplo, licitar agora um grande projeto de saneamento básico. Mas o recurso separado para o início da obra foi reservado e todo esforço financeiro da prefeitura, remanejado para a construção de um hospital de campanha para atender a pacientes com covid-19.

Por ter o supercampo de Lula no seu litoral, Maricá tem direito a uma quantia bilionária todo o ano, paga pelas empresas petroleiras para compensar a exploração dos recursos naturais do município. Neste mês, vai receber R$ 291,5 milhões.

Para Décio Oddone, ex-diretor-geral da ANP, quem recebe royalties de petróleo precisa estar preparado para esses momentos de queda. "Toda arrecadação obtida da extração de petróleo e gás é volátil, porque os preços e o câmbio flutuam. É finita também, pois os recursos acabam." Por isso, afirma, devem ser bem administradas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel apresentou ação direta de inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar trecho da lei federal que prevê a obrigatoriedade da destinação de royalties do petróleo à saúde e educação. Segundo Witzel, a legislação fere "de forma muito grave" a autonomia financeira do Estado do Rio de Janeiro, que passa por grave crise fiscal.

Os royalties são compensações determinadas por lei aos entes federativos em que ocorrem a extração do petróleo. Por lei, cada Estado deve destinar 75% dos recursos para a educação e os outros 25% para a saúde. A legislação foi sancionada em setembro de 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT).

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No pedido ao Supremo, Witzel argumenta que os dispositivos da lei "afetam diretamente - e de forma muito grave - a esfera de interesses do Estado do Rio de Janeiro" e classifica a obrigatoriedade como uma "clara agressão" à autonomia financeira e federativa do ente da União.

"Tal situação se revela ainda mais tormentosa diante da vigência do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o que torna o manejo de recursos por parte do Poder Executivo temática ainda mais delicada, especialmente por conta de cenário de profunda escassez", aponta Witzel.

O Rio de Janeiro acionou o programa de socorro da União por estar em grave crise fiscal. No acordo, o governo federal suspende a cobrança de dívidas com o Estado por três anos, para garantir um alívio nas contas fluminenses. Em troca, o Rio deverá cumprir uma série de exigências para colocar as contas no azul.

Em setembro, o Conselho de Supervisão do RRF deu advertência a Witzel por não estar cumprindo as demandas impostas ao Estado do Rio. O acordo foi assinado em 2017 e a dívida fluminense com a União já chega a R$ 32,5 bilhões.

Desde janeiro, Witzel tenta renegociar a dívida com o governo federal. Em junho, o governador mandou ao ministro Paulo Guedes (Economia) pedido de revisão do plano de recuperação fiscal.

Ao pedir o fim da obrigatoriedade dos repasses à educação e à saúde, Witzel sinaliza que gostaria de utilizar a verba em outras áreas. Segundo o governador, como o Estado é quem sofre o prejuízo da extração de petróleo, é o Estado quem deveria determinar como e onde os recursos da compensação por royalties devem ser alocados.

"Isso não quer dizer, por evidente, que saúde e educação não sejam searas prioritárias, nem que as receitas dos royalties não devam servir também a melhorias nesses serviços públicos, em adição às vinculações orçamentárias já estabelecidas pela Constituição. Pode ser que essa seja, de fato, uma destinação adequada com vista à compensação por danos e transtornos gerados com a atividade exploratória", argumenta Witzel.

"Mas também é possível que não o seja - até porque os impactos ambientais e socioeconômicos produzidos tendem a ser os mais diversos, espraiando-se por áreas como ordenação urbana, segurança pública e habitação", aponta.

A nova fronteira de produção do pré-sal em torno da Bacia de Santos está criando um núcleo de municípios muito ricos, beneficiados pelas regras de distribuição que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantém inalteradas há quase sete anos por força de uma ação movida pelo Estado do Rio de Janeiro. Em jogo, um volume de recursos que só em 2020 alcançará R$ 59 bilhões.

De acordo com estudo elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), obtido pelo jornal O Estado de São Paulo, apenas 30 cidades do País concentram hoje 72% de todos os recursos de royalties repassados pela União. O que explica o surgimento desses "novos ricos" é o aumento significativo da produção no Sul do Rio e no Norte de São Paulo. O campo de Lula, nessa região, já é responsável por um terço da produção nacional de petróleo.

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Um dos símbolos desses novos "emirados" é Maricá. Com 157 mil habitantes, o município fluminense receberá, em 2020, a cifra de R$ 1,9 bilhão em royalties e participação especial de petróleo, segundo projeções da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (mais informações na pág. B3). O royalty e a participação especial são uma compensação paga pela extração do petróleo.

Além de Maricá, as cidades litorâneas de Ilhabela (SP), Saquarema (RJ) e Niterói (RJ) também passaram a integrar o grupo de endinheirados, juntando-se a Macaé e a Campos dos Goytacazes, que, na década passada eram os principais beneficiários.

O estudo da CNM mostra, porém, que o sistema de distribuição é desequilibrado mesmo entre os Estados produtores, beneficiando poucas cidades em detrimento da maioria. São Gonçalo, no Rio, por exemplo, com um milhão de habitantes, receberá apenas R$ 30 milhões em 2020.

Supremo

Liminar concedida pela ministra Cármen Lucia, do STF, suspendeu dispositivos da Lei 12.734/2012 que estabeleceram novas regras de distribuição dos royalties do petróleo, beneficiando todos os municípios do País, e não apenas os "confrontantes" - como são chamadas as cidades litorâneas mais próximas dos campos de petróleo, que sofrem as consequências da produção petrolífera. Em 2013, a ministra liberou a ação para julgamento, mas o processo ainda se arrasta.

Durante a "Marcha dos Prefeitos", em abril, o julgamento da liminar chegou a ser marcado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, mas acabou sendo adiado para o ano que vem, a pedido dos governadores dos Estados produtores. Segundo apurou o Estado, uma audiência pública pode ser convocada, atendendo ao pedido do governo do Rio de Janeiro, autor do pedido de liminar.

O presidente da CNM, Glademir Aroldi, critica o fato de uma decisão "monocrática" do STF segurar os repasses, apesar de a mudança na distribuição dos royalties entre Estados e municípios ter sido aprovada por maioria do Congresso e depois de vários anos de mobilização. "Os prefeitos precisam de uma decisão definitiva sobre o assunto. Falta de tempo não é possível. São mais de seis anos sem analisar", afirma ele.

Embora defenda uma maior parcela para os Estados e municípios confrontantes, Aroldi diz que essa abundância de recursos para poucos municípios é ineficiente em termos econômico-fiscais. Segundo ele, nos últimos seis anos, foram distribuídos R$ 22 bilhões de royalties do petróleo.

O pesquisador do Ipea Sergio Gobetti participou de um projeto do Banco Mundial para estudar como os países organizados de forma federativa lidavam com a renda do petróleo. O Brasil, segundo ele, era um dos que mais descentralizava os recursos. Poucos países distribuem renda sobre produção em mar.

"Nenhum país do mundo adota um modelo de distribuição de royalties para municípios baseado em critérios de confrontação, como faz o Brasil. Essa jabuticaba fiscal, além de produzir uma concentração muito injusta dos recursos em poucas mãos, gera preguiça tributária e baixa qualidade do gasto", diz Gobetti.

Segundo o pesquisador, há uma razão macroeconômica importante para não concentrar muito os recursos em poucos Estados e municípios: o preço do petróleo é muito volátil, e essa volatilidade é muito perigosa para a receita de um governo.

Para a CNM, o forte aumento de receitas petrolíferas projetado para os próximos anos oferece condições para que as novas regras de rateio sejam aplicadas sem impactos negativos sobre as finanças dos Estados e municípios mais beneficiados pelo modelo atualmente em vigor.

Entidade é contra repassar royalties a todos municípios

Na contramão da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o presidente da Associação Brasileira dos Municípios com Terminais Marítimos e Fluviais para Embarque e Desembarque de Petróleo e Gás Natural (Abramt), Pierre Emerin, diz acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai declarar a inconstitucionalidade da lei que mudou a distribuição das receitas provenientes da produção de petróleo.

A lei - que estendeu a todos os municípios do País as receitas com exploração de petróleo - está suspensa por liminar da ministra Cármem Lúcia.

Prefeito de Imbé (RS), Emerin diz que as cidades que detêm as instalações e que efetivamente participam de todo o processo de carregamento e descarregamento da produção de petróleo mereceriam receber os recursos do petróleo, pois enfrentam os riscos ambientais e se moldaram para atender às necessidades de exploração.

Imbé tem 30 mil habitantes e é um dos municípios que recebem recursos como compensação pela exploração do petróleo. São cerca de R$ 18 milhões por ano - 15% da receita administrada pela Prefeitura local.

Para o presidente da Abramt, a CNM erra ao defender a distribuição dos recursos para todos os municípios. "Não é uma tábua de salvação, como ela espera. Não vai resolver em nada a vida financeira dos municípios", avalia.

Ele afirma que uma distribuição igualitária dos royalties de petróleo demandaria a revisão de todos os tipos de taxas, inclusive de barragens e usina elétricas. "É casuística e oportunista essa revisão tão somente de petróleo", critica o presidente da Abramt. Uma mudança nas regras teria de ser feita dentro de uma revisão do pacto federativo, ressalta.

Na ação no STF, o governo do Rio de Janeiro sustenta que a nova norma fere o pacto federativo originário da Constituição de 1988. Para o Estado, a criação de um regime jurídico somente poderia afetar concessões futuras, mas as inovações trazidas pela lei mexeram com situações já constituídas há muito tempo nos Estados produtores - como expectativa e comprometimento das receitas provenientes da distribuição dos royalties.

Com expansão do pré-sal, Maricá vira 'novo rico'

A 60 quilômetros de distância da cidade do Rio de Janeiro, o balneário de Maricá colhe os frutos da expansão do pré-sal e ostenta agora o título de "novo rico do petróleo". Só neste ano, R$ 646 milhões de royalties e participação especial, cobrados de grandes campos produtores, vão engordar a receita da Prefeitura. O dado é da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). A previsão é que a arrecadação cresça ainda mais à medida que megacampos, como de Lula e Búzios, avançarem nos próximos anos.

Se todo esse dinheiro fosse distribuído entre os 157 mil habitantes da cidade, cada um deles teria recebido R$ 4,1 mil. Como prevê a legislação, a receita está sendo gasta em projetos de Saúde e Educação.

Maricá é a que mais investe no Estado, de acordo com o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). Em contrapartida, está entre as que têm menor autonomia financeira. Na prática, significa que não é capaz de sustentar sua estrutura com receita própria, apenas com transferências, como as compensações pagas pelas empresas petroleiras, principalmente pela Petrobrás.

"Não fossem os royalties, Maricá não se manteria. É necessário ter um planejamento de longo prazo para não ficar numa situação bastante delicada. Não é só a produção de petróleo que determina a arrecadação, mas também o câmbio e a cotação do petróleo, que podem cair a qualquer momento e deixar os municípios arrecadadores na mesma situação que ficou o Estado do Rio", afirma Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.

Sobre as "novas ricas do petróleo" recai sempre o fantasma de repetir a história dos municípios fronteiriços à Bacia de Campos, no norte fluminense, como Macaé, Campos dos Goytacazes e Rio das Ostras. Essas cidades ficaram famosas pela ostentação de fachadas, com calçadas litorâneas de mármore e construção de sambódromo onde nem há carnaval. Pouco investiram em necessidades básicas da população, como saneamento. Quando veio a crise do petróleo, em 2014, e os preços despencaram, elas viram seus orçamentos minguarem.

"Os recursos são voláteis, pois o preço do petróleo flutua, e finitos, porque a produção um dia acaba. Precisam ser bem aproveitados. Não há maldição do petróleo. O que há é má gestão, que deve ser evitada", diz Décio Oddone, diretor-geral da ANP.

O ideal, segundo Carlos Maurício Ribeiro, especialista de Petróleo e Gás e sócio do Vieira Rezende Advogados, seria que a receita fosse revertida em infraestrutura para atrair investidores e desenvolver a economia local, não apenas em petróleo.

"Maricá tem uma posição privilegiada em relação ao pré-sal e a possibilidade de crescer dependendo da qualidade da gestão. Mas seu sucesso está atrelado também à legislação, que carimba o gasto das compensações financeiras à Educação e Saúde", diz Ribeiro. A Lei 12.858 define que 75% da receita de royalties e participação especial devem ir para Educação e o restante, para Saúde.

"Seria bom aplicar em estradas, iluminação, enfim, na estrutura da cidade para atrair outras atividades e se interligar a municípios vizinhos com os quais mantém relação de comércio", acrescenta. Procurada, a prefeitura de Maricá não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fantasma da dependência assusta municípios do norte do País, alçados à condição de "novos ricos" da mineração, diante da crise detonada pelas recentes tragédias com barragens de dejetos da Vale e da Samarco em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais.

O rompimento das barragens afetou a produção de minério de ferro no Estado e também o desenvolvimento do projeto S11D, o maior investimento da Vale, em operação desde 2017 em Canaã dos Carajás (PA).

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Até agosto, os 63 municípios mineradores do Pará arrecadaram R$ 1,3 bilhão em Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), o royalty da mineração, ultrapassando a liderança histórica das 471 cidades mineradoras de Minas Gerais, com receita de R$ 1,2 bilhão, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).

A reversão decorre da combinação entre o aumento de produção da Vale no Sistema Norte e a evolução do S11D, e a paralisação de algumas operações em Minas pós-Brumadinho.

A cidade de Parauapebas, onde está a operação mais antiga da Vale na região de Carajás, lidera o ranking nacional de recolhimento de royalties, com R$ 684 milhões no ano. Em seguida vem Canaã, com R$ 430 milhões e perspectiva favorável por abrigar o S11D. Em 2018, a arrecadação de CFEM do município subiu 349%, para R$ 321 milhões.

Temendo repetir a situação vista em cidades de Minas, onde a CFEM é imprescindível para as finanças públicas, as prefeituras locais querem evitar que a riqueza gerada pela atividade se torne herança maldita. A vida útil das minas de ferro da Vale no Pará vai de 2042, na Serra Norte, a 2062 no projeto S11D e na Serra Leste, mas os problemas enfrentados por seus pares no Sudeste acenderam o sinal de alerta. "O minério não é muito diferente de um doce. Uma hora vai raspar tudo e chegar ao fundo do tacho", afirmou Jeová Andrade, prefeito de Canaã, durante encontro de municípios mineradores no mês passado.

Poupança

A prefeitura de Canaã criou em 2017 o Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável. Ele destina 5% do valor da CFEM a investimentos de empreendedores locais em áreas como agricultura e comércio, por meio de uma linha de crédito com juros menores que os de mercado. Também prevê financiar instituições de ensino, pesquisa e bolsas de estudo.

Hoje são R$ 23 milhões em caixa e a meta é superar os R$ 50 milhões ao fim de 2020. "Precisamos estar preparados e ter alternativas", disse Andrade.

Em iniciativa semelhante, Parauapebas destinou quase R$ 5 milhões da CFEM nos últimos dois anos e meio ao financiamento de iniciativas econômicas como o programa de mecanização agrícola, obras de urbanização, como manutenção de estradas, programa de iluminação pública com LED, reestruturação do distrito industrial e atração de novos empreendimentos.

Ao contrário de Canaã, os valores são definidos anualmente na Lei Orçamentária. Para 2020, estão previstos R$ 3 milhões. No início do mês, o município aprovou a criação do Fundo de Incentivo às Ações de Ensino Superior, que receberá 1,7% da arrecadação com a CFEM. "Estamos nos preparando para o day after (o futuro)", disse Darci Lermen (MDB-PA), prefeito de Parauapebas. "Em 15 anos queremos nos consolidar também no turismo e na produção rural."

Apesar de considerar positivo o engajamento dos prefeitos, a postura pode ser insuficiente, segundo a professora da faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Amelia Enriquez. "Não é trivial romper com a dependência mineral", disse. "Isso exigiria esforço que vai além do município minerador e tem a ver com política federal e estadual."

Especialistas descrevem uma espécie de efeito ímã das cidades mineradoras. Por concentrarem mais riqueza, atraem os melhores fatores de produção dos municípios vizinhos. Com a economia aquecida, o custo de vida sobe e a população que não participa do circuito da mineração vai embora. Quanto mais o setor prospera, maior se torna o vínculo, pois as empresas atraídas são quase sempre prestadoras de serviços para a mineração.

A maior arrecadação de royalties também não se traduz necessariamente em melhoria do indicador de desenvolvimento. Os dez municípios que mais receberam royalties de petróleo e mineração este ano estão longe do topo do ranking nacional do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) - divulgado em 2018, com dados de 2016. O estudo acompanha o desenvolvimento socioeconômico dos mais de 5 mil municípios do País em três áreas: emprego e renda, educação e saúde.

Ranking

Cruzamento feito pelo Estadão/Broadcast mostra que, entre os produtores de petróleo, Ilhabela (SP) é o melhor colocado, na 31.ª posição no ranking e a quinta maior arrecadação este ano até agosto, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Já a líder em arrecadação, a cidade fluminense de Maricá, é a número 2.669 no índice.

Entre os mineradores, Nova Lima, o quarto maior em CFEM, é o município mais bem colocado em termos de desenvolvimento, na 264.ª colocação. Líderes em arrecadação de royalties, Parauapebas e Canaã dos Carajás ocupam as posições 1.318 e 2.503, respectivamente.

Estudo do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas em parceria com a professora Maria Amelia mapeou o uso da CFEM em Canaã com base em dados da Lei Orçamentária de 2018. O resultado aponta que a prioridade no uso dos royalties não tem sido criar alternativas que minimizem a dependência da mineração.

A maior parcela (39%) dos recursos da CFEM foi para o urbanismo (asfaltamento de ruas e limpeza pública, por exemplo). Outros 30% foram gastos com administração pública e 14% com saneamento. Só 5% foram para agricultura, atividade que pode ser alternativa econômica.

Os indicadores dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável revelaram situações paradoxais em Canaã: houve melhora em dimensões associadas ao crescimento econômico, à infraestrutura e à educação, mas agravamento de problemas sociais ligados ao aumento da pobreza, da desigualdade racial, de gênero e da violência.

A divergência entre a previsão e a real arrecadação impede a execução de planejamento eficaz. Maria Amelia considera infrutíferas estratégias de diversificação, como a criação de distritos industriais no Sudeste do Pará. "É um investimento muito grande em um capital físico que fica ocioso", disse. "Não se cria dinâmica econômica por decreto."

Municípios buscam alternativas

Enquanto municípios da Região Norte entram agora na era dourada da arrecadação de royalties da mineração, Minas Gerais vive fase de declínio da atividade. Em Itabira, o esgotamento dos recursos é iminente. Relatório da Vale enviado à entidade que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos fala em exaurimento em 2028.

Cidades como São Gonçalo do Rio Abaixo e Nova Lima se depararam com a paralisação inesperada de operações da Vale, como em Vargem Grande, na esteira do rompimento da barragem em Brumadinho.

As cidades mineradoras convivem com uma instabilidade inerente à atividade. Em busca de alternativas, Itabira assinou, em julho, memorando de entendimento com as chinesas Chalieco e Cinf Engineering, do grupo Chinalco, para a implantação de três projetos: a expansão do câmpus da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), a construção do Parque Científico e Tecnológico de Itabira (PCTI) e do Aeroporto Industrial de Itabira. Os investimentos devem superar US$ 100 milhões, tendo como garantia recursos da receita com royalties da mineração.

Investimentos

"Itabira é o caso mais grave pela iminência de exaurimento da mineração", afirmou Thiago Toscano, presidente da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas (Indi). "Assinaram o memorando, mas para desenvolver qual tipo de tecnologia? Vender para quem? Escoar por onde? Trazer qual tipo de carga (pelo aeroporto)? Há muitas ideias soltas e que não se conectam com a realidade dos municípios."

Durante encontro da Associação de Municípios Mineradores de Minas e do Brasil (Amig), em agosto, Toscano deu dois recados aos prefeitos: o município não atrai investimentos, mas se torna atrativo para recebê-los; mais dinheiro (royalties) nem sempre resolve o problema. Toscano disse que os municípios precisam se posicionar.

O caso de Extrema, no sul de Minas, é citado como referência. Com o maior PIB per capita do Estado, chega a recusar investimentos, informou Toscano. "Extrema aproveitou sua logística e se posicionou para ser a extensão de São Paulo, mas com custo mais barato."

Antes de investir, as companhias analisam pontos como infraestrutura, logística, segurança, educação e saúde. São Gonçalo do Rio Abaixo é vista como exemplo de boa gestão, mas, segundo o executivo do Indi, sofre porque, apesar de estar a apenas 90 km de Belo Horizonte, o percurso entre as duas cidades leva em média três horas. A solução passaria pela duplicação da BR-381, mas isso depende de articulação política.

Prestação de contas

Enquanto discutem alternativas, prefeitos de cidades mineiras são questionados pelo Tribunal de Contas em relação ao uso dos royalties. O TCE de Minas determinou recentemente a devolução de milhões em recursos de Mariana e Itabirito, em ações relativas ao orçamento de 2013. O tribunal defende que a CFEM seja aplicada em infraestrutura e diversificação econômica.

A Amig disse que a lei veda apenas o uso dos recursos para a quitação de dívidas e folha de pagamento, além de recomendar a aplicação preferencial de 20% da arrecadação em infraestrutura e diversificação econômica. "Uma coisa é se o município usa bem o dinheiro, outra é se usa dentro da lei. A Amig está dentro da lei", disse o consultor da entidade, Waldir Salvador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última vez que um número substancial de livros ou filmes entrou em domínio público, o YouTube não existia e a maioria das telas de celulares não eram coloridas. Nesta terça-feira (1º), isso mudou. Obras de 1923 estão livres para serem usadas ou mesmo adaptadas à medida que seus direitos autorais de 95 anos expiraram.

A Faculdade de Direito da Universidade de Duke, nos EUA, compilou uma lista de obras que entraram no domínio público. Entre elas estão o filme "O Peregrino", de Charlie Chaplin, o romance "O Quarto de Jacob", de Virginia Woolf, juntamente com livros de Agatha Christie, Winston Churchill, Robert Frost, Kahlil Gibran e Aldous Huxley.

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Esses livros, filmes e músicas agora estão livres para qualquer um copiar, reproduzir, apresentar ou executar, sem ter que obter permissão ou pagar taxas de royalties aos detentores dos direitos originais.

Antes, a lei estipulava 28 anos de direito sobre a obra, podendo ser dobrada, totalizando 56 anos. Entretanto, congressistas americanos intercederam em 1976 e conseguiram ampliar a proteção para 75 anos. Se nada tivesse sido feito, o personagem Mickey Mouse, por exemplo, já poderia ser usado, explorado ou mesmo alterado por qualquer pessoa ou empresa.

A expiração dos direitos autorais significa que você está livre usar esses materiais, para a educação, para a pesquisa ou para empreendimentos criativos - seja traduzindo os livros, criando suas próprias versões dos filmes ou construindo novas músicas baseadas em clássicos antigos. A lista completa de obras está disponível no site https://law.duke.edu/cspd/publicdomainday/2019/.

Projetos voltados para a situação financeira de estados e municípios estão na pauta do Senado da próxima terça (6). Um deles é o que exclui do cômputo da receita corrente líquida (RCL) os recursos recebidos da União para atendimento das despesas com pessoal de programas sociais (PLS 15/2016). O objetivo é evitar que os municípios e estados descumpram o limite para as despesas com pessoal. Quando essa situação ocorre, esses entes ficam impedidos de receber transferências voluntárias voltadas à execução de investimentos, bem como de contratar operações de crédito.

Pela proposta, não serão considerados na receita corrente líquida dos municípios os recursos recebidos da União para atendimento das despesas com pessoal relativas aos membros eletivos dos conselhos tutelares. Também não serão contadas as despesas com pessoal, de municípios e Estados, custeadas com recursos transferidos pela União em apoio a programas de saúde da família, de assistência social e de atenção psicossocial.

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O projeto modifica a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF — Lei 101, de 2000), que estabelece que a despesa total com pessoal nos municípios não pode ultrapassar 54% para o Executivo. Nos Estados, esse limite é de 49%. Autor do projeto, o senador Otto Alencar (PSD-BA) argumenta que a União criou inúmeros programas sociais com a obrigação de execução por parte dos municípios, “sem repassar recursos suficientes”. É notório, segundo o senador, que os municípios passam por grandes dificuldades financeiras com diminuição de arrecadação devido à crise e com menor repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Royalties

Os senadores ainda poderão votar o projeto que impede que as receitas de royalties sejam consideradas no cálculo do limite das despesas com pessoal nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios (PLS 334/2017). O projeto é considerado importante para a saúde financeira de estados, municípios e do DF.

A pauta do Plenário também inclui o projeto que assegura o apoio técnico e financeiro às iniciativas de regularização fundiária de assentamentos urbanos (PLC 64/2016) e o que determina a priorização das despesas com saúde e educação na execução orçamentária da União, de estados, do Distrito Federal e dos municípios (PLS 329/2017).

*Da Agência Senado

O cantor espanhol Enrique Iglesias processou, nesta quarta-feira (24), a Universal Music Group por descumprimento de contrato, argumentando que recebe apenas "uma pequena fração" dos royalties que lhe correspondem pelas reproduções digitais.

"Sistematicamente, a Universal vem sub-remunerando os royalties por 'streaming' de Iglesias, ao calcular esses royalties em uma pequena fração da taxa de royalties de 50% exigida por contrato", indica a ação enviada a um tribunal de Miami, onde vive o artista.

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O texto assegura que Iglesias perdeu milhões de dólares por esta razão, "apesar de ter gerado vendas de uma magnitude raramente alcançada na indústria da música", e acrescenta que "os números da Universal estão tão distorcidos" que o cantor, de 42 anos, pediu para inspecionar as atas do estúdio, mas este não autorizou.

O texto do processo exige o pagamento de 50% dos lucros obtidos por streaming e o direito de examinar tais livros.

"A Universal insiste erroneamente em que artistas como Enrique sejam pagos pelo 'stream' da mesma forma em que são pagos pelas vendas de discos físicos, apesar do fato de que nenhum dos custos relacionados (produção, distribuição, inventário, perdas) existe no mundo digital", disse seu advogado, James Sammataro.

A Universal Music Group não respondeu as solicitações da AFP para comentar o assunto.

O Spotify, serviço de streaming de músicas, atingiu 60 milhões de assinantes pagantes. O anuncio foi feito através de uma porta-voz da companhia que informou que houve um acréscimo de 10 milhões de assinantes em menos de 5 meses.

Em março, a empresa revelou que havia chegado aos 50 milhões de assinantes pagantes, um aumento de 25% em menos de 6 meses, ampliando a liderança em relação ao rival “Apple Music”.

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Segundo informações da agência Reuters, o Spotify estava perto de firmar um novo acordo de licenciamento com a Warner Music, no último acordo realizado com royalties de música, direitos pagos pela empresa para o artista e gravadora ou selo, que precisava antes de avançar com uma listagem no mercado de ações dos Estados Unidos.

O site Vulture se juntou ao Music Business Worldwide para criticar o Spotify no que eles estão chamando de “burlar” royalties. Segundo os dois portais especializados em música, a empresa está utilizando artistas de menor expressão com covers de hits de sucesso para gerar maior receita. Outra prática apontada pelas publicações é a de que produtores são pagos para elaborar versões de músicas no nome de artistas que sequer existem, para que as playlists fiquem preenchidas.

Como exemplo, o Vulture cita a canção do rapper Kendrick Lamar chamada “Humble”, que tem quase 250 milhões de reproduções na plataforma. Ao executar a pesquisa, muitos desavisados são direcionados para a desconhecida “Sit Down, Be Humble”, do rapper King Stitch, que já catalisou mais de 300 mil reproduções, alavancadas pelo mecanismo de pesquisa do Spotify. A forma com que os mantenedores tratam os artistas já foi alvo de ações judiciais e provocaram o rompimento com as três maiores gravadoras: Universal, Warner e Sony, que agora mantém apenas contratos mensais com a plataforma.

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O jornal The Guardian publicou dados que mostram que um artista chamado Enno Aare tem mais de 17 milhões de reproduções. O que mais chama a atenção é que ele parece não existir fora da plataforma digital. Outro artista (ou banda) que faz sucesso é o Deep Watch, que lançou um EP cinco meses atrás e já tem 4,5 milhões de reproduções, porém, não pode ser encontrado em lugar nenhum fora do Spotify, não tem agenda de shows e nem produção.

O filho do governador Simão Jatene, do Pará, se apresentou à Polícia Federal, nesta sexta-feira (16), e está preso. Alberto Lima Jatene é acusado de envolvimento em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM – tem como destino os municípios). A mesma operação da PF, denominada Timóteo, determinou a condução coercitiva do pastor Silas Malafaia, outro suspeito de participação na fraude.

Alberto (Beto) Jatene procurou a PF com seu advogado, Roberto Lauria. O mandado de prisão temporária contra ele é de quatro dias.

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Segundo as investigações, um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) oferecia informações privilegiadas sobre dívidas de royalties da exploração mineral a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM – tem como destino os municípios). O diretor suspeito de ser um dos líderes do esquema criminoso, Marco Antônio Valadares Moreira, responsável pela Diretoria de Procedimentos Arrecadatórios da autarquia, pode ter embolsado mais de R$ 7 milhões. A mulher dele, Lilian Amâncio Valadares Moreira, também está sendo acusada.

O juiz do caso determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação. As ações foram deflagradas nas seguintes unidades da federação: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Gran de do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Com informações da Polícia Federal.

O pastor Silas Malafaia chegou à Polícia Federal em São Paulo na tarde desta sexta-feira, 16, para depor sobre as suspeitas que pesam contra ele de lavar dinheiro de um esquema de fraudes de royalties.

Alvo da Operação Timóteo, o pastor tem contra si um mandado de condução coercitiva, expedido pela Justiça Federal em Brasília. Ele é investigado por supostamente receber valores do principal escritório de advocacia investigado no caso.

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Mafalaia está em São Paulo, onde inaugurou uma igreja no último fim de semana, segundo informou a área de comunicação da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que preside.

A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que Malafaia teria emprestado contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita de valores.

À entrada da PF, Malafaia afirmou que recebeu uma "doação pessoal" no valor de R$ 100 mil. Ele negou envolvimento com o esquema desmontado pela Timóteo.

Segundo o pastor, um empresário foi apresentado a ele por um outro pastor. Ele disse que "orou" pelo empresário que, depois, fez a doação de R$ 100 mil por meio de um depósito em sua conta pessoal. Malafaia afirma ter recolhido os impostos referentes à "doação".

Antes de entrar no prédio da PF, no bairro da Lapa, o pastor declarou que sofre uma "perseguição" da Justiça. Alegou que em várias ocasiões defendeu responsabilização dos exageros do Judiciário.

O diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF. A Operação Timóteo envolve ainda Alberto Jatene, filho do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB).

Os policiais fizeram buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados a um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM - tem como destino os municípios). Em 2015, os valores recolhidos a título de CFEM chegaram a quase R$ 1,6 bilhão.

A Timóteo investiga se o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.

O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema se dividia em ao menos 4 grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua mulher, realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

Cerca de 300 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão em 52 diferentes endereços relacionados com um grupo criminoso investigado por um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. O Pará está entre os Estados que são alvos da operação. As informações são da Polícia Federal.

Um suspeito de envolvimento no esquema é o filho do governador do Pará Simão Jatene, Alberto (Beto) Lima Jatene, além de dois advogados. O pastor Silas Malafaia, líder religioso da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi alvo de uma condução coercitiva para prestar esclarecimentos sobre suspeita de lavagem de dinheiro.

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Alberto Jatene já foi acusado, pelo Ministério Público estadual (MPE), de se beneficiar de um esquema fraudulento de venda de combustíveis para veículos do governo do Estado. O MPE ajuizou uma ação de improbidade contra o governador Simão Jatene alegando que o Estado teria favorecido o filho dele ao abastecer parte da frota da Polícia Militar em postos de combustíveis dos quais Alberto é sócio. De acordo com o governo, o Estado não contrata postos de combustível, apenas uma empresa que faz o credenciamento dos locais para o abastecimento. "O governo do Estado do Pará contratou uma empresa, a Equador, que através do sistema de cartão iria gerenciar o abastecimento da frota. Hoje o Estado não faz abastecimento direto, e ela credencia os postos. Um dos postos arrendados ao filho do governador foi o segundo que mais abasteceu a frota", afirmou, em julho deste ano, o procurador de justiça Nelson Medrado.

Além das buscas, a PF também cumpre, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões. A operação ganhou o nome de Timóteo, numa referência bíblica.

Segundo as investigações, um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) oferecia informações privilegiadas sobre dívidas de royalties da exploração mineral a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM – tem como destino os municípios). O diretor suspeito de ser um dos líderes do esquema criminoso, Marco Antônio Valadares Moreira, responsável pela Diretoria de Procedimentos Arrecadatórios da autarquia, pode ter embolsado mais de R$ 7 milhões. A mulher dele, Lilian Amâncio Valadares Moreira, também está sendo acusada.

O juiz do caso determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação. As ações foram deflagradas nas seguintes unidades da federação: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Gran de do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Até onde a Polícia Federal conseguiu mapear, segubndo informa o site da instituição, a organização criminosa investigada se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua esposa, que realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

A Operação Timóteo começou em 2015, quando a Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões. O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã, que diz: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.

Com informações da Polícia Federal.

O pastor Silas Malafaia é alvo de mandado de condução coercitiva no âmbito da Operação Timóteo, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16) pela Polícia Federal. O diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.

A ação dos federais ocorre em 11 Estados e no Distrito Federal. Os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa investigada por um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM - tem como destino os municípios).

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A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM.

A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (16), ações em 11 Estados e no Distrito Federal. os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa investigada por um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM - tem como destino os municípios).

De acordo com nota da PF, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na Operação Timóteo também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.

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O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema no qual um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e sua mulher, realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

Entre os investigados por este apoio na lavagem do dinheiro está uma liderança religiosa que recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é que este líder religioso pode ter "emprestado" contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.

A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

As ações da PF acontecem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO. O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: "Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição".

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira, 23, pedir ao presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, que o tribunal aguarde uma definição sobre reforma tributária antes de analisar a Lei dos Royalties, que altera as regras de distribuição. Ele foi acompanhado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung.

De acordo com Pezão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esteve presente na reunião com o presidente do Supremo. Cunha chegou pouco depois do grupo e entrou pela garagem do tribunal. Lewandowski deixou a sessão plenária para receber o peemedebista.

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O Estado do Rio de Janeiro questiona no STF a Lei nº 12.734, em 2012, que mudou as regras de distribuição de royalties de petróleo. Em 2013, a ministra Cármen Lúcia suspendeu em decisão liminar (provisória) os dispositivos que preveem as novas regras de distribuição e o assunto não chegou a ir para o plenário da Corte.

Lewandowski disse aos governadores que a intenção é pautar o tema depois que o novo ministro assumir uma cadeira na Corte, "assim que tiver as condições". O indicado para a vaga, advogado Luiz Fachin, passará pela sabatina do Senado no dia 6 de maio. Só será nomeado para assumir a vaga no STF após aprovação do parlamento.

Na semana passada, Lewandowski e Cármen Lúcia receberam na Corte seis governadores do Norte e Nordeste que pediram prioridade no julgamento da ação: Renan Calheiros Filho (Alagoas), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Flávio Dino (Maranhão), Ricardo Coutinho (Paraíba) e Wellington Dias (Piauí).

Já os governadores do Rio e do Espírito Santo querem que o Supremo segure o julgamento sobre os royalties até que se definam alterações sobre cobrança de ICMS. Se os Estados conseguirem aprovar que a tributação sobre petróleo seja cobrado na origem, por exemplo, teriam mais recursos do que com a distribuição dos royalties de petróleo.

"O Estado deixou de receber o ICMS na origem. Um dos únicos produtos que não é cobrado na sua origem é energia elétrica e petróleo, porque teve a compensação com os royalties do petróleo. O que estamos querendo, agora que está se discutindo a reforma tributária, é que espere esse momento", disse o governador do Rio, ao deixar o STF. Pela manhã, Pezão esteve com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Brasília. Segundo o governador, Levy afirmou que 24 Estados já "aceitam a reforma tributária".

Em ação coordenada com a oposição, o PMDB do Rio de Janeiro quer reabrir o debate na Câmara dos Deputados sobre o marco regulatório do petróleo e colocar em votação um projeto que retoma o regime de concessão na exploração e produção de petróleo e gás natural no pré-sal e em áreas estratégicas.

O argumento é o de que a indústria naval está em crise; que o regime de partilha, instituído em 2010, não deu certo e comprometeu a capacidade de investimento da Petrobras. Além disso, o Rio é o maior produtor de petróleo e o modelo anterior beneficia os Estados produtores.

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De autoria do líder da bancada do DEM, Mendonça Filho (PE), o projeto foi inicialmente apresentado em 2013. O parlamentar alega que o regime de partilha coloca a Petrobras como sócia e operadora do empreendimento e, diante das dificuldades financeiras, é preciso retomar o antigo modelo de concessão. Mendonça Filho já tem pronto o requerimento pedindo urgência na votação do projeto e, embora o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), tenha apelado para que os partidos da base não assinem a urgência, o PMDB já avisou que apoiará a projeto.

"Não é novidade para ninguém que sempre fomos contra a mudança do modelo para a partilha. Isso é pauta ideológica do PT", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). Assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), Picciani integra a bancada do Rio, um dos Estados que mais dependem da arrecadação dos royalties do petróleo. "A indústria do petróleo está parada, engessaram a Petrobras e tiraram sua capacidade financeira. O modelo em vigor regrediu para o monopólio", insistiu Picciani. Ele acredita que as denúncias de corrupção na estatal reforçam a necessidade de mudança no modelo de exploração.

Guimarães disse que a proposta apoiada pelo PMDB tira recursos do pré-sal destinados à educação e "entrega" a exploração do petróleo para as grandes petrolíferas. "O que está por trás disso é a privatização da Petrobras. Isso é um absurdo que precisa ser contestado."

Licitação

Mais cedo, o governo conseguiu evitar que a Câmara votasse o regime de urgência para o projeto que susta o sistema simplificado de licitação na Petrobrás, criado em 1997 no governo Fernando Henrique Cardoso. O assunto será discutido agora na comissão especial que estuda reformas na Lei de Licitações.

Preocupado com a possibilidade de aprovação da urgência, o Palácio do Planalto enviou o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, para convencer a base aliada de que a mudança do regime simplificado geraria impacto negativo contra a empresa. "A preocupação do governo era não sinalizar negativamente para o mercado a questão da Petrobrás. Conseguimos uma vitória importante que preserva a empresa e o ambiente que ela está tentando construir, que é de restabelecer a política de recuperação dos seus ativos e, principalmente, das suas ações no mercado", disse Guimarães. Colaborou Nivaldo Souza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os municípios do Rio de Janeiro que recebem royalties do petróleo terão perdas que variam de 30% a 65% da arrecadação em 2015, por causa da forte queda no preço do barril do petróleo, informou nesta segunda-feira, 12, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Ele não soube calcular o impacto financeiro nas prefeituras, mas reiterou que, no caso da arrecadação do Estado, a redução na arrecadação de royalties será de mais de R$ 2 bilhões neste ano. O Estado, que estimava receber R$ 9 bilhões em compensações pela exploração de petróleo, chegará a no máximo R$ 7 bilhões.

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"Estou alertando pessoalmente cada um dos prefeitos sobre a perda nos royalties do petróleo. Os municípios que mais arrecadam vão perder de 60% a 65% dos royalties. O governo do Estado está oferecendo ajuda a essas prefeituras para traçarem um plano de enfrentamento dessa queda na arrecadação", afirmou o governador em entrevista depois de participar de um almoço organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Pezão, que esteve com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na última sexta-feira, dia 9, disse que levará ao governo federal uma proposta do Estado para amenizar as perdas na arrecadação de royalties. O governador não quis adiantar que tipo de medidas serão essas e disse que a proposta estará pronta em abril ou maio. O setor petroleiro, que teve forte retração nas atividades nos últimos meses, foi responsável por perdas de mais de R$ 500 milhões na arrecadação de ICMS do Rio de Janeiro em 2014. "Este ano deve ser difícil por conta da queda dramática do preço do petróleo. Todos estão um pouquinho assustados porque não se sabe qual é o piso disso", afirmou diretor de Assuntos Corporativos da Chevron Brasil, Rafael Jaen, também presente ao almoço.

Em nota divulgada por sua assessoria, o deputado federal Zoinho (PR-RJ) disse ser o maior interessado no esclarecimento do episódio sobre a fraude na sessão que derrubou o veto presidencial do projeto que trata da nova distribuição dos royalties do petróleo. "Confio no trabalho da Polícia Legislativa e espero que apurem e punam o responsável pela fraude. Sou o maior interessado em que tudo fique esclarecido e espero que seja o mais breve possível", afirmou o deputado.

A Polícia Legislativa confirmou a falsificação da assinatura do deputado do PR. Na nota, Zoinho reiterou que em 6 de março viajou para o Rio de Janeiro, onde participou no dia seguinte de uma audiência em Volta Redonda.

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