Tópicos | santeiro

[@#galeria#@]

Modelar, esculpir, pintar e seguir fielmente os formatos de cada imagem religiosa - tudo com bastante atenção. Esses são apenas alguns dos inúmeros processos para criação de objetos místicos que são procurados por milhares de religiosos. Cada um deles, independentemente da crença que representa, possui uma carga de significado e beleza pelas cores, formato e tamanhos.

##RECOMENDA##

Criar representações religiosas que possuem toda essa singularidade, através das imagens que são veneradas por milhares de pessoas, é uma realidade vivenciada por Adriano Alves desde os sete anos de idade. Hoje com 43, a história familiar do artesão se confunde diretamente com a profissão que ele segue, de ‘santeiro’, produzindo imagens de santos católicas e de orixás do candomblé. 

O ensinamento veio do pai, responsável por desde cedo guiar os passos do filho, que aos poucos começou a fazer suas peças. “Meu pai sempre fez tudo. Ele sempre foi o meu grande exemplo para mim porque não tive minha mãe ao lado, que acabou abandonando a família. Com ele, aos poucos aprendi a fazer muita coisa que sei e pratico atualmente”, fala o artesão, satisfeito.

Morador do bairro de Água Fria - Zona Norte da cidade do Recife -, Adriano revela que a família o ajuda e a filha, com oito anos, também já tem interesse pela produção. “Minha família cresceu vendo isso, então é comum eles ajudaram até dentro de casa. Minha filha, por exemplo, auxilia como pode e é sempre muito curiosa, como eu era”, relata.

Independente da crença, Adriano produz em grande escala santos católicos e imagens de orixás. Quando questionado se a sua religiosidade influência em sua produção, ele responde de forma simples, “Eu acredito em Deus e apenas faço!”, confira a seguir a entrevista com o artesão que explica o processo.

Trabalhando também em uma fábrica de produção de imagens religiosas, Arilson Cabral, de 43 anos, se dedica à confecção de Ilú - instrumento utilizado no Candomblé e na Umbanda. Para ele, que já seguiu a religião de Umbanda, construir essas peças tão representativas é um mérito que foi conquistado aos poucos. Segundo Arilson, ele trabalhava em uma ferragem quando foi convidado para a fábrica. “Eu era ferreiro e casualmente o dono na empresa perguntou se eu gostaria de trabalhar com carteira assinada. Com esse convite, não tive dúvida. Mesmo sem nem saber como fazer, tentei e persisti por dois meses e há doze anos estou aqui”, conta o senhor ao LeiaJá.

Cabral fala que respeita todo tipo de doutrina e que o maior prazer de trabalhar produzindo ilús está na satisfação de levar o sustento para casa e manter a família.

Diferente dos dois, a dupla de amigos Francisco Buarque e Pedro Pettrus utiliza a crença espiritual para produzir as próprias peças. Depois de trilharem caminhos distintos, eles se reencontraram e formaram uma parceria que está rendendo uma satisfação que vai além do plano material, através da Oficina de Artes Govinda.

De seguimento distinto à arte, o administrador Francisco, de 47 anos, buscou na arte religiosa o refúgio para encontrar o seu próprio eu, e difundir sua crença através de peças que representam o Santíssimo e obras exotéricas. No terraço de sua casa e no quintal é possível observar e sentir a energia de sua religiosidade.

Em entrevista ao LeiaJa.com, Francisco conta que o que o levou a trabalhar com a arte foi a procura do respeito à mãe natureza, à espiritualidade e a busca da felicidade. Para isso, ele encontrou na Mata do Uchôa, juntamente com o amigo Pettrus, objetos que começaram a ser utilizados na produção de arte.

Segundo o seu sócio Pedro Pettrus, a mata se transformou em um ambiente de comunhão e troca. Os artistas utilizam o bambu da região, mas atuam no reflorestamento do local e interagem com os moradores do Uchôa. O artista Pedro Pettrus, que trabalha com arte há mais de 20 anos, conta que a parceria está conseguindo unir trabalho com a espiritualidade.   

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando