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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou nesta quinta-feira uma visita de uma semana a África, começando pelo Senegal. Ele elogiou a decisão da Suprema Corte de seu país, tomada no dia anterior, a respeito do casamento gay como "uma vitória para a democracia norte-americana", mas entrou em confronto com seu anfitrião senegalês a respeito dos direitos dos homossexuais.

Obama disse que o reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexto nos Estados Unidos deveria cruzar fronteiras e que os direitos igualitários deveriam ser reconhecidos universalmente. Foi a primeira chance do presidente norte-americano de falar sobre a decisão, que foi divulgada quando ele viajava para o Senegal, um dos vários países africanos onde a homossexualidade é considerada crime.

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O presidente senegalês Macky Sall rejeitou o pedido de Obama para que os africanos concedam direitos iguais aos gays perante a lei. "Ainda não estamos prontos para descriminalizar a homossexualidade", disse Sall, ao mesmo tempo em que afirmava que o país é "muito tolerante" e precisa de mais tempo para digerir a questão, sem pressão. "Isso não significa que somos homofóbicos."

Relatório divulgado na segunda-feira pela Anistia Internacional diz que 38 países africanos criminalizam a homossexualidade. Em quatro deles - Mauritânia, norte da Nigéria, sul da Somália e Sudão - a punição é a morte e aparentemente a medida conta com amplo apoio popular.

Levantamento divulgado pelo Centro de Pesquisas Pew em junho mostrou que pelo menos 9 a cada 10 pesquisados no Senegal, Quênia, Gana, Uganda e Nigéria acreditam que a homossexualidade não deve ser aceita pela sociedade.

Sall procurou tranquilizar Obama e disse que os gays não são perseguidos no Senegal. Pela lei senegalesa, "um ato indevido ou não natural com uma pessoa do mesmo sexo" é passível de punição com até cinco anos de prisão.

O foco de Obama no Senegal é nas conquistas do dia a dia da ex-colônia francesa, após meio século de independência. Sall derrubou o antigo presidente, que tentou mudar a constituição para facilitar sua reeleição e abrir caminho para que seu filho o sucedesse. A medida resultou em protestos que levaram à eleição de Sall.

"O Senegal é uma das democracias mais estáveis da África e um dos mais fortes parceiros que temos na região", disse Obama. "O país se move na direção certa, com reformas para aprofundar as instituições democráticas." Fonte: Associated Press.

Em menos de cinco dias, 15 mil pessoas já assinaram um abaixo-assinado pedindo a libertação de dois missionários brasileiros presos no Senegal há mais de quatro meses. José Dilson da Silva e Zenaide Moreira Novaes - que atuam no continente africano em um projeto de auxílio a crianças de rua - foram detidos sob acusação de tráfico de menores e formação de quadrilha.

A prisão temporária foi decretada em novembro do ano passado, após a denúncia do pai de uma das crianças atendidas pelo projeto, que acusou os missionários de acolherem seu filho sem sua autorização. "A criança procurou o abrigo por livre iniciativa, já que o local oferece alimentação e até atendimento médico. Ele não tinha contato com os pais há muito tempo, morava na rua", diz Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio da Paz, que encabeça a petição pública.

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Numa primeira audiência judicial, as acusações de tráfico de menores e formação de quadrilha foram consideradas infundadas. Contra os missionários, no entanto, pesam outras duas denúncia: o projeto não estava legalizado e os missionários não tinham permissão dos pais para atender os menores.

Recentemente, um pedido de habeas corpus foi negado sob a justificativa de que poderiam fugir do país e porque apresentariam ameaça à ordem pública.

No ano passado, uma comissão de congressistas chegou a ir ao Senegal falar com as autoridades locais, mas não teve sucesso.

O Itamaraty afirma que a embaixada brasileira no Senegal realiza o acompanhamento jurídico, mas que não pode intervir na soberania de um outro país, desde que o trâmite legal esteja sendo seguido e não haja desrespeito aos direitos humanos.

Mas a "pressão da população já pode ter começado a ter efeito - a prisão dos missionários foi um dos temas tratados em uma reunião, ontem, do ministro Antônio Patriota com o chanceler de Senegal, Mankeur Ndiaye.

História

Silva faz parte do corpo de missionários enviados ao exterior pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, que mantém 130 agentes em 30 países - 9 no Senegal. Ele trabalha há 22 anos em projetos missionários na África, tendo passado a maior parte deles em Guiné-Bissau. Em 2005, foi para o Senegal com a mulher e os três filhos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pastor José Dilson da Silva, da Igreja Presbiteriana Betânia, e a missionária Zeneide Moreira Novaes estão presos em Mbour, no Senegal, desde o dia 6 de novembro. Líderes do projeto Obadias, voltado à assistência e ao acolhimento de crianças de rua, os dois, segundo o Itamaraty, foram denunciados por formação de quadrilha, aliciamento e tráfico de menores.

Segundo o pastor Josué Oliveira, da Igreja Presbiteriana em Niterói, as duas instituições em que os missionários atuam, uma na cidade de Dacar e outra em Mbour, oferecem abrigo a talibés - crianças que acabam nas ruas após fugirem de internatos controlados pelos marabus, líderes muçulmanos e professores de Corão.

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A prisão temporária dos dois foi decretada após a denúncia do pai de uma das crianças atendidas pelo projeto. O homem teria acusado os missionários de maus-tratos e de acolherem seu filho sem que ele tenha autorizado. Após a denúncia, a polícia realizou uma operação de busca e apreensão e, após interrogados, Silva e Zeneide foram presos. Eles estão na prisão de Thiès, capital da região homônima.

O Itamaraty afirma que um advogado teria sido contratado pelos missionários para obter autorização judicial para a guarda de novas crianças. Mais tarde descobriu-se, no entanto, que o profissional era apenas um funcionário da firma de advocacia - sem registro como advogado. Isso invalidou o processo e deixou as instituições irregulares.

Silva faz parte do corpo de missionários enviados ao exterior pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, que mantém 130 missionários em 30 países - 9 no Senegal. Ele trabalha há 22 anos em projetos missionários na África, tendo passado a maior parte deles em Guiné-Bissau. Em 2005, foi para o Senegal com a mulher e os três filhos.

O porta-voz da instituição, reverendo Marcos Agripino, nega os crimes e diz que só houve uma denúncia, mas não uma acusação formal da Justiça. A prisão, diz, deu-se por causa de uma especificidade do sistema senegalês, que prevê a prisão do acusado enquanto a investigação é conduzida. "Quando Silva se apresentou à delegacia, ficou retido. Não teve tempo de apresentar sua defesa. Mas temos todo o apoio do governo brasileiro para que se resolva rápido e para que haja a preservação da integridade física de ambos."

Segundo Agripino, que deve ir para o Senegal na próxima semana, as crianças procuram voluntariamente a instituição. "O projeto é um trabalho social e educacional que oferece alimentação, cursos profissionalizantes e atendimento médico. São esses meninos moradores de rua que procuram a equipe."

Uma comissão formada por um senador e dois deputados da bancada evangélica - Magno Malta (PR-ES), Ronaldo Fonseca (PR-DF) e Paulo Freire da Costa (PR-SP) - foi também criada para tentar resolver a situação.

Em discurso nesta quarta-feira no Senado, Malta disse estar acompanhando o caso a pedido da comunidade evangélica e informou que se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e com o embaixador do Senegal no Brasil, El Hadji Abdoul Aziz Ndiaye, para encontrar uma solução. Na próxima terça-feira, Malta irá ao Senegal conversar com o ministro da Justiça, o delegado que recebeu a denúncia e a comissão de direitos humanos do país. Também visitará os missionários na prisão.

Silva é diabético e não pode se alimentar da refeição oferecida no presídio. Para que sua saúde não seja prejudicada, sua mulher, Marli, foi autorizada a lhe levar uma marmita todos os dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acabou em confusão o jogo entre Costa do Marfim e Senegal, neste sábado (13), em Dacar, confronto que definiria a classificação de um deles para a Copa Africana de Nações do ano que vem. Quando a partida já se encaminhava para o seu fim, com o time de Didier Drogba classificado, a torcida anfitriã fez de tudo até conseguir suspender o jogo.

Na partida de ida, no mês passado, a Costa do Marfim venceu por 4 a 2 e chegou ao confronto decisivo em vantagem. Com dois gols polêmicos de Drogba (um de falta, outro de pênalti), os marfinenses venciam por 2 a 0 neste sábado quando o jogo foi paralisado.

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Logo após Drogba fazer o segundo gol dele, aos 31 minutos do segundo tempo, um torcedor invadiu o campo e tentou acertá-lo. Paralelamente, começaram a surgir os primeiros focos de incêndio, que começaram a aparecer em diversos cantos das arquibancadas, provocados de forma proposital pela torcida de Senegal.

Em seguida, os senegaleses passaram a ameaçar os torcedores da Costa do Marfim, que ficaram encurralados. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para controlar a situação. Os torcedores visitantes, depois, foram levados até o centro do gramado, junto com os jogadores dos dois times, onde receberam proteção da polícia.

Jogadores e torcedores deixaram o gramado em carros da polícia, que evitou que uma tragédia acontecesse no Leopold Sedar Senghor Stadium. Depois de 45 minutos de confusão, a partida foi suspensa. O resultado deverá ser mantido, confirmando a classificação da Costa do Marfim para a competição que será jogada entre janeiro e fevereiro na África do Sul.

Outros jogos

Neste sábado também foram definidos outros cinco participantes da Copa Africana de 2013. A Zâmbia eliminou Uganda nos pênalti. Gana venceu Malavi fora de casa e também se classificou. A Tunísia segurou um empate sem gols com Serra Leoa e carimbou o passaporte porque empatou com gols como visitante. Mais fácil foram as classificações de Mali e Nigéria, que golearam Botsuana e Libéria, respectivamente.

Os outros nove times da Copa Africana serão definidos neste domingo. Egito, Camarões, Marrocos, Argélia e Togo estão entre os times que entrarão em campo. A África do Sul, dona da casa, está previamente classificada.

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O Senegal já foi referência na indústria cinematográfica africana, com diretores reconhecidos internacionalmente, como Ousmane Sembene e Djibril Diop Mambety. Mas após anos de declínio constante, os cineastas afirmam que agora o futuro é incerto e falta apoio do governo.

Buscando salvar a indústria cinematográfica do país, que corre o risco de ser extinta, reduzida a uma sombra do que já foi, cineastas locais se reúnem do lado de fora do cinema abandonado Liberté, em Dakar, capital do Senegal.

 

A tropa de choque da polícia senegalesa atirou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra manifestantes depois das orações de domingo numa mesquita em Dacar, numa retomada da violência uma semana antes das eleições presidenciais no Senado.

Trabalhadores dos serviços de resgate socorreram um homem que estava inconsciente depois de ter sido atingido por uma bala de borracha. Nos últimos dias tem havido choques entre a polícia e os manifestantes que tentam desafiar a proibição de fazer protestos contra o plano do presidente Abdoulaye Wade de tentar se reeleger para um terceiro mandato na presidência do país.

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Os confrontos de hoje aconteceram na frente de uma mesquita, a qual os manifestantes disseram ter sido "profanada" quando foi atingida por granadas de gás lacrimogêneo atiradas pelos policiais na sexta-feira.

Apesar de já ter ficado no poder por dois mandatos, um limite que ele próprio introduziu, Wade, de 85 anos, disse que mudanças adicionais à Constituição senegalesa em 2008 permitem que ele possa servir mais de dois mandatos, dando a ele mais tempo para terminar seus "grandes projetos".

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