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O deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) subiu o tom das críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e disse que Lula foi o maior presidente da história do Brasil, durante discurso proferido nesta quinta (30), na cidade de Betânia, no interior de Pernambuco. Na ocasião, o parlamentar dividia palanque com o governador Paulo Câmara (PSB-PE), que viaja por cidades do sertão do Moxotó e Itaparica com o intuito de anunciar investimentos em diversas áreas, ligados ao Plano de Retomada.

"Não tenho dúvidas. Onde Paulo Câmara estiver, estará ao lado de Lula, próximo presidente da República. Lula foi o maior presidente do Brasil”, afirmou Silvinho.

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A nova postura do parlamentar parece sinalizar o rompimento definitivo com a base do governo Bolsonaro. A mudança de apoio também pode estar relacionada aos planos de Costa Filho de concorrer a uma vaga no Senado, pela qual tem como concorrente direto o também deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que quer dar seguimento ao pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista não tem conseguido esconder sua revolta com a atuação do procurador, que pediu sua prisão ao Supremo Tribunal Federal.

Na noite dessa quarta-feira, 15, Renan participou de festa junina na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-MS). Antes disso, entretanto, se reuniu com Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM) na casa do ex-presidente José Sarney em Brasília. Os peemedebistas tiveram que acalmar Renan, que mostrou-se decidido a aceitar o impeachment de Janot.

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Ele relembrou aos colegas de partido que existem ainda cinco pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República a serem analisados pelo Senado e que pretende buscar, em algum deles, os argumentos necessários para acolher a denúncia.

Segundo os senadores, Renan está irritado com as decisões do procurador-geral. O desconforto ficou claro durante a festa junina de Kátia, quando Renan trouxe para as rodas de conversa, por diversas vezes, o nome de Janot.

O presidente do Senado abordou diferentes convidados mostrando em seu celular uma reportagem sobre o procurador-geral. No título, Janot afirmava que a manutenção de sigilo da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado geraria crise entre os Poderes.

Renan argumentou com os senadores que, dessa forma, Janot estava "estimulando vazamentos" e que isso era uma "irresponsabilidade". O presidente do Senado foi alvo de um dos vazamentos da delação de Machado e apareceu em um diálogo chamando Janot de "mau-caráter".

O presidente do Senado cogita ainda que Janot tenha orientado as gravações feitas por Sérgio Machado. "São conversas totalmente induzidas, é uma delação orientada. Como pode grampear um senador com foro? Só com autorização judicial", disse Renan aos convidados, na festa.

De acordo com Renan, a delação de Machado não possui "materialidade" e, para trazer essa característica para a colaboração premiada, o delator teria sido orientado a fazer gravações com o político. Ele fez um paralelo com o caso Delcídio Amaral e afirmou que, ao negociar acordo de delação, o ex-senador teria se comprometido a voltar ao Senado e fazer gravações com colegas para fortalecer o depoimento.

Confraternização

Muitos senadores marcaram presença na festa junina oferecida por Kátia Abreu (PMDB-MS). Inicialmente divididos em duas mesas, uma do governo e outra da oposição, os parlamentares se reuniram em um só grupo com a chegada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Renan chegou mais tarde, acompanhado de Eunício Oliveira e Eduardo Braga e conseguiu acomodar todos ao seu redor. Apesar de o assunto ser majoritariamente político, a conversa seguiu descontraída. Regado a uísque e entre uma reclamação e outra contra Rodrigo Janot, o presidente do Senado conduziu a conversa com brincadeiras e vários casos.

Ele explicou, por exemplo, porque não quis autorizar o pagamento de passagem e hospedagem para a autora do processo de impeachment, Janaína Paschoal, participar das reuniões da comissão. "Com todo respeito, ela é muito chata!", justificou, aos risos, para os colegas. Segundo ele, a jurista poderia poupar o Senado dessa despesa, já que recebe altos honorários "pagos pelo PSDB", brincou.

O petista Lindbergh Farias (RJ) zombou dos apelidos da tropa de choque de Dilma na comissão do impeachment. "Gravamos um vídeo juntos e alguém comentou dizendo que eu era o petralha, a Vanessa Grazziotin seria a Penélope Charmosa; a Gleisi Hoffmann era a Narizinho e a Fátima Bezerra, a Maria Bonita", contou, arrancando risos da mesa.

Muitas piadas também foram feitas com o senador Zezé Perrella (PTB-MG), que não estava presente. Os demais disseram que o colega tem fama de organizar boas festas, sempre com a presença de moças mais jovens.

Alguns deputados também participaram da festa junina de Kátia, mas longe da mesa dos senadores. André Fufuca (PP-MA) passou para cumprimentar os demais, enquanto Tiririca (PR-SP) chegou a cantar uma música com o sanfoneiro.

A festa na casa de Kátia foi uma homenagem ao ex-senador do Democratas José Jorge, que também é ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU). Com bom trânsito partidário, Jorge realizava todos os anos uma festa junina em Brasília, prestigiada por diferentes nomes da República. Katia presenteou o convidado e anunciou que gostaria de manter a tradição.

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