Tópicos | procurador-geral da República

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que as provas sobre as supostas irregularidades cometidas por autoridades na condução da pandemia da Covid-19 ainda não foram entregues pelos senadores que integraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

##RECOMENDA##

A afirmação foi feita durante entrevista à CNN, na noite desta última terça-feira (15). Aras revelou que a PGR recebeu um HD com 10 terabytes de "informações desconexas e desorganizadas". Ele destaca que isso fez com que a procuradoria-geral da República procurasse o Supremo Tribunal Federal. "Em 10 petições que foram distribuídas a seis ministros do Supremo, buscamos manter a validade da prova para evitar que nulidades processuais venham importar em impunidades, como aconteceu recentemente em vários processos", destacou Augusto Aras.

O PGR salientou na entrevista que o senador Randolfe Rodrigues (Rede) e demais senadores que integraram a CPI da Covid-19 se comprometeram há oito dias, junto ao vice-procurador-geral da República a entregar todas as provas. "Hoje (15 de fevereiro) é o oitavo dia. Eu espero que até sexta-feira (18), o senador Randolfe e seus eminentes pares entreguem essa prova para que o supremo possa preservar a cadeia de custódia, a validade das provas e que não tenhamos nulidades e impunidades no futuro próximo", pontuou.

Nesta quarta-feira (16), o senador Randolfe Rodrigues disse por meio do seu Twitter que Augusto Aras escolheu mentir na entrevista ao invés de trabalhar.

"Não está previsto na CF (Constituição Federal) o princípio da Inércia Ministerial. Se o Sr. PGR não atuar em defesa do interesse público, procuraremos outros meios para que ele pegue no trabalho! Escolher mentir em uma entrevista ao invés de trabalhar? Não é o que se espera de um PGR", assevera.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) considerou nesta quarta-feira (9) que cabe ao procurador-geral da República decidir sobre a prorrogação dos trabalhos das forças-tarefa do MP.

A manifestação do conselheiro Otávio Luiz Rodrigues Jr. referenda a decisão de Augusto Aras, atual chefe do Ministério Público Federal (MPF), que, nesta quarta-feira, 9, ampliou o prazo de funcionamento do grupo de trabalho da Lava Jato em Curitiba por mais quatro meses, até 31 de janeiro de 2020.

##RECOMENDA##

Na semana passada, uma liminar da subprocuradora Maria Caetana Cintra Santos, do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), havia autorizado a prorrogação por 1 ano, nos termos solicitados pela força-tarefa do Paraná.

Diante da decisão, Aras acionou o Conselho Nacional do Ministério Público alegando usurpação de competência, argumento avalizado por Rodrigues.

"A atribuição para definir tema relativo à "prorrogação da força tarefa de procuradores do Ministério Público Federal na operação Lava Jato no Paraná" integra a órbita decisória legalmente circunscrita ao PGR. Dessa forma, a decisão baixada por conselheira do CSMPF contém vício quanto à competência do ato", escreveu o conselheiro.

Embora tenha apontado que a decisão sobre a prorrogação é de 'competência privativa do PGR', Rodrigues arquivou o pedido de Aras para impugnar a liminar do CSMP sob argumento de que não cabe ao Conselho Nacional da instituição 'controlar administrativamente um ato que não possui eficácia por simplesmente não existir juridicamente'.

"Não se trata de um mero problema de competência da autoridade que o editou, algo que está patente, mas de uma ausência de elementos suficientes para sua formação e consequente produção de efeitos", escreveu. "Outro efeito colateral do exame do PCA está em que, a partir de agora, de modo indireto, se criaria uma competência inexistente do CSMPF, que poderia, em outras circunstâncias, a depender da vontade dos integrantes do CNMP, servir como instrumento de suplantação da competência do PGR. Dito de outro modo, amanhã seria possível que o CSMPF editasse ato de competência do PGR e, por meio de um PCA, o CNMP dissesse que o ato era válido".

Apesar da manifestação, tanto os conselheiros favoráveis à prorrogação por 1 ano como o procurador-geral esperam que o Conselho Superior regulamente os modelos de trabalho até janeiro.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma investigação para apurar e punir as invasões a hospitais e outras unidades de saúde por políticos e militantes promovendo desordem, ameaças e danos ao patrimônio durante a pandemia de Covid-19. A informação é da revista Veja. 

“Conforme amplamente divulgado nos meios de comunicação em massa, nos últimos dias, têm ocorrido, em variados locais do país, episódios de ameaças e agressões a profissionais de saúde que atuam no combate à epidemia do vírus Covid-19, além de danos ao patrimônio público. Nesse sentido, chegou ao conhecimento deste signatário o conteúdo de gravação audiovisual de evento supostamente ocorrido na última terça-feira (dia 09 de junho de 2020), em que um indivíduo ofende profissional de saúde em frente ao Hospital Regional de Ceilândia, causando perturbação ao funcionamento da mencionada unidade”, escreveu o PGR.

##RECOMENDA##

Apesar de as invasões terem começado após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ter estimulado sua realização em uma live nas redes sociais, ele não será investigado pois, na opinião de Aras, Bolsonaro não cometeu crime. “Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”, disse o presidente durante a transmissão.

Aras justifica a não inclusão de Bolsonaro na investigação alegando que a ação ilegal está no ato de invadir as unidades de saúde, e que vai autuar até mesmo as pessoas que causaram desordem em hospitais e têm foro privilegiado. A atitude do presidente, no entanto, gerou intensas reações dentro e fora do espectro político. 

Os nove governadores que integram o Consórcio Nordeste publicaram uma carta na sexta-feira (12) rebatendo o pedido de invasões feito por Bolsonaro em suas tradicionais lives de quinta-feira. O documento dizia que o “mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando as orientações científicas, bem como a estimular agressões contra jornalistas e veículos de comunicação, violando a liberdade de imprensa garantida na Constituição”. 

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) chamou a incitação à invasão de “descabida” e neste domingo (14) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, deu uma declaração contrariando a postura de Augusto Aras ao afirmar que estimular a invasão a hospitais é, sim, crime. 

“Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, declarou o ministro da suprema corte.   

LeiaJá também

--> Bolsonaro sugere 'invasão' de hospitais e é criticado

--> RJ: Grupo vandaliza ala de pacientes da Covid-19 

--> Amoêdo critica Bolsonaro: “não invadam hospital”

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou nesta terça-feira (19) parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o repasse de informações financeiras entre órgãos de fiscalização sem autorização judicial.

O caso sobre o trabalho de apuração em torno de movimentações suspeitas voltou à tona porque o STF vai julgar na quarta-feira (20) se mantém a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli que, em julho, suspendeu as investigações de processos baseados em dados fiscais repassados pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF), do Banco Central. A Corte vai decidir se há limite para compartilhamento de dados fiscais.

##RECOMENDA##

Segundo o procurador, a Receita Federal, o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) podem compartilhar informações com o Ministério Público Federal (MPF) para embasar investigações criminais sobre lavagem de dinheiro e corrupção. Na opinião de Aras, o compartilhamento não compromete a privacidade e confidencialidade do sigilo dos dados.

"Caso o Coaf [UIF] apenas possa fornecer diretamente ao MP informações genéricas, isso obrigará essa instituição, a fim de ter acesso aos dados detalhados, a requerer em juízo a quebra de sigilo de pessoas que, por vezes, não praticaram qualquer conduta suspeita ou indicativa de lavagem de dinheiro", afirmou.

Na manifestação, Aras também disse que eventual decisão do Supremo sobre a impossibilidade do compartilhamento poderá ter consequências contra o país no exterior.

"Elas [consequências] passam pela inclusão do Brasil em listas de países com deficiências estratégicas (de alto risco ou sob monitoramento), pela aplicação de contramedidas impostas pelo sistema financeiro dos demais países, podendo chegar até a sua exclusão do Gafi [Grupo de Ação Financeira Internacional] , do G-20 , do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial", completou.

A decisão de Toffoli foi tomada em um processo que tramita na Corte desde 2017, no qual se discute a legalidade do compartilhamento de informações fiscais sem autorização judicial. A medida suspendeu todas as investigações no país baseadas em dados fiscais repassados sem autorização.

O Ministério Público Federal (MPF) estima que a decisão de Toffoli tenha paralisado, até o momento, mais de 970 investigações em todo o país.

 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, participou nesta quinta-feira (3) pela primeira vez de sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) como representante do Ministério Público Federal (MPF). No discurso de boas-vindas, Aras disse que o Ministério Público é o guardião das leis e não serve a governos, pessoas ou grupos ideológicos.

"Cumpre-me dizer que este procurador-geral da República tem compromisso com a defesa da ordem jurídica do regime democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis", afirmou Aras.

##RECOMENDA##

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, falou em nome da Corte. Toffoli fez um discurso destacando a importância do MP no combate à corrupção e no fortalecimento da democracia e afirmou que as instituições devem ser autônomas em relação a conduta individual das pessoas. Para o ministro, "condutas individuais desviantes" não podem macular a dignidade das instituições. 

"A frente do Conselho Nacional do Ministério Público, que Vossa Excelência também assume na condição de procurador-geral da República, tenho certeza que saberá corrigir desvios e excessos", disse o presidente.

Nascido em Salvador em 1958, Aras é mestre em direito econômico pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor em direito constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ele ingressou no Ministério Público em 1987. O procurador foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro e teve nome aprovado pelo Senado.

 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que retire o sigilo de grande parte dos 950 depoimentos de colaboradores da Odebrecht, nos quais eles citam o envolvimento de dezenas de políticos, “considerando a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público”, informou em nota a PGR. 

Na tarde de hoje, Janot enviou ao STF 320 pedidos ligados à Operação Lava Jato, dos quais 83 são solicitações de autorização para a abertura de inquéritos contra políticos no exercício de seus cargos. Todos são suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

##RECOMENDA##

Outras 211 solicitações foram feitas para que inquéritos contra pessoas sem foro no STF sejam remetidos a instâncias inferiores. Foram feitos também sete pedidos de arquivamento das investigações contra suspeitos.

A lista oficial com os nomes dos alvos dos pedidos de inquérito só será conhecida a partir do momento em que Fachin conceder a retirada do segredo de Justiça, o que, segundo a área técnica da Corte, não vai ocorrer antes da próxima segunda-feira (20), diante do grande volume de material a ser processado. Não há prazo para que o relator da Lava Jato no STF analise os pedidos nem retire os sigilos.

Os pedidos são baseados nas delações premiadas de 77 funcionários e ex-executivos da empreiteira Odebrecht, que foram homologados – isto é, tornados juridicamente válidos – pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, em 30 de janeiro.

Os 950 depoimento somam, segundo a Procuradoria-Geral da República, 500 gigabytes de vídeos e não é possível estimar quanto isso equivale em horas, pois esse cálculo depende da resolução das filmagens. As oitivas foram realizadas em apenas uma semana por 114 procuradores da República, em 34 unidades do Ministério Público Federal nas cinco regiões do país.

Próximos passos

As 10 caixas enviadas pela PGR com os documentos chegaram ao STF às 17h desta terça-feira e foram encaminhadas a uma sala-cofre da Secretaria Judiciária, onde serão autuadas, processo que levará ao menos até a próxima sexta-feira (17) e pelo qual cada pedido de Janot receberá um número e passará a constar no sistema do tribunal.

O corpo técnico do STF também trabalha para concluir a transferência para Fachin dos processos que ainda restam em nome do falecido ministro Teori Zavascki, que era o relator anterior da Lava Jato, até morrer na queda de um avião em janeiro. Isso pode retardar ainda mais a divulgação dos nomes dos políticos alvo dos pedidos de inquérito. 

Somente após esta etapa de autuação, os 320 pedidos de Janot começarão a ser analisados por Fachin, inclusive no que diz respeito à retirada dos sigilos.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que quer dar seguimento ao pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista não tem conseguido esconder sua revolta com a atuação do procurador, que pediu sua prisão ao Supremo Tribunal Federal.

Na noite dessa quarta-feira, 15, Renan participou de festa junina na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-MS). Antes disso, entretanto, se reuniu com Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM) na casa do ex-presidente José Sarney em Brasília. Os peemedebistas tiveram que acalmar Renan, que mostrou-se decidido a aceitar o impeachment de Janot.

##RECOMENDA##

Ele relembrou aos colegas de partido que existem ainda cinco pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República a serem analisados pelo Senado e que pretende buscar, em algum deles, os argumentos necessários para acolher a denúncia.

Segundo os senadores, Renan está irritado com as decisões do procurador-geral. O desconforto ficou claro durante a festa junina de Kátia, quando Renan trouxe para as rodas de conversa, por diversas vezes, o nome de Janot.

O presidente do Senado abordou diferentes convidados mostrando em seu celular uma reportagem sobre o procurador-geral. No título, Janot afirmava que a manutenção de sigilo da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado geraria crise entre os Poderes.

Renan argumentou com os senadores que, dessa forma, Janot estava "estimulando vazamentos" e que isso era uma "irresponsabilidade". O presidente do Senado foi alvo de um dos vazamentos da delação de Machado e apareceu em um diálogo chamando Janot de "mau-caráter".

O presidente do Senado cogita ainda que Janot tenha orientado as gravações feitas por Sérgio Machado. "São conversas totalmente induzidas, é uma delação orientada. Como pode grampear um senador com foro? Só com autorização judicial", disse Renan aos convidados, na festa.

De acordo com Renan, a delação de Machado não possui "materialidade" e, para trazer essa característica para a colaboração premiada, o delator teria sido orientado a fazer gravações com o político. Ele fez um paralelo com o caso Delcídio Amaral e afirmou que, ao negociar acordo de delação, o ex-senador teria se comprometido a voltar ao Senado e fazer gravações com colegas para fortalecer o depoimento.

Confraternização

Muitos senadores marcaram presença na festa junina oferecida por Kátia Abreu (PMDB-MS). Inicialmente divididos em duas mesas, uma do governo e outra da oposição, os parlamentares se reuniram em um só grupo com a chegada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Renan chegou mais tarde, acompanhado de Eunício Oliveira e Eduardo Braga e conseguiu acomodar todos ao seu redor. Apesar de o assunto ser majoritariamente político, a conversa seguiu descontraída. Regado a uísque e entre uma reclamação e outra contra Rodrigo Janot, o presidente do Senado conduziu a conversa com brincadeiras e vários casos.

Ele explicou, por exemplo, porque não quis autorizar o pagamento de passagem e hospedagem para a autora do processo de impeachment, Janaína Paschoal, participar das reuniões da comissão. "Com todo respeito, ela é muito chata!", justificou, aos risos, para os colegas. Segundo ele, a jurista poderia poupar o Senado dessa despesa, já que recebe altos honorários "pagos pelo PSDB", brincou.

O petista Lindbergh Farias (RJ) zombou dos apelidos da tropa de choque de Dilma na comissão do impeachment. "Gravamos um vídeo juntos e alguém comentou dizendo que eu era o petralha, a Vanessa Grazziotin seria a Penélope Charmosa; a Gleisi Hoffmann era a Narizinho e a Fátima Bezerra, a Maria Bonita", contou, arrancando risos da mesa.

Muitas piadas também foram feitas com o senador Zezé Perrella (PTB-MG), que não estava presente. Os demais disseram que o colega tem fama de organizar boas festas, sempre com a presença de moças mais jovens.

Alguns deputados também participaram da festa junina de Kátia, mas longe da mesa dos senadores. André Fufuca (PP-MA) passou para cumprimentar os demais, enquanto Tiririca (PR-SP) chegou a cantar uma música com o sanfoneiro.

A festa na casa de Kátia foi uma homenagem ao ex-senador do Democratas José Jorge, que também é ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU). Com bom trânsito partidário, Jorge realizava todos os anos uma festa junina em Brasília, prestigiada por diferentes nomes da República. Katia presenteou o convidado e anunciou que gostaria de manter a tradição.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) criticou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tenha pedido sua prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, o senador disse "lamentar" que ocorra "vazamento seletivo" de informações. "Venho sendo acusado e agredido e não tenho o conhecimento do material a que tenho direito de ter acesso para me defender. Lamento esse tipo de vazamento seletivo que expõe as pessoas sem nenhum tipo de contraditório", escreveu Jucá.

A informação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria pedido a prisão de Jucá foi divulgada nesta terça-feira, 7, pelo jornal O Globo e confirmada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

##RECOMENDA##

O senador considerou o pedido de prisão "absurdo" e afirmou que já se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sobre os diálogos entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Jucá disse que foi "vítima" da gravação de Machado, mas que pediu afastamento do Ministério do Planejamento no mesmo dia e solicitou à PGR a cópia da delação de Machado para que pudesse se defender. O senador critica o fato de não ter tido acesso aos documentos.

O senador alega ainda que não atuou em nenhum momento no sentido de confundir as investigações, em referência às atividades da Operação Lava Jato. Ele informou que, diferentemente do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele defende que investigados presos possam fazer delação premiada e também defende a prisão com julgamento em segunda instância, caso a Justiça entenda que seja necessária.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ironizou nesta quinta-feira (19) a declaração do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que voltará a frequenta a Casa a  partir da próxima semana. Ao deixar o Supremo Tribunal Federal (STF), Janot foi perguntado sobre as declarações do peemedebista e limitou-se a dizer: “isso é um problema dele”.

Afastado do mandato, consequentemente do cargo de presidente da Câmara há duas semanas, por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, Cunha voltou hoje à Casa para prestar depoimento ao Conselho de Ética no processo que pode resultar na cassação do seu mandato.

##RECOMENDA##

Após falar ao conselho, Cunha disse que voltará à Casa a partir de segunda-feira (23). “Estou suspenso do exercício do mandato e não de frequentar a Câmara. Vou frequentar meu gabinete pessoal e estarei aqui presente, não mais hoje, mas a partir de segunda-feira”, afirmou o deputado.

Segundo Eduardo Cunha, quem quiser falar com ele a partir da próxima semana poderá passar no gabinete 510, no anexo 4 da Câmara.

O procurador-geral da República não respondeu se a eventual volta de Cunha à Câmara representa um desrespeito à decisão do STF.

Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta segunda-feira, 9, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia que é possível existir impeachment de vice-presidente da República, mas defende que o plenário da Corte derrube a liminar que determinou a abertura do processo de impedimento contra Michel Temer.

Para Janot, a liminar extrapolou o pedido que chegou ao Tribunal. Além disso, o procurador-geral aponta na peça diferença entre a situação da presidente Dilma Rousseff e a situação de Temer com relação à edição de decretos que autorizaram a abertura de crédito suplementar - acusação que embasa o pedido de impeachment contra o peemedebista.

##RECOMENDA##

A manifestação foi enviada ao gabinete do ministro Marco Aurélio Mello, responsável pela decisão liminar que determinou há cerca de um mês que a Câmara desse prosseguimento à denúncia contra Temer. O ministro decidiu, na ocasião, que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - hoje afastado do cargo -, deveria aceitar o pedido de impeachment contra o vice-presidente e determinar a instalação de uma comissão especial para analisar o caso. A decisão não foi levada adiante por Cunha até o seu afastamento.

Pelo entendimento de Janot, a decisão de Marco Aurélio extrapolou o pedido feito ao STF. O caso sobre o impeachment de Temer foi levado ao Tribunal pelo advogado mineiro Mariel Márley Marra, autor do pedido de impeachment contra o vice, inicialmente arquivado por Cunha. Segundo o procurador-geral da República, o pedido liminar feito por Marra era para suspender o andamento do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em razão de suposta conexão com o caso de Temer até que o Supremo analisasse o mérito da questão. O advogado não pediu a continuidade do impeachment contra Temer de forma liminar, diz Janot na peça.

"Dado o exposto, com a devida vênia, entende a Procuradoria-Geral da República inadequada a liminar deferida, porque ao Judiciário não é dado conceder liminarmente pedido que não apenas não foi formulado como também é mais extenso em seu alcance do que o pedido principal. Assim, deve ser cassada pelo Plenário da Corte", escreveu o procurador-geral da República na peça.

Decretos

No pedido de impeachment, Marra argumenta que o vice-presidente da República cometeu crime de responsabilidade e atentado contra a lei orçamentária ao assinar, como interino da presidente Dilma, quatro decretos - entre maio e julho de 2015 - que autorizavam a abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional e em desacordo com a meta fiscal vigente. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O advogado argumentou que a situação de Temer era "idêntica" à da presidente Dilma Rousseff. O impeachment da petista é fundamentado nas chamadas pedaladas fiscais - atraso nos repasses de recursos do Tesouro aos bancos públicos - e também na edição de decretos que autorizaram a abertura de crédito suplementar em suposto desacordo com a Lei Orçamentária Anual.

No parecer ao STF, Janot analisa a "simetria" entre a decisão de Cunha que determinou a abertura do impeachment de Dilma e a deliberação sobre o arquivamento da denúncia contra Temer. Segundo o procurador-geral, Cunha adotou "os mesmos critérios" para ambos, mas obteve resultado diferente em razão das datas dos decretos.

O procurador aponta que, diferentemente do caso de Temer, os decretos assinados por Dilma são posteriores ao envio pelo Executivo do projeto de lei que propõe a alteração da meta fiscal. Para Janot, o PLN 05, de 2015, é um reconhecimento de que o governo não conseguiria cumprir a meta inicialmente prevista. Até a revisão da meta, a "conduta prudente", no entendimento de Janot, é "não comprometer o desempenho com a abertura de novos créditos suplementares".

"Do ponto de vista jurídico, o momento em que o Executivo documenta e propõe ao Legislativo o reposicionamento da meta torna incontroversa a situação de comprometimento, sendo prudencial que cesse a abertura de créditos suplementares com base em dispositivos do art. 4º da LOA 2015 até a readequação da meta", escreveu.

Possível

Ele admite, no entanto, a possibilidade de um vice-presidente da República sofrer processo de impeachment e usa publicação do próprio Michel Temer, como professor de Direito Constitucional, para embasar o entendimento. "A Constituição Federal prevê expressamente as autoridades em relação às quais a magnitude da função política acarreta a responsabilização política por prática de crime de responsabilidade. Dentre aquelas autoridades, o vice-presidente da República", escreveu Janot.

A decisão de Marco Aurélio deve passar por análise do plenário do STF a partir de agora. Não há data prevista, até o momento, para o julgamento.

Apesar da determinação do ministro ter sido feita há mais de um mês, o efeito político ainda não foi visto no Congresso Nacional. Isso porque boa parte dos partidos não fez as indicações dos membros que deveriam compor a comissão especial de impeachment contra Temer. No caso de Dilma, as sugestões para a composição do colegiado foram feitas em menos de um dia.

Em denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações dos governos Lula e Dilma) e o empresário Ernesto Kugler devolvam R$ 2 milhões aos cofres públicos por envolvimento no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.

De acordo com Janot, R$ 1 milhão do valor a ser devolvido refere-se à multa por danos materiais ao erário; a outra metade deve suprir os danos morais, já que, conforme escreve o procurador-geral da República, "os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos, sendo dificilmente quantificados".

##RECOMENDA##

Gleisi, Paulo Bernardo e Kugler são acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os termos da denúncia relacionam o trio a um esquema que desviou R$ 1 milhão do caixa da Petrobras para financiar a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O valor foi requisitado por Bernardo ao ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e os pagamentos foram feitos com ajuda de Kugler.

Segundo Janot, o valor solicitado por Paulo Bernardo foi uma barganha para que tanto a senadora quanto o ex-ministro, nomes importantes nos quadros do PT, apoiassem a manutenção de Paulo Roberto Costa à frente da diretoria da empresa. O procurador-geral da República sustenta também que o ex-ministro das Comunicações agia como um "verdadeiro operador de sua esposa", valendo-se da importância do ministério que ele ocupava.

Delações confirmadas

 

A abertura do inquérito contra o trio tem como base a colaboração premiada do próprio Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava Jato. Em seguida, as informações que ele ofereceu contra Gleisi, o marido e o empresário no acordo com o Ministério Público Federal foram sustentadas pelo doleiro Alberto Youssef, que afirmou ter realizado os pagamentos à campanha da petista.

A denúncia de Janot ao Supremo só ganhou forma, no entanto, após o depoimento prestado em acordo de delação premiada do advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin. Embora Gleisi, Paulo Bernardo e Kugler negassem todas as acusações contra eles, Pieruccin, que trabalhava como entregador de Youssef, confirmou ter feito repasses para a campanha da senadora diretamente a Kugler. O advogado afirma que usava uma caixa lacrada com uma etiqueta onde se lia "P.B./Gleisi".

A quebra do sigilo telefônico dos investigados sustentou o teor das delações premiadas. Embora negassem contato, Kugler fez 116 ligações para o PT em um período de quatro meses no período das eleições e outras 29 para o número do responsável pela administração financeira da campanha de Gleisi. Há também provas de telefonemas feitos diretamente para a senadora.

A análise da denúncia de Janot deverá ser feita pelo ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte. Se o ministro considerar haver elementos suficientes contra os acusados, a senadora, o ex-ministro e o empresário amigo do casal passarão de investigados a réus. Se condenada, Gleisi perderá seu mandato no Senado.

Responsáveis pelas defesas de Gleisi e Paulo Bernardo, os advogados Rodrigo Mudrovitsch e Verônica Sterman, rebateram no último sábado, 7, a denúncia oferecida por Janot ao STF. Em nota, a dupla diz ter recebido com "inconformismo" a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal. No caso de Paulo Bernardo, os advogados afirmam que a acusação criminal se baseia em "declarações contraditórias e inverossímeis". A defesa de Kugler não foi localizada.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) define hoje (5) a lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República. A entidade recebeu quatro candidaturas que vão disputar a vaga de Rodrigo Janot, atual procurador e candidato à recondução. Caberá à presidente Dilma Rousseff escolher um dos três mais votados para ocupar o cargo. Dilma não é obrigada a escolher o mais votado.

A votação está prevista para começar às 10h em todas as unidades do Ministério Público Federal (MPF) no país. A apuração será feita por meio de um sistema eletrônico interno. O resultado deve ser divulgado por volta das 19h. Além de Janot, concorrem ao cargo os subprocuradores Carlos Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge.

##RECOMENDA##

O mandato de Janot acaba dia 17 de setembro, mas ele pode ser reconduzido pela presidenta Dilma Rousseff por mais dois anos. Mesmo com essa possibilidade, a eleição interna entre 1,2 mil membros da Procuradoria-Geral da República tem de ser feita para a formação da lista. A apresentação da relação não é obrigatória, mas é feita pela associação de procuradores desde 2001. A entidade considera essa maneira a mais democrática de indicar seu representante.

Nos debates dos quais participou, Janot garantiu que vai continuar trabalhando para manter a independência do Ministério Público e intensificará o combate à corrupção. Ele chefia as investigações da Operação Lava Jato e foi criticado por integrantes do Senado após a deflagração da Operação Politeia, fase da Lava Jato deflagrada no mês passado, que fez buscas e apreensões nas casas dos senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE). Os parlamentares devem participar da votação da eventual recondução de Janot.

Durante o debate entre os candidatos, no dia 27 de julho, o procurador Carlos Frederico disse que sua plataforma se baseia em igualdade, inclusão e liberdade de expressão. Candidata ao cargo pela segunda vez, Raquel Dodge ressaltou a importância de bons salários na carreira. Segundo ela, a dignidade remuneratória é fundamental para que instituições com as características do MPU não se tornem instituições de passagem. Mario Bonsaglia ressaltou o respeito à autonomia institucional dos diversos ramos do Ministério Público e destacou a importância da valorização dos membros do MPU. Ele disse que, além de se preocupar com questões institucionais, estará atento às questões corporativas.

A presidente Dilma não é obrigada a nomear o candidato mais votado, porém o critério é observado desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tomar posse, o procurador precisa ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e pelo plenário da Casa, em votação secreta.

A semana começa com a expectativa de quais políticos terão o nome cravado na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como citados no esquema de corrupção da Petrobras. A preocupação maior no meio político é com a possibilidade de Janot apresentar denúncias contra parlamentares ao Supremo Tribunal Federal - o que significaria haver indícios fortes da participação do acusado nos desvios de verba.

Apreensivos, alguns políticos já tentam reduzir o impacto da medida com o argumento de que, se houver apenas pedidos de inquérito - quando há necessidade de mais investigação -, o reflexo pode ser a desidratação do escândalo de corrupção na Petrobrás e diminuição da força do trabalho que está sendo desenvolvido pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato.

##RECOMENDA##

Dezenas de nomes de parlamentares apareceram nos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato, entre eles os dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), que negam as acusações. Conforme revelou o Estado em dezembro passado, só na lista do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa são ao menos 28 políticos mencionados.

A lista também é esperada para definir os rumos da nova CPI da Petrobras na Câmara. A bancada do PSOL pretende solicitar ao Supremo que os citados na lista não integrem a comissão.

Existem 42 procedimentos no Supremo relativos aos fatos apurados em duas delações da Lava Jato. O número não coincide necessariamente com a quantidade de políticos citados.

Além da lista de Janot, que deve ser apresentada até quarta-feira, os acordos de delação premiada firmados por dois executivos da Camargo Corrêa - Dalton Avancini e Eduardo Leite - são outro motivo de apreensão no meio político. Eles são os dois primeiros executivos de uma empreiteira de grande porte que aceitaram colaborar com as investigações. O temor é de que essas delações estimulem outros empreiteiros a também contar o que sabem, o que poderá ampliar o leque de atingidos.

A presidente Dilma Rousseff escolheu na tarde deste sábado (17) para procurador-geral da República, o subprocurador Rodrigo Janot. Ele substituirá Roberto Gurgel, que deixou o cargo na quinta-feira.

Dilma manteve a tradição ao escolher o primeiro da lista tríplice encaminhada pela Associação Nacional dos Procuradores da República. Ela preferiu optar por um perfil mais neutro e ao escolher o primeiro da lista deixou de lado a ideia de nomear a primeira mulher para o cargo.

##RECOMENDA##

Se depender do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o deputado Natan Donadon (PMDB-RO) poderá ser preso na próxima semana. Gurgel afirmou nesta terça-feira que não há mais o que esperar para determinar a ida de Donadon para a cadeia, onde deverá iniciar o cumprimento de uma pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias por envolvimento com desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia.

"O pedido (de prisão) já foi formulado, o acórdão (da decisão que confirmou a condenação) já foi publicado. Não me parece que é necessário aguardar mais nada", disse o procurador-geral da República. "A meu ver, deveria ser", respondeu, ao ser perguntado sobre se a prisão deveria ocorrer na próxima semana.

##RECOMENDA##

"Ela (a prisão) já está pedida. Eu requeri em dezembro entendendo que, independentemente da publicação até do acórdão, haveria condições de dar execução imediata à decisão do Supremo. Acho que até não é necessário novo pedido", acrescentou. Em janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, rejeitou o pedido de prisão imediata do deputado do PMDB de Rondônia.

Nesta segunda-feira (18), foi publicada oficialmente a decisão do STF confirmando a condenação de Donadon pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. A defesa dele tem até segunda-feira (25) para protocolar um novo recurso. Os advogados também poderão pedir uma revisão criminal.

Se optar por esse segundo caminho, o advogado de Donadon, Nabor Bulhões, deverá argumentar que outros réus acusados dos mesmos crimes foram condenados pela Justiça de 1ª. Instância a penas muito menores do que a fixada pelo STF para o deputado. Como ocupa uma cadeira na Câmara, Donadon tem de ser julgado pelo Supremo.

A expectativa é de que a Corte não determine, por enquanto, a prisão do deputado do PMDB. A jurisprudência do órgão estabelece que um réu somente deve iniciar o cumprimento de uma pena após o chamado trânsito em julgado do processo - quando não houver mais possibilidade de recorrer.

Mas Gurgel sustenta que o STF não deve aguardar o trânsito em julgado para decretar a detenção. "Não há dúvida de que haverá uma série de outros embargos no intuito de retardar a efetivação (da condenação). Como tenho sempre dito em outros casos, é preciso dar efetividade à decisão do Supremo Tribunal Federal", concluiu.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando