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O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) aplaudiu nesta segunda-feira-(14) em Plenário a canonização da Irmã Dulce, celebrada pelo Vaticano no último fim de semana. Gurgacz também comentou a realização da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, também na Santa Sé. Apesar de elogiar as declarações do papa Francisco e dos bispos que participam do Sínodo, que pediram respeito às populações da Amazônia — "O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade, alimenta-se com a partilha, não com os lucros", disse o papa —, o senador afirmou que é preciso cuidado com os discursos ambientalistas.

“Temos que ter cuidado, pois, por trás desses discursos ambientalistas, sustentados em preocupações, supostamente ambientais, em defesa do clima, da biodiversidade, da fauna e da flora, escondem-se, na verdade, os interesses estrangeiros bem mais perversos”, afirmou o senador.

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Para ele, o estado de Rondônia é um exemplo da Amazônia que floresce da agricultura familiar, do agronegócio, da produção de energia, da indústria moderna e da exploração dos recursos naturais, como a madeira, a biodiversidade e a mineração.

“Só conhecendo a Amazônia ou as várias Amazônias que existem dentro da nossa Amazônia, que integram a Região Norte do Brasil, é que podemos suspeitar, com propriedade, dos reais interesses internacionais de governos estrangeiros e de seus aliados nacionais que defendem a preservação da Amazônia intocada, a internacionalização da Amazônia”, disse o parlamentar.

*Da Agência Senado

 

O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (17) o documento preparatório para o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que acontecerá de 6 a 27 de outubro e discutirá a evangelização de povos nativos e a preservação da floresta.

O relatório abre a possibilidade de laicos casados se tornarem padres, mas apenas sob determinadas condições. A ideia já era discutida desde o ano passado, após a convocação da assembleia episcopal pelo papa Francisco.

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"Afirmando que o celibato é um presente para a Igreja, se pede que, nas zonas mais remotas da região, se estude a possibilidade de ordenação sacerdotal de idosos, preferivelmente indígenas, respeitados e aceitos por sua comunidade, ainda que já tenham uma família constituída e estável", diz o documento.

A ideia seria estender o sacerdócio aos chamados "viri probati", homens casados, de fé comprovada e capazes de administrar espiritualmente uma comunidade de fiéis. O objetivo seria aumentar o número cada vez menor de padres na Amazônia.

O documento ressalta que as comunidades amazônicas enfrentam dificuldade para celebrar a Eucaristia por falta de sacerdotes.

"Por isso, ao invés de deixar as comunidades sem Eucaristia, devem ser mudados os critérios de seleção e preparação de ministros autorizados a celebrá-la", diz o Vaticano.

O relatório ainda evidencia a "contribuição decisiva" de homens e mulheres nativos para "dar impulso a uma autêntica evangelização do ponto de vista indígena, segundo seus hábitos e costumes". "Trata-se de indígenas que pregam a indígenas com um profundo conhecimento de sua cultura e seu idioma, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de sua bagagem cultural", acrescenta o documento.

Além disso, o Vaticano pede aos bispos que discutam formas de garantir espaços de "liderança" às mulheres, especialmente na área de formação. Entre outras coisas, o relatório sugere que seja "identificado o tipo de ministério oficial que possa ser conferido às mulheres, tendo em conta o papel central que elas desenvolvem na Igreja amazônica", diz o texto.

O documento também cita o "alarmante" número de "mártires" na Amazônia, especificamente no caso do Brasil, com 1.119 índios assassinados entre 2003 e 2017, segundo dados do relatório "Violência contra os Povos Indígenas".

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, já admitiu que o Sínodo sobre a Amazônia gera "preocupação" no governo Bolsonaro, que vem sendo criticado internacionalmente por afrouxar as políticas ambientais do país.

Da Ansa

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