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A energia começa a voltar às áreas de Nova York mais atingidas pela passagem da supertempestade Sandy há quatro dias, mas boa parte dos nova-iorquinos não esconde sua revolta com a demora do restabelecimento da eletricidade e as filas intermináveis nos postos de gasolina.

Ao menos 100 mil clientes nas áreas de Chelsea, East Village e Lower East Side voltaram a ter energia elétrica nesta sexta-feira, segundo a Con Edison, principal distribuidora de Nova York, que já restabeleceu o fornecimento para 170 mil residências desde a quinta-feira passada.

Mas 350 mil clientes permanecem sem luz em Nova York, apesar da promessa da Con Edison de restabelecer o fornecimento em todo o sul de Manhattan nas próximas horas.

A Con Edison admite que a volta da energia elétrica a certas áreas da cidade, como Queens e Staten Island, pode tardar até 11 de novembro.

Diante deste quadro, a realização da maratona de Nova York era alvo de severas críticas e o jornal New York Post publicou a manchete "Abuse of power" (trocadilho com "abuso de poder" e "desvio de energia"), com uma foto de geradores colocados pelos organizadores da prova.

A pressão fez o prefeito Michael Bloomberg cancelar a prova, de última hora, após defendê-la até a tarde desta sexta-feira.

"Decidimos cancelar a maratona de Nova York. O New York Road Runners (clube que organiza a corrida) fornecerá informações adicionais aos inscritos nos próximos dias. Não queremos correr o risco de ter problemas com os participantes e preferimos anular a corrida", explicou o prefeito.

A maratona deveria reunir 47.000 corredores do mundo inteiro, e muitos reservaram passagens e hospedagem com meses de antecedência.

Apesar da mobilização de emergência e o anuncio da distribuição de um milhão de refeições aos atingidos, a frustração é intensa nas áreas mais afetadas, como Staten Island.

As críticas também atingem os fornecedores de eletricidade, que lutam para restabelecer milhares de linhas derrubadas pelos ventos ou varridas pelas inundações. Sem eletricidade, a água não chega aos arranha-céus, o aquecimento falta e as linhas do metrô continuam sem funcionar nos bairros afetados.

A Con Edison recrutou milhares de técnicos adicionais, por vezes, da Califórnia. Mas eles precisam trabalhar com segurança e com o maior cuidado, já que ainda existem milhares de fios no chão, 500 estradas bloqueadas em Nova York e milhares de subsolos de edifícios em Manhattan, inundados.

O governador Andrew Cuomo não mediu palavras na noite de quinta-feira para dizer aos fornecedores: "as promessas não são suficientes, precisamos de resultados". Ele também alertou os comerciantes para não tirar partido da situação aumentando seus preços.

Quanto ao transporte, os ônibus circulam normalmente e o metrô e trens suburbanos retomam os serviços de forma gradual, com a reabertura nesta sexta-feira das linhas para Long Island (leste) e para os subúrbios do norte.

Mas o metrô, que normalmente transporta 5,5 milhões de passageiros por dia, não passa da 34th Street, e o sul de Manhattan continua sem eletricidade.

Para reduzir o congestionamento, a polícia controlará estritamente um "esquema de carona" obrigatório (pelo menos três pessoas por veículo) nas pontes que levam a Manhattan: um policial verifica no interior do veículo se o número de passageiros é o mínimo necessário, caso contrário o carro é desviado.

A New York Taxi Commission, que gere a frota de milhares de táxis em Nova York, advertiu que devido à falta de combustível, os famosos táxis amarelos são menos numerosos nas ruas nesta sexta-feira.

O problema número um ainda é encontrar combustível, especialmente nos subúrbios e nas pequenas cidades de Nova Jersey, onde não se pode viver sem um carro. A paciência dos motoristas, que chegam a enfrentar três horas de fila para encher seu tanque ou recipiente para seu gerador, está acabando e há relatos de confrontos e tentativas de furto.

Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14 pessoas mortas.

As autoridades locais advertem para o perigo do uso de geradores: cinco pessoas morreram desde segunda-feira envenenadas por monóxido de carbono.

Nova York está conseguindo manter sob controle a segurança e até agora a polícia local evitou roubos ou saques motivados pela falta de alimentos e gasolina, impedindo uma repetição dos fatos ocorridos na tragédia do furacão Katrina em Nova Orleans, em agosto de 2005, quando a cidade que ficou sob as águas sofreu uma onda de vandalismo e violência.

A polícia de Nova York - uma das mais equipadas do país - está presente em diferentes partes da cidade e patrulha as ruas 24 horas por dia.

Passados quatro dias, o saques têm sido muito limitados, segundo o chefe da polícia nova-iorquina, Ray Kelly.

Bloomberg, por sua vez, afirmou que nenhum homicídio foi registrado nos últimos quatro dias.

Quatro dias antes da eleição presidencial, o número de vítimas da supertempestade subiu para 41 mortos em Nova York, segundo a polícia.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, decidiu cancelar no começo da noite desta sexta-feira a Maratona de Nova York, que deveria acontecer no domingo. Bloomberg tomou a decisão porque o evento esportivo virou "a fonte de controvérsia e divisão". Os moradores de Staten Island criticaram ontem e mais cedo nesta sexta-feira a decisão de não cancelar a Maratona, corrida cujo ponto de partida seria justamente Staten Island. A supertempestade Sandy matou 41 pessoas em Nova York, das quais pelo menos 19 em Staten Island, que funciona como uma cidade-dormitório da metrópole e onde mora a população de renda mais baixa. A largada da corrida seria em Staten Island, com os corredores percorrendo uma ponte até Manhattan.

"É repugnante", disse mais cedo George Rosado, morador de Staten Island, sobre a manutenção da maratona para o domingo. Moradores também acusaram a Cruz Vermelha norte-americana de abandonar Staten Island e não socorrer moradores locais, principalmente os idosos. Algumas ruas de Staten Island continuam cheias de pilhas de lixo e permanecem alagadas.

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As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Já supera 90 o número de mortos por causa da passagem do furacão Sandy pela costa leste dos Estados Unidos, informaram as autoridades nesta sexta-feira. A companhia de previsões Eqecat estima o prejuízo total no país em US$ 50 bilhões, o que tornaria a tempestade a segunda mais custosa da história americana, após o furacão Katrina, em 2005. A estimativa inclui danos materiais e perda de negócios. Apenas na cidade de Nova York, foram mortas 40 pessoas, das quais 19 em Staten Island. Moradores de Staten Island, um dos distritos mais pobres da cidade, criticaram nesta sexta-feira o não cancelamento da Maratona de Nova York, que ocorrerá domingo, e se disseram abandonados pelo poder público. Staten Island, com mais de 400 mil habitantes, funciona como uma cidade-dormitório de Nova York.

No Caribe, atravessado pela tempestade na semana passada, o furacão Sandy matou 65 pessoas, 51 das quais no Haiti e 11 em Cuba.

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O Departamento de Energia do governo americano disse que as empresas restauraram o fornecimento de energia para 1,4 milhão de consumidores desde o começo da noite da quarta-feira, mas mais de 4,6 milhões de pessoas continuam sem energia.

Os moradores de Staten Island criticaram a decisão de não cancelar a Maratona de Nova York, corrida que acontecerá no domingo e cujo ponto de partida será justamente Staten Island. "É repugnante", disse George Rosado, morador de Staten Island. Moradores também acusaram a Cruz Vermelha norte-americana de abandonar Staten Island e não socorrer moradores locais, principalmente os idosos. Algumas ruas de Staten Island continuam cheias de pilhas de lixo e permanecem alagadas.

"É revoltante, repugnante. Eles deveriam trazer os recursos para ajudar os idosos que não conseguem nem sair de casa. Isso é mais importante que uma Maratona, agora", disse Rosado. A corrida atrai mais de 40 mil participantes, com cerca de 20 mil vindos de outros países e pagando centenas de dólares para participar da corrida, que começa em Staten Island, atravessa uma ponte e vai até o Central Park na ilha de Manhattan.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, defendeu a manutenção da maratona, lembrando que mesmo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 ela foi realizada. "Você pode lamentar, você pode chorar, você pode rir, seres humanos são bons em fazer isso. Mas Nova York precisa mostrar que está se recuperando", afirmou Bloomberg.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica ou com os pés na água nesta terça-feira no noroeste dos Estados Unidos, onde a supertempestade Sandy provocou muitas perdas econômicas, principalmente em Nova York, que sofreu os maiores impactos do fenômeno climático.

Após causar 67 mortes no Caribe, Sandy deixou 43 vítimas fatais nos Estados Unidos e uma no Canadá. Mais de oito milhões de residências ficaram sem eletricidade na manhã desta terça-feira.

Nos estados de Nova York e Nova Jersey, onde a supertempestade já se configura como uma das mais devastadoras já registradas, o presidente Barack Obama declarou nesta madrugada estado de "grande catástrofe", permitindo o acionamento de programas de assistência às vítimas.

A apenas uma semana da eleição presidencial de 6 de novembro, Obama suspendeu sua campanha para se concentrar nas operações de emergência, manifestando sua "preocupação" e "tristeza" com as mortes e a devastação provocadas por Sandy. A Casa Branca anunciou o cancelamento da agenda eleitoral do presidente prevista para quarta-feira. Neste dia, ele visitará Nova Jersey.

"Amanhã (quarta-feira) à tarde, o presidente vai viajar para Nova Jersey, onde se reunirá com o governador (Chris) Christie para inspecionar os estragos causados pela tempestade, conversar com moradores (...) e cumprimentar os membros dos serviços de emergência que arriscaram suas vidas", indicou o porta-voz da Presidência, Jay Carney, em um comunicado.

Seu rival Mitt Romney, que teve o seu papel limitado ao de um espectador diante de um Barack Obama que assumiu o controle do governo federal para ajudar as vítimas atingidas por Sandy, anunciou, entretanto, que não adiará os seus compromissos de quarta-feira no estado-chave da Flórida.

Nova York se transformou em uma cidade fantasma na manhã desta terça-feira, após Sandy deixar 18 mortos na região, no que o prefeito Michael Bloomberg qualificou de "talvez a pior" tormenta já enfrentada pela cidade.

Segundo Bloomberg, mais de 750 mil residências ficaram sem energia elétrica na cidade, onde o metrô e diversas linhas de trem estão paralisados.

Nos Estados Unidos, a maioria das linhas de energia não está no subsolo, o que as deixa sob a ameaça de queda de árvores ou galhos durante fortes chuvas e tempestades com raios.

A metade sul de Manhattan mergulhou na escuridão durante a noite. Apenas alguns edifícios equipados com geradores foram capazes de manter a eletricidade. O sul da ilha é também a parte da cidade mais afetada pelas enchentes.

Ao sul do Canal Street, Tommy Flynn, um fotógrafo de 57 anos passeava nesta terça-feira fotografando as árvores caídas.

Seu apartamento não tinha eletricidade, mas está fora de questão deixar o local. "Minha namorada e eu montamos estoques de água, alimentos não perecíveis, pilhas, lanternas, doces e chocolates. E depois, não há outro lugar para ir", explicou.

Em Battery Park, no extremo sul, onde o nível do mar chegou a subir mais de quatro metros na maré alta, a água recuou. Alguns galhos de árvores estavam espalhados pelas ruas e cabos de eletricidade deitados nas calçadas.

Paralisada há 24 horas, a cidade recupera dificilmente o ritmo de vida com a reabertura de três pontes que ligam Manhattan ao Brooklyn, mas o transporte público permanece suspenso.

Muitos túneis do metrô foram inundados, a água do mar engoliu os corredores, às vezes excedendo a altura das plataformas.

"O metrô de Nova York tem 108 anos, mas ele nunca tinha enfrentado uma catástrofe tão devastadora como a que vimos na noite passada", disse Joseph Lhota, presidente da MTA, a companhia que administra os transportes de Nova York.

Nos estados de Nova York e Nova Jersey, três reatores nucleares foram fechados e outros dois reduziram sua produção devido à subida das águas, anunciou o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Com 2,5 milhões de pessoas às escuras, Nova Jersey, o estado costeiro onde Sandy tocou a terra na noite de segunda-feira, é o mais afetado pela falta de energia.

Danos ao longo da costa são "inimagináveis", lamentou o governador republicano Chris Christie, que apoia Mitt Romney, mas que não deixou de elogiar a resposta "fantástica" de Barack Obama ao desastre.

No condado de Bergen (Nova Jersey), a poucos quilômetros da cidade de Nova York, uma barragem rompeu durante a noite, ameaçando centenas de pessoas e mobilizando os serviços de emergência.

Em 11 estados, mais de 7.400 homens da Guarda Nacional foram mobilizados nesta terça-feira para enfrentar as consequências de Sandy.

A supertempestade mantém o seu percurso, mas enfraquecida. Às 17h00 GMT (15h00 no horário de Brasília) cruzou a Pensilvânia com ventos de 70 km/h, contra os 150 km/h de ontem.

Mas seus efeitos continuam a ser sentidos: os serviços meteorológicos em Washington lançaram um alerta de inundações, devido ao transbordamento do Rio Potomac e quase um metro de neve é esperado nas montanhas de West Virginia.

As escolas, serviços públicos e a maioria das lojas ainda estavam fechados nesta terça-feira na região e o transporte público continua com o serviço interrompido. Em Washington, eles devem retomar gradualmente na tarde desta terça-feira, segundo a operadora WMATA.

Quase todos os aeroportos do noroeste foram fechados e cerca de 6.000 voos foram cancelados nesta terça-feira.

Pelo segundo dia consecutivo, Wall Street também permaneceu fechada, mas vai retomar a sua atividade na quarta-feira.

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