Diante de um óbito e 2.331 casos de sarampo confirmados no Brasil em 2019, o Ministério da Saúde reitera a necessidade da prevenção através da vacinação, sobretudo para crianças menores de cinco anos. Pernambuco assume a 3ª posição em relação aos estados com mais ocorrências, registrando cinco casos confirmados. Em entrevista ao LeiaJá, o infectologista Danilo Silvino destacou o cuidado com a doença e apontou os perfis dos pacientes que precisam se imunizar.
O sarampo é uma doença respiratória grave de fácil contágio, que pode ocasionar complicações no sistema nervoso central -encefalite-, pneumonia e cegueira. Ela é transmitida pelo ar, com a dispersão de gotículas através da tosse, espirros e até mesmo respiração. Por isso, é importante redobrar a atenção para ambientes fechados como escolas, escritórios e clínicas.
##RECOMENDA##Os grupos vulneráveis são recém-nascidos, crianças, pessoas desnutridas, portadoras de imunodeficiências, além de trabalhadores de portos, aeroportos e rede hoteleira. Dos cinco casos confirmados em Pernambuco, quatros estão relacionados a pacientes entre 16 e 19 anos, que realizaram uma excursão para Porto Seguro, entre junho e julho, e tiveram contato com um paciente de São Paulo. O 5º caso confirmado envolveu um jovem, de 18, no município de Taquaritinga do Norte, no Agreste, apontou a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Imunização
O combate ao sarampo é feito através da vacina tríplice viral, disponibilizada em postos de saúde. Entretanto, desde 2011 o Brasil registra uma queda na imunização de crianças até dois anos. Um dos principais motivos para o declínio é o movimento antivacina, que ganhou força nos Estados Unidos e se dissipou através da internet.
Vídeos com informações infundadas e distorcidas confundem a população e resultaram na inclusão da "hesitação em se vacinar" entre as dez maiores ameaças globais à saúde em 2019, de acordo com a Organização Mundial (OMS). A aversão à imunização também passa pelo sucesso de campanhas passadas, visto que, o controle de algumas doenças trouxe a falsa percepção de que tais patologias foram extintas.
Atenção ao cartão de vacinação
“Antes era a partir de um ano, mas houve a liberação de vacinar entre seis meses e 11 meses, para justamente contemplar os pacientes de risco, que seriam menores de cinco anos”, alerta o infectologista Danilo Silvino. Vale ressaltar que a morte de um bebê de sete meses, também em Taquaritinga do Norte, segue em investigação por suspeita de sarampo. Por isso, também é indicada a vacinação de crianças até um ano que vão se deslocar para município com surto ativo.
Desde o ano 2000, a vacina passou a ser ministrada em duas doses no Brasil, portanto, quem não tomou nenhuma ou deixou de tomar a 2ª dose deve se reforçar. Pessoas mais velhas, acima de 50 anos, devem passar previamente por uma avaliação médica. “Essa será considerada uma dose extra, sendo necessário seguir com o esquema normal a partir dos 12 meses, quando a criança deve ser imunizada novamente, com um reforço aos 15 meses”, afirma o secretário estadual de Saúde André Longo.
Sintomas
Os sintomas vêm de forma gradativa, em torno de 3 a 5 dias, mas no geral o sarampo é identificado por febre, dor de cabeça, manchas vermelhas, conjuntivite, tosse, coriza e manchas brancas na boca. A transmissão pode ocorrer nos quatro dias que antecedem ou nos quatro dias posteriores ao surgimento das manchas.