Tópicos | Tarcísio da Buzina

O semblante não poderia ser diferente para o técnico Vanderlei Luxemburgo. A vitória contra o Salgueiro em pleno sertão, com gol do jovem Everton Felipe, deu o título de campeão pernambucano ao Sport, a primeira conquista de Luxa defendendo as cores do Leão. Luxa era só sorrisos após a vitória desta quarta-feira (28)

Durante a coletiva de imprensa do comandante leonino, a participação do torcedor salgueirense Tarcísio da Buzina foi colocada em pauta para Luxemburgo. Como estava proibido de assistir à final do Pernambucano entoando as sonoridades da buzina, o ilustre sertanejo levou às arquibancadas do Estádio Cornélio de Barros uma orquestra de frevo, que ficou posicionada atrás do banco de reservas do Leão. Luxemburgo brincou com a situação.

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“Não estou preocupado com isso não. Quase dancei com a orquestra”, brincou o técnico rubro-negro. Logo depois, em tom mais sério, o treinador voltou a criticar o uso de objetos que, segundo ele, atrapalham a comunicação entre jogadores e comissão técnica. “É feio para o futebol brasileiro o cara só ir ao estádio para atrapalhar”, disse Vanderlei. 

Ainda no ritmo da comemoração, Luxemburgo exaltou a conquista, mas relembrou outros profissionais que passaram pela Ilha neste ano. “Prefiro ganhar do que perder. Mas quero aqui lembrar do Ney, do Daniel... Eles são merecedores também, cheguei aqui para completar. Foi um jogo difícil, jogamos contra um adversário que queria ganhar. Mas trabalhamos, mostramos vídeo, jogadores e as jogadas fortes deles”, finalizou o técnico Vanderlei Luxemburgo. 

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Quieto e com um olhar meio desconfiado, um torcedor se aproximou ao alambrado do Estádio Cornélio de Barros. Foi o treino do Carcará, na tarde desta terça-feira (27), que atraiu a atenção do senhor, às vésperas da equipe sertaneja participar de uma das maiores partidas da sua história. Devidamente vestido com a camisa de tons verdes do Salgueiro, o torcedor em questão acompanhou a movimentação sem muitos comentários ou qualquer outro tipo de manifestação.

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O silêncio, entretanto, não faz parte das caraterísticas desse torcedor, conhecido na cidade de Salgueiro como Tarcísio. Ele é um dos símbolos das arquibancadas do time local, onde por muitos jogos utilizou uma buzina que, de acordo com ele, serve para incentivar e animar o Carcará. Por meio de uma ação promovida pelo Sport e acatada pela justiça, Tarcísio está proibido de acompanhar os jogos no estádio do município portando o objeto. A alegação dos rubro-negros é que o instrumento atrapalha a comunicação entre os integrantes da comissão técnica e atletas.

Pintor aposentado, Francisco Gomes, 51 anos, apelidado pelos populares como Tarcísio da Buzina, não perde os jogos do Salgueiro em casa. E quem já viu o Carcará atuando no Cornélio de Barros provavelmente recorda do intenso barulho causado pelo objeto. Mas por ordem da justiça, a buzina deve ficar em silêncio nesta quarta-feira (28), quando o time sertanejo enfrenta o Leão da Ilha do Retiro pela final do Campeonato Pernambucano 2017. A proibição foi extremamente lamentada por Tarcísio e entre outros torcedores do Carcará.

Logo após o treino do Salgueiro, Tarcísio foi para a frente do Estádio Cornélio de Barros. Se juntou a outros torcedores do Carcará e, em conversa com o LeiaJá, reforçou seu desconforto contra a proibição. “Chato demais! Onze anos usando a buzina no estádio, nunca teve confusão aqui. A buzina não machuca ninguém”, lamentou o torcedor ilustre. Tarcísio ainda adiantou que ele e outros torcedores devem realizar um protesto, nas proximidades do estádio, horas antes da partida desta quarta-feira. No entanto, ele preferiu não revelar os detalhes da manifestação, mas deixou a entender que pode haver um “buzinaço”. 

Do lado de fora do estádio, Tarcísio da Buzina criticou a proibição e quebrou o silêncio ao botar para funcionar o polêmico instrumento. Ele também contou com o apoio de outros torcedores:

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Em apoio a Tarcísio, o comerciante Cícero José Neves, de 42 anos, também criticou a proibição e principalmente as mudanças nas datas da final do Pernambucano. Para o torcedor, a torcida salgueirense está bastante revoltada com todos esses problemas. “O Salgueiro chega com raiva, por tudo que vem fazendo contra o clube. Tudo para o Salgueiro está sendo proibido, seja buzina ou batucada na arquibancada. Nós estamos sendo prejudicados”, disse Cícero.

De acordo com o torcedor, o protesto desta quarta-feira vai focar, principalmente, no pedido pelo retorno da buzina. “No protesto nós queremos mostrar a verdade do que vem acontecendo. A buzina nunca atrapalhou ninguém, pelo contrário, ela é um símbolo da nossa cidade e da nossa torcida”, finalizou o torcedor do Carcará.

Salgueiro e Sport iniciam a batalha pelo título às 21h45.Na primeira partida, realizada no Recife, o jogo terminou em 1x1. Nesta quarta-feira, caso haja um novo empate, o desfecho será por meio de penalidades.    

Já é oficial, a justiça aceitou o pedido do Sport para proibir que o torcedor-símbolo do Salgueiro, Tarcísio da Buzina, possa utilizar na final do Pernambucano, o instrumento que o tornou famoso. A decisão irritou os torcedores do Carcará e também parte dos rubro-negros que não aceita a justificativa da diretoria. Para Vanderlei Luxemburgo, que já encarou o barulho, é acertada a proibição, já que, em sua opinião, interfere diretamente no que acontece em campo. Entretanto, diz que irá encarar o jogo com ou sem buzina.

"O problema é que a intenção daquela pessoa é inibir o profissional de trabalhar, tem a interferência direta no jogo. Se fosse algo solto como as vuvuzelas no estádio inteiro, mas não, é direto no treinador. Mas isso não cabe a mim, é problema da justiça. Se ele puder usar vou brincar, provocar, mandar ele enfiar em algum lugar", brincou.

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O jogo da volta entre Sport e Salgueiro será na próxima quarta-feira (28), no estádio Cornélio de Barros, em Salgueiro, Sertão de Pernambuco. Na ida, o placar ficou em 1x1.

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Não é de hoje que os rivais não aguentam o barulho e, mesmo que não esteja no papel, todo mundo sabe que o alvo da ação do Sport na justiça é o icônico Tarcísio da Buzina. E o torcedor do Carcará que inferniza os times adversários com seu instrumento não curtiu muito essa tentativa de retaliação do time do Recife. "Eles mandam lá na capital, aqui quem manda é o salgueirense. Somos matutos, mas somos inteligentes. Eles acham que não entendemos da lei? Pensa que é do jeito que eles querem?", reclama.

Segundo Tarcísio, o Leão é o time que mais reclama da sua presença no Salgueirão. "Essa marcação vem desde o tempo de Mazola (ex-técnico rubro-negro), que mandou tomar minha buzina”, lembra-se, citando uma partida do Campeonato Pernambucano de 2012. “Eu estou em todo jogo, porque não vou pra final? Vou dar a carga toda. Estou com duas buzinas novas guardadas só pra essa decisão", garante.

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Sobre a campanha que outros torcedores estão pensando em fazer, levando mais algumas buzinas para o estádio, Tarcísio incentiva, mas avisa que as que ele usa não é qualquer um que consegue manusear. "Tem que comer um feijãozinho para ter força. Ela é manual, não tem compressor. Se não tiver preparo, cansa", explica. 

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