A estratégia da OI para o período 2012-2015 foi divulgada nesta terça-feira, durante o evento Oi Investor Day, no Rio de Janeiro. Segundo o presidente da Oi Francisco Valim, a intenção é estar alinhado com as expectativas dos acionistas e para isso, apoiado em rentabilidade sustentada, serviços de qualidade e preferência dos clientes.
O plano de investimento totalizará 24 bilhões de reais até 2015, dos quais somente 6 bilhões serão alocados neste ano. Desse montante, 3,6 bilhões de reais serão destinados à expansão da infraestrutura. Em especial, no reforço da capacidade e velocidade, aumento da cobertura e novos serviços.
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A intenção é ter geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, de 8,8 bilhões de reais este ano (praticamente estável em relação a 2011) e ampliar em 45% em 2015, saltando para 12,8 bilhões de reais.
De acordo com Valim, a maior parte dos recursos divulgados será destinada a projetos de expansão e qualidade da infraestrutura de banda larga. No segmento de telefonia móvel, as alocações estarão concentradas na melhoria da plataforma do sistema de comunicação e na implementação e expansão da rede móvel, ampliando a cobertura nacional, além de investimentos em banda larga móvel (3G).
Mas o executivo faz questão de ressaltar que será uma expansão sobre uma infraestrutura já abrangente da operadora. Atualmente, abriga 115 mil Km de backbone, que classifica como a maior área de cobertura do País. Soma 30 mil Km de anéis metropolitanos e 6 mil torres de celular conectadas à sua fibra. "Vamos ampliar uma rede que é três vezes maior do que a segunda maior do País", alfineta.
O desenho da nova estratégia está o fortalecimento da operadora com iniciativas-chave nos segmentos residencial, mobilidade pessoal e corporativo (B2B), em especial em São Paulo. Até 2015, a estimativa é de crescimento de 55% no residencial, 58% em mobilidade pessoal e de, nada menos que, 70% no corporativo.
Pedro Ripper, diretor de Inovação e Novos Negócios da Oi, reitera o comprometimento da operadora no mercado corporativo e relembra a entrada recente da Oi em serviços na nuvem com o Smart Cloud, que afiou a estratégia no mercado de TI. "TI e telecom começam a se misturar", diz. "Temos todos os itens dessa cadeia de negócios, desde o oferecimento do link de acesso, mas nossa entrada somente aconteceu agora em razão da evolução da tecnologia, com a melhoria da infraestrutura de telecomunicações e também dos recursos de provisionamento, virtualização etc."
Ele lista uma série de ações importantes que irão balizar o crescimento: lançamento de VoIP em escala para todos os segmentos, ampliar o caching local de conteúdo internet e também o backbone óptico para suportar o aumento do tráfego de dados e ainda o QoE dos clientes móveis, implementar FTTN para mais de 1,5 milhão de clientes Velox e lançar IPTV.
Como principais desafios Valim cita fidelização de clientes, aumento da participação em segmentos de alto valor, gestão eficaz, projetos estruturantes de TI, excelência no contato com clientes e estabilidade e facilidade de acesso banda larga.
Em relação às notícias divulgadas nesses últimos dois dias sobre a compra do IG, Valim afirmou que não existe nada fechado. “Não aprovamos nenhum tipo de acordo”, disse e acrescentou: “Existe sim, um processo de negociação que estamos finalizando e envolve a parte de publicidade e conteúdo do IG”.
IPTV no final do ano
Valim pontuou que um dos grandes destaques de 2012 será a Oi TV. A operadora prepara a novidade para final de 2012 e desafia a concorrência com um pacote de funcionalidades, considerado inédito no mercado.
Ripper adianta que uma das atrações é que o produto estará, logo na estreia, disponível nas quatro telas: TV convencional, tablets, smartphones e PCs. Mas será restrito, inicialmente, às cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O executivo destaca que foi um investimento de quatro anos no projeto, que contou com a participação vital da parceira e acionista Portugal Telecom, no desenvolvimento da tecnologia, que considera inovadora, por proporcionar recursos inéditos como a possibilidade de integrar os conteúdos da TV paga e TV aberta, troca de canais em menos de um segundo, quando a média de mercado é de dois segundos, e a facilidade de o próprio usuário montar pacotes personalizados de conteúdo. "São as funcionalidades de nova geração", batiza Ripper.