Tópicos | Theodore McCarrick

O papa Francisco expulsou o ex-cardeal americano Theodore McCarrick, de 88 anos, acusado de abusos sexuais contra ao menos um adolescente há quase meio século, indicou um comunicado do Vaticano neste sábado (16). Essa é a primeira vez na história da Igreja Católica que um cardeal perde seu título por motivos de abusos sexuais.

Isso significa que McCarrick não pode mais celebrar missas ou outros sacramentos, usar vestes clericais ou ser tratado por qualquer título religioso.

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O papa declarou definitiva uma sentença nesse sentido da Congregação para a Doutrina da Fé, instituição do Vaticano que vela pelo respeito do dogma católico, detalhou um comunicado da Santa Sé.

Esta punição, sem apelação possível e, portanto, definitiva, é aplicada pouco antes de uma reunião crucial, de 21 a 24 de fevereiro, com os presidentes das conferências episcopais de todo o mundo no Vaticano, onde abordarão a responsabilidade dos prelados que mantiveram silenciadas as agressões sexuais a menores de idade executadas pelo clero.

Os grandes escândalos que foram revelados nos Estados Unidos, Chile e Alemanha mancharam a credibilidade da Igreja Católica. O papa Francisco, que quer aplicar sua promessa de "tolerância zero", prometeu nestes últimos meses que seria intransigente com a alta hierarquia eclesiástica.

O ex-cardeal emérito de Washington já estava proibido desde julho de exercer seu ministério e depois renunciou ao seu título honorário de cardeal. Com sua exclusão oficial da Igreja, o homem, recluso atualmente no Estado do Kansas, nos Estados Unidos, simplesmente se torna Theodore McCarrick. (Com agências internacionais).

O papa Francisco considerou desnecessário neste domingo (26) comentar as graves acusações feitas contra ele em um texto, segundo o qual o pontífice teria encoberto durante seu mandato a atuação do cardeal americano Theodore McCarrick, acusado publicamente em julho de cometer abusos sexuais.

"Não vou dizer nem uma palavra sobre este caso. Acho que o comunicado fala por si só", declarou o papa, ao ser perguntado a respeito no avião que o leva de volta a Roma, após sua visita à Irlanda.

Ex-embaixador do Vaticano em Washington, o arcebispo Carlo Maria Vigano acusou o papa Francisco, em carta aberta publicada no fim de semana, de ter anulado as sanções contra o cardeal McCarrick e de ter ignorado as advertências internas sobre o comportamento sexual do cardeal com jovens seminaristas e párocos.

"Li esse comunicado esta manhã", declarou o papa aos jornalistas que o acompanhavam na aeronave, em alusão à carta. "Leiam com atenção o comunicado e julguem vocês mesmos", disse.

"Vocês têm a capacidade jornalística suficiente para tirar conclusões. É um ato de confiança. Quando passe um pouco o tempo e vocês tiverem as conclusões, talvez fale, mas gostaria que sua maturidade profissional faça o seu trabalho. Isso lhes fará realmente bem", aconselhou o pontífice aos jornalistas.

"A corrupção alcançou o topo da hierarquia da Igreja", diz Vigano em sua carta, na qual pede, inclusive a demissão do papa Francisco.

Seu texto, de onze páginas, foi difundido simultaneamente no sábado em várias publicações católicas americanas de tendência tradicionalista ou ultraconservadora, assim como em um jornal italiano de direita.

A carta foi publicada no segundo dia da viagem de Francisco à Irlanda, onde o tema dos abusos sexuais na Igreja Católica ganharam especial atenção da mídia.

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