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O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) abriu uma sindicância para apurar denúncias de abusos sexuais que teriam sido praticados pelo ginecologista e obstetra Felipe Sá Ferreira. O médico, de 40 anos, foi preso na semana passada em seu consultório, na cidade de Maringá. Pelo menos 15 mulheres que foram atendidas por ele já procuraram a polícia. A defesa de Felipe Sá refuta as acusações.

"O CRM-PR informa que instaurou procedimento sindicante ex officio para apurar denúncia veiculada nos meios de comunicação de possível desvio ético cometido pelo médico Felipe Sá Ferreira (CRM-PR 28.546)", informou o órgão, em nota. De acordo com o conselho, Felipe Sá está regularmente inscrito no Paraná desde fevereiro de 2011.

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As pacientes denunciaram aos investigadores que os abusos do ginecologista aconteciam durante as consultas. As investigações começaram no início do ano, e desde a prisão temporária do médico outras pacientes procuraram a polícia para denunciar suas condutas.

Os agentes investigam os crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. Em pelo menos um dos casos, o ginecologista teria tentado hipnotizar a paciente.

"Durante todo o pré-natal, meu marido me acompanhou. E aí teve uma consulta que eu acabei indo sozinha. Ele (Felipe Sá) pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estalou os dedos. Mas nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: 'não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala'. Aí ele começou a pegar pesado do tipo, você se tocaria agora?", relatou uma mulher, em entrevista ao Fantástico.

Outra paciente, que é sexóloga, contou que o médico falou que ela precisa "deixar tabus" de lado durante a consulta. "Ele estava me examinando e tentou me estimular. Eu imediatamente disse pra ele parar, e ele dizia coisas... Ele dizia 'você precisa relaxar', 'você precisa entender que o seu corpo pode te dar muito prazer'", narrou.

O advogado Leonardo Batistella, que representa Felipe Sá, disse que ainda analisa as provas contra o médico, mas ressaltou que as acusações "não condizem com o histórico" dele.

"Trata-se ainda de uma investigação, portanto estamos analisando as provas e tão logo possível entrarei com o pedido de soltura", disse Batistella, que é especialista em direito médico e também atua na esfera criminal. "Não tive acesso a todas as provas ainda, mas posso afirmar que as alegações não condizem com o histórico profissional do Dr. Felipe."

Durante entrevista à revista Glamour UK, Paris Hilton abriu o coração sobre abusos sexuais sofridos na época da adolescência e a decisão de realizar um aborto quando tinha 20 anos de idade. A famosa falou sobre dois incidentes que ocorreram quando tinha 15 anos de idade e um deles envolvia um professor.

- Eu era uma garota tão jovem e fui manipulada por meu professor. Ele se aproveitou de uma jovem e isso foi algo que eu bloqueei também, não me lembrava disso até anos depois. Ele me ligava o tempo todo, apenas flertando comigo, tentando colocar em minha mente que eu era uma mulher madura.

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Uma noite, ele a atraiu para seu caro e se assustou quando viu que os pais de Paris estavam se aproximando.

- Nós apenas nos beijamos, mas se meus pais não tivessem vindo, imagine o que ele teria tentado fazer? Nós literalmente dirigimos por Bel Air a cerca de 160 quilômetros por hora. Estávamos indo tão rápido e de alguma forma nos afastamos deles por um sinal vermelho. Ele estava enlouquecendo e me levou de volta para casa em Bel Air, onde ele disse: Saia.

Hilton chegou em casa antes de seus pais, correu para o quarto e fingiu estar dormindo.

- Até hoje não falei sobre isso com minha família. Eu nunca contei a ninguém. Eu não sei o que era, eu apenas me senti tão envergonhada por toda a situação – desde o começo em uma idade tão jovem e realmente ficou comigo de uma maneira estranha.

Após o ocorrido, a artista se mudou para a casa da avó materna em Palm Springs e voltava para Los Angeles nos fins de semana para ver os amigos e passear no shopping Century City.

- Nós íamos lá quase todo fim de semana. Essa era a nossa coisa favorita a fazer e esses caras [mais velhos] sempre ficavam nas lojas… conversávamos com eles, dávamos nossos números de bipe [pager]. E então, um dia, eles nos convidaram para ir à casa deles e estamos bebendo esses refrigeradores de vinho de frutas silvestres. Eu não bebia nem nada naquela época, mas quando tomei talvez um ou dois goles, imediatamente comecei a me sentir tonta. Não sei o que ele colocou lá dentro, presumo que tenha sido Rohypnol [medicamento para insônia].

A famosa conta que, ao acordar algumas horas depois, descobriu que sua amiga já havia ido embora e algo errado devia ter acontecido.

- Eu lembrei. Eu tenho visões dele em cima de mim, cobrindo minha boca, dizendo: Você está sonhando, você está sonhando. E sussurrando isso no meu ouvido.

Paris ainda falou sobre a decisão de interromper uma gravidez quando tinha 20 anos de idade.

- Isso também era algo sobre o qual eu não queria falar porque havia muita vergonha em torno disso. Eu era uma criança e não estava pronta para isso.

E ressaltou a importância de leis que permitem o aborto.

- Acho que é importante. Há tanta política em torno disso e tudo mais, mas é o corpo de uma mulher… Por que deveria haver uma lei baseada nisso? É o seu corpo, sua escolha e eu realmente acredito nisso. É impressionante para mim que eles estão fazendo leis sobre o que você faz com sua saúde reprodutiva, porque se fosse o contrário com os caras, não seria assim.

Carlinhos Maia foi o convidado do podcast PodCats, comandando por Camila Loures e Lucas Guimarães, que ficou no lugar de Virginia Fonseca.

Durante o bate-papo, o ex-marido do influenciador foi quem perguntou sobre possíveis abusos sofridos por Carlinhos durante a infância.

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- Nunca falei [publicamente], de fato, sobre isso. Mas sempre falei internamente, entre a gente. Não sei se pela situação da vila ou se pela situação daquele momento que eu vivi ali. Minha mãe tem uma vendinha, que ela ia trabalhar e eu ficava vendendo. Então, isso acontecia. Não é uma coisa que eu me sinta confortável em falar. Isso acontecia muito com pessoas próximas. (...) Era muito frequente, era uma coisa que acontecia muito. Numa fase da minha vida aconteceu muito. Então, eu era muito criança também. Eu ficava sozinho lá [na venda].

Carlinhos ainda revelou que na época era chantageado por esses homens mais velhos a não contar nada para um responsável. O influenciador também disse que às vezes ainda cruza com seus supostos abusadores quando visita sua família em Penedo, em Alagoas.

- São pessoas que, inclusive, eu até vejo quando vou na vila. Gente que é casada.

Bruno Krupp, acusado de atropelar e matar um jovem no Rio de Janeiro no último dia 30, acumula várias outras acusações, que vieram à tona depois da repercussão do caso de atropelamento.

Bruno também é investigado por estelionato e por estupro, em um boletim de ocorrência registrado no mês passado por uma mulher de 21 anos de idade . O Fantástico conversou com três das vítimas, que vieram a público após saber que outras mulheres também foram violentadas.

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Uma delas tem 28 anos de idade e diz que o crime ocorreu há seis anos, quando ela foi visitar Bruno em Niterói. Ela conta que na época teve vergonha de fazer a denúncia, porém conseguiu ir até uma delegacia essa semana, além de fazer o relato nas redes sociais:

- Então, eu fui pra Niterói encontrar com ele. Na casa dele. Porém ele foi muito desagradável comigo a noite inteira. Eu dormi lá porque eu já tinha ido pra dormir, eu morava longe, enfim. Eu dormi, ele saiu e depois voltou bêbado querendo transar comigo. Ele me segurou forte no braço e não me deixou sair de jeito nenhum. Eu entendi naquele momento que tinha sido estuprada

A jovem ainda completou, dizendo que após falar sobre o crime nas redes sociais recebeu mais de 40 relatos de vítimas que também alegam ser vítimas de abuso sexual praticado por Bruno Krupp, e que assim como ela, tiveram medo e vergonha de realizar a denúncia.

O Fantástico conversou também com duas das mulheres que falaram sobre o estupro nas redes sociais. Uma delas tem 23 anos de idade atualmente, porém na época ela tinha apenas 16 anos de idade e não chegou a denunciar e nem contar para a família. Chorando ela relembrou o que aconteceu no dia:

- A gente ficou, mas a gente já tinha se beijado outras vezes. Só que aí ele começou a forçar muito. eu falei "eu não quero, eu não quero transar, pode parar. Aí ele me jogou, tirou a minha roupa a força, segurou meu braço e aí forçou. Eu gritava muito porque estava doendo, ele estava me machucando. Mas ele não parou

A segunda mulher, que também não quis se identificar, chegou a fotografar as marcas da agressão que sofreu de Bruno e conta sobre todos os ferimentos que teve em seu corpo:

- Foi horrível. Ele foi extremamente agressivo. Eu acordei com a boca cheia de sangue pisado por dentro, toda estourada, toda roxa. Meu corpo com vários hematomas roxos também. Precisou acontecer uma coisa horrível para expor essa pessoa, entendeu? E todos os outros crimes que ele cometeu de fato.

As duas últimas vitimas entrevistadas pela reportagem falaram que vão fazer a denúncia essa semana. Todas as acusações de estupro estão sendo investigadas.

 

A justiça dos Estados Unidos deve anunciar nesta quarta-feira (29) a condenação de R. Kelly, quase um ano depois que o cantor foi declarado culpado de dirigir durante décadas uma rede de tráfico e abusos sexuais.

A Promotoria pediu ao juiz do tribunal do Brooklyn 25 anos de prisão para o autor de "I Believe I Can Fly", que recrutou adolescentes e mulheres para fazer sexo. O Ministério público alega que a estrela do R&B dos anos 1990 ainda "representa um sério perigo público".

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Em setembro, um júri em Nova York o considerou culpado em 11 acusações, incluindo extorsão.

"Seus atos foram insolentes, manipuladores, controladores e coercitivos. Ele não mostrou nenhum remorso ou respeito à lei", sustenta a Promotoria em documento, no qual assegura que "uma longa pena de prisão impedirá outros - ricos, famosos e com excesso de poder como aquele concedido pelo seu status - de cometer este tipo de crimes".

A defesa do cantor de 55 anos, atualmente encarcerado em uma prisão do Brooklyn, pediu que a pena não ultrapasse 17 anos.

Mas a decisão desta quarta-feira não porá fim aos seus problemas com a lei. A partir de 15 de agosto, outro julgamento está programado para começar em um tribunal de Chicago, onde Kelly e dois colaboradores são acusados de manipular um julgamento de 2008 por pornografia e esconder anos de abuso infantil.

O cantor também tem contas pendentes na justiça em outros dois estados.

O vereador do Rio Gabriel Monteiro (PL), alvo de denúncias de assédio sexual e moral feitas por ex-assessores, afirmou nesta terça-feira, 31, que não existe nenhuma "circunstância" ou "evidência" que o ligue ao acidente de carro que matou seu ex-assessor Vinicius Witeze na Região Serrana fluminense no último sábado. Witeze era testemunha no processo no Conselho de Ética da Câmara Municipal que pode levar à cassação do mandato do parlamentar. O vereador deu entrevista enquanto o conselho ouvia outra testemunha.

"Não existe nenhuma circunstância, evidência, nada que me ligue a morte do senhor Vinicius Ziza. Não existe nada que aponte que qualquer participação, qualquer interferência minha, qualquer feito meu, que tenha causado esse acidente. Isso é um fato", afirmou Gabriel Monteiro.

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O vereador disse lamentar a morte do ex-assessor e afirmou que não deseja "a morte de ninguém".

"Eu lamento profundamente (a morte de Witeze). Não desejo a morte de ninguém. Não desejo que ninguém se machuque, que ninguém tenha nenhuma complicação em sua saúde, em sua vida, não quero que ninguém seja perseguido. Não é motivo de comemoração, motivo de glória e de nenhuma alegria", disse.

Ex-assessores de Gabriel Monteiro têm relatado sofrer ameaças de agressão e de morte. Elas têm sido feitas nas redes sociais. Começaram depois que eles que denunciaram o parlamentar. Nesta terça-feira, Luiza Batista, que trabalhou na produção de vídeos para Monteiro e o acusou de assédio sexual, reafirmou as denúncias contra o vereador. Ela contou que é a alvo de mensagens de ódio na internet.

"Eu sofria assédio sexual, assim como outras pessoas. Ele é um doente social. Só de ouvir a voz dele eu fico com o coração acelerado. Quero ficar bem longe. Nós recebemos mensagens via Instagram, principalmente. Já foram até o meu WhatsApp. São pessoas que eu não conheço, geralmente fakes, mas que fazem ameaças de morte, de agressões verbais e físicas", relatou Luiza.

Gabriel Monteiro nega as acusações, atribuindo-as a questões políticas.

Reforço na segurança

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, vereador Alexandre Isquierdo (União Brasil), disse que o presidente da Casa, Carlo Caiado (sem partido), ofereceu reforço na segurança dos integrantes do conselho. A medida, segundo ele, é de praxe. Cada vereador vai avaliar se aceita ou não.

Isquierdo disse ainda que o Conselho de Ética e a Comissão de Direitos Humanos, presidida pela vereadora Teresa Bergher (Cidadania), presta apoio a todos os depoentes, com a possibilidade de reforço na segurança. As testemunhas ameaçadas foram orientadas a registrar as ameaças na Polícia Civil.

Duas testemunhas ouvidas pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio, que investiga o vereador Gabriel Monteiro (PL), relataram nesta quarta, 25, que têm sido ameaçados. As ameaças teriam começado depois que os dois homens, que trabalhavam na assessoria de Monteiro, o denunciaram por supostos estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos. Um dos depoentes chegou ao Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo carioca, vestindo colete à prova de balas. O parlamentar nega todas as acusações e as atribui a questões políticas.

O colegiado ouviu dois ex-assessores do vereador. Vinícius Hayden Witeze trabalhava na produção de dossiês para Gabriel Monteiro sobre outros vereadores e deputados. Heitor Monteiro atuava na edição dos vídeos do ex-PM.

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Segundo o presidente do Conselho de Ética, vereador Alexandre Isquierdo, as testemunhas reafirmaram as denúncias de manipulação de vídeos e uso de recursos públicos em benefício próprio na produção privada de conteúdo para o youtuber. Os ex-assessores entregaram prints de conversas que mantiveram com o vereador durante o período em que trabalharam para ele.

Hayden relatou ao Estadão que todos os vídeos dos chamados "experimentos sociais" eram manipulados. Em depoimento à Polícia Civil, ele contou que era responsável por investigar vereadores e outras pessoas indicadas por Gabriel. O objetivo era levantar informações para serem usadas em vídeos do vereador nas redes sociais.

Heitor também reiterou acusações de assédio moral e sexual que teria sofrido durante o período em que trabalhou para Gabriel Monteiro.

"Eu confirmei tudo aqui hoje. Meu compromisso é com a verdade. Tudo o que eu disse na delegacia eu reafirmei aqui. Tenho recebido ameaças, vou registrar na delegacia e tenho andado com seguranças", disse após depoimento que durou cerca de três horas.

As oitivas de testemunhas começaram nesta quarta-feira, 25, e seguem até 9 de junho.

Defesa

Advogados do vereador se reuniram nesta terça-feira, 24, com os integrantes da comissão. Pediram a oitiva de oito testemunhas de defesa. Elas deveriam ter sido arroladas na defesa prévia, apresentada em 9 de maio, mas sem nenhuma indicação de testemunha.

O colegiado havia concedido novo prazo, até a última sexta-feira, 20, para a apresentação de até cinco testemunhas. Essa prorrogação também não foi usada pela defesa. Nesta terça-feira, os advogados apresentaram um rol de testemunhas. São três além do inicialmente permitido.

Em 1º de junho acontecem as oitivas de uma testemunha de defesa e outra de acusação. Nos dias 2 e 7 de junho, serão ouvidas outras seis testemunhas indicadas pela defesa - três em cada dia. A fase de oitiva de testemunhas será encerrada com a última testemunha arrolada por Monteiro, no dia 9.

O relator do processo, vereador Chico Alencar (PSOL), afirmou que o Conselho de Ética já enviou ofícios ao Ministério Público e à Polícia Civil. O colegiado pediu o compartilhamento das provas colhidas na investigação policial.

"Ficou evidenciada a promiscuidade entre o gabinete parlamentar e seus assessores e a suas empreitadas como youtuber, uma atividade privada. A defesa nega que teve amplo direito de participação, mas eles fizeram mais inquirições que todo conselho. Escolheram uma linha de desqualificar as testemunhas", disse.

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro definiu nesta terça-feira, 24, o cronograma de depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa no processo contra o vereador Gabriel Monteiro (PL). Acusado de estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos divulgados nas redes sociais, Monteiro pode ser cassado. Ele nega todos os crimes. As oitivas de testemunhas começam nesta quarta-feira, 25, e seguem até 9 de junho.

Os advogados do vereador se reuniram nesta terça-feira com os integrantes da Comissão e pediram a oitiva de oito testemunhas de defesa. Elas deveriam ter sido arroladas na defesa prévia, apresentada em 9 de maio sem nenhuma indicação de testemunha. Apesar da perda do prazo, a Comissão havia concedido novo prazo, até a última sexta-feira, 20, para a apresentação de até cinco testemunhas. Esse prazo também não foi usado pela defesa de Monteiro, que nesta terça-feira finalmente apresentou um rol de testemunhas - três a mais do que o inicialmente permitido. Até 9 de junho, também serão ouvidas cinco testemunhas de acusação.

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Nesta quarta-feira, 25, a partir das 10h, serão ouvidos dois ex-assessores de Monteiro, Heitor Monteiro de Nazaré Neto e Vinícius Hayden Witeze, autores de acusações contra o vereador. No dia 31, mais duas testemunhas de acusação vão prestar depoimentos.

Em 1º de junho acontecem as oitivas de uma testemunha de defesa e outra de acusação. Nos dias 2 e 7 de junho, outras seis testemunhas indicadas pela defesa prestarão depoimentos - três em cada dia. A fase de oitiva de testemunhas será encerrada no dia 9, quando será ouvida a última testemunha arrolada por Monteiro.

O relator do processo, vereador Chico Alencar (PSOL), afirmou que será feito novo pedido de compartilhamento de provas ao Ministério Público e à Polícia Civil, que investigam denúncias contra Monteiro. "Vamos reiterar o pedido de compartilhamento de provas nos próximos dias, para que possamos analisá-las e incluí-las em nosso relatório", disse.

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou pedido do vereador Gabriel Monteiro (PL), acusado de abusos sexuais, assédios e de quebra do decoro parlamentar, para anular o processo disciplinar contra ele.

Nesta terça-feira, 17, o Conselho se reuniu para ouvir o parecer da Procuradoria da Câmara sobre os supostos vícios jurídicos no processo, apontados por Monteiro em sua defesa prévia. O argumento foi rechaçado pela Procuradoria. Por isso, o Conselho indeferiu o pedido de Monteiro e deu prosseguimento ao processo, marcando os primeiros quatro depoimentos.

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No dia 25, em sessão fechada a partir das 10h, serão ouvidos como testemunhas dois ex-assessores do vereador, Vinícius Hayden Witeze e Heitor Monteiro de Nazaré Neto, autores de acusações contra Monteiro. Outras duas testemunhas prestarão depoimento no dia 1 de junho, mas o nome dessas ainda não foi divulgado pelo Conselho.

A pedido do vereador, na terça-feira, 24, a partir das 14h30, os sete titulares do Conselho de Ética vão se reunir a portas fechadas com os dois advogados de Monteiro - isso não está previsto no regimento, mas foi permitido pelos parlamentares. Também para atender o vereador, o Conselho deu prazo excepcional até a próxima sexta-feira, 20, para que ele indique até cinco testemunhas de defesa. Essas testemunhas deveriam ter sido apresentadas na defesa prévia, mas naquele documento Monteiro não elencou nenhuma. "Para que o Conselho não seja acusado de cercear a defesa do vereador, decidimos dar esse prazo extra para que ele apresente suas testemunhas", afirmou o vereador Chico Alencar, relator do processo contra Monteiro.

A previsão é de que o processo termine até julho. O Conselho vai emitir parecer sobre o caso, que será votado em plenário pelos 51 vereadores. Para que Monteiro seja cassado, são necessários os votos favoráveis de 34 parlamentares.

Monteiro é acusado de quebra de decoro parlamentar, pela prática de supostos estupros e episódios de assédio sexual e moral, além de manipulação de vídeos e infração a direitos de uma criança que foi protagonista de um vídeo gravado por ele. O vereador nega todas as acusações, que atribuiu a adversários políticos que quereriam destruí-lo.

O Ministério Público de Paris anunciou, nesta quarta-feira (3), a abertura de uma investigação preliminar contra o conhecido ator Richard Berry acusado por sua filha Coline de incesto, uma nova denúncia na França após o caso do cientista político Olivier Duhamel.

Na denúncia feita por Coline Berry em 25 de janeiro, a filha do ator denuncia ter sido vítima de "estupro, agressão sexual e corrupção de menores", informou o MP.

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Em uma publicação do Instagram, a denunciante contou como seu pai a "beijou com a língua" e a fez participar "de jogos sexuais em um contexto evidente de violência machista".

Richard Berry disse na terça-feira à tarde que desmente "com firmeza e sem ambiguidade essas acusações imundas" e explicou que as "alegações (de sua filha) eram falsas" e "mudaram com o tempo".

"Nunca tive relações inadequadas ou incestuosas com Coline, nem com nenhum de meus filhos", afirmou o ator em um longo texto publicado em seu Instagram.

Nascida em 1976, Coline Berry teria, segundo ela conta, "reconstruído sua história" após a publicação em janeiro do livro de Camille Kouchner, "La Familia Grande", no qual revela os abusos sexuais que seu irmão gêmeo sofreu nas mãos do conhecido cientista político francês Olivier Duhamel.

"O que mudou", explica Berry, "foi a atitude do meu pai: no início ele se mostrou violento, e depois me pediu que virasse a página, que não o fizesse parecer um pedófilo", acrescentou a filha do ator de cinema e teatro.

A publicação dessas acusações causaram uma grande comoção na França e provocaram uma chuva de depoimentos com a hashtag #MeTooInceste, que lembra o movimento #MeToo de 2017.

"Estou cheio", "Preciso me esvaziar", "Só você aguenta minha energia espiritual". Era com frases como esta, e se referindo às interlocutoras como "menininha", que o líder religioso e ex-grão mestre da Grande Loja Maçônica da Bahia, Jair Tércio Cunha Costa, de 63 anos, anunciava de forma velada os abusos sexuais que teria cometido com mulheres que o tinham como guru espiritual.

Sob ameaças travestidas de atos de bondade para "purificar" a alma das vítimas, Jair Tércio teria mantido sob seu domínio sexual e manipulação psicológica pelo menos 14 mulheres adultas, jovens e adolescentes durante anos. O caso foi denunciado no Fantástico, da TV Globo, no domingo (2).

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Quem conta os detalhes para o Estadão é uma das vítimas, Tatiana Badaró, de 33 anos, que denunciou o autoproclamado "guru" junto com outras 13 vítimas, todas de Salvador, na Ouvidoria do Conselho do Ministério Público e Projeto Justiceiras. Jair Tércio está sendo acusado por elas de ter cometido crimes de abuso sexual e psicológico. O procedimento investigativo foi aberto semana passada, no Ministério Público da Bahia, e corre sob sigilo, coordenado pela promotora Sara Gama.

Procurado pelo Estadão, o MP informou que ainda não pode adiantar detalhes do procedimento, e que está na fase de levantamento de provas e ouvindo as partes envolvidas. A promotora Sara Gama preferiu não se pronunciar neste momento.

Entre as supostas provas já coletadas, há gravação telefônica entre Tércio e uma menor registrada em um Boletim de Ocorrência, em Salvador, na qual a garota informa que sua mãe a levará ao ginecologista e que teria 'perdido a virgindade' com ele. Tércio, então, pede para que ela não vá. A defesa do guru espiritual nega as acusações.

Tatiana conta que após denunciar o caso em suas redes sociais, recebeu outros 200 relatos de mulheres que sofreram abusos de Jair Tércio, mas somente 14 quiserem se expor ao MP. O ato mais antigo teria ocorrido há 41 anos.

Os abusos, relatam Tatiana e outra vítima, que preferiu não ter sua identidade revelada, ocorriam em duas residências de Jair Tércio, em Salvador: uma no apart hotel Victoria Marina, no Corredor da Vitória, bairro nobre da Capital, e outros na casa do bairro de São Tomé de Paripe, em frente à praia de Inema. Outros, ainda, ocorriam no município de Piatã, na Chapada Diamantina, onde eram organizados retiros espirituais nas montanhas.

Lavagem cerebral

Tatiana tinha somente 15 anos quando foi levada pelo então namorado e ex-marido à Organização Científica de Estudos Materiais, Naturais e Espirituais, a Fundação Ocidemnte, onde foi apresentada a Jair Tércio, tido como líder espiritual do chamado Imutabilismo, um movimento religioso criado por ele.

Tércio dizia ter sido a reencarnação do profeta Moisés, do filósofo Baruch Spinoza, do artista renascentista Leonardo da Vinci e do líder espiritual hindu Mahavira. Os ensinamentos do "guru" estariam compilados no livro Arca Sagrada, supostamente escrito por ele.

Até chegar ao ato sexual, Jair Tércio construía uma relação de confiança com as mulheres, por meses ou anos, até informá-las que deveriam passar por um "tratamento" ou "purificação" a fim de que fossem perdoadas por algum suposto ato tido como promíscuo ou alcançar o que desejassem naquele momento. No caso de Tatiana, que engravidou do namorado aos 16 anos, para ser purificada de sua "conduta promíscua" nesta encarnação e reparar o Karma, era necessário ceder aos atos sexuais de Jair Tércio. Assim foi entre os anos de 2007 e 2015.

"Estava em um momento de imensa vulnerabilidade. Quando você procura um ambiente religioso, você vai de peito aberto. Ele se colocava como minha salvação...Eu duvidava de minha própria sanidade. Não sabia se eu estava louca", disse. Ficava em dúvida sobre a correção de Jair Tércio, mas temia represálias do grupo maior. "Iriam dizer que eu estava mentindo".

No primeiro ano, Tatiana foi abusada todas as quartas-feiras à noite, ela lembra. Passado este período, pelo menos uma vez ao mês. Até que, certa vez, ao ter acesso ao celular do líder espiritual, encontrou mensagens idênticas para muitas mulheres da Fundação. Percebeu que estava sendo abusada e rompeu. "É uma lavagem cerebral", afirmou.

Outra vítima que não quer ter a identidade revelada neste momento, diz que sofreu abuso duas vezes, nos anos de 2006 e 2007. Também levada pelo namorado para a Fundação Ocidemnte, ouviu de Jair Tércio que precisava passar por uma purificação para que pudesse engravidar de seu hoje ex-marido, também adepto do movimento Imutablismo. "Ele [Jair Tércio] começou enviando mensagens por SMS dizendo que eu devia me masturbar", lembrou. "Me chamava de menininha".

Até que, cerca de um ano após, disse que havia chegada a hora do tratamento de purificação dos chacras para que ela viesse a engravidar do marido. No apart hotel, pediu que ela fosse ao banheiro, tirasse a roupa e deitasse na cama com um lençol cobrindo seu corpo. Após pairar sua mão no ar sobre ela, tocou em sua vagina. "Fiquei estática, não sabia o que fazer (...), depois ele me penetrou".

O que diz a defesa

A reportagem teve acesso a três contatos de telefones móveis de Jair Tércio Cunha Costa, mas ele não atendeu às ligações. Procurado pelo Estadão, seu advogado de defesa, Fabiano Pimentel, enviou nota de esclarecimento na qual nega violência física e psicológica e diz que "que todas as relações que [Jair Tércio] teve, em toda a sua vida, foram consentidas e marcadas por carinho e afeto".

"Apesar de sua trajetória no campo dos estudos da espiritualidade e de ser autor de diversas obras literárias, fatores que o alçaram a autoridade na matéria, o Sr. Jair Tércio nunca se valeu de sua posição para lograr vantagens espúrias, principalmente em âmbito sexual", disse o texto. Até o momento, diz ainda, "o Sr. Jair Tércio não foi intimado a comparecer a nenhum interrogatório, mas já se colocou à disposição das autoridades para esclarecimentos, inclusive por acreditar que todos os fatos serão elucidados no curso do processo".

A Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB) também soltou nota à imprensa informando que Jair Tércio, que ocupou a cadeira de Grão Mestre da entidade, responderá à sindicância interna, já instaurada, "tendo sido cautelarmente afastado das atividades regulares na maçonaria, com seus direitos maçônicos suspensos". A entidade também afirma que práticas reprováveis e à margem da lei, realizadas por qualquer indivíduo precisam ser apuradas e, se comprovadas, devem ter sanções legais aplicadas.

A GLEB ressalta que todos os membros da maçonaria possuem o direito a um julgamento pelo Tribunal Maçônico, "respeitada a garantia da ampla defesa e do contraditório". Por essa razão, a instituição não comentará nem emitirá juízo de valor do processo, que tramita em sigilo.

Já a Fundação Ocidemnte, com sede em Salvador, informa em nota de esclarecimento, em seu site, que foi idealizada pelo "educador" Jair Tércio Cunha Costa, o qual, desde 2017, "não exerce mais nenhuma função ou atividade na instituição, e nem em suas unidades parceiras". Afirma, ainda, que "não é, e nunca foi, uma organização religiosa" e que o desenvolvimento humano é "através de processos de ensino-aprendizagem-sentimento, pesquisas e extensão que incluem meditação, consciência e autoconhecimento, sem qualquer tipo de conotação religiosa ou vínculo com instituições com este perfil".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Arquidiocese de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 5, a criação de um sistema de notificação de abusos sexuais por integrantes da Igreja Católica. A iniciativa atende a uma determinação do Papa Francisco, que, em maio de 2019, deu prazo de um ano para todas as dioceses do mundo criarem serviços de queixa e resposta para relatos de violência sexual e assédio.

"Podemos dizer é tarde, mas veio (a comissão). Para as vítimas sempre é tarde. Mas não é de agora que estamos avaliando denúncias", declarou o arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal D. Odilo Scherer, em coletiva de imprensa.

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Conforme o decreto papal "Vos estis lux mundi" ("Vós sois a luz do mundo", em latim), as investigações devem garantir a confidencialidade dos envolvidos e ser rápidas - a duração prevista é de até 90 dias. Os religiosos que acobertarem relatos também podem ser punidos.

As denúncias poderão ser apresentadas de modo presencial, por e-mail e em carta, mas não serão aceitas informações anônimas. Elas deverão fornecer "de forma detalhada", segundo regulamento da arquidiocese, dados sobre o caso, como nome e contatos do denunciante, datas e locais em que ocorreram os supostos abusos. Também é recomendada a apresentação de material documental, fotos ou gravações, além de contatos de testemunhas.

Os casos na Arquidiocese de São Paulo - instituição que contempla paróquias da região central e parte das zonas oeste, sul, norte e leste - serão investigados pela "Comissão Arquidiocesana para a Aplicação do Motu Proprio Vox Estis Lux Mundi", criada pela Cúria Metropolitana em 26 de fevereiro e que terá atuação "por tempo indeterminado".

"Tem a incumbência de zelar para que todas as instituições e organizações católicas presentes e/ou atuantes no âmbito desta Arquidiocese sejam lugares seguros e livres de abusos sexuais", diz o decreto de criação da comissão, que entrará em vigor neste domingo, 8.

Antes mesmo da criação comissão, denúncias foram feitas contra padres da Arquidiocese de São Paulo, sendo que alguns casos foram levadas à Justiça comum, mas os números de afastados não foram divulgados

"É fato. Há muitos anos, esses escândalos de abusos sexuais vindos à tona fazem mal às vítimas e trazem danos à credibilidade da pregação da própria igreja", disse D. Odilo. "Denúncia anônima e 'eu ouvi dizer' não tem como ir adiante. Denúncia assumida, iremos atrás."

Sobre a relação entre o processo conduzido dentro da arquidiocese com a Justiça comum, D. Odilo explica que irá proceder de acordo com o estabelecido na lei civil. "Deverá haver colaboração com a Justiça nos termos da lei. As pessoas serão orientadas sobre a possibilidade de também fazerem a denúncia perante a autoridade civil competente".

A comissão será composta por ao menos oito membros, incluindo clérigos, religiosos e leigos, considerados "peritos" em Direito Canônico, Direito Civil e Penal, Psicologia, Assistência Social e Pastoral, com mandato por tempo indeterminado. Ela irá se reunir ao menos a cada duas semanas para avaliar denúncias recebidas.

"A comissão não é um tribunal. É uma comissão de ouvidoria que tem a competência de receber denúncias sobre os delitos tipificados. Fazer um primeiro discernimento sobre os fatos. Ela não será um tribunal nem emitirá sentenças. Se for o caso, a parte de tribunal será o passo seguinte. A investigação mais aprofundada passa a ter uma comissão de investigação própria, sendo decidido depois se irá ao Tribunal Eclesiástico, mas suas diversas instâncias", afirmou o arcebispo metropolitano de São Paulo.

Além de informar o arcebispo sobre as denúncias, a comissão também deverá informar a suposta vítima e o suposto agressor sobre os encaminhamentos e propor medidas para acompanhar e ajudar os afetados.

O regulamento da comissão prevê, ainda, a obrigação de "acolher com caridade e escutar as vítimas e seus familiares que apresentarem uma denúncia de abuso sexual contra menores e/ou contra pessoas em situação de vulnerabilidade". "A recusa ou omissão na observância das normas ou na execução do estabelecido neste regulamento serão passíveis de sanções canônicas."

O coordenador da comissão será o padre Ricardo Anacleto, nomeado pelo arcebispo, sendo o responsável pela organização dos trabalhos da comissão. O regulamento prevê o encaminhamento "imediato" o das denúncias recebidas para "a instauração dos procedimentos cabíveis".

Segundo o regulamento, os trabalhos serão acompanhados e avaliados periodicamente. Durante as investigações, a comissão deverá "adotar e promover políticas de transparência, no respeito à privacidade e à reputação das pessoas".

A Igreja considera passíveis de investigação casos em que algum religioso praticou alguma das seguintes ações: forçar alguém, com violência, ameaça ou abuso de autoridade, a atos sexuais; ter atos sexuais com um menor de idade ou com uma pessoa vulnerável; produzir, exibir, portar ou distribuir material pornográfico infantil; e atuar no recrutamento ou indução de um menor ou pessoa vulnerável a participar em exibições pornográficas.

Arquidiocese pioneira

A arquidiocese pioneira no cumprimento da medida do pontífice foi a de Porto Alegre, no dia 26. Na capital gaúcha, a Comissão Arquidiocesana Especial de Promoção e Tutela de Crianças ficará responsável por combater e denunciar o abuso infantil vindos de membros da Igreja nos 29 municípios sob sua circunscrição.

"Temos de reconhecer que não se deu a devida atenção ao longo do tempo a esses casos de abuso. É uma realidade sem dúvida e que explodiu mundo afora, em torno de 20, 30 anos atrás e de repente nós começamos a ser informados", disse no lançamento do serviço dom Jaime Spengler.

Nessa arquidiocese, o trabalho incluirá denúncias por e-mail e telefone próprio e a comissão de análise terá uma assistente social, um jurista, uma procuradora de Justiça do Ministério Público e a delegada chefe do departamento de Grupos e Pessoas Vulneráveis da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

Como denunciar abusos na Arquidiocese de São Paulo:

- De forma presencial: sede da Comissão (Rua Xavier de Almeida, 818, Ipiranga)

- Pelo e-mail: tutela.arquisp@gmail.com

- Por carta registrada: sede da Comissão (Rua Xavier de Almeida, 818, Ipiranga - CEP 04211-001)

A Promotoria de Goiás ofereceu a 12ª denúncia contra João Teixeira de Faria, o João de Deus, pelo estupro de vulnerável de duas vítimas do Rio Grande do Sul entre janeiro de 2009 e janeiro de 2011. A acusação também responsabiliza dois guias da Casa Dom Inácio de Loyola que transportaram os fiéis até Abadiânia.

As informações foram compartilhadas pelo Ministério Público de Goiás.

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João de Deus está preso desde dezembro de 2018

A Promotoria estadual iniciou uma nova fase de investigação, e agora mira a rede de apoiadores que supostamente permitiu a prática de crimes sexuais por João de Deus.

O guia espiritual já foi condenado a 19 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado por violação sexual mediante fraude contra duas mulheres e estupro de vulnerável contra outras duas, além de quatro anos de prisão, em regime aberto, por porte ilegal de armas.

Envolvimento dos guias

A força-tarefa da Promotoria afirma que as vítimas confiam nos guias a ponto de lhes confidenciarem os atos sexuais aos quais foram submetidas.

A Promotoria diz. "Todavia, mesmo sendo conhecedores da prática contra diversas outras mulheres, não agiram no sentido de evitar a ocorrência dos crimes contra as vítimas que fazem parte da denúncia."

Os promotores de Justiça Renata Caroliny Ribeiro e Silva, Augusto César Souza e Paulo Penna Prado afirmam que, além de serem coniventes com os referidos abusos, os guias também atuaram ‘energicamente’ para acobertar as práticas ilícitas e impedir que as vítimas acionassem a justiça.

Com isso, visavam assegurar a impunidade de João de Deus e a manter o "status quo como guias do local, de onde auferiam renda e prestígio".

Para a Promotoria, João de Deus contava com uma "espécie de rede de proteção" para a escolha das vítimas e a manutenção da estrutura de atendimentos realizados na Casa Dom Inácio de Loyola, "a qual favorecia que as vítimas, sempre mulheres, fossem direcionadas a atendimentos individuais, permitindo a concretização dos abusos sexuais".

Os guias persuadiam as vítimas a prática sexual criminosa realizada durante os atendimentos individuais não se tratavam de abuso sexual, mas sim de uma parte do processo de cura e limpeza espiritual, o que redundava na continuidade dos abusos e de todo o esquema criminoso.

Os crimes sexuais praticados em 2009 estão prescritos para João de Deus, que já tem mais de 70 anos. O mesmo não ocorre para os guias.

As vítimas apresentavam vulnerabilidades, como crise de pânico, diz a Promotoria, as quais eram intensificadas com as ameaças espirituais, como infelicidade no casamento e divórcio.

Entre as formas de enganar os fiéis, os promotores descobriram que os guias afirmavam que "as ejaculações de João de Deus eram limpeza espiritual, de chacras, realizada por uma entidade incorporada naquele por meio de uma relação sexual com as vítimas, e que eles mesmos já teriam se submetido a essa limpeza, porém, quem realizava esse tipo de trabalho em homens seria outro funcionário da Casa Dom Inácio de Loyola".

Denúncias

João Teixeira de Faria foi denunciado por três crimes sexuais cometidos contra duas vítimas. Já o primeiro guia é acusado por seis crimes sexuais, e o segundo, por dois crimes sexuais, ambos na condição de garantidores que se omitiram, já que assumiram a responsabilidade de impedir o resultado, devendo e podendo fazê-lo.

A Promotoria já ofereceu 12 denúncias contra João de Deus por crimes sexuais, envolvendo 59 vítimas cujos crimes não estão prescritos e 89 prescritos.

Cerca de 330 mulheres já procuraram o Ministério Público de Goiás - destas, 194 formalizaram denúncias contra ele.

Tramitam outras duas denúncias contra ele, por porte ilegal de armas - uma em Abadiânia e outra em Anápolis -, além de uma ação civil pública, com pedido de indenização por danos morais, que já obteve o bloqueio de ativos financeiros, bens móveis e imóveis no valor de R$ 50 milhões.

Com a palavra, a defesa

A reportagem busca contato com a defesa de João de Deus. O espaço está aberto para manifestação.

A Justiça de Goiás condenou nesta quinta-feira, 19, o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, a 19 anos de prisão por crimes sexuais. A decisão é da juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia, no interior do Estado.

João de Deus foi preso no dia 16 de dezembro do ano passado, sob a acusação de violação sexual mediante fraude e de estupro de vulnerável, crimes que teriam sido praticados contra centenas de mulheres na instituição em que atendia pessoas em busca de atendimento espiritual.

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A condenação desta quinta-feira é a primeira por crimes sexuais. O caso está sob segredo de Justiça. O médium ainda responde a mais dez denúncias por crimes sexuais e outras duas por porte ilegal de arma de fogo. Em junho, a defesa de João de Deus recorreu ao Supremo Tribunal Federal para rever sua prisão preventiva.

A defesa alegou que João de Deus, além de idoso - ele tem 77 anos -, é portador de insuficiência coronariana, e que sua custódia "estaria fundamentada apenas no clamor público e no abalo à paz e à tranquilidade pela eventual soltura" do líder espiritual.

O caso foi analisado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que negou a concessão de prisão domiciliar ou conversão da preventiva do médium por outras medidas cautelares alternativas.

O Papa Francisco aceitou, nesta quarta-feira (4), a renúncia do bispo Richard Malone, da diocese de Buffalo, nos Estados Unidos, envolvido em um escândalo por encobrir crimes de pedofilia em sua diocese.

A renúncia foi anunciada com uma breve nota oficial do Vaticano, na qual as razões de sua partida não são especificadas.

Malone, de 73 anos, juntamente com uma delegação de bispos americanos, se reuniu no mês passado com o papa no Vaticano.

A diocese de Buffalo, no estado de Nova York, admitiu em outubro de 2018 estar no centro de uma investigação judicial por mais de 200 denúncias de abuso sexual de menores.

Segundo fontes religiosas, Malone apresentou sua renúncia faltando dois anos para completar 75 anos, a idade obrigatória para aposentadoria, depois de ter sido informado dos resultados de uma investigação da Santa Sé sobre a diocese e sua gestão dos crimes.

Desde que foi eleito em 2013, Francisco está comprometido com a limpeza da Igreja Católica, atormentada por escândalos de pedofilia cometidos por décadas e ocultados por sua hierarquia.

O Ministério Público de Goiás apresentou mais uma denúncia contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, elevando para 11 o número de ações contra o líder espiritual por crimes sexuais. Desta vez, João de Deus é acusado de estuprar quatro mulheres entre 2010 e 2016 e outras sete entre 1976 e 2008 - nestes últimos casos, o crime prescreveu.

De acordo com a promotora de Justiça Renata Caroliny, as vítimas eram do Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Bahia. Nos casos prescritos, as mulheres eram de Pernambuco, Maranhão e Espírito Santo. Ao todo, o médium já foi denunciado por crimes sexual contra 57 pessoas cujos crimes ainda não prescreveram.

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Renata Caroliny afirma que os perfis das vítimas eram os mais diversos e envolviam mulheres que sofriam de depressão, câncer e até epilepsia e que buscavam tratamento com João de Deus. Ele se aproveitava da fragilidade das mulheres.

"Além de explorar a vulnerabilidade das vítimas, que já estavam cometidas por doenças muito graves, ele ainda explorava e intensificava suas vulnerabilidades fazendo ameaças espirituais", afirma Caroliny. "Essas ameaças eram promessas de mal futuro que nunca se poderia provar, um mal muito grave".

Ainda segundo o Ministério Público, o médium afirmou a algumas vítimas que elas teriam dificuldades de engravidar ou que já estariam sofrendo por um 'trabalho espiritual' feito por outras pessoas. "Tudo isso para incutir mais medo e criar um ambiente propício para a prática de abuso sexual", afirma a promotora.

Segundo o Ministério Público, 319 mulheres procuraram a Promotoria para denunciar João de Deus. Desse total, 194 formalizaram denúncias contra o médium. Em 87 casos, os atos prescreveram - incluindo os dois casos presentes na denúncia desta segunda, cujas supostas vítimas, à época do crime, eram adolescentes de 14 e 12 anos.

Prisão. Detido desde 16 de dezembro do ano passado, João de Deus responde agora a onze denúncias por crimes sexuais e outras duas por porte ilegal de arma de fogo. Em junho, a defesa do médium recorreu ao Supremo Tribunal Federal para rever sua prisão preventiva.

A defesa alegou que João de Deus, além de idoso, é portador de insuficiência coronariana, e que sua custódia ‘estaria fundamentada apenas no clamor público e no abalo à paz e à tranquilidade pela eventual soltura’ do líder espiritual.

O caso foi analisado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que negou a concessão de prisão domiciliar ou conversão da preventiva do médium por outras medidas cautelares alternativas.

COM A PALAVRA, JOÃO TEIXEIRA DE FARIA, O JOÃO DE DEUS

A reportagem busca contato com a defesa do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus. O espaço está aberto a manifestações

No último sábado, dia 14, aconteceu a primeira noite do Creative Arts Awards, premiação do Emmy dedicada às realizações técnicas de arte da televisão norte-americana. O grande destaque do evento foi o documentário Free Solo, da National Geographic, que levou sete estatuetas na noite. Outras menções honrosas são o reality show Queer Eye, da Netflix, o documentário da HBO Leaving Neverland, que narra os supostos abusos sexuais cometidos por Michael Jackson, e o artista RuPaul, que ganhou o seu quarto Emmy consecutivo. A seguir, veja todos os vencedores em todas as categorias apresentadas:

Melhor Documentário/Especial

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Leaving Neverland

Melhor Reality Show não Estruturado

United Shades of America com W. Kamau Bell

Melhor Reality Show Estruturado

Queer Eye

Melhor Apresentador de Reality Show ou Programa de Competição

RuPaul, RuPaul's Drag Race

Melhor Dublagem e Narração

Seth MacFarlane, Family Guy

Melhor Narrador

Sir David Attenborough, Our Planet

Melhor Especial de Variedades, Música ou Comédia (Pré-Gravado)

Carpool Karaoke: When Corden met McCartney Live from Liverpool

Melhor Especial de Variedades (Ao Vivo)

Live in Front of a Studio Audience: Norman Lear’s All in the Family and the Jeffersons

Melhor Programa de Animação

Os Simpsons

Série Animada - Curta Duração

Love, Death, & Robots

Melhor Formato de Não-Ficção ou Reality Show - Curta Duração

Creating Saturday Night Live

Melhor Formato de Série de Variedades - Curta Duração

Carpool Karaoke: The Series

Melhor Casting de Reality Show

Queer Eye

Melhor Figurino de Programa de Variedades, Não-Ficção e Reality Show

RuPaul's Drag Race

Melhor Coreografia de Programa de Variedades e Reality Show

Tessandra Chavez, World of Dance

Melhor Série de Documentário ou Não-Ficção

Our Planet

Melhor Série ou Especial Informativo

Anthony Bourdain Parts Unknown

Melhor Fotografia em Reality Show

Life Below Zero

Melhor Fotografia de Não-Ficção

Free Solo

Mérito Excepcional em Filmagem de Não-Ficção

RBG e The Sentence

Melhor Direção de Documentário/Programa de Não-Ficção

Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, Free Solo

Melhor Direção de Especial de Variedades

Springsteen on Broadway

Melhor Direção de Reality Show

Queer Eye

Melhor Hairstyling para uma Série Multi-Câmera ou Especial

RuPaul's Drag Race

Melhor Maquiagem para uma Série Multi-Câmera ou Especial (Não-Protética)

Saturday Night Live

Melhor Programa Interativo

NASA And SpaceX: The Interactive Demo-1 Launch

Melhor Conquista Criativa em Mídia Interativa - Programa sem Roteiro

Free Solo 360

Melhor Iluminação/Direção - Programa de Variedades

Saturday Night Live

Melhor Iluminação/Direção - Especial de Variedades

RENT

Melhor Composição Musical para um Documentário ou Especial

Brandon Roberts e Marco Beltrami, Free Solo

Melhor Direção Musical

Alex Lacamoire, Fosse/Verdon

Melhor Música e Letra

Crazy Ex-Girlfriend

Melhor Edição de Imagens para um Programa de Variedades

Last Week Tonight com John Oliver

Melhor Edição de Imagens para um Programa de Não-Ficção

Free Solo

Melhor Edição de Imagens para um Programa de Realidade Estruturada

Queer Eye

Melhor Edição de Imagens para um Programa de Realidade Estruturada ou Competitiva

United Shades of America com W. Kamau Bell

Melhor Design de Produção para uma Série de Variedade, Realidade ou Competição

Saturday Night Live

Melhor Design de Produção para Especial de Variedades

RENT

Melhor Mixagem de Som para uma Série de Variedades ou Especial

Aretha! A Grammy Celebration for the Queen of Soul

Melhor Mixagem de Som para um Programa de Não-ficção (Single ou Multi-Camera)

Free Solo

Melhor Edição de Som em Programa de Não-Ficção

Free Solo

Melhor Direção Técnica, Trabalho de Câmera, Controle de Vídeo para Série

Last Week Tonight with John Oliver

Melhor Direção Técnica, Trabalho de Câmera, Controle de Vídeo para Série Limitada, Filme ou Especial

The Late Late Show Carpool Karaoke Primetime Special 2019

Melhor Roteiro em Programa de Não-Ficção

Anthony Bourdain: Parts Unknown

Melhor Roteiro em Especial de Variedades

Hannah Gadsby: Nanette

A segunda parte do Emmy será exibida no dia 22 de setembro.

O Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão virtual finalizada na Quinta-feira passada, dia 22, decidiu manter a prisão preventiva do médium João de Deus. Na ocasião, a Segunda Turma do STF manteve decisão monocrática do ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, que negou a concessão de prisão domiciliar ou conversão da preventiva do médium por outras medidas cautelares alternativas.

No julgamento foi analisado um recurso da defesa contra a decisão de Lewandowski. O decreto de prisão que a defesa questionava no Supremo tem relação com a investigação do crime de posse irregular de arma de fogo. O médium responde a duas ações de tal teor e outras nove por crimes sexuais.

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Os advogados do médium impetraram um habeas corpus contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), argumentando que João de Deus, além de idoso, é portador de insuficiência coronariana. A defesa alegou ainda que a custódia "estaria fundamentada apenas no clamor público e no abalo à paz e à tranquilidade pela eventual soltura de seu cliente".

Em junho, Lewandowski analisou o pedido da defesa e destacou que, quando o STJ negou o habeas corpus ao médium, foi considerado que a prisão foi devidamente fundamentada na "necessidade de manter a ordem pública diante da gravidade concreta do crime, diante da diversidade e da quantidade de armas e munições apreendidas".

Em sua decisão, o ministro também destacou que a jurisprudência do STF admite como fundamento para o decreto de prisão preventiva a periculosidade do acusado, constatada a partir da gravidade concreta da conduta, "notadamente pelo modus operandi na prática do crime".

Quanto ao pedido de concessão de prisão domiciliar, o ministro indicou que a questão não foi apreciada em outras instâncias então não poderia ser examinada pelo STF, "sob pena de extravasamento dos limites da competência da Corte".

Defesa

A reportagem tenta contato com a defesa do médium João de Deus. O espaço está aberto para manifestação.

A força-tarefa do Ministério Público de Goiás que mira João de Deus apreendeu uma garrucha, munição e extratos bancários, nesta quarta-feira, 7, em Anápolis (GO). A ação contou com apoio da Polícia Federal. Também foram encontradas uma carteira falsa de agente prisional e uma de policial em nome do médium, acusado de crimes sexuais.

A ordem judicial foi expedida pelo Juízo de Anápolis.

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A força-tarefa afirma que vai "analisar o material apreendido para definir novas providências em relação às investigações em curso".

João Teixeira de Faria responde a 11 ações penais na Justiça, das quais 9 envolvendo acusações de crimes sexuais e outras 2 por porte ilegal de armas. Também está em andamento ação civil pública que pretende o ressarcimento de danos morais. O acusado está detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

O professor de Kung Fu Luiz Fabiano do Nascimento foi preso pela polícia após ser acusado por alunas de abusá-las durante as instruções de artes marciais. De acordo com a Polícia Civil, o homem poderá responder pelos crimes de estupro, violência sexual mediante fraude e assédio sexual pelos crimes supostamente cometidos em uma academia localizada na zona leste da capital paulista.

Quatro vítimas registraram boletim de ocorrência contra o indiciado e outras 13 pessoas foram ouvidas pela polícia, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública. "Durante as aulas, as vítimas sofriam abuso sexual por parte do indiciado, mestre de Kung Fu, na escola de arte marcial, localizada na Praça Silvio Romero, no Tatuapé", acrescentou a polícia por nota.

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O caso é investigado pelo 30º Distrito Policial (Tatuapé). Após solicitação da delegada, a Justiça concedeu a prisão temporária de 30 dias do autor, que permanece detido. A reportagem não conseguiu localizar o responsável pela sua defesa.

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