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Mesmo em um dia chuvoso, a imprensa e os políticos, governador Eduardo Campos, o secretário das Cidades, Danilo Cabral, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, realizaram nessa sexta-feira (13) o trajeto onde serão construídas as primeiras estações de transporte fluvial do Recife. A dragagem do rio, que vai abrir o caminho para os barcos, já está sendo feita e deve ser concluída em dezembro, no trecho da BR-101 à Casa da Cultura, e até março, no intervalo que chega à Escola de Aprendizes Marinheiros.

De acordo com o gestor estadual, em 2014 o transporte fluvial já será realidade no Recife. “Nós esperamos que entre março e junho a empresa esteja fazendo em caráter experimental, este um serviço novo, tem poucas experiências dessas no Brasil. A ideia é a gente chegue à Copa de 2014 com ele funcionando a pleno vapor”, afirmou. 

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O LeiaJá fez o trajeto e mostra imagens das obras de dragagem, além de disponilizar o vídeo institucional com os detalhes do funcionamento desta alternativa de mobilidade:

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O recifense enfim vai ter acesso ao tão sonhado transporte fluvial, uma ajuda na mobilidade urbana, que nos últimos anos têm sido alvo de muitas críticas por parte da população. Na manhã desta sexta-feira (13), o governador Eduardo Campos, assinou a ordem de serviço para a construção das três primeiras das cinco estações fluviais incluídas na Rota Oeste, que contempla os moradores dos bairros de Casa Forte, Torre, Caxangá, Detran, Santa Luzia e Parnamirim, com um trajeto que vai da BR-101, na altura de Apipucos à Rua do Sol, no centro do Recife, um trajeto de 11km. 

Já a Rota Norte, de 2,5km, vai da Rua do Sol até as proximidades do Shopping Tacaruna. Ao todo serão sete estações, com treze barcos ao todo, e capacidade de transportar 89 pessoas por viagem e 300 mil por mês.

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Mesmo em um dia chuvoso, a imprensa e os políticos, governador Eduardo Campos, o secretário das Cidades, Danilo Cabral, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, realizam o trajeto onde serão construídas as primeiras estações. A dragagem do rio, que vai abrir o caminho para os barcos, já está sendo feita e deve ser concluída em dezembro, no trecho da BR-101 à Casa da Cultura, e até março, no intervalo que chega à Escola de Aprendizes Marinheiros. De acordo com o gestor estadual, em 2014 o transporte fluvial já será realidade no Recife. “Nós esperamos que entre março e junho a empresa esteja fazendo em caráter experimental, este um serviço novo, tem poucas experiências dessas no Brasil. A ideia é a gente chegue à Copa de 2014 com ele funcionando a pleno vapor”, afirmou. 

No percurso, foi possível observar muito lixo no rio. De acordo com o prefeito, uma campanha educativa forte vai ser feito na implantação do projeto. “Eu tenho certeza que a navegabilidade, a integração das pessoas com o rio vai promover um tratamento melhor. A gente já faz a limpeza no rio e a educação ambiental que faz parte da própria operação da empresa vai promover ações para que a gente trate melhor o Rio Capibaribe”, pontuou. 

Além disso, o prefeito afirmou que as famílias que ainda moram em palafitas às margens do Capibaribe devem ser beneficiadas com habitacionais que estão sendo construídos. “É um trabalho de médio/longo prazo que está sendo feito para que a gente possa ter moradia eque o rio possa estar protegido”, concluiu.

Uma audiência pública será realizada no dia 15 de outubro para contratar quem vai operar os barcos. A expectativa é que até o fim do ano a empresa já esteja escolhida. As estações terão uma área de 438m², com plataformas flutuantes, guichê para emissão de bilhetes, banheiros, circuito de TV, estacionamento para veículos e bicicletário. A obra ficará a cargo do Consórcio Brasília Guaíba/ETC. Todo projeto está orçado em R$ 289 milhões, recursos vindos do PAC Mobilidade e do Governo do Estado.

Circulando pelas estradas brasileiras, alguns fatos nos chamam a atenção. Percebe-se, por exemplo, um grande número de caminhões transportando todo tipo de carga, comprovando o que todos já sabem: o transporte da produção nacional se dá, majoritariamente, por via rodoviária. Mas na região Norte do país, mas especificamente na cidade de Manaus, a situação é um pouco diferente da realidade do restante do Brasil.

Cortada pelo rio Amazonas e seu afluentes, em praticamente todo o Estado do Amazonas não existem rodovias. A integração dos povos indígenas e ribeirinhos só consegue ser realizada através do transporte fluvial.

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Quem chega ao Porto de Manaus percebe, claramente, a dependência dos manauaras com esse tipo de modal. As embarcações abarrotadas de pessoas e suas mais diversas mercadorias (roupas, geladeiras, produtos, comida) seguem com destinos distintos que demoram (dependendo do local onde se pretende chegar) de seis a oito dias. Uma verdadeira babel concentrada às margens do Rio Negro.

E é esse mesmo Porto, também, que possibilita o desenvolvimento econômico da região. É de lá que, em um ritmo frenético, animais, verduras e produtos aportam e são distribuídos nos mercados públicos. Tudo gira em torno das águas e toda essa relação faz sentido: dos 8,5 mil quilômetros de rios navegáveis no país, 5 mil estão na região da Amazônia.

Essa utilização das vias navegáveis abrangentes foi o que possibilitou, desde o processo histórico de ocupação da região Norte, um importante papel de penetração, povoamento e ocupação do interior do Estado. Tudo isso por uma simples razão: é possível transportar muito mais carga navegando do que sobre trilhos, rodas ou até mesmo ar, sem falar que as embarcações desperdiçam bem menos energia - o que torna muito clara a eficiência do sistema hidroviário frente aos outros modais existentes.

 

Alternativa - Pegando carona na “onda” da navegabilidade e no modelo de transporte fluvial da União Europeia (que conseguiu diminuir o número de veículos no centro urbano) e a praticada no rio Amazonas, São Lourenço, Mississípi, Ohio, Orenoco, São Francisco e Paraguai, algumas capitais brasileiras começam a pensar num projeto multimodal. O Recife é uma delas.

Cidade cortada por rios e que ficou conhecida como a "Veneza brasileira", só agora é que o incentivo ao transporte fluvial começa a ser estudado pelo poder público. O atual atraso do Brasil na otimização da logística parece que tem sido vagarosamente percebido pelo governo. Algumas iniciativas têm sido tomadas para começar o processo de atualização das malhas multimodais e a implantação de novas delas. Os principais e mais significativos investimentos feitos nessa área são o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT).

Em recente apresentação pública, o secretário das cidades, Danilo Cabral, mencionou sobre o projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe. “É a primeira vez que o rio está sendo visto como um meio de transporte público, integrado ao ônibus e ao metrô. Para isso, precisamos aproveitar a nossa favorável geografia”, declarou o secretário. O projeto da secretaria das cidades incluiu a navegabilidade no PAC da mobilidade urbana e já mapeou cinco pontos das futuras estações hidroviárias na zona oeste do Recife.

A publicação do projeto de lei de navegabilidade no Rio Capibaribe foi publicado no Diário Oficial da União no dia 31 de março, e terá um custo de 298 milhões para a construção de dois corredores fluviais nas zonas oeste e norte da cidade. Espera-se que as obras comecem já no segundo semestre deste ano e o tempo de execução para os dois corredores, que totalizam quase 14 quilômetros de navegação, é de 24 meses.

A expectativa é de que os dois corredores atendam cerca de 80 mil passageiros por mês. O corredor de maior utilização, o Fluvial Oeste, terá uma extensão de 11km e cinco estações integradas. Já o corredor Fluvial Norte terá 2,9km entre a Estação dos Correios, na Rua do Sol, e a Estação Tacaruna, na bacia do Beberibe, em Santo Amaro.

Adotar hidrovias como alternativa para desafogar vias de trânsito, impactar menos o meio ambiente e estimular o turismo (e, consequentemente, a economia do Estado), possui grandes vantagens na questão ambiental em relação a outros modais, como menor consumo de combustível, maior tempo de vida útil dos veículos, menores índices de acidentes fatais e menor contaminação do sítio ocupado.

Mas apesar das ditas vantagens, a implantação das hidrovias ainda é algo muito criticado pelas Organizações Não Governamentais (ONGs) de proteção dos mananciais, como a RIOVIVOS, situada no Rio de Janeiro, devido as obras de dragagem, alargamento dos rios, construção de eclusas (obra de nivelamento hidráulico para a passagem de embarcações), alagamentos de regiões e ainda a construção de canais.

Porém, não se pode prever uma continuidade estável aos investimentos planejados, já que esta é uma área que traz retornos um pouco mais a longo prazo, devido ao caráter gradual das vias de transporte. Há também o custo da viabilização de todas as obras planejadas, o que pode ocasionar diversos cortes no orçamento do PNLT e, consequentemente, a não conclusão de obras cruciais para a utilização por completo dos sistemas multimodais projetados.

Em suma: o futuro do transporte hidroviário, apesar de termos o exemplo da região Norte, é ainda obscuro e incerto para o País.

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