Tópicos | Um Certo Olhar

O filme "O dia mais feliz da vida de Olli Mäki", do diretor finlandês Juho Kuosmanen, ganhou neste sábado (21) o prêmio da seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes. Este é o primeiro filme de Juho Kuosmanen, de 36 anos.

Em preto e branco, o filme se baseia na história real de um pretendente ao título de campeão mundial de peso pena do boxe no começo dos anos 1960. No início de sua carreira, o boxeador teve a chance de lutar contra um americano, campeão do peso pena, e perdeu, rapidamente, diante de um público numeroso.

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O diretor disse ter tomado como referência o clima do cinema verdade dos anos 1960, um estilo documentário que tenta captar diretamente o real, com uma câmera leve. O júri concedeu o prêmio a um filme "de uma graça infinita, uma originalidade incrível", disse sua presidente, a atriz suíça Marthe Keller.

Outros quatro prêmios foram atribuídos nesta seção, que teve 18 filmes selecionados de 20 países diferentes, sete deles primeiros filmes. O japonês Fukada Koji recebeu o prêmio do júri por "Harmonium" e o ator e diretor americano Matt Ross, o de direção por "Captain Fantastic".

As irmãs francesas Delphine e Muriel Coulin faturaram o prêmio de melhor roteiro por "Voir du Pays" e o filme de animação "A tartaruga vermelha" (tradução livre), do holandês Michael Dudok De Wit, o prêmio especial.

Um Certo Olhar (Un Certain Regard, no original) é uma das mostras oficiais do Festival de Cannes, paralela à competitiva. Em 2015, o prêmio foi concedido a "Hrutar", do diretor islandês Grimur Hakonarson.

Estes prêmios são concedidos 24 horas antes do anúncio da lista de premiados e dos contemplados com a Palma de Ouro.

O ator e cineasta mexicano Diego Luna fará parte do júri da seção Um Certo Olhar no Festival de Cannes (11-22 de maio), que será presidida pela atriz suíça Marthe Keller, segundo os organizadores.

Um Certo Olhar faz parte da seleção oficial do Festival de Cannes, junto à seção competitiva.

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Os 18 filmes selecionados para esta edição foram anunciados em meados de abril.

Já o diretor argentino Santiago Loza fará parte do júri dos curtas-metragens e da Cinefundação, que reúne novos talentos de escolas de cinema de todo o mundo.

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Tudo quase pronto para que, na quarta-feira (15), Cannes estenda o tapete vermelho e inicie a maratona do seu 66º festival. Existem grandes eventos de cinema no mundo, mas festival maior que o de Cannes, não há. Desde que a seleção foi anunciada, no mês passado, têm proliferado críticas ao diretor artístico Thierry Frémaux. Quais são seus critérios? O que faz com que o Brasil - e a América Latina - estejam tão parcamente representados? O Brasil não tem nenhum longa, em nenhuma mostra. Frémaux fala em qualidade, no equilíbrio entre novos talentos e veteranos, mas a competição, em princípio, parece menos interessante que a seção Un Certain Regard (Um Certo Olhar), que traz novos filmes de autores de ponta.

Um Certo Olhar, que também é uma mostra competitiva, embora não outorgue nem a Palma de Ouro nem a Caméra d'Or (para novos diretores até o segundo filme), terá uma jurada brasileira, a diretora do Festival do Rio, Ilda Santiago, e isso - além de alguns curtas -, é o máximo que o Brasil terá em Cannes. Pode ser recalque de excluído, mas só para citar um exemplo, o Faroeste Caboclo, de René Sampaio, já concluído (e que estreia dia 30), não faria feio em nenhuma mostra. Até poderia deixar a Croisette aureolado como cult.

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Atrações não vão faltar. O júri da Palma de Ouro, o principal, será presidido por Steven Spielberg. Durante os 12 dias do evento, pouco importa quem está no Eliseu - o Palácio do Planalto deles. M. le Président, neste período e com toda pompa e circunstância, é sempre o presidente do júri de Cannes. As próprias críticas à mostra competitiva precisam ser relativizadas. Afinal, grandes nomes estarão na disputa da Palma. Confira na lista - Arnaud Desplechin, Asghar Farhadi, James Gray, Jia Zhang-ke, Hirokazu Kore-eda, Takashi Miike, Paolo Sorrentino, Roman Polanski, Abdellatif Kechiche, Nicolas Winding Refn, os irmãos Coen. Na mostra Un Certain Regard, Claire Denis, Sofia Coppola, Hany Abu-Assad.

A curiosidade é que, nas mostras que compõem a seleção oficial, Cannes vai mostrar filmes de atrizes que estão estreando (Valeria Golino) ou perseveram na direção (Valeria Bruni-Tedeschi). Haverá uma homenagem a Jerry Lewis, outra a Stanley Kubrick, seguida da master class do ator Malcolm McDowell, de A Laranja Mecânica. Como todo ano, Cannes Classics exibe versões restauradas de filmes clássicos. A lista de 2013 inclui a Cleópatra de Joseph L. Mankiewicz; Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais; Os Guarda-Chuvas do Amor, de Jacques Démy; Charulata, de Satyajit Ray; Tarde de Outono, de Yasujiro Ozu; O Deserto dos Tártaros, de Valerio Zurlini; Lucky Luciano, de Francesco Rosi; Um Corpo Que Cai, de Alfred Hitchcock; e O Grande Vigarista, de Ted Kotcheff.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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