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A batalha legal do diretor Roman Polanski contra sua expulsão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi rejeitada por um juiz de Los Angeles na terça-feira.

O cineasta de "Chinatown" e "Bebê de Rosemary" fugiu dos Estados Unidos em 1978 após admitir o estupro de uma menina de 13 anos.

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Ele foi expulso da Academia de Los Angeles, que premia o Oscar, quatro décadas depois, em meio ao movimento #MeToo, e entrou com uma petição legal para forçar a prestigiosa organização a reverter sua decisão.

No entanto, a juíza do tribunal superior de Los Angeles, Mary Strobel, concluiu que o conselho da Academia "tinha motivos para expulsar" Polanski, e que sua decisão "é apoiada pelas evidências" e "não foi arbitrária ou caprichosa".

Polanski "teve a oportunidade de apresentar qualquer evidência" sobre se ele "deveria ou não permanecer membro da Academia "à luz de sua condenação criminal e status de fugitivo".

Polanski é persona non grata em Hollywood e não pode retornar aos Estados Unidos por medo de ser preso.

O diretor franco-polonês admitiu o estupro estatutário de Samantha Geimer em um acordo judicial em 1977 para evitar um julgamento por acusações mais graves.

Ele fugiu para a França no ano seguinte, depois de cumprir 42 dias de prisão, quando parecia que a justiça reconsiderava sua liberdade.

"O problema de Roman para obter justiça em Los Angeles é que todos os juízes cobrem a má conduta uns dos outros", disse o advogado de Polanski, Harland Braun, à AFP após a decisão de terça-feira. "Tudo o que Roman pediu foi um processo justo".

Polanski, agora com 87 anos, recebeu o Oscar de melhor diretor da Academia enquanto ainda vivia em um exílio autoimposto em 2003 por "O Pianista".

Ele foi expulso da Academia junto com Bill Cosby em 2018, quando Hollywood enfrentava um acerto de contas sobre um histórico de abusos e assédio sexual.

O conselho da Academia votou pela expulsão de Polanski de acordo com um procedimento para fazer cumprir os padrões de conduta adotados na esteira do escândalo Harvey Weinstein.

Polanski afirmou que a Academia falhou em seguir seus próprios procedimentos, ou a lei da Califórnia, em sua decisão.

"Estamos satisfeitos que o tribunal tenha confirmado que os procedimentos da Academia em relação ao Sr. Polanski foram justos e razoáveis", disse um porta-voz da Academia à AFP nesta terça-feira.

A premiação do César, o Oscar do cinema francês, acontece nesta sexta-feira (28) com poucos motivos para festa: criticada, sua diretora renunciou e um dos protagonistas da cerimônia, o cineasta Roman Polanski, desistiu de comparecer em razão dos protestos de grupos feministas.

"J'accuse" ("O oficial e o Espião"), o mais recente filme de Polanski sobre o histórico caso Dreyfus, lidera as indicações com um total de 12, ao lado de "Les Misérables" ("Os Miseráveis"), retrato de uma periferia parisiense indicado ao Oscar.

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Este reconhecimento provocou a revolta de associações feministas, que destacam que Polanski é objeto de várias acusações de estupro.

A pressão levou Polanski, de 86 anos, a desistir de participar da cerimônia. Em 2017, ele já havia renunciado a presidir a cerimônia pelo mesmo motivo.

"Lamento tomar esta decisão, a de não enfrentar um tribunal de opinião autoproclamado disposto a pisotear os princípios do Estado de direito para que o irracional triunfe novamente", afirmou o cineasta em um comunicado.

Várias associações feministas convocaram uma manifestação nesta sexta-feira em frente ao salão Pleyel, em Paris, onde a cerimônia de premiação será realizada.

"Sabemos de antemão o que vai acontecer. As ativistas já me ameaçam com um linchamento público. Alguns anunciam protestos em frente à Sala Pleyel de Paris, onde a cerimônia acontecerá", escreveu Polanski.

"Tenho que proteger minha família, minha mulher e meus filhos, que são submetidos a ofensas, afrontas", concluiu.

Premiado em Veneza

A polêmica sobre as indicações de "J'accuse", que também recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza, teria contribuído para a renúncia no início do mês da diretoria da Academia do César, também criticada por gestão "obsoleta".

A estreia do longa-metragem no fim de 2019 na França foi marcada por pedidos de boicote depois que uma fotógrafa francesa, Valentine Monnier, disse à imprensa que Polanski a estuprou em 1975, quando ela tinha 18 anos. O diretor negou a acusação.

Polanski é considerado foragido da Justiça dos Estados Unidos, onde foi acusado, em 1977, de violentar uma adolescente de 13 anos.

Outras mulheres afirmaram nos últimos anos que foram vítimas de agressões sexuais por parte do diretor de "O Pianista".

A polêmica em torno do cineasta coincide com a condenação esta semana do ex-magnata de Hollywood Harvey Weinstein - considerado culpado de agressão sexual e de estupro - um escândalo que lançou o movimento global #MeToo.

Adèle Haenel, a primeira atriz francesa de renome que denunciou ter sido vítima de abuso sexual na indústria cinematográfica, estimou em entrevista ao New York Times que a França "deixou o trem partir" do #MeToo.

"Premiar Polanski é cuspir na cara de todas as vítimas. É o equivalente a dizer: 'não é tão grave estuprar mulheres'", disse.

Antes da cerimônia, a Academia francesa anunciou uma nova presidente interina, Margaret Menegoz.

Outros destaques nesta premiação do César são "La belle époque" (11 indicações) e "Retrato de uma jovem em chamas" (10).

O filme "J'accuse - O Oficial e o Espião", de Roman Polanski, que teve sua estreia marcada por polêmica na França por uma nova acusação de estupro contra o diretor, recebeu o maior número de indicações ao César, a grande premiação do cinema francês.

O filme histórico sobre o julgamento do militar judeu Alfred Dreyfus supera com 12 indicações "Os Miseráveis" - indicado ao Oscar de filme internacional - e "La belle époque", com 11 cada.

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O César "não deve adotar posições morais", afirmou o presidente da Academia Francesa, Alain Terzian, ao anunciar os indicados nesta quarta-feira.

"Se eu não estiver equivocado, 1,5 milhão de franceses assistiram ao filme", completou.

A estreia do longa-metragem na França no fim de 2019 foi marcada por pedidos de boicote depois que uma fotógrafa francesa, Valentine Monnier, disse à imprensa que Polanski a violentou em 1975, quando ela tinha 18 anos.

O diretor negou a acusação por meio de seu advogado.

Polanski é considerado foragido da Justiça dos Estados Unidos, onde em 1977 foi acusado de estuprar uma menor de 13 anos.

A cerimônia do César acontecerá em 28 de fevereiro.

"Tentam me transformar em um monstro", afirma Roman Polanski, que fala pela primeira vez desde a acusação de estupro apresentada pela francesa Valentine Monnier, denunciando uma "história bizarra" e acusando o produtor Harvey Weinstein de voltar a difamá-lo em 2003.

Em entrevista à revista Paris Match, que estará disponível na quinta-feira e na qual aparece na capa, o cineasta de 86 anos "nega absolutamente", como já tinha feito há um mês através de seu advogado, as acusações de Valentine Monnier.

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A fotógrafa francesa afirma ter sido agredida e estuprada por Polanski em 1975, na Suíça, quando tinha 18 anos.

Ao declarar que se lembra dela "vagamente", o diretor de cinema acrescenta que "evidentemente não guarda na memória o que ela conta, pois é falso".

Em um depoimento publicado no início de novembro pelo jornal francês Le Parisien, dias antes do lançamento do mais recente filme de Polanski, "J'accuse" ("Eu acuso"), a fotógrafa e ex-modelo Valentine Monnier afirma que quando foi esquiar em Gstaad (Suíça), junto com outra jovem, hospedou-se na casa do cineasta e que ele a "agrediu" e em seguida "a estuprou, fazendo-a sofrer todos os tipos de mazelas".

"Isso é uma loucura! (...) Toma como testemunhas três amigos meus presentes no chalé: meu assistente Hércules Bellville, Gérard Brach e sua esposa, Elizabeth. Os dois primeiros morreram - muito conveniente, pois já não podem confirmar ou refutar o que ela disse. Em relação à senhora Brach, o jornal não a encontrou", prossegue o cineasta, que classifica essa história como bizarra".

Valentine Monnier disse não ter feito uma denúncia porque o crime estava prescrito. Mas que havia decidido apresentar publicamente esta denúncia devido à estreia do filme "Eu Acuso", que faz referência a um erro judicial.

Esta acusação se soma às de outras mulheres nos últimos anos contra Roman Polanski, que ainda está sendo processado pela justiça dos Estados Unidos por manter relações sexuais ilegais em 1977 com Samantha Geimer, que à época era menor de idade.

Na conversa com a Paris Match, Roman Polanski culpa o produtor Harvey Weinstein, denunciado de abuso sexual por mais de 80 mulheres e catalizador do movimento #MeToo.

Ele acusa Weinstein de "desenterrar" seu caso com Samantha Geimer, que "não interessava a ninguém", durante a campanha do Oscar de 2003, na qual seu filme "O Pianista" era um dos favoritos, e que conquistou três estatuetas.

"Seu assessor de imprensa foi o primeiro a me chamar de 'estuprador de crianças'", declara o cineasta na entrevista, acrescentando que "há anos tentam fazer de mim um monstro".

A francesa Valentine Monnier acusou nesta sexta-feira Roman Polanski de tê-la estuprado em 1975 na Suíça, quando ela tinha 18 anos, em uma declaração publicada pelo jornal Le Parisien a poucos dias da estreia do novo filme do cineasta franco-polonês.

Monnier, cuja acusação se soma a de outras mulheres nos últimos anos, revela que jamais denunciou o crime - agora prescrito - a polícia.

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A mulher disse que decidiu revelar o estupro devido à estreia na França do filme "Eu acuso", sobre um famoso erro judicial, o caso Dreyfus.

"Não tinha qualquer relação com ele, pessoal ou profissional, só o conhecia", revela a fotógrafa Monnier, que foi modelo em Nova York e participou de alguns filmes nos anos 80, como "Três homens e um bebê".

"Foi de uma violência extrema, após esquiar, em seu chalé em Gstaad (Suíça), me agrediu até que me entreguei. Então me violentou me fazendo sofrer".

O advogado do cineasta, Hervé Temime, afirmou ao jornal Parisien que Polanski "nega firmemente qualquer acusação de estupro", e destaca que fatos que teriam ocorrido há 45 anos "jamais foram levados ao conhecimento das autoridades".

Polanski é alvo da justiça dos Estados Unidos por um processo de corrupção de menores iniciado em 1977.

O cineasta admitiu em 1997 ter mantido relações sexuais ilegais com Samantha Geimer, de 13 anos, em um acordo com a justiça, após ser acusado inicialmente de crimes mais graves, incluindo estupro de uma menor sob a influência de narcóticos.

Condenado a 90 dias de prisão, foi libertado após 42 dias, mas o juiz mudou sua decisão, avaliando que a sentença era insuficiente. Em janeiro de 1978, Polanski fugiu para Paris e a justiça americana emitiu uma ordem de captura internacional.

Desde então tem sido objeto de outras acusações, que segundo seu advogado são "infundadas".

Apesar da polêmica em torno de sua seleção na competição, Roman Polanski estreia nesta sexta-feira no Festival de Veneza seu filme sobre o caso Dreyfus, "J'Accuse", no qual vê um paralelo com sua situação, pois se considera "um assediado".

O filme do diretor franco-polonês de 86 anos compete com 21 filmes pelo Leão de Ouro.

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O diretor de "O Pianista" estará ausente, informou à AFP a assessoria do filme.

O filme conta o caso Dreyfus do ponto de vista do tenente-coronel Georges Picquart, interpretado por Jean Dujardin (ganhador do Oscar por "O Artista"), chefe do serviço de inteligência e figura-chave no desfecho do caso.

Ele divulgou as evidências que permitiram inocentar o capitão Dreyfus, francês de origem alsaciana e de confissão judaica acusado de traição, pondo fim a esse grande escândalo da Terceira República na França, que durou doze anos (1894-1906).

Roman Polanski, ainda processado pela justiça americana pelo estupro em 1977 de uma adolescente, disse em várias ocasiões que via nesse caso ecos de sua própria história.

Palavras que ele reitera no kit de imprensa do filme, divulgado online pelo Festival de Veneza.

"Fazer um filme como esse me ajudou muito. Na história, encontro coisas em que me reconheço, vejo a mesma determinação de negar os fatos e de me condenar por coisas que não fiz", disse em entrevista ao escritor Pascal Bruckner.

"A maioria das pessoas que me assedia não me conhece e não sabe nada sobre o caso", acrescenta.

- "Histórias absurdas" -

Questionado sobre a "perseguição" que ele sofreu desde o assassinato de sua esposa Sharon Tate, em 1969, o cineasta enfatiza que "é como uma bola de neve".

"Cada estação adiciona uma nova camada", acrescenta, com "histórias absurdas contadas por mulheres que nunca vi na minha vida, que me acusam de coisas que supostamente aconteceram há mais de meio século".

Três novas mulheres apresentaram acusações contra ele nos últimos anos. Em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis o acusou de "abusar sexualmente" dela aos 16 anos em 1983.

Uma segunda mulher a acusou de agressão sexual em 2017, quando ela tinha 16 anos em 1973, e uma terceira apresentou uma queixa em 2017 por estupro, por fatos que datam de 1972, quando ela tinha 15 anos.

Acusações "infundadas", segundo seu advogado.

A presença de "J'Accuse" na disputa pelo Leão de Ouro provocou fortes críticas nas últimas semanas por parte de feministas, incluindo a fundadora do grupo Women and Hollywood, Melissa Silverstein, para quem o Festival "é completamente surdo aos problemas relacionados ao #MeToo".

A própria presidente do júri, Lucrecia Martel, afirmou na quarta-feira estar "muito envergonhada" com a seleção do filme, e indicou que "não compareceria" à exibição oficial.

Ela então amenizou suas palavras, indicando que "não se opunha" à presença dele na competição e não tinha "preconceitos" sobre o trabalho.

O diretor atrai há vários anos a ira das feministas, que não aceitam que seus filmes continuem sendo exibidos em festivais e que ele continue sendo homenageado.

Na França, feministas protestaram em 2017 contra uma retrospectiva de seus filmes na Cinémathèque, e ele desistiu de presidir a cerimônia de César no mesmo ano.

Nos Estados Unidos, o diretor processou a Academia do Oscar, que decidiu excluí-lo.

Roman Polanski se declarou culpado em 1977 por sexo ilegal com Samantha Geimer, então com 13 anos de idade.

Ele fugiu dos Estados Unidos após a mudança na posição do juiz, que provavelmente resultaria em uma sentença mais pesada do que o previsto. Os promotores dos EUA ainda estão tentando trazê-lo ao país para fazê-lo cumprir sua sentença.

A presidente do júri da seção oficial do Festival de Cinema de Veneza, a cineasta argentina Lucrecia Martel, reconheceu nesta quarta-feira (28) que está incomodada com a participação do cineasta Roman Polanski, acusado de estupro nos Estados Unidos.

"A presença de Polanski com notícias do passado me incomoda muito", disse a diretora argentina em coletiva de imprensa.

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"Não assistirei à gala Polanski, porque represento muitas mulheres que lutam na Argentina por questões como essa. Não quero me levantar e aplaudir", afirmou Lucrecia, autora de quatro longas-metragens, incluindo "La Ciénaga" (2001) e "Zama" (2017), e considerada uma das melhores cineastas ativas do mundo.

O convite ao lendário Lido veneziano feito ao franco-polonês Roman Polanski gerou controvérsias sobre a condenação do diretor por estupro nos Estados Unidos na década de 1970.

Ele está na competição do festival, com "J'accuse", que trata do caso Dreyfus, o escândalo antissemita na França entre 1894 e 1906.

A assessoria de imprensa de Polanski confirmou à AFP que o cineasta não vai comparecer à estreia de seu filme em Veneza e tampouco dará coletiva de imprensa por telefone.

"Eu vi que a vítima considera o caso encerrado, não nega os fatos, mas acredita que Polanski já cumpriu o que ela e sua família pediram", explicou Martel.

"Se a vítima se sente compensada, o que vamos fazer? Executá-lo, negá-lo estar no festival, colocá-lo fora de competição para proteger o festival? Estas são conversas pendentes do nosso tempo. Tirar, ou incluir, Polanski nos obriga a conversar. Não é algo simples de resolver", reconheceu, quando abriu um debate sobre uma das questões que afetam o mundo do cinema.

Vários movimentos feministas protestaram contra a participação de Polanski e a baixa seleção de filmes dirigidos por mulheres, com apenas duas obras em competição.

"Eu não separo a obra do homem, mas acho que sua obra merece uma oportunidade por causa das reflexões que levanta", reconheceu a cineasta.

Já o diretor do festival, Alberto Barbera, defendeu a inclusão do último trabalho do cineasta como uma "obra-prima", uma reconstrução "extraordinária" de um evento histórico.

"Eu não sou um juiz que deve se expressar com base em critérios e princípios da justiça, se ele deve ir, ou não, para a prisão. Sou um crítico de cinema que deve decidir se um filme merece, ou não, participar de uma competição. Foi isso que eu fiz. Meu trabalho termina aí", afirmou.

A Academia do Oscar terá que se defender perante o tribunal por sua decisão de excluir no ano passado o diretor franco-polonês Roman Polanski, que fugiu dos Estados Unidos há quatro décadas depois de se declarar culpado de ter tido relações sexuais ilegais com uma menor.

Polanski, de 85 anos, entrou com uma ação em Los Angeles na quinta-feira (18), segundo o documento transmitido por seu advogado Harland Braun à AFP neste sábado.

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Em 3 de maio de 2018, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que concede o Oscar e tem mais de 7.000 membros, anunciou a exclusão de Polanski e do famoso comediante Bill Cosby, condenado por agressão sexual. A decisão foi transmitida por correspondência no mesmo dia ao diretor e passou a vigorar "imediatamente".

O Conselho de Governadores da Academia, composto por 54 membros, justificou sua decisão por suas novas regras de boa conduta, aprovadas no início do movimento #MeToo e depois da queda do produtor Harvey Weinstein, acusado por várias mulheres de abuso sexual.

Polanski considera que a Academia deveria ter lhe dado "um aviso prévio razoável" antes de decidir excluí-lo e que deveria ter lhe dado uma "oportunidade" de se fazer ouvir.

O documento consultado pela AFP aponta que a organização de Hollywood, que reúne os profissionais da sétima arte, se reuniu em 26 de janeiro para reexaminar e confirmar sua decisão.

"Os procedimentos seguidos para expulsar Polanski foram justos e razoáveis. A Academia defende uma decisão apropriada", respondeu um porta-voz da Academia em um comunicado transmitido à revista Variety.

Polanski se declarou culpado em 1977 por corrupção de menor por ter tido relações sexuais ilegais com Samantha Geimer, que tinha 13 anos de idade na época.

O fato de apenas esta acusação ter sido mantida contra Polanski foi o resultado de um acordo com o juiz. Inicialmente, a justiça imputar ao cineasta crimes mas graves como estupro de uma menor sob a influência de narcóticos.

Samantha Geimer, que afirma ter perdoado Polanski, declarou que apoiava a sua tentativa de readmissão.

O diretor fugiu dos Estados Unidos depois de uma mudança de parecer do juiz, que iria condená-lo a uma pena mais severa. Os promotores americanos ainda tentam levá-lo de volta ao país para cumprir sua sentença.

A Academia admitiu Polanski em 31 de dezembro de 1968.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, decidiu expulsar de seu rol de membros o comediante Bill Cosby e o diretor Roman Polansky. A decisão, anunciada nesta quinta (3), se deu em virtude das acusações de violência e abuso sexual que ambos receberam nos últimos meses.

Segundo o jornal USA Today, a Academia informou, através de um comunicado, que a expulsão ocorreu "em atenção aos padrões de conduta" da instituição. Polanski já havia sido indicado ao Oscar por quatro vezes e saiu vencedor em 2002, pelo filme O Pianista.

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 O humorista Bill Cosby foi condenado por agressão sexual na última semana e corre o risco de ser condenado a até 30 anos de prisão por ter drogado e abusado de uma mulher em 2004, entre outras acusações. Já Roman Polanski assumiu a culpa pelo estupro de uma garota de 13 anos em 1977 além de ser alvo de, pelo menos, outras quatro acusações contra menores de idade, entre elas, a atriz Charlotte Lewis.

 

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O cineasta franco-polonês Roman Polanski está sendo investigado pela polícia de Los Angeles após uma mulher declarar que foi assediada sexualmente por ele em 1975, quando ela tinha 10 anos de idade.

Segundo informações da Associated Press, a queixa já prescreveu, porém os policiais podem usar as evidencias para investigar outros casos de assédio que o cineasta está envolvido.

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De acordo com os advogados do cineasta, a investigação "mostrará que a história não possui fundamento algum".

Polanski foi denunciado em outubro desse ano pela artista californiana Marianne Barnard, que afirmou ter sido assediada por ele durante uma sessão de fotos, quando o cineasta a expôs sem roupa.

Em agosto, Robin M acusou o diretor por abuso. O fato teria ocorrido em 1973, quando ela tinha 16 anos. O ator já foi acusado outras duas vezes, em 2010 por Charlotte Lewis e em 1977 por Samantha Geimer, situação em que Polanski se declarou culpado, mas fugiu pra Europa antes de ser condenado.

 

Por Beatriz Gouvêa

O cineasta Roman Polanski, de 84 anos, foi acusado, mais uma vez, de abusar sexualmente de uma menor de idade. Desta vez, a atriz alemã Renate Langer, de 61 anos, admitiu que foi assediada em 1972, quando tinha 15 anos, segundo informou o jornal norte-americano "The New York Times".

Segundo a atriz, o abuso teria acontecido no vilarejo de Gstaad, no sudoeste da Suíça, em fevereiro de 1972. Polanski conheceu Langer em uma agência de modelos, quando ainda era menor de idade. Como pedido de desculpa pelo abuso, o cineasta ofereceu para a alemã um papel no filme "Quê?".

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Renate ainda confirmou que manteve em sigilo os abusos e só revelou posteriormente ao seu namorado. "Minha mãe teria um ataque cardíaco. Eu tinha vergonha, me sentia perdida e sozinha", declarou.

Ainda segundo a atriz alemã, Polanski a estuprou uma outra vez após as gravações do filme "Que?". Ela alegou que, para se defender, precisou lançar uma garrafa de vinho e um frasco de perfume no cineasta. Renate Langer é a quarta mulher a acusar publicamente o diretor Roman Polanski de abuso sexual contra uma menor de idade.

A acusação mais famosa foi de Samantha Geimer, que afirmou ter sido dopada e estuprada pelo diretor quando tinha somente 13 anos. Roman Polanski é conhecido por ser diretor dos filmes "O Pianista" e "O Bebê de Rosemary".

Da Ansa

O diretor polonês Roman Polanski cancelou nesta terça, 12, sua participação no Festival de Locarno, na Suíça. "Caros amigos, peco desculpas por informá-los que, tendo considerado a extensão das tensões e controvérsias que minha planejada participação no Festival de Locarno provocou nos que se opõem à minha visita, mesmo que eu respeite suas opiniões, é com o coração pesaroso que eu me vejo obrigado a cancelar minha visita. Estou profundamente triste de ter de desapontá-los ", declarou o diretor por meio de um comunicado oficial.

O diretor é um dos convidados de honra desta edição do festival suíço, ao lado de outras personalidades como Melanie Griffith, Mia Farrow, Dario Argento, Victor Erice, Giancarlo Giannini e Juliette Binoche. No dia 15, sexta, o diretor apresentaria seu mais recente longa, Venus in Furs, e ministraria uma masterclasse aberta ao público do evento. Além disso, Polanski receberia um prêmio Pardo D’Oro pela carreira.

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A homenagem iria ocorrer cinco anos depois de o cineasta ter sido preso na Suíça. Polanski foi detido em 2009, quando seria homenageado no Festival de Cinema de Zurique, por conta de uma ordem de prisão internacional emitida em 2005, sob a acusação de ter mantido relações sexuais com uma menor nos Estados Unidos, há 30 anos. Em 2010, após meses vivendo em prisão domiciliar em sua casa nos Alpes suíços, a Justiça local negou o pedido de extradição dos EUA e decidiu liberar o diretor.

É justamente este fato que provocou críticas da imprensa conservadora do Ticino, região onde se localiza a cidade de Locarno, no sudeste da Suíça. Durante o fim de semana, o jornal italiano Corriere della Sera também publicou artigo em que comentava a polêmica. Os comentários chegaram até Polanski que, a julgar pela sua postura, preferiu não enfrentar a opinião pública e a imprensa caso o assunto fosse levantado durante sua visita ao festival. "Depois de vários dias de sol, Locarno esta ensolarada nesta terça-feira. Mas hoje para mim é o dia mais escuro desde que me tornei diretor do festival. A decisão de Roman Polanski de recusar meu convite me entristece profundamente. Hoje estou triste porque o público de Locarno será privado do encontro com um artista extraordinário, que tinha abraçado nossa proposta de dar uma única aula de cinema. Estou triste porque o público da Piazza Grande não vai poder cumprimentar um mestre do cinema. Estou triste porque a ideia de festival como lugar de encontro e discussão sofre hoje um grande golpe", declarou Carlo Chatrian, diretor artístico do festival.

"Tenho o máximo respeito pela liberdade de expressão de cada um e me obriguei a escutar cada crítica com o máximo de atenção. Mas devo dizer que desta vez algumas opiniões ultrapassaram os limites e, por meio da violência verbal e da manipulação da realidade, tornaram-se um ataque inaceitável à liberdade do indivíduo. Entendo e respeito a decisão de Polanski. Espero sinceramente que sua ausência não soe como uma vitória para os que querem ofuscar o festival, mas se torne uma plataforma para impulsioná-lo e como espaço para a liberdade e lugar de acolhimento", completou Chatrian.

Tudo quase pronto para que, na quarta-feira (15), Cannes estenda o tapete vermelho e inicie a maratona do seu 66º festival. Existem grandes eventos de cinema no mundo, mas festival maior que o de Cannes, não há. Desde que a seleção foi anunciada, no mês passado, têm proliferado críticas ao diretor artístico Thierry Frémaux. Quais são seus critérios? O que faz com que o Brasil - e a América Latina - estejam tão parcamente representados? O Brasil não tem nenhum longa, em nenhuma mostra. Frémaux fala em qualidade, no equilíbrio entre novos talentos e veteranos, mas a competição, em princípio, parece menos interessante que a seção Un Certain Regard (Um Certo Olhar), que traz novos filmes de autores de ponta.

Um Certo Olhar, que também é uma mostra competitiva, embora não outorgue nem a Palma de Ouro nem a Caméra d'Or (para novos diretores até o segundo filme), terá uma jurada brasileira, a diretora do Festival do Rio, Ilda Santiago, e isso - além de alguns curtas -, é o máximo que o Brasil terá em Cannes. Pode ser recalque de excluído, mas só para citar um exemplo, o Faroeste Caboclo, de René Sampaio, já concluído (e que estreia dia 30), não faria feio em nenhuma mostra. Até poderia deixar a Croisette aureolado como cult.

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Atrações não vão faltar. O júri da Palma de Ouro, o principal, será presidido por Steven Spielberg. Durante os 12 dias do evento, pouco importa quem está no Eliseu - o Palácio do Planalto deles. M. le Président, neste período e com toda pompa e circunstância, é sempre o presidente do júri de Cannes. As próprias críticas à mostra competitiva precisam ser relativizadas. Afinal, grandes nomes estarão na disputa da Palma. Confira na lista - Arnaud Desplechin, Asghar Farhadi, James Gray, Jia Zhang-ke, Hirokazu Kore-eda, Takashi Miike, Paolo Sorrentino, Roman Polanski, Abdellatif Kechiche, Nicolas Winding Refn, os irmãos Coen. Na mostra Un Certain Regard, Claire Denis, Sofia Coppola, Hany Abu-Assad.

A curiosidade é que, nas mostras que compõem a seleção oficial, Cannes vai mostrar filmes de atrizes que estão estreando (Valeria Golino) ou perseveram na direção (Valeria Bruni-Tedeschi). Haverá uma homenagem a Jerry Lewis, outra a Stanley Kubrick, seguida da master class do ator Malcolm McDowell, de A Laranja Mecânica. Como todo ano, Cannes Classics exibe versões restauradas de filmes clássicos. A lista de 2013 inclui a Cleópatra de Joseph L. Mankiewicz; Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais; Os Guarda-Chuvas do Amor, de Jacques Démy; Charulata, de Satyajit Ray; Tarde de Outono, de Yasujiro Ozu; O Deserto dos Tártaros, de Valerio Zurlini; Lucky Luciano, de Francesco Rosi; Um Corpo Que Cai, de Alfred Hitchcock; e O Grande Vigarista, de Ted Kotcheff.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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