Brasília - Eventos como o carnaval e as passeatas como a do Orgulho Gay apresentam demandas bastante superiores à procura por serviços aéreos prevista para a Copa do Mundo. Com isso o Brasil tem, na opinião do superintendente de Gestão de Operacionalidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Marçal Goulart, conhecimento suficiente para lidar com esse e outros eventos de grande porte.
“Vários eventos do calendário brasileiro já significam mais do que uma Copa do Mundo. Temos datas comemorativas que movimentam número muito grande de pessoas que podem significar até quatro vezes o movimento de uma Copa do Mundo. O carnaval é praticamente o dobro. Passeatas também são representativas dentro da infraestrutura aeroportuária a ponto de superar os números registrados em períodos de Copa do Mundo observados no exterior”, disse Goulart hoje (19), em entrevista ao Revista Brasil, da Rádio Nacional.
##RECOMENDA##“Para você ter uma noção, no Rio de Janeiro são processados de 600 mil a 700 mil passageiros usuários do sistema, para a passagem do ano, em apenas dois dias. Nas passeatas LGBT [sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais], em um dia, processamos aproximadamente 1,25 milhão de passageiros. Em dois dias de evento, circularam pelos dois aeroportos do estado [São Paulo] 3,5 milhões de passageiros. Esses são números significativos que demonstram que, de certa forma, o sistema acaba atendendo a essa necessidade da população”, argumentou.
O programa de investimento para estruturação dos aeroportos está, segundo o superintendente, se adequando a uma demanda interna bastante crescente antes mesmo da Copa de 2014.
Goulart explica que há ações isoladas adotadas pelas autoridades aeroviárias para a Copa. São duas, segundo o superintendente. Primeiro, visando ao cumprimento de um programa de investimentos, ampliações e obras que estão na fase final de licitação. E, em segundo, a preparação de pessoal para atender a uma demanda diferente da que o país está acostumado. “Na Copa, a gente deverá ter um volume de estrangeiros muito maior. Para isso, a Infraero está fazendo treinamento em língua estrangeira para que os funcionários.”
De acordo com o superintendente, já há ações padrão sendo adotadas para evitar, no final de 2011 e início de 2012, os problemas que o setor costuma enfrentar no período de férias. “Estamos trabalhando em parceria com empresas aéreas, no sentido de melhorar a performance, mudando sistemas e treinando funcionários para ganhos qualitativo e quantitativo no momento do atendimento dos passageiros. Em um segundo momento, estaremos adotando procedimentos especiais concentrados nos horários de maior movimentação. Queremos que todos sistemas estejam em plenas condições para cumprir suas funções dentro do fluxo operacionalidade”, disse ele.
Entre os serviços especiais oferecidos pela empresa, Goulart cita o programa Posso Ajudar. “Ele atuará de forma a tranquilizar passageiros que viajam pela primeira vez. Funcionários de colete amarelo serão dedicados a prestar todo tipo de informação necessária a esse tipo de público. Isso facilita a circulação dos passageiros brasileiros e estrangeiros dentro das áreas públicas restritas, principalmente nos aeroportos de maior circulação.”
A entrevista do superintendente foi concedida em meio a uma ameaça de indicativo de greve organizada por sindicados aeroviários filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Uma paralisação de 24 horas está prevista para o dia 22 de dezembro.