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Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se reunirão pela primeira vez nesta segunda-feira em Paris, um encontro com a mediação da França e da Alemanha que tem por objetivo retomar o processo de paz no território ucraniano e abrir um novo capítulo nas relações com Moscou.

As negociações, com um formato chamado de "Normandia", referência à região francesa onde os governantes dos quatro países se reuniram pela primeira vez em 2014, não aconteciam desde 2016.

Após três anos de paralisação, Putin apertará pela primeira vez a mão de Zelenski, que chegou ao poder em maio, no Palácio do Eliseu.

A relação com a chanceler alemã Angela Merkel também será observada com atenção, em um momento de crise entre Moscou e Berlim.

A Alemanha expulsou dois diplomatas russos após o assassinato de um georgiano no centro de Berlim em agosto, ordenado segundo a justiça alemã por uma "entidade estatal russa" ou pela Chechenia.

A guerra entre Kiev e os separatistas pró-Rússia provocou mais de 13.000 mortes na bacia de Donetsk, reduto industrial do leste ucraniano, em mais de cinco anos.

Os combates registraram queda desde os acordos de Minsk em 2015. Mas 80.000 homens permanecem na linha de frente, ao longo de 500 quilômetros, e mortes acontecem todos os meses no conflito.

Os países ocidentais e a Ucrânia acusam a Rússia de financiar e armar os rebeldes, o que Moscou nega, afirmando que desempenha um papel político-humanitário para proteger as populações locais de língua russa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã esperam sinais concretos em Paris para avançar nas negociações de paz.

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski recebeu o ator e diretor Tom Cruise para discutir locais que poderiam ser usados pelos americanos em um futuro filme, informou nesta terça-feira a presidência em Kiev.

Cruise e Zelenski, também um ator conhecido em seu país antes de ser eleito presidente em abril, conversaram durante a reunião na noite de segunda-feira, entre outras coisas, sobre seus gostos cinematográficos e experiências profissionais, de acordo com um comunicado.

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Cruise disse ao presidente que estava "interessado em vários lugares na Ucrânia para rodar um de seus próximos filmes", segundo as mesmas fontes.

Os detratores de Zelenski censuraram o presidente por receber atores invés de se concentrar na luta contra a corrupção ou no conflito com separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O ator Volodimir Zelenski tomou posse nesta nesta segunda-feira (20) como presidente da Ucrânia e anunciou a dissolução do Parlamento, medida para buscar uma maioria favorável a seu governo, para um mandato que terá como prioridade acalmar o conflito com os separatistas.

"Dissolvo o Parlamento", afirmou diante dos deputados e delegações internacionais reunidas no Parlamento para a cerimônia de posse, apesar das dúvidas jurídicas sobre seus poderes no processo de convocação de eleições antecipadas.

Antes, Zelenski anunciou sua prioridade: "Nossa primeira tarefa é conseguir um cessar-fogo em Dombas", referência à região do leste do país controlada por separatistas pró-Rússia.

Zelenski já havia interpretado o papel de presidente, mas na série de comédia de TV "Servidor do Povo". Na produção, ele encarnava um professor de História eleito inesperadamente como chefe de Estado.

Agora, um mês depois a grande vitória nas urnas sobre o antecessor Petro Poroshenko, Zelenski, 41 anos, se tornou o presidente mais jovem da Ucrânia na era pós-soviética.

Seu discurso de posse foi acompanhado de perto, em busca de pistas sobre seus planos para o mandato, que não foram divulgados durante uma campanha dominada pela desilusão pública com o "establishment" político e na qual ele prometeu "romper o sistema".

Há alguns meses, a ideia de Zelenski se tornar o verdadeiro presidente da Ucrânia parecia impossível.

Quando o ator e comediante anunciou sua candidatura em 31 de dezembro, poucos levaram a sério, mas depois de uma campanha sem precedentes, baseada em grande parte nas redes sociais, ele recebeu mais de 73% dos votos no segundo turno de 21 de abril e derrotou Poroshenko.

Seu antecessor foi eleito há cinco anos com uma onda de apoio público após uma revolta popular pró-Ocidente, o que levou a Ucrânia a viver tempos excepcionalmente difíceis após a anexação da Crimeia por parte da Rússia e à explosão de um conflito armado com separatistas respaldados por Moscou, um confronto que deixou 13.000 mortos.

Poroshenko evitou o colapso total e iniciou uma série de reformas cruciais, mas foi amplamente criticado por não melhorar o nível de vida dos ucranianos nem lutar de modo eficaz contra a corrupção generalizada.

Zelenski prometeu continuar com o rumo pró-Ocidente do país, mas seus críticos perguntam como enfrentará os grandes desafios do conflito separatista e os problemas econômicos.

O presidente ucraniano não tem maioria no atual Parlamento.

Fixar uma data para sua posse exigiu semanas de negociações e Zelenski, desesperado, chamou os parlamentares de "ladrões".

"O país precisa de mudanças e reformas fundamentais", afirmou a equipe do presidente na sexta-feira.

"Esta é a demanda do povo ucraniano. E para isto, nós precisamos de um Parlamento que funcione", completou a equipe.

O novo presidente terá que lidar imediatamente com uma série de temas internacionais delicados, o que representará uma ideia dos desafios dos próximos anos.

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