Duas pesquisas de intenção de votos divulgadas ontem injetaram novo ânimo no candidato do governador à Prefeitura – e ligaram o alerta vermelho no candidato do partido no poder há 12 anos no Recife.
Diante dos números, o avanço de Geraldo Júlio tem se consolidado sobre as quedas de Humberto e de Mendonça Filho – especialmente deste último, que caiu do patamar de 20% para menos de 10%.
Amargando o empate técnico depois das primeiras exibições da campanha eletrônica no rádio e na TV, Humberto pode ter chegado ao seu teto para efeito de primeiro turno. Isso significa que a esta altura os petistas precisam pensar numa estratégia urgente não para reverter o quadro de momento, mas para garantir ao menos condições mínimas de disputa no segundo turno. Não vai ser fácil, uma vez que a maioria dos aliados se bandeou para o lado do governador.
A migração dos eleitores de Mendonça Filho para Geraldo Júlio antecipou um movimento que poderia acontecer no segundo turno. Sem empolgar, no entanto, Mendonça assiste a antecipação mais cedo do que esperava, vendo a onda amarela crescer e capitalizar a insatisfação com o governo petista. Por mais que tenha a vice, o PSB conseguiu passar a mensagem de que Geraldo se coloca como “um novo prefeito”, como vende o slogan da campanha. Definitivamente no chão, Mendonça pode até atrapalhar o desempenho dos candidatos proporcionais do DEM.
Correndo por fora, Daniel evolui lentamente, mas de modo firme, e deve ser o mais cortejado dos apoios para o segundo turno. Mas se Humberto continuar caindo, com o aumento da tensão entre o seu vice, João Paulo, e o prefeito João da Costa, e a repercussão das condenações do mensalão, não se descarta a hipótese, ainda que remota, de Daniel ameaçar a posição de Humberto. É bom lembrar que falta mais de um mês para a eleição, e as mudanças nas pesquisas no Recife têm sido muito rápidas.
Quanto a Geraldo Júlio, ainda é uma incógnita a sua capacidade de manter o nível de crescimento, garantindo uma suposta vitória ainda no primeiro turno. Vai depender do desempenho dos outros. Pelo andar da carruagem, pode chegar perto disso, ou vencer de primeira com pequena margem de vantagem sobre a soma dos demais, como prevê o marketing do socialista. Hoje, no entanto, tudo aponta para o segundo turno até mesmo porque a definição no primeiro enterra de vez os planos do PT como força eleitoral do estado.
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