O número de crianças fora das escolas ainda é um dos problemas mais graves no nosso sistema de educação. Em todo o Brasil, há 5.577.430 crianças na educação infantil, 22.756.164 estudantes no ensino fundamental e outros 6.811.005 no ensino médio.
Entretanto, ainda é preciso alcançar 600 mil crianças de 4 e 5 anos que ainda não tem atendimento escolar, número que representa 17,3% da população nesta faixa etária quando comparado os dados do IBGE e as matrículas colhidas pelo Censo Escolar em 2014. Ainda de acordo com o Indicador, os dados tornam-se mais preocupantes quando falamos dos jovens: há 1,6 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola.
Também é preocupante a taxa de analfabetismo, que atinge 13 milhões de brasileiros ou 8,7% da população acima de 15 anos e os dados relacionado ao analfabetismo funcional - pessoas que apesar da capacidade de ler frases curtas, não desenvolvem a habilidade de interpretar textos e de fazer as operações matemáticas - que atinge 17,6% dos brasileiros.
Caros leitores, é pesaroso registrar que a Região Nordeste manteve-se com a taxa de analfabetismo funcional mais alta no País, 27,7% em 2013 e 27,1% em 2014. A principal redução foi verificada na Região Norte, passando de 21,6% para 20,4%. Já as Regiões Sudeste e Sul também continuam a apresentar os indicadores mais baixos, 12,7% e 13,8%, respectivamente.
No que diz pertinência ao assunto, cabe sugerir uma reflexão: o nosso PIB é maior do que o da Suíça, país com pouco mais de sete milhões de habitantes. Entretanto, não possuímos a mesma qualidade de vida dos suíços, que tem menos de 1% de analfabetos no país.
De logo, cumpre-nos salientar que países europeus possuem alto grau de alfabetização de sua população. Desta vez, citando a Irlanda, 99% da população é alfabetizada. Ainda pela Europa, a Grécia, que apesar da forte crise econômica atual, tem apenas 2,9% de analfabetos.
Voltando aos resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf), menos de 30% da população brasileira é considerada plenamente alfabetizada e apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas no Brasil e 38% da população com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita.
Estamos evoluindo pouco. Faz-se estritamente necessário lembrar que, se no passado a educação condicionou a prosperidade dos países, ainda o faz no presente e fará no futuro. A educação é ainda mais importante hoje. Só e apenas ela é capaz de garantir o sucesso e desenvolvimento em um sistema marcado por incertezas e instabilidades econômicas.
Já dizia Paulo Freire, “A educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Sempre citamos a educação como principal pilar do desenvolvimento de qualquer país, e com o Brasil não é diferente.
Diante dessas afirmações, certamente, estamos muito distantes de sermos uma nação rica no mundo globalizado. O que falta ao Brasil é instituir, como prioridade, um sistema de educação eficiente, voltado para o mercado. É preciso abandonar a teoria do quadro, giz e livros e buscar diminuir o atraso que existe em relação ao uso de novas tecnologias.