Magno Martins

Magno Martins

Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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PSB e PT vão reatar casamento

| seg, 04/09/2017 - 10:17
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Com o ingresso do PMDB no bloco de oposição reforçando o chamado Grupo dos 4, o G-4, o cenário que se deslumbra em Pernambuco para o PSB é o realinhamento ao PT. Não será surpresa em relação aos acordos fechados para 2018 se o governador Paulo Câmara abrir espaços na sua chapa em busca da reeleição reeditando a coligação montada pelo ex-governador Eduardo Campos, que elegeu o petista Humberto Costa para o Senado.

Aos que acham que o eleitorado não compreenderá este entendimento, o governador já tem o discurso na ponta da língua: dirá apenas que reproduz a aliança nacional, que tende a ser remontada com Lula candidato ou não à Presidência da República. PT e PSB estarão juntos com Jacques Vagner ou Fernando Haddad no lugar de Lula. O próprio Haddad já esteve no Recife num almoço reservado com o governador.

Quando passou recentemente pelo Recife, Lula deu prosseguimento ao reatamento da aliança. Jantou com Câmara e o prefeito Geraldo Júlio na casa da viúva Renata Campos. Terça-feira passada, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, jantou com Humberto Costa em Brasília e trataram de aprofundar as negociações para se dar um casamento perfeito não apenas no plano nacional, mas principalmente no estadual.

Ao longo da entrevista que concedeu para tratar do ingresso de Fernando Bezerra no PMDB, quando afirmou que as chances de abandonar o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara beiravam a zero, o deputado Jarbas Vasconcelos admitiu, pela primeira vez, uma composição com o PT, o que causou surpresa em todos os segmentos partidários no Estado. Os que fazem oposição a Câmara no PT tomaram um grande susto, sem conseguir entender nada.

Mas tudo isso decorre da mudança de comando do PMDB, que sai das mãos de Jarbas e passa para o grupo do senador Fernando Bezerra. Na contramão do que afirmou Jarbas, o senador tem dito e repetido que não existe a menor possibilidade de o novo PMDB em Pernambuco apoiar a reeleição do governador. Na Assembleia Legislativa, até as paredes sabem que PT e PSB andam bem próximos e podem compor uma aliança em nome da volta de Lula e do partido ao poder nas próximas eleições. 

Por Lula, os petistas em Pernambuco são capazes de se abraçarem a Paulo Câmara, mudando o discurso crítico em relação à sua gestão. Outro ponto a considerar, por fim, é que, além do discurso de que PT e PSB sempre estiveram juntos - e se desagregaram por uma circunstância - os dois partidos precisam de tempo na televisão para compensar a perda do PMDB, um gigante em termos de tamanho na chamada propaganda eleitoral no rádio e na TV.

NEM UM PIO– Embora tenha dito que sua postura iria mudar, sendo mais ágil e vigilante na defesa das questões envolvendo o PSB, o presidente reeleito do diretório estadual, Sileno Guedes, administra um silêncio muito estranho em relação ao rastro de prejuízo que a saída do PMDB trará à aliança oficial. É sabido que a movimentação do senador Fernando Bezerra Coelho em direção ao seu novo partido arrasta deputados do PSB, prefeitos e vereadores, mas Guedes ainda não acordou. Quem conseguir arrancar dele uma frase sobre o assunto terá feito uma grande façanha, antes que seja tarde. 

E aí, Marília? - Se o desenho do realinhamento do PSB ao PT se concretizar, a mais prejudicada será a vereadora Marília Arraes, líder da oposição na Câmara do Recife e tratada como pré-candidata do partido ao Governo do Estado. Oriunda do PSB, com laços familiares na legenda e no Governo, a parlamentar não tem a menor chance de avalizar o entendimento e neste caso só lhe sobrará a alternativa de procurar outra legenda dentro do arco partidário de oposição. 

Caindo fora– Entre os poucos prefeitos que ainda restam no PT, o primeiro a cair fora selado o acordo PSB-PT será Luciano Duque, de Serra Talhada, segundo maior colégio eleitoral do Sertão. Ali, a questão é muito localizada: a pedra no meio do caminho é o secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira. Sebá, como é mais conhecido, e Duque, são como água e óleo: não se misturam. O prefeito já telegrafou à direção estadual do PT para avisar a sua indisposição em tolerar qualquer entendimento que vislumbre dividir um palanque com o secretário. 

Desafiando o PMDB– Em entrevista à Folha, o deputado Estadual Tony Gel, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, contrariou a orientação nacional do partido, que anunciou candidatura própria ao Governo do Estado, reafirmando sua lealdade no apoio à reeleição do governador Paulo Câmara. "Meu candidato a governador é Paulo Câmara. Eu faço questão de deixar muito claro”, disse. Para ele, o senador Fernando Bezerra Coelho e seu grupo serão muito bem-vindos ao PMDB, mas não contarão com seu apoio nem entusiasmo para um projeto de candidatura própria ao Palácio das Princesas. 

Biografia de Marco Maciel- A Companhia Editora de Pernambuco (CEPE) agendou para o próximo dia 2 de outubro, na Academia Pernambucana de Letras, o lançamento do livro biográfico sobre Marco Maciel, de autoria do jornalista e biógrafo Ângelo Castelo Branco, intitulado "Um Artífice do Entendimento".  O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu o prefácio e o escritor Marcos Vilaça deseja fazer em seguida um lançamento na Academia Brasileira de Letras, no Rio, onde Marco Maciel ocupa a cadeira vaga desde a morte do ex-presidente das Organizações Globo, jornalista Roberto Marinho. Também haverá lançamento no Senado, em Brasília. 

CURTAS 

CISÃO– Aliados em torno da gestão Michel Temer, PMDB e PSDB não devem repetir a dobradinha na maior parte das disputas estaduais em 2018. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, hoje, a tendência é de que tucanos e peemedebistas fiquem separados em 18 Estados, contra nove nos quais a parceria nacional pode se repetir. Em campos opostos nas eleições de 2014, quando PMDB era o principal aliado do PT no governo federal, os peemedebistas se uniram aos tucanos em maio de 2016, em meio ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

EM SERRA– O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), incluiu na programação cultural da festa da padroeira do município o lançamento do meu livro Histórias de Repórter. A noite de autógrafos está marcada para amanhã, às 20 horas, no Centro de Artes e Desportos – CEU. Espero contar com a presença dos leitores deste blog na região, assim como os ouvintes do Frente a Frente, programa que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 97,7 FM, no Recife. 

Perguntar não ofende: O ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, fica no PMDB depois do ingresso do seu principal rival, o senador Fernando Bezerra Coelho?

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