Luiz Mendes

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Deixa que eu chuto

Perfil: Graduado em Jornalismo pela Faculdade Maurício de Nassau. Começou a carreira trabalhando em rádio e atualmente é editor de esportes do LeiaJá

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Uma final com jeito de final

Luiz Mendes, | sex, 22/11/2013 - 08:15
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120 minutos e cerca de 110 mil pessoas. Essa é uma das poucas certezas da decisão da Série C em 2013.

Independentemente do resultado, dificilmente haverá um perdedor entre Santa Cruz e Sampaio Correa. Times que ressurgiram para o cenário do futebol nacional neste ano.

Há tempos futebol brasileiro não tem uma decisão que se mostra tão emocionante. Quando foi que uma  final entre times nordestinos mobilizou tanto interesse do resto do Brasil?

Abaixo das Série A e B as coisas são diferentes. As partidas de finais têm cara de decisão. Mata-mata, time copeiro, catimba, pressão.

Desculpem-me Juventude e Botafogo-PB, mas existe uma tensão e um charme nesses confrontos não obtidos por paraibanos e gaúchos na derradeira das divisões. Peço perdão também a cruzeirenses e palmeirenses pelos justos, porém, sem graças, títulos conquistados em 2013.

O grande vencedor nacional sairá da C, de Campeão. Esse sim, campeão com C maiúsculo.

Para os pernambucanos tudo é novidade. Primeira vez decidindo o campeonato da terceira divisão e saindo dela por cima. Um título nacional também é algo inédito.

Os maranhenses já foram os melhores do Brasil em divisões inferiores algumas vezes. Só não têm título na Série A, mas B venceu em 1972 e C e a D, em 1997 e no ano passado, respectivamente.

Em 2013 é diferente. É um embate de gigantes. Não necessariamente de times gigantes, mas de torcidas gigantes. O maior patrimônio dos clubes está nas arquibancadas.

Este ano demonstram isso em números. Os Corais com média superior a 26 mil pessoas por jogo e a Bolívia Querida ultrapassando os 18 mil. Alguém duvida que o Castelão e Arruda terão lotação máxima nos próximos domingos?

3 dentro

- América. Esmeraldino da Estrada do Arraial mostra ousadia e ambição no campeonato estadual de 2014 com a contratação do técnico Waldemar Lemos.

- FPF. Com um formato novo para a competição, a Federação Pernambucana  acertou em fazer o lançamento do estadual em Salgueiro, valorizando mais o interior.

- Puma. A fornecedora de material esportivo do Uruguai conseguiu fazer uma bela campanha para comemorar a classificação de celeste para Copa. O fantasma de 50. 

3 fora

- Josip Simunic. Zagueiro croata foi comemorar junto à torcida a classificação para a Copa do Mundo de 2014 entoando cânticos nazistas. Não pegou bem.

- Secopa. Depois do vexame durante a Copa das Confederações, o acesso aos CT’s de Náutico e Sport seriam feitos pela Fifa. A história mudou e a obra agora será feira pela Prefeitura do Recife.

- CBF. Entidade ainda não se posicionou sobre as reivindicações do grupo Bom Senso Futebol Clube. Jogadores ameaçam paralisar o campeonato brasileiro na reta final.

Carinho ou preconceito?

Luiz Mendes, | qua, 20/11/2013 - 10:17
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Fumaça, Grafite, Negueba, Nêgo Pai, Petróleo, Pantera, Negueti, Negrete, Escurinho, Chôco, Somália. A lista de jogadores de futebol negros que levaram no nome a própria  cor é extensa. Há quem julgue tais nomenclaturas como algo pejorativo e existe quem defenda que isto já faz parte da cultura do esporte.

Se um jovem atleta de pele escura mostra uma maior desenvoltura com a bola no pé já lhe é dada a alcunha de Pelezinho. Mas até onde denominações para jogadores negros podem ser consideradas preconceito? Algumas podem ter alguma conotação de carinho?

Não lembro dos nomes que abrem esse texto terem alguma vez reclamado por serem chamados pelo apelido. Grafite protagonizou um caso de racismo quando foi chamado de macaco pelo argentino Desábato durante uma partida da Libertadores de 2005. Nesse caso a ofensa nada tem a ver com um vulgo.

Em tempos de jogadores de nomes compostos desde as categorias de base, é cada vez mais raro encontrar estas denominações. Talvez no futuro até sumam e deixemos de ter Neguebas e teremos apenas Guilhermes Ferreiras. Quem dera que os problemas de preconceito no futebol fossem apenas por conta dos apelidos.

Para Copa do Mundo de 2018, que será realizada na Rússia, país com graves problemas de aceitação racial, onde jogadores são recepcionados com bananas e gritos que imitam primatas, um grupo de atletas negros planeja boicotar a competição.

20 de novembro é dia de celebrar grandes atletas negros (Ali, Jordan, Tyson, Silva, Pelé, Bolt) e cada vez mais refletir como pequenos gestos e grandes manifestações ainda trazem um preconceito cultural que ainda demorará um tempo para ter um final.

3 dentro

- Patrick. Lateral,tantas vezes criticado pela torcida, vem sendo um das principais peças do Sport na reta final da Série B.

- Robinho. Agradou nos dois últimos amistosos da seleção brasileira em 2013 e pode ter conseguido vaga na Copa do ano que vem nos instantes finais.

- França. Seleção francesa conseguiu reverter o placar negativo da primeira partida repescagem e garantiu vaga na Copa. Todos os campeões mundiais estarão no Brasil em 2014.

3 fora

- Dênis Marques. Mais uma vez o jogador tem regalias da diretoria coral e foi dispensado do treino para ir à Maceió. Em Alagoras tem quem garanta que ele irá para o CRB em 2014.

- Ingressos no Arruda. A fase é boa e a maior parte da renda do clube vem das arquibancadas, mas colocar ingressos a R$ 70 é muito para o torcedor tricolor.

- Ibrahimovic. Em grande fase no PSG, mas de fora da Copa do Mundo o jogador foi arrogante ao declarar que um mundial sem ele não valeria a pena. Menos.

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