Ambulantes criticam agressões e fazem protesto na Caxangá
Indignados com a violência, os comerciantes dizem que esperam uma solução do Grande Recife Consórcio de Transporte
por Alexandre Cunha | qui, 18/01/2018 - 15:00
"Todo dia a gente apanha na cara, apontam revólver dizendo que vão atirar na gente. Dizem eles que são policiais civis, mas não se identificam. Tomam nossas mercadorias dentro das estações". O relato é de Fernando Ferreira da Silva, ambulante que vende seus produtos nos ônibus BRT da Região Metropolitana do Recife. Nesta quinta (18), dezenas desses profissionais informais se reuniram na avenida Caxangá, na Zona Oeste, para cobrar explicações do Poder Público.
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O protesto interditou a faixa exclusiva dos BRT, na altura do cruzamento com a avenida General San Martin. Assim como Fernando, Alexandre Félix também narra episódios de truculência policial contra si e demais ambulantes. "Em maio vai fazer quatro anos que trabalho no BRT e todo santo dia é essa dificuldade. Falam que é policial civil, puxam arma e não mostram nada (de identificação). Ontem quase fui algemado. Perdi minha caixa térmica, que vale R$ 100, além das mercadorias que estavam dentro (no valor de R$ 250)".
Indignados com a violência, os comerciantes saíram em passeata até a Praça do Derby e dizem que esperam uma solução do Grande Recife Consórcio de Transporte. Desde a implantação do sistema de transporte Bus Rapid Transit (BRT), o consórcia afirmava que impediria a venda informal de qualquer produto nos veículos e plataformas de embarque e desembarque. O que se vê são intervenções esporádicas - e falhas - na tentativa de evitar a presença dos ambulantes.