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A excitação e a expectativa se transformaram em decepção em West Point, em Nova York (EUA), quando uma caixa de chumbo que se acredita ter sido colocada por cadetes na base de um monumento há quase dois séculos foi aberta na segunda-feira, 28, durante um evento transmitido ao vivo.

Assista à cena aqui.

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Líderes da academia disseram que iriam "desvendar segredos do passado" quando abrissem a cápsula do tempo. "Lembrete emocionante!" a academia tuitou no domingo, 27, pedindo aos telespectadores que programassem seus alarmes para a revelação de segunda-feira. A historiadora Jennifer Voigtschild abriu o evento perguntando aos cadetes, oficiais militares e civis presentes: "Estamos prontos para ver o que há naquela caixa?".

Mas quando o pano foi removido e um arqueólogo levantou cuidadosamente a tampa superior para revelar o interior, os espectadores riram. Só havia lodo dentro. A caixa misteriosa, inicialmente revelou conter pouco mais do que uma camada de sedimento cinzento em sua parte inferior.

O tesouro, na verdade, estava apenas um pouco mais escondido do que o esperado. A caixa de chumbo, que foi encontrada em maio deste ano, continha seis moedas de prata norte-americanas datadas de 1795 a 1828 e uma medalha comemorativa, West Point disse em um comunicado divulgado posteriormente. Tudo foi descoberto no sedimento da caixa, que durante a cerimônia parecia ser o único conteúdo.

"Quando eu descobri (as moedas), você sabe, teria sido ótimo tê-las encontrado no palco", disse o arqueólogo de West Point Paul Hudson, que após o evento levou a caixa de volta ao seu laboratório e começou cuidadosamente a peneirar o lodo com uma pequena picareta de madeira e uma escova.

"Em pouco tempo, vejam só, a ponta de uma moeda aparece", ele contou por telefone. "E eu pensei, bem, isso é bom. Há alguma coisa, é um começo", acrescentou. Ele disse que estava desapontado assim como qualquer outra pessoa com os resultados desanimadores da cerimônia ao vivo, que trouxe comparações com a abertura do cofre de um hotel em Chicago por Geraldo Rivera em 1986, supostamente pertencente ao Al Capone, que revelou nada além de sujeira.

Uma multidão que se reuniu na Academia Militar dos EUA esperava ver relíquias militares ou documentos históricos quando especialistas abriram a tampa e apontaram uma câmera para dentro. De qualquer forma, provavelmente foi melhor extrair as moedas e a medalha em um ambiente controlado, disse Hudson, que ainda planeja analisar o sedimento para mais pistas sobre o que mais pode ter estado lá dentro.

Parecia que a umidade e talvez os sedimentos penetraram na caixa a partir de uma costura danificada. As condições também poderiam ter desintegrado qualquer matéria orgânica interna, como papel ou madeira.

O que sobreviveu foi uma moeda de 5 centavos de 1795 , um dólar Liberty de 1800 , uma moeda de 25 centavos de 1818 , moedas de 10 centavos e 1 centavo de 1827 e uma moeda de 50 centavos de 1828 . Houve também uma medalha comemorativa do Canal Erie datada de 1826. Sites especializados indicam que o valor potencial da maioria das moedas, dependendo da condição, está entre algumas centenas de dólares e bem mais de US$ 1 mil.

Elas parecem confirmar a teoria da academia de que a caixa foi deixada por cadetes em 1828 ou 1829, quando o monumento original, que homenageia a o herói da Guerra Revolucionária, Thaddeus Kosciuszko, foi concluído. Um comitê de cinco cadetes que incluía Robert E. Lee, graduado em 1829, o futuro general confederado, esteve envolvido na inauguração do monumento.

Kosciuszko projetou fortificações durante a guerra para o Exército Continental em West Point. Ele morreu em 1817. Uma estátua de Kosciuszko foi adicionada ao monumento em 1913.

A preservação histórica e a análise da cápsula do tempo continuarão. "Acho que podemos aprender mais com isso", disse Hudson, "para aprender sobre a história da academia e sobre a história do país".(Com agências internacionais)

Pesquisadores resgataram a localização do ponto exato onde Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Segundo o professor do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP) Jorge Pimentel Cintra, o local chegou a ser marcado fisicamente “com bastante precisão” no início do século 20, mas, ao longo das décadas, uma série de confusões e mal entendidos fez com que a informação acabasse se perdendo.

Cintra conta que o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo determinou, em 1902, o lugar, dentro do perímetro de onde atualmente fica o Parque da Independência, na zona sul paulistana. “Nesse local foram colocados um mastro e uma pedra, como se pode ver em fotos da época. E aí permaneceram até 1921 ou 1922 quando os jardins foram remodelados, com grandes escavações”, relata.

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A partir da retirada desse marco, começaram a ser atribuídos outros pontos, como o local onde foi instalado o Monumento à Independência, de autoria do artista Ettore Ximenes, inaugurado em 1922, nas comemorações do centenário da Independência. Há ainda o famoso quadro de Pedro Américo, que ajudou a formar o imaginário sobre o momento, mesmo não sendo preciso do ponto de vista histórico.

Havia também uma pedra fundamental que foi colocada anteriormente, segundo o pesquisador, no lugar errado. “O local que prevaleceu situa-se no jardim acima da Rua dos Patriotas, junto à primeira fonte, para quem sobe”, diz sobre a primeira tentativa de demarcação que, equivocada, ajudou a aumentar a confusão sobre o tema.

De acordo com o pesquisador, não se sabe porque essa marcação foi colocada fora do lugar, uma vez que o ponto foi medido com precisão à época (1825), quando se pretendia erguer um monumento no local.M

Mapas e GPS

Há três anos, Cintra vem pesquisando o assunto como parte de um estudo sobre o caminho de Dom Pedro no dia 7 de setembro. Para precisar o ponto exato do grito, o professor analisou relatos de quatro testemunhas que estavam presentes no momento do fato histórico. Além disso, ele recorreu à ata de setembro de 1825 da Câmara Municipal de São Paulo. “Ela dá uma informação precisa do local: 184 braças [104,8 metros] da cabeceira sul da ponte sobre o riacho do Ipiranga. Estiveram presentes nessa demarcação engenheiros, agrimensores e pessoas que presenciaram o fato e moravam na região”, detalha.

Apesar da precisão dessas indicações, Cintra diz que as mudanças do espaço ao longo do tempo dificultam a localização. “A dificuldade maior foi determinar a posição da cabeceira da ponte em 1822, pois o rio foi retificado e a ponte foi destruída. Para isso, recorri a mapas antigos em que figuravam o rio e a ponte antes da retificação”, conta.

Os mapas antigos foram sobrepostos com um programa de cartografia digital. Com essas informações, foi possível fazer a marcação no parque usando sistema de localização por satélite (GPS). O ponto correto fica em um bosque, na parte esquerda do parque, se o observador estiver de frente para o Museu Paulista. O trabalho foi detalhado em artigo assinado com o pesquisador Alexandre Cintra.

Para o pesquisador, ter o ponto exato, apesar de não mudar a essência do entendimento do fato histórico, permite examinar detalhes da situação, como a movimentação dos mensageiros e da guarda de honra do então príncipe regente.

O Banco Central (BC) vai lançar nesta terça-feira, 26, duas moedas comemorativas dos 200 anos da Independência do Brasil, celebrado no dia 7 de setembro. Segundo o BC, uma moeda será em prata e a outra em cuproníquel.

O lançamento vai ocorrer em cerimônia online às 15h, com participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e transmissão pelo canal do Youtube do órgão.

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O evento também terá a presença da Diretora de Administração do, Carolina Barros, e Aline Montenegro Magalhães, do Museu Histórico Nacional, concederá a palestra "Iconografia da Independência".

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), instituição da Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução de 1817. O grupo vai preparar uma série de ações para celebrar, em 2017, os 200 anos da Revolução Pernambucana deflagrada em 6 de março daquele ano, com o objetivo de emancipar a então província em relação ao domínio português.  

Entre as atividades que devem acontecer até 2017 estão à republicação de alguns livros e a busca pelos participantes do movimento que ainda não são conhecidas pela população, cerca de 100. Além disso, eventos, atos e exposições também devem ser realizados em alusão a data.

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“As comemorações do bicentenário de 1817 darão aos pernambucanos e aos brasileiros a oportunidade de aprofundar reflexões sobre o valor do idealismo; dos direitos humanos; das conquistas democráticas, da afirmação da soberania nacional”, afirmou Câmara em seu discurso. “A Revolução de 1817 instituiu pela primeira vez em terras brasileiras uma República, editando-se o Projeto de Constituição Republicana, que antecipou em quase uma década a primeira Constituição do Brasil”, acrescentou, fazendo uma análise histórica.

Segundo o governador, ainda não foi definidoo orçamento final para a realização das atividades da Comissão. “Vai ter um planejamento e, a partir daí, vão se identificar os orçamentos. Não temos estimativa de valor”, observou ao afirmar que deverá captar recursos externos para o orçamento. 

Crise econômica 

Durante o evento, ele também afirmou que os pernambucanos estão prontos para lutar contra a “crise econômica, social, política e ética em que foi mergulhado o Brasil” nos últimos meses, assim como aconteceu em 1817, quando líderes locais deram início a Revolução Pernambucana. Segundo ele, apesar de hoje a intensidade ser redobrada do que naquele ano a expectativa é de que as “antecipações pernambucanas” prevaleçam. 

“Não venceremos a crise negando a sua existência, nem por meio de acordos de elites e acertos de gabinetes”, disparou, citando que um pacto pelos mais pobres e sacrifícios dos que sempre se sobressaem podem ser estratégias para modificar o atual cenário. “Como em 1817, iluminados pelos seus imorredouros ideais revolucionários, os pernambucanos estão prontos para mais essa luta”, acrescentou. 

Composição da Comissão

Quem coordenará a Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução de 1817 é o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira. Além dele participam representantes  das secretarias de Cultura e Educação; Prefeitura do Recife; Assembleia Legislativa; Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP); Academia Pernambucana de Letras (APL); Ministério da Cultura (Minc) e Comitê Pernambuco 2017. 

O belga Adolphe Sax deu seu nome ao saxofone, uma invenção que revolucionou a música, em particular o jazz e o blues, mas é um desconhecido do público. Agora, uma exposição o homenageia nos 200 anos de seu nascimento.

Nascido em Dinant, às margens do rio Meuse, em 5 de novembro de 1814, o jovem Adolphe, que se mudou com seus pais para Bruxelas, escapou de morrer afogado, de uma violenta queda de escada e de uma ingestão do verniz utilizado por sua mãe, ebanista e fabricante de instrumentos musicais famosa na Bélgica.

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Se Adolphe não tivesse tido tanta sorte, John Coltrane, Dexter Gordon, Maceo Parker, Charlie "Bird" Parker, Sonny Rollins e Stan Getz não teriam se destacado em sua arte e a história da cultura popular musical do século XX seria diferente.

O saxofone ficou conhecido longe dos clubes do Harlem americano. Foi na França, em meados do século XIX, e graças a uma grande ajuda do exército.

Em 1842, quando gozava em Bruxelas de uma boa reputação como fabricante de instrumentos e com uma patente registrada para aperfeiçoar o clarinete, Sax se instala em Paris, onde cria uma oficina para produzir instrumentos e estudar cientificamente a acústica.

Em 1845, o exército, que quer reformar sua música, organiza um grande concurso ao ar livre em Paris. Os instrumentos de Adolphe Sax, que têm uma potência sonora e uma precisão inigualáveis, se impõem frente ao projeto de seu competidor, o compositor italiano Michele Carafa.

O concurso é realizado diante de 20.000 espectadores e consolida a reputação do inventor belga, que obtém em licitação um quase monopólio da fabricação de instrumentos para as bandas militares.

Em 1846, Adolphe Sax patenteia um "sistema de instrumentos a vento, chamados saxofones".

Mas o começo do saxofone e de outros metais criados pelo belga é difícil. Pouco a pouco encontram um lugar nas orquestras de ópera, como trompete imaginada para a criação de Aída de Verdi em 1880.

O sax de Bill Clinton

O saxofone sofre também a rejeição dos músicos de orquestra, contrários a trocar este novo instrumento e à imagem muito "popular" associada aos músicos de jazz negros dos Estados Unidos, que o adotam e darão a ele fama internacional.

A história fora do comum de Adolphe Sax e de seus múltiplos invetnos é relatada na exposição "Sax200", que abriu suas portas na semana passada no Museu de Instrumentos Musicais () situado desde 2000 em um dos mais belos prédios art nouveau da capital belga.

Lá estão exibidos cerca de 200 exemplares assinados por Sax, entre eles o sax mais antigo já fabricado, um barítono de 1846 e um tenor com as cores da bandeira americana presenteado ao presidente Bill Clinton em 1994.

A exposição "Sax200" ficará aberta até 11 de janeiro de 2015.

Cada fracasso ensina ao homem algo que ele precisava aprender
Charles Dickens

O ofício não era lá um dos melhores. O trabalho consistia em colar rótulos nos frascos de graxa para sustentar a família, encarcerada na prisão por conta das altas dívidas. A história de vida do garoto que iria contribuir decisivamente para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa não foi uma das mais fáceis.

Charles Dickens transformaria toda a sua trajetória de vida, as dificuldades pelas quais passou - trabalhando na indústria inglesa e encarando as más condições de trabalho da classe operária - em temas recorrentes de suas obras, inaugurando, na metade do século 19 (junto a Gustave Flaubert e Leon Tolstói), o Realismo europeu.

A forma magistral como Dickens empregava os recursos da narração - equilibrada, racional e objetiva – credita seus textos. Em outras palavras, Dickens extrai da escola realista europeia a preferência pelo contemporâneo e, munido de suas experiências, injeta toda sua trajetória de vida de uma forma “invisível”, sem envolver-se diretamente com a mensagem.

Esse estilo textual de Charles Dickens o impulsionou ao caminho literário e ao das artes. Somado a isso, ele atrelou à sua memória fotográfica e concebeu personagens e enredos ficcionais, baseando-se muito nas pessoas e acontecimentos que marcaram a sua vida.

Um desses clássicos personagens é a história de Oliver Twist, um órfão entre centenas que sofrem com a fome e o trabalho escravo na Inglaterra vitoriana. Vendido para um coveiro, ele sofre com a crueldade da família deste e acaba fugindo para Londres, onde é recolhido das ruas por Artur Dodger, um ladrão que o leva até Fagin, um velho que comanda um exército de prostitutas e pequenos marginais. Quando Oliver conhece um bondoso homem em quem finalmente enxerga um possível pai, Fagin teme que ele denuncie seu esquema de crimes e planeja um assalto à casa do rico Sr. Brownlow, o pai desejado por Oliver.

A fragilidade encontrada em seus personagens – sempre pessoas pobres, vítimas de injustiças – foi a maneira que ele encontrou para denunciar tudo o que testemunhava entre os muros das indústrias londrinas. Mas o que há em Oliver Twist que até hoje magnetiza gerações? O que há nos ladrões que tentam impregnar o espírito do roubo? O que há em Fagin que abusa de mulheres e cria para a sociedade pequenos deliquentes? O que há em Dickens que nos questiona com problemáticas sociais e desconstrói a tradição romanesca?

Dois séculos se passaram desde o nascimento desse escritor inglês, que tocou na ferida da sociedade inglesa e continua com suas obras contemporâneas. Charles Dickens permanece vivo e suas obras são, de fato, atuais e atuantes na sociedade do século 21. A data foi lembrada, inclusive, pela gigante Google, que produziu um doodle especial em homenagem ao escritor.

Nos últimos anos de sua vida, o escritor fez muitas leituras públicas de suas obras. Em suas narrações, expressava-se calorosamente e com muita paixão, provocando risos e lágrimas entre a plateia. O esforço despendido era tanto nesses espetáculos que foi apontado como uma das causas da morte do escritor.

Dickens interpretou a sociedade e, para isso, foi leitor de si mesmo, de seu mundo, dos livros que o ajudaram a se ver e a ver tudo a sua volta com clareza e originalidade.

Para um escritor do século 19, Charles Dickens vai além do seu tempo.

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