Após a ameaça de ter o nome incluído na lista de procurados pela Interpol, o empresário Humberto do Amaral Carrilho, que teve prisão temporária decretada na última segunda-feira (23) durante a 29ª fase da Operação Lava Jato, e estava foragido, se entregou à Polícia Federal (PF).
Segundo informações da PF, o empresário que reside em Pernambuco se entregou espontaneamente na tarde dessa quinta-feira (26), em Curitiba. Ele prestou depoimento e ficará preso na Superintendência da PF na capital paranaense. Na segunda-feira, ele foi procurado pela polícia na capital pernambucana, mas seu apartamento, no bairro de Apipucos, na Zona Norte do Recife, estava em obras e sem quaisquer documentos.
##RECOMENDA##Carrilho é sócio-proprietário do grupo Dislub Equador. Carrilho aparece no esquema, após propor construir um estaleiro para o uso da Petrobras no Rio Amazonas, local onde a estatal já tinha um navio. Seu nome foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, em delação premiada. Paulo Roberto Costa optou por abrir mão do navio e usar o trabalho de terceiros, o que garantiu uma mesada paga ao ex-diretor até meses antes dele ser preso.
Além de envolvimento com Roberto Costa, Humberto Carrilho também é citado como mantenedor de contas no exterior para o benefício de João Claudio Genu, absolvido na Ação Penal 470, o processo do mensalão, e principal alvo da 29ª fase da Lava Jato. As contas ainda não foram identificadas.
Na etapa, que recebeu o nome de Repescagem, os mandados expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba investigam crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa envolvendo verbas desviadas da Petrobras.