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Animais silvestres estão sendo abatidos e expostos na internet por grupos com milhares de integrantes. A prática ganhou força no Facebook e Youtube após os decretos de 2019, que facilitaram o acesso às armas de fogo para colecionadores, esportistas e caçadores. No Brasil, apenas a caça de javali é autorizada.

A maioria das comunidades usa como pretexto a troca de informações para exibir a rotina ilegal de caça e compartilhar situações cruéis envolvendo animais da fauna brasileira como pacas, onças, veados, tatus, jacarés e capivaras. A interação exibicionista também envolve a compra de armas e dicas de como 'curar' cães picados por cobra ou feridos após uma perseguição. "Espreme limão que limpa. No outro dia está bom, já curei muitos assim", sugere um dos comentários para tratar o olho de um cachorro de caça.

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A gestão Bolsonaro facilitou o acesso ao armamento e munição para os CACs - caçadores, atiradores esportivos e colecionadores. Agora, cada um pode ter até 30 armas, 90 mil munições e 20 kg de pólvora. Antes, era liberado o máximo de 12 armas, 6 mil munições e 2 kg de pólvora.

A caça ainda é ilegal no país, por isso, muitos integrantes não mostram o rosto, mas reivindicam sua regulamentação. "Sou criminoso desde criança, porque eu caço desde pequeno mais (com) meu pai. Nós 'caçava' de cachorro, fazia arapuca. Então, para mim, era meio de vida, era sobrevivência. E hoje eu caço porque eu gosto, eu gosto demais disso aqui", aponta outro comentário.

Em entrevista à BBC Brasil, o biólogo Gustavo Figuerôa relaciona a popularização da prática com a permissão para a caça de javalis. "Naturalmente, se você permite que mais pessoas tenham armas legalmente e saiam a campo para caçar legalmente (javalis), você aumenta a chance de mais animais silvestres serem caçados", explica

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