Tópicos | Aberto da Austrália

Jannik Sinner conquistou neste domingo o seu primeiro Grand Slam na carreira ao virar um jogo épico contra Daniil Medvedev por 3 sets a 2, parciais de 3/6, 3/6, 6/4, 6/4 e 6/3, em 3h45min de partida, na Rod Laver Arena. O italiano, quarto do ranking da ATP, saiu perdendo por 2 a 0, mas reagiu para fazer história diante do número 3 do mundo com o título do Aberto da Austrália.

Ele é apenas o terceiro italiano a ser campeão de um Grand Slam e o primeiro desdeAdriano Panatta, que conquistou o Torneio de Roland Garros, em 1976. Nicola Pietrangeli foi o outro representante da Itália campeão.Sinner é o único de seu país a vencer em Melbourne.

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Já Medvedev continua tendo o Aberto da Austrália como "pedra no sapato". Ele foi vice-campeão do torneio pela terceira vez na carreira. Nas duas anteriores, foi derrotado pelo espanhol Rafael Nadal e pelo sérvio Novak Djokovic. No currículo, tem apenas um Grand Slam, o US Open, em 2021.

O russo continua com um aproveitamento ruim contra Sinner nos últimos jogos. Perdeu os quatro últimos confrontos contra o italiano, apesar de ainda levar vantagem no retrospecto geral com seis triunfos.

Querendo espantar os maus olhados após bater na trave no Aberto da Austrália em duas oportunidades, Medvedev fez um primeiro set quase perfeito para sair na frente. O russo disparou seis aces, não enfrentou break-points e quebrou duas vezes o saque de Sinner para fechar por 6/3. Com isso, o italiano, responsável por eliminar Djokovic do torneio, perdeu apenas o seu segundo set na competição.

O russo continuou no mesmo nível de concentração no segundo set, chegou a liderar a parcial por 5/1 e precisou apenas administrar a vantagem, apesar da reação de Sinner, para fazer 2 a 0. O italiano, que teve o apoio de grande parte dos torcedores, mostrou um crescimento no fim que o fez levar muita confiança para o terceiro set.

Foi aí que a partida começou a mudar de rumo. O italiano passou a sacar muito bem, não enfrentou break-points e aproveitou sua única chance de quebra, no último game da parcial, para surpreender Medvedev e voltar a partida ao fechar o terceiro set por 6/4.

Com o passar do tempo, o russo foi demonstrando cansaço, dando a entender de que estaria sentindo uma lesão, muito diferente de Sinner, que se mostrou inteiro e colocou o adversário para correr em quadra. O italiano fez um quarto set seguro, venceu novamente por 6/4 e deixou tudo igual.

Medvedev conseguiu se reerguer no quinto set, mas o cansaço acabou jogando contra. Aparentando estar mais bem fisicamente, Sinner conseguiu a primeira quebra de serviço e abriu 4/2. No sétimo game, o russo já não aguentava mais ficar em pé, mas continuou lutando e não entregou de bandeja um ponto sequer. O italiano, no entanto, foi feroz no saque e conseguiu uma vantagem por 5/2.

Mesmo em situação complicada na partida, Medvedev vendeu caro a derrota e completou um serviço espetacular para diminuir a diferença para 5/3. Mas no nono game, Sinner foi novamente fantástico no saque, não deu chance para reação do russo e confirmou o serviço para ser campeão do Aberto da Austrália.

Beatriz Haddad Maia caminha para mais um grande momento na carreira e segue pela primeira vez para a terceira rodada do Aberto da Austrália. A brasileira superou a jovem russa de 16 anos, Alina Korneeva, 179ª do ranking da WTA, na madrugada desta quarta-feira (17) na Rod Laver Arena, por 2 sets a 0, com parciais de 6/1 e 6/2, em 1h e 20 minutos. Foi o primeiro duelo entre elas.

Com a programação atrasada devido à chuva, o torneio transferiu a partida da brasileira para a Rod Laver Arena, a principal quadra da competição, onde Bia começou liderando a primeira parcial com muita calma e sem dificuldade.

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A brasileira iniciou o primeiro set quebrando o serviço da adversária duas vezes seguidas, a primeira no quarto game abrindo 3-1 em rápidos 16 minutos. Firme no saque e com Korneeva tentando acompanhar, Bia chegou aos 5 a 1 com apenas 28 minutos. A russa cometeu 17 erros não forçados contra seis de Bia, que fechou o set nos 6 a 1 com tranquilidade.

A segunda parcial set veio logo com um saque da jovem russa quebrado por Bia, abrindo em 2 a 0. O sexto game que exigiu mais da brasileira, ela precisou salvar três break points. Mesmo com o desafio, ela se manteve a frente com 4 a 2. Com dupla falta de Alina, Bia garantiu mais uma quebra e fechou a partida com um saque em 6 a 2.

"Ela é uma ótima jogadora. Muito jovem e com um bom saque. Estava jogando muito bem durante esta semana. Eu vi um pouco. Terá um grande futuro e desejo a ela tudo de melhor. Foi muito difícil. Cada vez que entramos em quadra precisamos respeitar e aceitar o que estamos sentindo. Tentei fazer o meu melhor com todas as emoções que tinha. Estou feliz com meu trabalho", afirmou Bia, atual número 12 do mundo.

Bia fez questão de agradecer ao público presente na quadra principal do Aberto da Austrália. "Os brasileiros são incríveis. Eles estão sempre em todos os lugares torcendo por mim. Não importa em que parte do mundo. Com certeza há brasileiros aqui. Estou muito feliz e orgulhosa de ser uma mulher brasileira e de estar nas grandes quadras do mundo e representá-los. Estou feliz e espero poder trazer mais felicidade para eles também."

Por fim, a brasileira afirmou que o seu bom desempenho em quadra vem do trabalho das pessoas fora dela. "Acho que tudo veio do meu coração. Eu sei o quanto minha equipe, minha família e todos que estão atrás de mim trabalham todos os dias. Não importa se está ventando, quente ou um dia difícil. Tentamos fazer o nosso melhor todos os dias. Eu tenho essa mentalidade por causa deles. Eu apenas tento ser a pessoa com a raquete aqui (dentro de quadra) para representar esse grupo especial que tenho atrás de mim", discursou.

Na terceira rodada, prevista para esta quinta-feira, 18, Bia enfrenta Maria Timofeeva, de 20 anos, número 170 do mundo. A russa eliminou a ex-número um do mundo Caroline Wozniacki por 2 sets a 1, com parciais de 1/6, 6/4 e 6/1.

O Aberto da Austrália começa neste domingo com apenas uma certeza: Novak Djokovic é o grande favorito ao título. Em busca dos grandes recordes do tênis, o sérvio é a maior estrela da competição em termos históricos e também do circuito profissional na atualidade. Em Melbourne, todos tentarão acabar com a hegemonia do número 1 do mundo, que não perde no primeiro Grand Slam do ano desde 2018. Na chave feminina, os olhos estarão voltados para a polonesa Iga Swiatek, enquanto Beatriz Haddad Maia corre por fora para surpreender.

Djokovic busca seu 11º título do Aberto da Austrália, recorde absoluto na própria competição e também entre todos os Grand Slams. No saldo geral, ele detém o maior número de troféus neste nível de torneio, com 24. O mais próximo deste número é Rafael Nadal, com 22. Porém, o espanhol desistiu da competição por causa de novo problema físico.

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O amplo domínio do sérvio nos últimos anos se atesta numa rápida olhada nestes troféus, os mais importantes do circuito. Nas últimas cinco temporadas, ele venceu mais da metade deles: foram 10 títulos em 19 torneios - a edição de 2020 de Wimbledon não foi disputada por causa da pandemia.

Se Nadal estará ausente e os jovens tenistas não conseguem derrubar Djokovic, o que pode mudar os rumos da chave masculina é uma possível lesão do sérvio. Ele deixou a United Cup, sua primeira competição na temporada, com dores no punho direito. Nos últimos dias, evitou falar sobre o assunto. Longe das condições físicas ideais, o líder do ranking corre o risco de ver quebrada sua série invicta de 28 partidas no Aberto da Austrália.

Ele não perde em Melbourne desde sua eliminação na edição de 2018. Desde então, foi campeão em 2019, 2020, 2021 e no ano passado. Em 2022, não pôde competir por não ter se vacinado contra a Covid-19. O tenista acabou sendo deportado do país em meio a uma das maiores polêmicas recentes do tênis.

Cansado de falar sobre recordes e marcas históricas, Djokovic comentou sobre seu futuro e deixou aberta a possibilidade de se aposentar no curto prazo. "Para ser honesto, estou dividido. Sempre há uma parte de mim que é um garoto que simplesmente adora tênis e só entende de tênis. Esse garoto quer seguir adiante. Mas, por outro lado, sou pai de duas crianças. Estou longe da minha família e cada vez que viajo por um período longo fico com o coração partido. Estou sempre pensando em quanto tempo deveria jogar. Vale a pena?", questionou o tenista em entrevista a um canal de TV sérvio.

Djokovic não sugeriu que poderá deixar o circuito nos próximos meses. Mas um título em Melbourne poderia até ser um estímulo. Se isso acontecer, além de confirmar seu domínio nas quadras duras do Aberto da Austrália, ele vai embolsar US$ 2,11 milhões, cerca de R$ 10,3 milhões. Chegaria assim a incríveis US$ 183 milhões em premiações, algo equivalente a R$ 900 milhões. Ao menos em reais, o sérvio poderá alcançar a marca de R$ 1 bilhão ainda neste ano, um belo incentivo para se aposentar.

E ALCARAZ?

O tenista espanhol é uma das apostas para derrubar o domínio de Djokovic em Melbourne. Mas se tornou uma incógnita desde sua queda na semifinal do US Open. Ele oscilou demais na reta final da temporada passada e, nos dois encontros com Djokovic após a vitória na decisão de Wimbledon, Alcaraz levou a pior.

O atual número dois do mundo ainda não fez um jogo oficial na temporada 2024, apenas exibições. E não chegou a empolgar nestas partidas. O ponto positivo para Alcaraz é que ele pegou, ao menos em tese, uma chave mais tranquila. E só poderá cruzar com Djokovic numa eventual final.

BIA MIRA SEGUNDA SEMANA

Maior nome do tênis brasileiro na atualidade, Beatriz Haddad Maia vai estrear em Melbourne no embalo do seu primeiro título na temporada logo em seu segundo torneio de 2024. Na sexta, ela foi campeã de duplas do Torneio de Adelaide, ao lado da americana Taylor Townsend - também será sua parceria nas duplas no Aberto da Austrália.

Historicamente, Bia tem seu melhor resultado neste Grand Slam justamente nas duplas. Em 2022, foi vice-campeã. Mas agora ela quer ir longe também na chave de simples. A brasileira nunca passou da segunda rodada na competição. Desta vez, ela espera alcançar ao menos as oitavas de final, fase que abre a segunda semana do torneio.

"Minha expectativa é a mesma: trabalhar duro para chegar na segunda semana. A partir daí, estarei pronta para brigar por todas as outras rodadas. Me sinto cada dia mais forte", disse a tenista em entrevista ao Estadão, no início do ano.

Após disputar três jogos em Brisbane, o espanhol Rafael Nadal, de 37 anos, anunciou, neste domingo, que não vai disputar o Aberto da Austrália que começa daqui a uma semana. Por meio das redes sociais, ele afirmou que o motivo da desistência é uma lesão muscular.

"No momento, eu não estou pronto para competir no nível máximo. Estou voltando para a Espanha para ver meu médico, iniciar tratamento e também descansar", diz parte do texto que o tenista postou no "X", antigo Twitter.

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Nadal informou ainda que exames feitos após sua chegada a Melbourne indicaram uma pequena ruptura no músculo. Ao invés de apostar em um tratamento que permita tentar disputar o torneio, ele adotou a cautela. "A ressonância magnética apontou uma pequena ruptura, não na mesma região onde tive a lesão. Essa é a boa notícia", informou Nadal.

Um dos maiores tenistas espanhóis de todos os tempos, Nadal estava quase um ano afastado do circuito devido a uma lesão no quadril. Em função das dores, ele chegou até a cogitar a sua aposentadoria das quadras.

Apesar da frustração por não poder disputar o Aberto da Austrália, Nadal não vê tanto motivo para preocupação e acredita que a nova lesão possa estar relacionada às partidas que disputou neste início de ano em sua tentativa de voltar a jogar.

"Muitas coisas podem estar acontecendo em um corpo como o meu depois de um ano sem jogar tênis. Então espero que seja apenas isso, apenas um músculo sobrecarregado", disse Nadal após a derrota para Jordan Thompson em jogo válido pelas quartas de final do Torneio de Brisbane.

Em resposta à postagem do tenista, a organização do Aberto da Austrália mandou, neste domingo, uma mensagem de solidariedade ao atleta. No comunicado, "os votos são de uma rápida recuperação".

"Sentiremos sua falta em Melbourne, Rafa. Enviamos tudo para você. Nosso amor e nossos melhores votos de uma rápida recuperação. Vejo vocês em breve na quadra", disse a organização do torneio em suas redes sociais.

Os primeiros episódios animadores do retorno de Rafael Nadal às quadras, após um ano recuperando-se de lesão, foram sucedidos por frustração e dúvidas, a principal delas quanto à participação do ex-número 1 do mundo no Aberto da Austrália. Após vencer suas duas primeiras partidas do Torneio de Brisbane, o espanhol de 37 anos foi eliminado por Jordan Thompson nas quartas de final, em jogo que durou 3h30 e no qual sentiu dores na coxa, perto do quadril, local do problema que o tirou de combate por praticamente toda a temporada 2023. Agora, não sabe se terá condições de jogar o Major australiano.

"Eu espero ter a chance de praticar na próxima semana e conseguir jogar em Melbourne (cidade sede do Aberto da Austrália). Honestamente, eu não tenho 100% de certeza de nada neste momento", afirmou Nadal, que se lesionou justamente durante a última edição do Grand Slam oceânico, em derrota para o americano Mackeinze McDonald ainda na segunda rodada.

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Embora inseguro, o espanhol tentou mostrar esperança e disse acreditar que as dores sentidas nesta sexta podem ser consequência de fadiga muscular, sem relação com a lesão que o levou à mesa de cirurgia no ano passado . "Muitas coisas podem estar acontecendo em um corpo como o meu depois de um ano sem jogar tênis. Então, espero que seja apenas isso, apenas um músculo sobrecarregado. Se for este o caso, perfeito", disse.

"A dor foi em um lugar muito semelhante ao do acontecimento no ano passado, mas foi diferente. Não foi o mesmo que no ano passado porque o que acontece daquela vez é que eu senti algo de forma drástica, imediatamente. Hoje, eu não senti nada assim. O Problema é que o lugar é o mesmo, isso deixa você um pouco assustado", completou.

Derrotado por 2 sets a 1 por Thompson, com parciais de 5/7, 7/6 (8/6) e 6/3, Nadal pediu atendimento médico fora de quadra no terceiro set. Antes de sentir dores, nesta sexta, o espanhol vinha fazendo grandes apresentações na quadra dura de Brisbane. Tanto que perdeu o saque pela primeira vez somente nesta sexta, no primeiro set contra Thompson.

A disputa da chave principal do Aberto da Austrália começa daqui a pouco mais de uma semana, dia 14. Neste domingo, dia 7, já se iniciam os duelos pelas qualis.

Sentimento de alívio, comemoração junto aos familiares na torcida e choro convulsivo. Um ano depois de ser deportado do país em um dos maiores escândalos do tênis mundial, o sérvio Novak Djokovic voltou à cena em grande estilo ao vencer o grego Stefanos Tsitsipas por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 7/6 (4) e 7/6 (5)em 2h56min de partida e garantir o seu décimo título do Aberto da Austrália.

Em sua 33ª final de Major, o número cinco do mundo chegou à 22ª conquista em simples com o triunfo na manhã deste domingo na Austrália se igualando a Rafael Nadal. Os dois são os maiores vencedores de slams da história do tênis masculino. De quebra, ainda volta a assumir a liderança do ranking desbancando o espanhol Carlos Alcaraz.

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Em quadra, Djoko confirmou o seu bom momento. Até a final, o sérvio havia perdido apenas um game. Habituado a decisões no torneio, ele vem de três títulos seguidos no campeonato entre 2019 e 2021 acumulando um total de 27 vitórias. Ao superar o rival em Melbourne, esse número subiu para 28.

O revés adiou o sonho de Tsitsipas de vencer o seu primeiro Grand Slam da carreira. Em sua segunda decisão de um torneio desse porte, Djokovic voltou a ser um obstáculo em sua trajetória já que, em 2021, em Roland Garros, o grego também foi derrotado pelo sérvio.

O duelo começou com Djokovic forçando o seu saque para dificultar a recepção de Tsitsipas. Com a quebra de serviço do sérvio no quarto game, o tenista grego se desestabilizou e não conseguir mais impor o seu jogo.

Com um jogo calculado e muita precisão ao usar a sua direita, o sérvio não teve maiores dificuldades para fechar a primeira parcial em 6/3.

No segundo set, o equilíbrio foi a marca do confronto com os dois finalistas confirmando seus serviços. A definição foi para o tiebreak, e o jogo ganhou em emoção. Djoko abriu uma vantagem de 4 a 1, mas permitiu o empate. De volta à disputa, o tenista grego voltou a se desconcentrar, cometeu erros de devolução e complicou sua reação.

Djoko não perdoou o vacilo do seu adversário, fechou a série final em 6 a 4 a garantiu também a vitória no segundo set abrindo uma ampla vantagem para tentar assegurar o título na Austrália.

O terceiro set começou de forma surpreendente. Necessitando de uma reação urgente, Tsitsi quebrou logo de cara o serviço do rival. A resposta, porém, veio no mesmo tom e de forma imediata, com Djokovic empatando a disputa.

A partir daí a normalidade passou a imperar na quadra com os dois tenistas praticando um jogo com poucos erros e confirmando seus serviços. O sérvio seguiu controlando o ritmo e chegou a 5 a 4 no terceiro set aumentando a pressão sobre Tsitsipas. Depois de abrir vantagem no décimo game, ele permitiu uma modesta reação do seu adversário ao cometer um erro bobo. No entanto, o empate em 5 a 5 foi confirmado minando a expectativa de Djoko em definir logo a partida.

Como no set anterior, o terceiro também foi para o tiebreak. Djokovic abriu uma vantagem de 5 a 0, mas permitiu a reação de Tsitsipas que buscou um 6 a 5. A categoria e a frieza, no entanto falaram mais alto. Ao estabelecer o 7 a 5, ele se consagrou ao conquistar o Aberto da Austrália pela décima vez na carreira.

Luisa Stefani e Rafael Matos são campeões das duplas mistas do Aberto da Austrália. Na noite desta quinta-feira, manhã de sexta em Melbourne, os brasileiros superaram os indianos Sania Mirza e Rohan Bopanna por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7/2) e 6/2, em 1h27.

Diante de rivais experientes, Luisa, de 25 anos, e Matos, de 27, foram persistentes para superar a ansiedade da primeira final da carreira em Grand Slams e devolver o Brasil ao topo após pouco mais de dois anos.

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A última vez em que a bandeira brasileira tremulou no lugar mais alto do pódio de um dos quatro principais torneios de tênis foi em 2020, com Bruno Soares, nas duplas masculinas do US Open. É a primeira vez que uma dupla inteiramente brasileira se sagra campeã na chave de duplas de um Grand Slam.

Os primeiros games deixaram a impressão de que a dupla brasileira não teria dificuldades para levar o título em Melbourne. Os indianos erraram jogadas simples e facilitaram a vida de Luisa e Matos, que abriram 2 a 0. Mas o tênis proporciona inversões de panorama em questão de minutos. A dupla do Brasil passou a errar com maior frequência e permitiu não só que a partida ficasse equilibrada, como a reação dos adversários no placar.

Com o marcador em 5 a 3, bastava aos indianos confirmar o serviço para levar o primeiro set e se aproximar do lugar mais alto do pódio. Luisa e Matos, porém, quebraram o saque de Sania e Bopanna e depois igualaram o jogo em 5 a 5. O empate persistiu em 6 a 6, levando o set para o tie-break. Os brasileiros, então, se impuseram, abriram vantagem de quatro set points e fecharam logo no primeiro.

Luisa e Matos se encontraram na partida. No segundo set, o jogo ficou mais fluido para os brasileiros, que encaixaram boas devoluções e ataques afiados. Os indianos não conseguiram seguir no mesmo ritmo e viram a dupla do Brasil abrir 4 a 1.

Era questão de tempo para o título ser confirmado. Luisa e Matos não mediram esforços e conseguiram a vitória ganhando o segundo set por 6 a 2.

A polonesa Iga Swiatek está eliminada do Aberto da Austrália. Na madrugada deste domingo (22), a tenista número 1 do mundo sofreu com os serviços da casaque Elena Rybakina e foi derrotada por 2 sets a 0, com parciais de duplo 6/4 após 1h29 de partida. Na modalidade masculina, o grego Stefano Tsitsipas viu o italiano Jannik Sinner levar a partida para o quinto set, mas confirmou a vitória após 4 horas de jogo. As parciais foram de 6/4, 6/4, 3/6, 4/6 e 6/3.

Campeã em Wimbledon e número 25 do mundo, Rybakina enfrentará a letã Jelena Ostapenko nas quartas de final. "Eu joguei bem nos momentos importantes. Claro que fico nervosa toda vez que entro em quadra, mas acho que isso acontece com todo mundo. Apesar disso, eu me mantenho sempre serena, ao menos tento não mostrar muitas emoções", disse a casaque de 23 anos após o triunfo contra a líder do ranking.

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Ostapenko (17ª) chega pela primeira vez às quartas de final de um Grand Slam. Ela venceu a americana Cori Gauff (7ª) por 2 sets a 0 nesta madrugada, com parciais de 7/5 e 6/3. A americana Jessica Pegula, número 3 do mundo, não deixou a zebra se criar contra a checa Barbora Krejcikova (23ª) e venceu por 2 sets a 0 (7/5 e 6/2). Pegula enfrentará a vencedora do confronto entre a belarrussa Victoria Azarenka e a chinesa Zhu Lin.

No masculino, Tsitsipas parecia caminhar para uma vitória tranquila sobre Sinner após abrir 2 sets a 0 com duplo 6/4, mas o italiano mostrou toda sua frieza e tomou as rédeas da partida. Número 16 do ranking, Sinner fez 6/3 e 6/4 para levar o jogo para o nervoso quinto set. O grego se recompôs em quadra, conseguiu uma quebra no sexto game e venceu a partida de 4 horas, com um 6/3.

O adversário de Tsitsipas nas quartas de final será o checo Jiri Lehecka, que superou o canadense Félix Auger Aliassime de virada por 3 sets a 1. As parciais foram 4/6, 6/3, 7/6 (7/2) e 7/6 (7/3), após 1h13 de jogo. Este é o terceiro cabeça de chave superado por Lehecka, que já bateu Borna Coric e Cameron Norrie.

Mais cedo, o americano Sebastian Korda venceu o polonês Hubert Hurkacz em um jogo suado por 3 sets a 2, também de virada. As parciais foram de 3/6, 6/3, 6/2, 1/6 e 7/6 (10/7). O adversário de Korda será o russo Karen Khachanov, que fez 3 sets a 0 no japonês Yoshihito Nishioka, 6/0, 6/0 e 7/6 (7/4).

BIA HADDAD ELIMINADA NAS DUPLAS

A brasileira Bia Haddad Maia desperdiçou incríveis nove match points jogando em dupla com a chinesa Shuai Zhang e terminou eliminada do Aberto da Austrália. Elas foram superadas pelas checas Marketa Vondrousova e Miriam Kolodziejova por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 7/6 (11/9) e 7/6 (14/12).

Nas duplas mistas, Luisa Stefani e Rafael Matos venceram a americana Bethanie Mattek-Sands e o croata Mate Pavic por 2 sets a 0, com um duplo 6/4. Os brasileiros enfrentarão os australianos Lizette Cabrera e John Patrick Smith nas quartas de final.

Não foram simples dores do quadril que fizeram Rafael Nadal ser eliminado na primeira rodada do Aberto da Austrália. O tenista espanhol passou por exames nesta quinta-feira em Melbourne que acusaram uma lesão muscular que o afastará das quadras por até dois meses.

Com movimentos limitados, Nadal não conseguiu se impor na estreia do primeiro Grand Slam do ano, nesta quarta-feira. Defendendo o título na Austrália, foi facilmente superado pelo americano Mackenzie McDonald, em jogo válido pela segunda rodada, por 6/4, 6/4 e 7/5.

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"Boa tarde. Fiz exames médicos depois da derrota de ontem. A ressonância magnética mostra uma lesão de grau 2 no ilíaco psoas da perna esquerda. Agora é repouso esportivo e fisioterapia anti-inflamatória. Tempo de recuperação normal de 6 a 8 semanas", informou o espanhol.

A lesão é no músculo que fica entre o fêmur e a lateral da coluna lombar. El e é comum em quem pratica esportes e se não for tratada corretamente pode se tornar crônica. Ele provoca estalos no quadril e forte dores.

Nadal deve perder alguns torneios no período de ausência, entre eles, o ATP de Acapulco, no México, do qual foi o campeão em 2022. O retorno às quadras deve ocorrer nos Estados Unidos, em Indian Wells ou no Miami Open.

Rafael Nadal protagonizou nesta quarta-feira (18) a primeira grande surpresa do Aberto da Austrália. O tenista espanhol foi eliminado ainda na segunda rodada do primeiro Grand Slam da temporada, disputado em Melbourne, após sentir dores no quadril ao longo da partida contra Mackenzie McDonald. O americano venceu por 3 sets a 0, com parciais de 6/4, 6/4 e 7/5.

"É um momento difícil. É um dia complicado. Eu não posso dizer que não estou destruído mentalmente neste momento, porque eu estaria mentindo", declarou o atleta de 36 anos, acostumado a enfrentar problemas físicos ao longo da carreira. Desta vez, a lesão é no quadril, pelo lado esquerdo.

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"É o quadril esquerdo. Não sei o que está acontecendo. Se é o músculo, se é uma articulação. Tenho histórico com o quadril, já fiz tratamentos no passado, mas não foi assim. Agora é difícil saber, mas vou fazer os exames", explicou o espanhol, atual número dois do mundo e segundo cabeça de chave na Austrália.

O novo problema físico volta a colocar uma sombra sobre a carreira de Nadal, que já havia enfrentado uma temporada difícil em 2022, principalmente no segundo semestre, em razão de diferentes lesões. O tenista chegou a falar abertamente sobre aposentadoria e sobre o cansaço de viver cada processo de recuperação física.

Nesta quarta, Nadal demonstrou estar abaixo do seu nível técnico mesmo antes de dar maiores sinais de dor em quadra. "É difícil, mas espero que não seja nada muito grave. Passei por esse processo muitas vezes na minha carreira e acho que estou pronto para continuar. Mas não é fácil."

O atual campeão do Aberto da Austrália acabou sendo dominado com certa facilidade pelo rival de pouca expressão, 65º do ranking e dono de apenas uma final de nível ATP na carreira. Nadal, por sua vez, brigava para ampliar o recorde de títulos de Grand Slam (22), que é seu. Agora corre o risco de ver Novak Djokovic igualar essa marca se o sérvio se destacar em Melbourne.

Na terceira rodada, Mackenzie McDonald vai enfrentar o japonês Yoshihito Nishioka. Quem também avançou na competição foram o canadense Felix Auger-Aliassime (6º), o italiano Jannik Sinner (15º) e o americano Frances Tiafoe (16º).

FEMININO

Na outra chave de simples, a líder do ranking Iga Swiatek superou a colombiana Camila Osorio por 6/2 e 6/3 e segue mostrando força em Melbourne. A polonesa vai enfrentar agora a espanhola Cristina Bucsa, atual 102ª do ranking.

A americana Jessica Pegula (3ª) e a grega Maria Sakkari (6ª) também se garantiram na terceira rodada. Pegula superou a belarussa Aliaksandra Sasnovich por 6/2 e 7/6 (7/5), enquanto Sakkari derrotou a russa Diana Shnaider por 3/6, 7/5 e 6/3. A tenista dos Estados Unidos vai encarar agora a ucraniana Marta Kostyuk. Sakkari duelará com a chinesa Lin Zhu.

Também avançaram as cabeças de chave Madison Keys (10ª), Jelena Ostapenko (17ª) e Barbora Krejcikova (20ª). Já a checa Petra Kvitova (15ª) se despediu de forma precoce, na segunda rodada.

Ainda pela rodada de abertura, em razão do atraso na programação de segunda, estrearam com vitória nesta quarta a polonesa Magda Linette e a russa Anastasia Potapova.

Beatriz Haddad Maia se despediu da chave de simples do Aberto da Austrália nesta quarta-feira (18). A tenista número 1 do Brasil e 14ª do mundo oscilou demais em quadra, cometeu muitos erros e acabou sendo derrotada pela espanhola Nuria Parrizas Diaz, atual 75ª do ranking, por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (13/11) e 6/2, em 2h09min de confronto.

O revés surpreende porque a brasileira vinha em grande momento, com boas atuações desde a temporada passada. Tanto que nesta semana passou a exibir sua melhor colocação no ranking da WTA. O resultado também chamou a atenção porque Bia venceu na estreia nas últimas edições em que esteve em Melbourne: 2018, 2019 e 2022.

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A partida desta quarta estava marcada para terça, mas foi adiada em razão da chuva em Melbourne. A programação da competição segue prejudicada devido ao meu tempo. Nesta quarta, por exemplo, houve jogos da primeira e da segunda rodadas quase ao mesmo tempo. Eliminada na chave de simples, Bia agora se concentrará nas duplas, quando jogará ao lado da chinesa Shuai Zhang - a brasileira foi vice-campeã no ano passado.

Quase tudo deu errado para Bia nesta estreia no Aberto da Austrália. O primeiro set foi marcado por erros e irregularidade por parte de ambas as tenistas. Cada um faturou duas quebras de saque. A oscilação adentrou um parelho tie-break, no qual Bia salvou 10 set points até ceder a vitória à espanhola.

O começo do segundo set complicou ainda mais a vida da brasileira. Exibindo certo abatimento, ela caiu de produção e viu a adversária iniciar com quebra de saque. Bia até reagiu rapidamente e devolveu a quebra. Mas, quando estava perto de assumir a liderança do placar, voltou a perder o saque. Diaz liderava por 4/2.

A chuva, então, voltou a cair em Melbourne e o jogo foi paralisado, dando oportunidade para a brasileira se recompor psicologicamente e "voltar" para a partida. Mas a interrupção não durou nem cinco minutos. E, na retomada do jogo, a espanhola sustentou a vantagem e confirmou a vitória.

Na segunda rodada, Parrizas Diaz vai enfrentar a russa Anastasia Potapova. Em outros resultados do dia, a americana Coco Gauff (7ª cabeça de chave) eliminou a britânica Emma Raducanu, campeã do US Open de 2021, por 6/3 e 7/6 (7/4). Já a casaque Elena Rybakina (22ª), atual campeã de Wimbledon, venceu a eslovena Kaja Juvan por 6/2 e 6/1.

MASCULINO

Um dos candidatos ao título em Melbourne, o russo Daniil Medvedev (7º) venceu mais uma com tranquilidade. O ex-número 1 do mundo bateu o local John Millman por 7/5, 6/2 e 6/2. Seu adversário na terceira rodada ainda não foi definido.

O grego Stefanos Tsitsipas (3º) também fez a sua parte ao eliminar outro tenista da casa, Rinky Hijikata, por 6/3, 6/0 e 6/2. Venceram também o russo Karen Khachanov (18º) e o japonês Yoshihito Nishioka (31º).

Candidatos ao título do Aberto da Austrália, o espanhol Rafael Nadal e a polonesa Iga Swiatek estrearam com vitória na madrugada desta segunda-feira, em Melbourne. O ex-número 1 do mundo sofreu mais do que a atual líder do ranking e chegou a perder um set. Entre os brasileiros, Thiago Monteiro e Laura Pigossi foram eliminados na rodada de abertura.

Atual número dois do mundo, Nadal entrou na competição como cabeça de chave número porque seu compatriota Carlos Alcaraz, líder do ranking, se ausentou do primeiro Grand Slam do ano por lesão. Apesar do status, Nadal ainda não convenceu neste início de temporada. E sua estreia em Melbourne só aumentou as dúvidas sobre até onde conseguirá ir na competição.

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O espanhol precisou de quase quatro horas para superar o britânico Jack Draper em quatro sets: 7/5, 2/6, 6/4 e 6/1. O favorito obteve seis quebras de saque, contra quatro do 38º do ranking. Cada tenista cometeu 46 erros não forçados, mas Nadal se destacou ao aplicar 41 bolas vencedoras, diante de 35 do adversário.

Na segunda rodada, o número dois do mundo vai enfrentar o americano Mackenzie McDonald, que eliminou o compatriota Brandon Nakashima em cinco sets, com parciais de 7/6 (7/5), 7/6 (7/1), 1/6, 6/7 (10/12) e 6/4.

Entre os demais cabeças de chave que estrearam nesta segunda, avançaram o polonês Hubert Hurkacz (10º), o italiano Jannik Sinner (15º), os americanos Frances Tiafoe (16º) e Sebastian Korda (29º), o russo Karen Khachanov (18º), o canadense Denis Shapovalov (20º), o argentino Francisco Cerundolo (28º), japonês Yoshihito Nishioka (31º) e o holandês Botic Van de Zandschulp (32º). Já o experiente croata Borna Coric (21º) se despediu logo na estreia.

FEMININO

Na outra chave de simples, Iga Swiatek confirmou o favoritismo na rodada de abertura sem perder sets. A número 1 do mundo venceu a alemã Jule Niemeier por 6/4 e 7/5, em duas horas de partida. A polonesa faturou três quebras de saque ao longo do jogo, contra apenas uma da tenista da Alemanha.

Ela se destacou ainda com as devoluções, responsáveis por boa parte das suas 20 bolas vencedoras na partida. Swiatek cometeu 28 erros não forçados, contra 29 da rival. Sua próxima adversária será a colombiana Camila Osorio, que avançou ao superar a húngara Panna Udvardy por 6/4 e 6/1.

Também venceu na rodada de abertura a belarussa Victoria Azarenka (24ª), num duelo de campeãs do Aberto da Austrália com a americana Sofia Kenin. A veterana, dona de dois títulos, levou a melhor e venceu Kenin por 6/4 e 7/6 (7/3).

Campeãs do US Open, a britânica Emma Raducanu e a canadense Bianca Andreescu também avançaram sem sustos. Raducanu superou a alemã Tamara Korpatsch por 6/3 e 6/2, enquanto Andreescu superou a checa Marie Bouzkova (25ª) por 6/2 e 6/4.

Donas de títulos em Wimbledon, a checa Petra Kvitova (15ª) e a Casaque Elena Rybakina (22ª) superaram a rodada de abertura. Kvitova, irregular na última temporada, derrubou a belga Alison van Uytvanck por 7/6 (7/3) e 6/2, enquanto a atual campeã do Grand Slam britânico derrotou a italiana Elisabetta Cocciaretto por 7/5 e 6/3.

Outra campeã de Grand Slam a entrar em quadra foi a letã Jelena Ostapenko (17ª). A dona do título de Roland Garros em 2017 superou a ucraniana Dayana Yastremska por 6/4 e 6/2.

Avançaram também as seguintes cabeças de chave: as americanas Jessica Pegula (3ª), Coco Gauff (7ª) e Danielle Collins (13ª), a grega Maria Sakkari (6ª), a checa Barbora Krejcikova (20ª) e a chinesa Zheng Qinwen (29ª). Já a americana Amanda Anisimova (28ª) caiu logo na estreia.

BRASILEIROS

Thiago Monteiro e Laura Pigossi não conseguiram ir além da primeira rodada, nesta segunda-feira. Número 1 do Brasil, Monteiro perdeu para o francês Constant Lestienne, 55º do ranking, por 6/3, 7/6 (7/2) e 6/3. Atual 77º do mundo, o brasileiro chegou a ter um set point na segunda parcial.

Fora da chave de simples, Monteiro vai competir também nas duplas. Ele vai formar parceria com o espanhol Pedro Martínez.

Laura Pigossi, por sua vez, foi eliminada pela americana Caty McNally por 7/5 e 6/1. A medalhista de bronze nas duplas na Olimpíada de Tóquio fez sua estreia na chave principal do Aberto da Austrália, entrando como "lucky loser", após herdar uma vaga no qualifying.

Após fazer história ao chegar à final das duplas femininas no Aberto da Austrália, a tenista brasileira Bia Haddad, ao lado de Anna Danilina, do Cazaquistão, chegou perto de vencer as checas Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova na grande decisão, mas levou a virada e terminou o torneio como vice, na madrugada deste domingo (horário de Brasília). Com parciais de 6/7 (3), 6/4 e 6/4, a dupla checa, medalhista de ouro na Olimpíada de Tóquio e campeã em Roland Garros, levou o troféu do slam australiano para casa.

O resultado mantém Maria Esther Bueno, vencedora do título ao lado da britânica Christine Truman, em 1960, como a brasileira com melhor campanha no torneio. Apesar de não ter conseguido igualar o feito da lenda nacional do esporte, Haddad pode dizer que fez uma campanha histórica em Melbourne, pois se juntou a Maria Esther e Cláudia Monteiro no seleto grupo das únicas tenistas que já representaram o Brasil em uma final de Grand Slam.

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Além disso, Bia é a primeira brasileira a jogar a decisão do Aberto da Austrália na chamada Era Aberta do tênis, iniciada em 1968. Participar da final também foi especial para Anna Danilina. Nascida na Rússia e naturalizada cazaque, ela se tornou a única tenista da história Casaquistão a decidir um título de major.

Confiantes por terem chegado até lá, Haddad e Danilina não se intimidaram diante das cabeças de chave número 1 do torneio e começaram a partida muito bem, pressionando as adversárias, com protagonismo para os saques firmes da canhota brasileira. Depois de abrirem 4 a 2, chegaram a tomar a virada por 5 a 4, em meio a alguns erros, mas reagiram. No tie-break, um saque preciso de Bia fechou a vitória parcial.

Foi o primeiro set perdido pelas checas no torneio, e acabou sendo o único. A dupla europeia já começou o segundo set quebrando o saque da brasileira e construiu uma vitória por 6/4, mesmo resultado da última parcial, quando Haddad e Danilina perderam intensidade e sofreram com a inteligência e experiência de Krejcikova.

TRAJETÓRIA - Bia Haddad superou diversos obstáculos nos últimos dois anos. A tenista número 1 do Brasil em simples enfrentou uma suspensão de 10 meses por doping, mais três de afastamento causados pela pandemia de covid-19 e uma cirurgia para retirar um tumor da mão esquerda, com a qual joga.

Sua fase difícil começou em 2019, justamente após se destacar em Wimbledon, quando derrubou a ex-número 1 Garbiñe Muguruza. Na semana seguinte, recebia aviso de suspensão por doping. Bia provou que o resultado positivo para SARM S-22 e SARM LGD-4033 (agentes anabolizantes) era consequência de contaminação por um suplemento. Escapou de uma punição pesada, que poderia chegar a quatro anos, mas não passou ilesa: levou 10 meses de gancho.

Ela poderia retornar em maio de 2020, mas a pandemia mudou seus planos e estendeu o afastamento por mais três meses. Como se não bastassem as dificuldades para voltar a jogar, um tumor benigno no dedo médio da mão esquerda fez a canhota parar mais uma vez, entre outubro e fevereiro do mesmo ano.

Depois de tantos contratempos, a temporada 2021 foi de superação e vitórias. Bia mudou seu treinador e passou a trabalhar com Rafael Paciaroni numa parceria com o Instituto Rede Tênis Brasil (IRTB), entidade que surgiu da união entre o Instituto Tênis e a Tennis Route. Os resultados apareceram rápido. Ela chegou a emplacar 13 vitórias e dois títulos consecutivos.

No total, foram 76 vitórias em 2021, sua melhor marca da carreira. Uma delas foi especial. Em Indian Wells, desbancou a checa Karolina Pliskova, então número 3 do mundo, no maior triunfo de uma brasileira na chamada "Era Aberta" do tênis, desde 1968. Até então, seu melhor resultado era uma vitória sobre a americana Sloane Stephens, então 4ª do mundo, em 2019.

A temporada 2021 só não foi melhor que 2017, quando Bia alcançou sua melhor posição no ranking: 58º. Hoje é a 83ª em simples. Nas duplas, está em 150º, mas dará um salto nesta lista, para o 41º posto. Desde que voltou da suspensão, em setembro de 2020, Bia soma 14 finais e 10 títulos, entre chaves de simples e duplas em nível ITF e WTA. Neste ano, na preparação para o Aberto da Austrália, ela foi campeã nas duplas, jogando ao lado de Danilina, no WTA de Sydney.

A decisão da chave de simples masculina do Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada, em Melbourne, será entre Rafael Nadal e Daniil Medvedev. Campeão do torneio em 2009 e vice em outras quatro edições, o espanhol dominou do início ao fim a partida contra o italiano Matteo Berrettini, nesta sexta-feira, e marcou as parciais de 6/3, 6/2, 3/6 e 6/3 para alcançar a sua 29.ª final de Major e a sexta na Austrália. Também em quatro sets, o russo fez 7/6 (7/5), 4/6, 6/4 e 6/1 contra o grego Stefanos Tsitsipas.

Aos 35 anos, Nadal tenta conquistar o seu 21.º troféu de Grand Slam, o que faria dele um recordista isolado em número de títulos, superando as 20 conquistas dos rivais Roger Federer e Novak Djokovic. O sérvio e o suíço têm duas finais de Grand Slam a mais que o espanhol.

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A vitória desta sexta-feira também foi especial para Nadal por outros dois motivos. Ele comemorou seu triunfo de número 500 em quadras de piso duro e o 75.º no Aberto da Austrália. O ex-número 1 do mundo e atual quinto colocado busca o seu 90.º título no circuito profissional e o segundo na temporada. Há três semanas, venceu um ATP 250 também disputado em Melbourne.

Nadal tem nove vitórias seguidas neste começo de 2022, situação contrastante com o fato de a presença do espanhol ter sido colocada em dúvida antes do torneio, primeiro pela lesão no pé esquerdo que comprometeu seu desempenho durante todo o segundo semestre de 2021 e depois pelo recente diagnóstico de covid-19 em dezembro.

A partida foi disputada com teto fechado na Rod Laver Arena por conta da chuva desta sexta-feira em Melbourne. Por mais que as condições mais rápidas do estádio pudessem ajudar o saque de Berrettini, o cenário também poderia ser interessante para Nadal. Por diversas vezes ao longo do carreira, o espanhol declarou que prefere atuar em quadras mais rápidas porque isso possibilita que ele possa controlar mais pontos com seu forehand.

Berrettini liderou a estatística de aces por 14 a 5 e a de winners por 38 a 28, mas o italiano cometeu 39 erros não-forçados contra 19 do espanhol. Nadal criou oito break points na partida, com quatro quebras, e só perdeu um game de saque, tendo enfrentado apenas dois break points em todo o jogo.

Adversário de Nadal na final marcada para o próximo domingo, Medvedev terá de superar um retrospecto negativo contra o espanhol no circuito profissional. O atual número 2 do mundo só venceu uma vez em quatro confrontos até o momento - uma das derrotas foi na decisão do US Open de 2019.

A segunda semifinal foi das mais movimentadas, teve dois adversários jogando um tênis incrível nos dois primeiros sets, um "showzinho" de Medvedev com a arbitragem no fim da segunda parcial e terminou com uma vitória imponente do russo na reta final após 2 horas 33 minutos.

Vice no ano passado - perdeu para Djokovic -, Medvedev tentará um feito ainda inédito no circuito desde o começo da Era Aberta, podendo se tornar o primeiro a faturar um Grand Slam logo no evento seguinte a seu primeiro título deste porte, algo que só aconteceu no feminino. A última a alcançar tal feito foi a japonesa Naomi Osaka, ao faturar o US Open de 2018 e o Aberto da Austrália de 2019.

O russo terminou a partida com 13 aces e incrível aproveitamento de saque, vencendo 86% com o primeiro e 72% com o segundo. Ele levou a melhor na batalha de winners (39 a 35) e conseguiu também cometer menos erros não forçados (28 a 32).

DUPLAS MISTAS - A francesa Kristina Mladenovic e o croata Ivan Dodig conquistaram o título de duplas mistas. Cabeças de chave número 5 no torneio, os dois superaram a parceria convidada da casa, formada por Jaimee Fourlis e Jason Kubler, por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/4.

Mladenovic tem agora três títulos de Grand Slam nas duplas mistas, dois deles no Aberto da Austrália. A primeira conquista foi em 2014 com o canadense Daniel Nestor. A francesa de 28 anos também já venceu o torneio duas vezes nas duplas femininas junto da húngara Timea Babos, em 2018 e 2020.

Já o parceiro Dodig conquistou seu quarto título de Grand Slam nas duplas mistas, mas o primeiro na Austrália. Na modalidade mista, ele havia conquistado duas vezes Roland Garros e uma vez em Wimbledon. Em Melbourne, venceu o torneio nas duplas masculinas no ano passado ao lado do eslovaco Filip Polasek.

Finalistas, Fourlis e Kubler eliminaram algumas duplas bem mais experientes no caminho para a final em Melbourne. Este é o segundo ano que uma dupla australiana chega à final, assim como havia acontecido com Samantha Stosur e Matthew Ebden em 2021. Ebden fez parte da última parceria da casa a ser campeã em duplas mistas na Austrália, ao lado de Jarmila Gajdosova em 2013.

Único integrante do Big 3 que compete no Aberto da Austrália, Rafael Nadal vem fazendo a sua parte. Na madrugada desta terça-feira, o tenista espanhol garantiu seu lugar numa semifinal de Grand Slam pela 36ª vez na carreira. Ele sofreu para superar o canadense Denis Shapovalov numa batalha de cinco sets - 6/3, 6/4, 4/6, 3/6 e 6/3 - e disse que evita pensar no recorde de títulos de Grand Slam.

"Eu não espero por nada. Eu apenas sigo em frente. Em termos do que pode acontecer no futuro, honestamente não ligo muito", disse o espanhol, ao ser questionado sobre a possibilidade de atingir a marca de 21 títulos de Grand Slam. Seria o recorde histórico, superando o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djokovic. Ambos têm 20 e não estão competindo em Melbourne.

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"Não vou ficar frustrado se Novak ou Roger terminarem suas carreiras com mais títulos de Grand Slam do que eu. Vamos curtir a situação que temos hoje, cada um de nós. Fizemos coisas muitos especiais no nosso esporte", disse o ex-número 1 do mundo.

Nesta terça, o tenista de 35 anos mostrou mais uma vez toda sua resistência e resiliência dentro de quadra. Ele abriu 2 sets a 0 no placar, mas caiu de rendimento, permitiu o empate do 14º colocado do ranking. No confronto dos últimos dois canhotos ainda vivos na chave masculina, Nadal fez valer sua maior experiência.

"Eu estava destruído fisicamente, para ser honesto. Mas meu saque funcionou bem e, para mim, cada jogo que venceu com meu saque era como uma vitória. Claro que no começo do quinto set eu estava preocupado", admitiu o espanhol, que recebeu atendimento médico fora de quadra depois que Shapovalov empatou o jogo.

Algoz do alemão Alexander Zverev, um dos candidatos ao título, o canadense atacou a arbitragem do brasileiro Carlos Bernardes e criticou a demora de Nadal em seus serviços no quinto set. Durante o jogo, Shapovalov chegou a afirmar que a arbitragem estava sendo "corrupta".

Ao fim do jogo, ele se desculpou pelos excessos, mas reiterou as críticas. "Eu estava errado quando disse que ele é corrupto ou o que quer que eu tenha dito. Foi no calor do momento e emocional, mas acho injusto ver o quanto o Rafa está se safando. Respeito tudo o que Rafa fez e acho que ele é um jogador incrível. Mas tem que haver alguns limites e regras estabelecidas."

Shapovalov se referia à regra de 25 segundos para a reposição de bola em quadra, no saque. "Eu estava completamente pronto para receber o saque dele e o relógio estava marcando 3, 2, 1... indo em direção ao zero. E estava olhando para o árbitro, e obviamente tive que falar alguma coisa: Eu estou pronto para jogar há um minuto e meio, e ele me diz que não vai dar uma violação para o Nadal, porque eu não estava pronto para jogar. Para mim, é uma grande piada se alguém diz isso", reclamou.

Na semifinal, Nadal vai enfrentar o vencedor do duelo entre o italiano Matteo Berrettini e o francês Gael Monfils. Os outros dois semifinalistas serão definidos na noite desta terça e madrugada de quarta, pelo horário de Brasília.

Feminino - A tenista local Ashleigh Barty e a americana Madison Keys são as primeiras semifinalistas da chave de simples feminina. Número 1 do mundo, a atleta da casa fez mais uma vítima nesta madrugada ao arrasar a americana Jessica Pegula (21ª cabeça de chave), com direito a um "pneu": 6/2 e 6/0.

Sua adversária na semifinal, Keys surpreendeu ao derrotar a embalada Barbora Krejcikova, quarta cabeça de chave, por 6/3 e 6/2. A checa vinha em grande ritmo, mas sofreu demais com o calor, sentiu o desgaste físico e esteve longe de conseguir acompanhar a americana, atual 51º do mundo e ex-número 7.

Beatriz Haddad Maia fez história no tênis brasileiro na noite deste sábado, já domingo no horário de Melbourne. A tenista avançou às quartas de final da chave de duplas do Aberto da Austrália, ao lado da casaque Anna Danilina, e obteve o melhor resultado de uma brasileira no Grand Slam australiano em toda a era aberta do tênis, iniciada em 1968.

Foi ainda o melhor resultado de uma tenista do Brasil no Aberto da Austrália desde a grande Maria Esther Bueno, lenda do tênis nacional. Ela foi vice-campeã em solo australiano na chave de simples e semifinalista em duplas em 1965, e campeã nas duplas em 1960.

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Para registrar seu nome mais uma vez na história do tênis brasileiro, Bia eliminou a espanhola Aliona Bolsova e a norueguesa Ulrikke Eikeri com uma grande virada, por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/4 e 7/6 (10/5), em uma batalha de 2h34min.

O resultado marca ainda a melhor campanha de Bia num torneio de Grand Slam, contando tanto simples quanto duplas. Ao alcançar as oitavas, ela já havia igualado as melhores campanhas de brasileiras num torneio deste nível na era aberta. Cláudia Monteiro havia alcançado esta fase em 1982 e Luisa Stefani fez o mesmo em 2020 e no ano passado.

Bia e a tenista do Casaquistão estão em grande forma neste começo de temporada. Elas somam agora sete vitórias consecutivas, incluindo os jogos que levaram a dupla ao título do WTA 500 de Sydney, torneio preparatório para o Grand Slam australiano, na semana passada.

Em Melbourne, o primeiro set deu o tom da partida, com muita oscilação por parte das duas duplas. Bolsova e Eikeri foram ligeiramente superiores, com duas quebras de saque, contra apenas uma da parceria de Bia. E levaram a parcial, abrindo vantagem no confronto.

No segundo set, a espanhola e a norueguesa quebraram o saque da dupla da brasileira logo no primeiro game. Bia e Danilina reagiram rapidamente e viraram para 3/1, dando sequência a um festival de quebras nos games seguintes. Mais concentradas, a brasileira e a casaque foram mais consistentes, empataram o duelo e forçaram a disputa do terceiro set.

Na terceira e decisiva parcial, o duelo começou equilibrado, até que Bolsova e Eikeri faturaram a primeira quebra do set, no terceiro game, abrindo 2/1. Bia e Danilina caíram de produção e as rivais dispararam no placar. Abriram 4/1. Mas a parceria da brasileira não desanimou e impôs forte virada: 5/4.

O duelo retomou o equilíbrio e as adversárias forçaram o tie-break. Mas a brasileira e a casaque mantiveram o nível elevado, cometeram menos erros não forçados e construíram rapidamente boa vantagem para selar a suada vitória, rumo às quartas de final.

Em busca da vaga na semifinal, Bia e Danilina vão enfrentar agora a dupla formada pela sueca Rebecca Peterson e pela russa Anastasia Potapova.

O início de temporada de Rafael Nadal segue com 100% de aproveitamento. Campeão do ATP 250 de Melbourne há duas semanas, o tenista espanhol passou pela primeira semana do Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, e já soma seis vitórias seguidas em 2022. Nesta sexta-feira, ele derrotou o russo Karen Khachanov, número 30 do mundo, por 3 sets a 1 - com parciais de 6/3, 6/2, 3/6 e 6/1, após 2 horas e 51 minutos. De quebra, manteve seu perfeito retrospecto contra o rival, tendo vencido todos os oito jogos entre eles.

Vencedor do Aberto da Austrália em 2009 e vice em outras quatro oportunidades, a última delas há três temporadas, Nadal está com 35 anos e ocupa o quinto lugar no ranking da ATP. O dono de 20 títulos de Grand Slam já passou pelo americano Marcos Giron e pelo alemão Yannick Hanfmann nas primeiras rodadas.

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Já Khachanov, de 25 anos, prata nas Olimpíadas de Tóquio, segue sem nunca ter alcançado as oitavas de final em Melbourne. Este foi o quarto ano seguido que ele parou na terceira rodada. E, antes disso, perdeu na segunda fase outras duas vezes. Ex-Top 10, o russo tem melhores resultados em Roland Garros e Wimbledon, torneios de Grand Slam em que já chegou às quartas de final.

Em quadra, Nadal liderou a estatística de winners por 39 a 36 e cometeu 30 erros não-forçados contra 42 do rival russo. O espanhol conseguiu cinco quebras em 15 break points e só perdeu um game de serviço na partida.

Outro favorito ao título, o alemão Alexander Zverev também teve uma semana perfeita no Aberto da Austrália. Depois de ter vencido um duelo alemão contra Daniel Altmaier na estreia e superado o australiano John Millman na segunda rodada, o atual número 3 do mundo venceu nesta sexta-feira o moldávio Radu Albot, 124.º do ranking, com o placar de 6/3, 6/4 e 6/4.

Com o resultado, Zverev chega sem perder sets às oitavas de final do primeiro Grand Slam do ano. A situação é bem diferente das que o alemão costumava encarar em temporadas anteriores, quando muitas vezes acabava disputando jogos longos nas primeiras fases de torneios deste porte. Aos 24 anos, faz a sua sétima participação em Melbourne, com destaque para uma semifinal em 2020.

O próximo jogo de Zverev promete ser bem mais exigente. O alemão enfrenta o canadense Denis Shapovalov, que derrotou o americano Reilly Opelka por 3 sets a 1 - parciais de 7/6 (7/4), 4/6, 6/3 e 6/4. A rivalidade entre os dois é de seis confrontos, mas será a primeira vez que eles se enfrentam em um Grand Slam. O alemão lidera o histórico por 4 a 2.

OUTROS JOGOS - Único sérvio na disputa após a polêmica saída de Novak Djokovic, atual número 1 do mundo, Miomir Kecmanovic segue firme em Melbourne. Nesta sexta-feira surpreendeu o italiano Lorenzo Sonego, cabeça de chave 25, por 3 sets a 1 - parciais de 6/4, 6/7 (8/10), 6/2 e 7/5 - e agora terá pela frente o francês Gael Monfils, 17.º pré-classificado, que bateu o chileno Cristian Garin, cabeça 16, por 7/6 (7/4), 6/1 e 6/3.

Sétimo pré-classificado, o italiano Matteo Berrettini derrotou o espanhol Carlos Alcaraz, cabeça 31, por 3 sets a 2 - com parciais de 6/2, 7/6 (7/3), 4/6, 2/6 e 7/6 (7/5) - e vai encarar nas oitavas de final o espanhol Pablo Carreño Busta, 19.º favorito, que venceu o americano Sebastian Korda por 6/4, 7/5, 6/7 (6/8) e 6/3.

Dois dias após ser deportado, Novak Djokovic continua sentindo os impactos de sua polêmica passagem pela Austrália. A Lacoste, marca francesa de roupas que patrocina o tenista, disse que irá entrar em contato com o sérvio o mais rápido possível para "revisar os acontecimentos" que acompanharam o número 1 do mundo na última semana. Ele está fora do Aberto da Austrália após novela judicial por causa de problemas no visto referentes à falta de comprovação de vacinação contra a covid-19.

"Assim que possível, entraremos em contato com Djokovic para revisar os eventos que acompanharam sua presença na Austrália. Desejamos a todos um excelente torneio e agradecemos aos organizadores por todos os esforços para garantir que o torneio seja realizado em boas condições para jogadores, funcionários e espectadores", disse a empresa em um comunicado oficial.

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A Lacoste é a primeira patrocinadora de Djokovic a romper o silêncio e colocar em xeque o apoio ao tenista. Segundo a imprensa dos Estados Unidos, o contrato entre as partes gira em torno de U$ 9 milhões (R$ 49,7 milhões na cotação atual). O acordo foi firmado em 2017, quando o sérvio abandonou a japonesa Uniclo.

Segundo a revista Forbes, Djokovic faturou em 2021 cerca de US$ 30 milhões (R$ 165,7 milhões) com patrocínios. Entre as outras marcas que apoiam o tenista estão a montadora francesa Peugeot e a empresa de material esportivo Asics.

O comunicado da empresa francesa acontece na esteira de mais uma dor de cabeça para o tenista sérvio. A França aprovou no domingo o passaporte vacinal. Assim, atletas que pretendem competir em solo francês devem apresentar o comprovante de imunização, algo que Djokovic não tem porque se recusa a tomar a vacina contra covid-19.

É provável, portanto, que o número 1 do mundo não esteja na chave de Roland Garros, o segundo Grand Slam da temporada. Desta forma, a empresa francesa não terá seu maior garoto-propaganda no maior torneio francês do ano, que também é o maior palco de divulgação da marca, em Paris.

O número 1 do mundo desembarcou na Austrália há pouco mais de uma semana e apresentou um atestado médico que o isentaria de tomar a vacina contra a covid-19. O argumento era de que ele já havia sido contaminado pelo vírus em dezembro e se recuperado, mas o governo australiano não reconheceu o documento.

O sérvio foi detido em um hotel de imigração e assim começou uma saga judicial, encerrada no último domingo, quando o tribunal decidiu por unanimidade pela deportação do atleta. A decisão é definitiva e não há mais possibilidade de recurso. Mesmo se houvesse, não haveria mais chances de Djokovic disputar o Aberto da Austrália, por falta de tempo.

PERDA DE PATROCÍNIO E IMPACTO ESPORTIVO - Djokovic não é o primeiro esportista a ter problemas com patrocinadores pela postura negacionista na pandemia. O astro da NFL (Liga de Futebol Americano) Aaron Rodgers, quarterback do Green Bay Packers, teve seu contrato com a organização de saúde Prevea Health cancelado após nove anos depois de declarar que não havia se vacinado.

No programa Pat McAfee Show, Rodgers alegou ser alérgico a um dos componentes do imunizantes da Pfizer e da Moderna, além de relacionar erroneamente as vacinas contra a covid-19 com a possibilidade de infertilidade. No entanto, o quarterback não sentiu o impacto esportivo de seu posicionamento, atuando normalmente na NFL.

Outra notória figura antivacina do esporte americano, o armador Kyrie Irving, do Brooklyn Nets, viveu situação diferente com a Nike, com quem possui contrato no valor de US$ 11 milhões (R$ 60,9 milhões). A marca, principal patrocinadora do jogador, preferiu se calar sobre os relutantes posicionamentos negacionistas do atleta. Em contrapartida, a marca exige a vacina de todos os seus funcionários em escritórios nos Estados Unidos.

Por outro lado, Irving viveu situação parecida com a de Djokovic na questão esportiva, perdendo o início da temporada regular da NBA após ser afastado pelos Nets por não ter se vacinado.

Kelly Slater, lenda do surfe americano, é outro que não pôde competir por não concordar com a vacinação contra a covid-19. Em dezembro, o surfista 11 vezes campeão mundial ficou fora da etapa de Haleiwa, a última da Challenger Series, no Havaí, onde a imunização é exigida.

Diferentemente de Djokovic, a quem já demonstrou apoio, Slater possui apenas um acordo com a Breitling, marca suíça de relógios de luxo que não se posicionou sobre as opiniões do surfista. O americano carrega consigo também o nome da Outerknown, marca própria de roupas sustentáveis lançada em 2015.

De volta a uma chave principal de Grand Slam pela primeira vez desde 2019, quando caiu na segunda rodada em Wimbledon, Beatriz Haddad Maia buscou nesta terça-feira (18) uma vitória de virada em sua partida de estreia no Aberto da Austrália, em Melbourne. A número 1 do Brasil e 83.ª do mundo superou a americana vinda do qualifying Katie Volynets, de apenas 20 anos e 176.ª do ranking da ATP, por 2 sets a 1 - com parciais de 3/6, 6/2 e 6/3, após 2 horas e 10 minutos.

Bia Haddad venceu um jogo em chave principal de Grand Slam pela quinta vez na carreira. Na Austrália, ela tem três participações e sempre passou da primeira rodada. A vitória na estreia em Melbourne também rende importantes 70 pontos no ranking da WTA. Neste início de temporada, ela disputou dois torneios preparatórios e conquistou no último sábado o título de duplas no WTA 500 de Sydney.

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Com o resultado, a brasileira de 25 anos devolve a derrota sofrida para Volynets no qualifying de Wimbledon do ano passado e se prepara para enfrentar uma adversária muito mais forte e experiente. Ela desafiará agora a romena Simona Halep, ex-número 1 do mundo e atual 15.ª colocada, que estreou vencendo a polonesa Magdalena Frech por 6/4 e 6/3 e vem de um título no WTA 250 de Melbourne 1, há pouco mais de uma semana. O único duelo anterior entre elas foi disputado na grama, em 2017, com vitória da tenista da Romênia em sets diretos.

Em quadra, Bia Haddad liderou a contagem de winners por 36 a 21 e cometeu 50 erros não-forçados contra 40 de Volynets. Mas depois de ter cometido 19 erros no primeiro set e 18 no segundo, errou apenas 13 bolas no terceiro, contra 21 da rival. A brasileira conseguiu sete quebras em nove chances criadas, enquanto que a americana teve 14 break-points e só quebrou cinco vezes. Bia fez o único ace da partida e cada tenista cometeu três duplas faltas.

MASCULINO - Entre os homens, não deu para o brasileiro Thiago Monteiro, que caiu logo em sua estreia. O algoz foi o francês Benoit Paire, que teve muito trabalho para derrotar o número 1 do Brasil e 79 do mundo, precisando batalhar por 3 horas e 38 minutos para triunfar em apertados cinco sets - com parciais de 6/4, 3/6, 7/5, 2/6 e 7/5.

O próximo adversário no caminho de Paire será o búlgaro Grigor Dimitrov, que teve um pouco menos de dificuldade, mas ainda assim cedeu um set na estreia, batendo o quali checo Jiri Lehecka com parciais de 6/4, 4/6, 6/3 e 7/5.

Apesar dos 30 aces anotados, Paire terminou a partida com 13 duplas faltas, enquanto que Monteiro teve 13 aces e só três duplas faltas. Nas bolas vencedoras, novamente larga vantagem do francês, que somou 62 contra 30. O troco veio nos erros não forçados, com o brasileiro cometendo 23 a menos (49 a 72).

O tenista brasileiro avaliou a sua participação na gira australiana deste início de temporada como positiva. Ele vinha de dois torneios seguidos em Adelaide, chegado às oitavas de final no primeiro e às quartas no segundo, e segue motivado para melhorar seus resultados em Grand Slam.

Monteiro ainda segue em Melbourne no aguardo por uma vaga na chave de duplas. Ele precisa de duas desistências para entrar na competição ao lado do alemão Daniel Altmaier. Caso contrário, deve retornar ao Brasil nesta sexta-feira e começar a preparação para a gira de torneios no saibro na América do Sul, incluindo o Rio Open, em fevereiro.

O Tribunal do Circuito Federal de Melbourne decidiu por unanimidade na madrugada deste domingo (16) (tarde na Austrália), pela deportação de Novak Djokovic em decorrência de o tenista não ter sido vacinado contra a Covid-19, e deu fim à novela que se arrastava desde os primeiros dias do ano. Dessa forma, o número 1 do mundo não poderá jogar o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, e terá de deixar o país da Oceania. A decisão pelo indeferimento do pedido de reintegração do visto do atleta foi lida pelo presidente do tribunal, James Allsop.

O colegiado esteve completo, isto é, contou com os votos de outros dois juízes federais, David O'Callaghan e Anthony Besanko. A audiência foi realizada virtualmente e transmitida ao vivo no canal da corte australiana no YouTube. O julgamento teve início às 9h30 de domingo, pelo horário local, (19h30 de sábado pelo horário de Brasília) sendo concluído após mais de 9 horas. A decisão do tribunal é definitiva. Portanto, não cabem mais recursos e o líder do ranking da ATP terá de deixar a Austrália.

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A organização do Aberto de tênis do país, que chegou a confirmar Djokovic como cabeça de chave número 1 do evento, publicou uma nota oficial algumas horas após a decisão judicial para confirmar que o sérvio está fora do torneio. O texto diz que a Federação de Tênis da Austrália "respeita a decisão da corte federal" e informa que o cabeça de chave número 1 será um "lucky loser", termo usado para designar o jogador de melhor ranking derrotado nas fases classificatórias.

A partir de agora, o tenista enfrenta uma proibição de três anos para retornar ao país, exceto em certas ocasiões, que podem incluir "circunstâncias convincentes que afetam os interesses da Austrália". Allsop explicou ainda que o veredito não refletiu "no mérito ou sabedoria da decisão" e que o raciocínio completo que motivou a decisão será divulgado nos próximos dias.

A Justiça australiana analisou em sessão emergencial o recurso perpetrado pela defesa de Djokovic à decisão do ministro de Imigração, Alex Hawke, que cancelou o visto do tenista alegando que ele era uma ameaça à ordem pública no país, por estimular um sentimento antivacina.

Antes da audiência, Djokovic permaneceu detido no hotel Park Hotel, onde estava hospedado, após ter o seu visto cancelado por Hawke, pela segunda vez desde que o jogador havia desembarcado em Melbourne, há 10 dias.

Djokovic deixou o centro de detenção a caminho do escritório de advocacia do tenista, onde era vigiado por agentes da Imigração, 35 minutos antes da audiência. Um comboio de veículos o escoltou até o local. Na semana passada, o sérvio de 34 anos ficou detido por cinco dias no centro de detenção de imigrantes até que seus advogados conseguiram por meio da Justiça reverter uma primeira expulsão da Austrália e liberá-lo para treinar.

O caso foi parar nas mãos de um tribunal federal porque Antony Kelly, juiz do estado australiano de Victoria encarregado de examinar o recurso de Djokovic contra o cancelamento de seu visto, se declarou incompetente. Essa mudança retardaria o procedimento, estimara sua defesa.

O ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, afirmou que a presença de Djokovic no país da Oceania pode "encorajar o sentimento antivacina" e causar "agitação social", razões pelas quais solicitou a sua expulsão. Stephen Lloyd, que representou o Ministério da Imigração, argumentou que "nunca houve material apresentado ou qualquer alegação de que Djokovic tinha motivo médico para não ser vacinado".

Entretanto, a defesa do tenista, que não se vacinou contra a covid-19 e se opõe à imunização obrigatória, diz que os argumentos da Imigração são irracionais e prejudicam "um homem de grande reputação" que tem uma boa razão médica para não ser vacinado. Os advogados alegam que o tenista não poderia se vacinar por ter contraído o vírus em dezembro.

Em sua argumentação, o advogado de Djokovic, Nick Wood, disse que o que pode estimular o movimento antivacinação e protestos, na verdade, seria a decisão de deportar o tenista sérvio. Também classificou como "algo perverso" da parte do governo australiano alegar que a presença do atleta traz risco à saúde pública.

O caso pode ter repercussões de longo prazo para o número um do mundo, que corre o risco de ser banido da Austrália por três anos. Além disso, é um duro revés esportivo, uma vez que ele perdeu a oportunidade de brigar pelo décimo título em Melbourne e pela 21ª conquista em Grand Slam. Se a taça viesse, ele se tornaria o maior recordista da história - hoje, divide o posto com Rafael Nadal e Roger Federer.

O interesse esportivo do primeiro Grand Slam do ano foi ofuscado pela controvérsia envolvendo Djokovic que se tornou uma saga judicial assim que o atleta se consolidou como uma das referências mundiais antivacina. Ele só conseguiu desembarcar na Austrália na última semana porque portava uma isenção médica especial com a qual não era necessária a comprovação da imunização contra a covid-19, requisito obrigatório para entrar no país. Depois, porém, foi barrado no aeroporto após as autoridades não considerarem o documento válido e ficou retido em um hotel de imigração.

CRÍTICAS - Grande parte dos tenistas se posicionou de forma contrária ao comportamento antivacina de Djokovic, que recebeu uma enxurrada de críticas, algumas um tanto quanto contundentes. Rafael Nadal, por exemplo, afirmou que "não há jogador na história que seja mais importante do que um evento". "Cada um escolhe seu caminho. Respeito Novak como pessoa, claro, e como atleta, sem dúvida, mesmo não concordando com muitas coisas que ele fez nas últimas semanas", completou o espanhol.

Já o grego Stefanos Tsitsipas afirmou que Djokovic faz parte de "uma pequena minoria que escolhe seguir o próprio caminho" e isso faz a maioria dos tenistas "parecer tolos". Segundo a ATP, apenas 3 entre os 100 melhores tenistas do ranking não estariam vacinados até o momento. O caso sobre a entrada do tenista no país coincide com um pico no número de contágios na Austrália ligados à variante Ômicron do coronavírus.

A Austrália, que implementou uma das políticas mais duras no combate à pandemia, incluindo o fechamento das fronteiras internacionais durante mais de 18 meses, só permite a entrada de estrangeiros com o ciclo vacinal completo ou com uma isenção médica para casos muito específicos.

Djokovic, 34 anos, atual campeão do Aberto da Austrália, foi incluído no sorteio das chaves para o torneio como principal cabeça de chave e deveria enfrentar na estreia o compatriota Miomir Kecmanovic, mas, em vez disso, tem de retornar ao seu país. A sua vaga fica com o russo Andrey Rublev.

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