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O presidente Michel Temer acaba de entregar ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, o documento no qual o Brasil ratifica o Acordo de Paris sobre mudança do clima. O documento estabelece metas a serem adotadas pelo país, com o objetivo de frear o aumento da temperatura no mundo.

De acordo a ONU, 30 países devem encaminhar o documento nesta quarta-feira (21) durante a cerimônia na sede das Nações Unidas, em Nova York. Para entrar em vigor, o acordo precisa ser ratificado (transformado em lei) por pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões de carbono.

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Assinado pelos 197 países da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), o acordo foi aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro em agosto deste ano.

Metas

Pelo acordo, o Brasil assume oficialmente o compromisso de manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima de tais níveis até 2100.

Para atingir o objetivo, o tratado estabelece metas individuais de cada país. No caso do Brasil, o país se compromete a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, na comparação com os níveis registrados em 2005; e em 43% até 2030.

Também é objetivo do acordo promover o financiamento coletivo de um piso de US$ 100 bilhões a cada ano para países em desenvolvimento, considerando suas necessidades e prioridades, bem como criar um mecanismo de revisão, a cada cinco anos, dos esforços globais para frear as mudanças do clima.

Agricultura e energia

Na agricultura, a meta brasileira é restaurar e reflorestar uma área de 12 milhões de hectares. Os planos incluem ainda a restauração de mais 15 milhões de áreas degradadas e o aumento de 5 milhões de hectares no sistema de integração lavoura pecuária e floresta.

No setor energético, o objetivo é elevar para 18% o uso de biocombustíveis sustentáveis. O Brasil pretende atingir 45% de energias renováveis na matriz energética, dos quais entre 28% e 33% são de fonte não hídrica, incluída a energia eólica e a solar. O país ainda pretende ter ganhos de eficiência energética no setor em torno de 10%.

Encontro com empresários

Ainda hoje, ao meio-dia, Temer terá um encontro seguido de almoço com empresários e investidores, em evento promovido pelo Conselho das Américas. A expectativa é que ele faça a palestra de encerramento do encontro. À tarde, o presidente participa de entrevista coletiva com jornalistas da imprensa brasileira e internacional. O embarque de Temer para o retorno ao Brasil está previsto para as 17h (18h no horário de Brasília).

Os Estados Unidos e a China entregaram ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, os instrumentos legais para a ratificação do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Os presidentes norte-americano, Barack Obama, e chinês, Xi Jinping, se encontraram neste sábado (3) na China, onde participarão da reunião do G20, para formalizar a ratificação do acordo.

Juntos, os dois países são responsáveis por cerca de 40% das emissões globais de gases de efeito estufa. Após a entrega, Barack Obama disse que Estados Unidos e China, como grandes economias e os maiores emissores, devem liderar pelo exemplo e repassar a confiança de que o mundo está caminhando em direção a um futuro com economia de baixo carbono.

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"Assim como eu acho que o Acordo de Paris acabará por revelar-se um ponto de inversão para o nosso planeta, eu acredito também que a história vai julgar os esforços de hoje como fundamentais", disse Ban Ki-moon, ponderando que o acordo não vai salvar sozinho a crise climática do mundo.

O secretário-geral da ONU elogiou a postura dos dois líderes e disse que o fato de hoje representa um "poderoso impulso" para as demais adesões. Agora, 26 países já ratificaram o acordo, e restam outras 29 nações para que ele seja, de fato, ratificado.

Processos domésticos de ratificação - "Estou esperançoso e otimista de que conseguiremos fazê-lo antes do fim do ano. Peço que todos os líderes, particularmente os países do G20, acelerem seus processos domésticos de ratificação para que possamos transformar as aspirações de Paris na ação climática transformativa da qual o mundo precisa tão urgentemente", disse Ban Ki-moon.

Concluído em dezembro de 2015 e assinado por 195 países, o Acordo de Paris limita o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. No Brasil, ele foi aprovado pelo Senado no mês passado (LINK) e deve ser entregue pelo governo no próximo dia 20, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

A Câmara dos deputados aprovou há pouco o texto do Acordo climático de Paris, que foi aprovado por 195 países em dezembro de 2015 e assinado pelo Brasil em abril deste ano.

O texto é um marco jurídico universal de luta contra o aquecimento global. O documento da 21ª Conferência do Clima (COP21) das Nações Unidas tem caráter "legalmente vinculante" e define pela primeira vez um acordo válido para todas as nações, que terão de organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra.

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A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta sexta-feira, 22, no plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) que a sociedade brasileira conseguir superar o autoritarismo e construir uma democracia pujante e saberá "impedir quaisquer retrocessos". Dilma não fez referência direta ao processo de impeachment nem mencionou a palavra "golpe", mas agradeceu aos líderes que manifestaram solidariedade a ela.

A menção à situação interna do Brasil ocupou menos de 1 minuto dos 8 minutos e 42 segundos em que a presidente discursou, durante a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre mudança climática. No restante do tempo, Dilma elogiou o tratado, ressaltou o papel desempenhado pelo Brasil em sua negociação e prometeu ratificá-lo e implementá-lo o mais rápido possível.

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"Não posso terminar minhas palavra sem mencionar o grave momento que vive o Brasil", declarou, no fim de seu pronunciamento. "O Brasil é um grande País, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia", ressaltou. "O povo brasileiro é um povo trabalhador, que tem grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos."

A presidente foi aplaudida de forma protocolar antes e depois do discurso pelos líderes presentes no plenário. "Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade", disse ela ao encerrar o discurso.

Clima

Dilma começou seu discurso falando de clima e dedicou a maior parte da declaração ao tema. O Acordo de Paris representou um marco histórico, disse ela logo no início de seu discurso. "Tenho orgulho do trabalho desenvolvido pelo meu governo e pelo meu país", disse Dilma, agradecendo o "esforço incansável" da delegação brasileira nas discussões em Paris.

"Hoje, assumo o compromisso da pronta entrada do acordo em vigor. O caminho que temos que percorrer a partir de agora será ainda mais desafiador", afirmou Dilma.

A presidente destacou que a economia precisa ficar menos dependente de combustíveis fósseis. O Brasil, disse ela, tem apresentado resultados expressivos nas reduções das emissões e se comprometeu com metas ambiciosas. "É fundamental ampliar o financiamento do combate à mudança do clima para além dos US$ 100 bilhões atuais." É necessário ainda, disse Dilma, que o setor privado também participe do esforço.

"É apenas o começo, a parte mais fácil. Meu País está determinado a tomar ações de mitigação (do aquecimento global)", disse Dilma, citando a contribuição brasileira de redução em 37% dos gases que causa o efeito estufa até 2025. "Alcançaremos desmatamento zero na Amazônia", disse ela.

Todas as fontes renováveis de energia terão participação ampliada na matriz energética do Brasil, afirmou Dilma. "Meu governo traçou metas ambiciosas e ousadas e sabe os riscos associados." É preciso tomar medidas corretas para a contenção do aquecimento global, reduzindo também a pobreza e a desigualdade. "O conceito de desenvolvimento sustentável precisa ser referência permanente", disse Dilma.

Cerimônia

Antes do início dos discursos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que cada chefe de Estado teria três minutos para falar e ressaltou que o tempo seria controlado "estritamente".

A cerimônia começou às 8h37 (9h37, horário de Brasília) com a execução de um trecho das Quatro Estações de Vivaldi. O primeiro a discursar foi o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. "Estamos em uma corrida contra o clima", afirmou. Ban conclamou os países a ratificarem o tratado imediatamente, para que ele possa entrar em vigor. "Temos que aumentar os esforços para descarbonizar nossas economias."

O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro chefe de Estado a discursar e o primeiro a descumprir o tempo estabelecido por Ban, falando por 12 minutos. Depois de o quinto chefe de Estado falar sem respeitar o tempo estabelecido, o secretário-geral da ONU voltou a pedir que os líderes respeitassem o limite de três minutos.

Hollande lembrou que Paris vivia uma situação trágica em dezembro, sob o impacto dos atentados terroristas que haviam provocaram a morte de 130 pessoas no mês anterior. Ainda assim, foi possível fechar o acordo sobre mudança climática. Hollande prometeu que a França ratificará o tratado até dezembro.

Pelo menos 165 países enviaram representantes à cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, que baterá o recorde de adesões a um tratado internacional em um mesmo dia da história da ONU. Os governos terão agora que ratificar a convenção.

O documento entrará em vigor 30 dias depois que pelo menos 55 países derem esse passo. O grupo deve representar pelo menos 55% das emissões globais de gases que provocam efeito estufa. O recorde anterior de adesões em um mesmo dia era da Convenção sobre o Mar, assinado por 119 países em 1982.

O acordo sobre mudança climática foi aprovado em dezembro por líderes de 195 países reunidos em Paris. O documento estabelece ações para limitar a elevação da temperatura global a 2ºC em relação ao patamar registrada na era pré-industrial.

A presidente Dilma Rousseff embarcou, na manhã desta quinta-feira (21), para os Estados Unidos, onde vai assinar o Acordo de Paris sobre o clima, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, o vice Michel Temer assume interinamente como Presidente da República, em meio ao trâmite do pedido de impeachment no Congresso Nacional.

Às 6h, Dilma pedalou no entorno do Alvorada. O embarque ocorreu pouco depois das 9h e foi acompanhado por um grupo de cerca de 40 mulheres, que foram prestar apoio à presidente.

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Assessores do Planalto afirmam que Dilma aproveitará o discurso na ONU para "denunciar o golpe". A fala será às 9h40 desta sexta-feira (22), horário de Brasília. Ela deve conceder em Nova York pelo menos duas entrevistas à mídia estrangeira, para a qual pretende relatar que a democracia "está em perigo" no Brasil.

O Movimento Vem Junto, pró-impeachment, está organizando um protesto contra Dilma na cidade norte-americana. Temer, que tem sido chamado de "traidor" por aliados de Dilma, não pretende viajar a Brasília e deve permanecer em São Paulo. Não consta em sua agenda qualquer compromisso oficial.

Paris, 12/12/2015 - O "Acordo de Paris", texto elaborado para se tornar o novo marco jurídico de luta contra o aquecimento global, será "legalmente vinculante" e obrigará todos os países signatários a organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 1,5ºC. Se homologado, o documento da 21ª Conferência do Clima (COP21) das Nações Unidas preverá US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento a partir de 2020 e será o primeiro acordo universal da história para a luta contra as mudanças do clima - um marco desde o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997.

O texto, que não fixa metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa, ainda precisava ser aprovado na tarde de sábado pelos representantes das 196 "partes" que compõem a Convenção-quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), incluindo o Brasil - votação considerada uma formalidade.

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O documento foi apresentado pelo presidente da COP21, o chanceler francês Laurent Fabius, e não traz surpresas em relação aos últimos rascunhos que vinham sendo discutidos. Ele estabelece "limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, e manter esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC". A redução era defendida pelo governo brasileiro.

O Acordo de Paris também confirma a determinação de que países desenvolvidos, como os Estados Unidos e os da União Europeia, deverão contribuir com US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação e de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas a serem empreendidos pelos países em desenvolvimento. As partes "exortam fortemente países desenvolvidos a ampliar seus níveis de suporte financeiro, com um mapa do caminho concreto para atingir o objetivo de reunir provisões de US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020", diz o texto.

O volume de recursos será revisado em 2025, mas já será colocado à disposição à partir de 2020 - data de entrada em vigor do acordo - em organismos como o Fundo Verde, o Mecanismo Global de Meio Ambiente, o Fundo dos Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudanças Climáticas.

Por outro lado, o Acordo de Paris não traz metas globais de redução das emissões de gases de efeito estufa. O ponto foi um dos mais criticados por organizações não governamentais, preocupadas com a falta de objetivos numéricos no texto. "Para atingir o objetivo de temperatura de longo prazo, as partes devem atingir o pico global das emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível", diz o texto.

Esse ponto significa uma regressão, já que até a quarta-feira o texto afirmava que os países signatários teriam como objetivo cortar as emissões entre 40% a 70% ou entre 70% e 90% até 2050, em relação aos níveis de 2010. Em compensação, o documento sugere reduzir as emissões de gases de efeito estufa a 40 gigatoneladas em 2030 - o que seria necessário para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.

Já os objetivos nacionais voluntários de redução das emissões (INDCs), que foram propostos por 186 países, não terão valor obrigatório. O que será legalmente vinculante, por outro lado, será o mecanismo de avaliação quinquenal das metas. Ficou acertado que um primeiro balanço dos objetivos será realizado em 2018, mas a primeira verificação de fato acontecerá em 2023.

"Este texto contém os principais avanços, que muitos de nós não acreditavam possível. Este acordo é diferenciado, justo, dinâmico e legalmente vinculante", afirmou Laurent Fabius, que se emocionou ao lembrar os delegados governamentais de conferências anteriores, que morreram "sem poder conhecer este dia". "O documento confirma nosso objetivo central, vital, de limitar o aumento a temperatura média da Terra bem abaixo de 2ºC, e se esforçar para limitá-lo a 1,5ºC."

Além de Fabius, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, discursou e lembrou a responsabilidade histórica dos delegados. "O mundo inteiro está nos observando", advertiu. "Chegou o tempo de deixar os interesses nacionais de lado e agir nos interesses globais."

Já o presidente da França, François Hollande, único chefe de Estado presente, exortou os delegados governamentais a estarem à altura de um momento único. "O 12 de dezembro de 2015 poderá ser um dia não só histórico, mas uma grande data para a humanidade", afirmou, pedido as ministros que adotassem "o primeiro acordo universal de nossa história". "É raro em uma vida a ocasião de mudar o mundo. Vocês a tem. Aproveitem."

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