Adriana Araújo não faz mais parte da equipe de jornalistas da TV Record. Após um certo desgaste e atritos em relação à cobertura que a emissora vem fazendo acerca da pandemia do novo coronavírus e a atual gestão do país, o contrato da âncora não foi renovado. Nesta sexta (19), ela anunciou sua saída do canal do Bispo com um longo texto de despedida em suas redes sociais.
Adriana chegou à Record em 2006 e passou por alguns jornalísticos da emissora como repórter e como âncora. Ela comandava o Jornal da Record quando, em meados de 2020, começou a ter problemas com a linha editorial da casa. Em seu Instagram, a apresentadora passou a cobrar ações do governo do presidente Jair Bolsonaro e criticar a falta de transparência da gestão em relação aos números da pandemia no país.
##RECOMENDA##Ela chegou a fazer transmissões em seu perfil oficial dando informações sobre a crise sanitária: “Estou passando aqui fora de hora porque, pelo segundo dia seguido, os dados da pandemia do coronavírus não saíram a tempo do jornal. Como funcionária da notícia, antes de tudo, eu me sinto na obrigação de vir até aqui pra dizer pra vocês que eu sei que está todo mundo cansado, mas agora, saber a gravidade da situação é muito importante”, disse na ocasião. A postura da jornalista foi de encontro ao que teria orientado o dono da emissora, Edir Macedo, que teria pedido por uma cobertura mais amena acerca de tais fatos. Sendo assim, ela foi remanejada para o Repórter Record Investigação após um período de férias antecipado.
Com as rusgas junto à direção da casa, o contrato da âncora acabou não sendo renovado. Nesta sexta (19), Adriana despediu-se agradecendo aos amigos e colegas de trabalho que a acompanharam nos últimos 15 anos e à própria TV Record pelas oportunidades. No entanto, a jornalista fez questão de posicionar-se mais uma vez demonstrando não se arrepender do caminho escolhido por ela. “Fui repórter do começo ao fim desse ciclo, ao persistir na defesa da notícia, na verdade. Quero me lembrar daqui 20 anos que, num dos momentos mais dramáticos da humanidade, me posicionei ao lado da ciência e da vida. E lutei por preservar a dignidade profissional da qual não se pode abrir mão”.