A deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), criticou a não realização de cirurgia para colocação de prótese ocular em um jovem de 18 anos, baleado por um policial militar, em janeiro, durante encontro de dança na rua, no Recife.
Em pronunciamento no Grande Expediente desta quarta-feira (17) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a parlamentar explicou que a Fundação Altino Ventura – instituição filantrópica que atua na área de oftalmologia – teria se recusado a realizar o procedimento no rapaz em virtude da suspensão de repasses de recursos públicos estaduais.
##RECOMENDA##Segundo a psolista, há um ano, o Governo do Estado não executa transferências de verbas para a entidade. “O total que deixou de ser repassado pelo Poder Executivo para a Fundação Altino Ventura chega a R$ 2 milhões. Enquanto isso, a família do jovem, que não tem condições de pagar pela cirurgia no valor de R$ 1 mil, aguarda por uma definição dessa situação”, lamentou Jô Cavalcanti.
Ainda durante o discurso, a parlamentar se queixou de abordagens feitas por servidores da Assembleia Legislativa a assessores das Juntas. De acordo com ela, uma das funcionárias do gabinete teria sido “barrada” na entrada de um dos plenarinhos por policial lotado na Casa. “Classifico como uma atitude discriminatória. A mandata é majoritariamente composta por pessoas de periferia, negras”, observou, sugerindo, ainda, “a realização de uma formação para os servidores”.