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Tabagismo é uma doença causada pela dependência à nicotina, droga presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé. Nesta quinta-feira (29) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo que tem como objetivo, reforçar as ações nacionais de sensibilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.

O tabagismo passivo (inalação de fumaça por pessoas não fumantes) é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, ficando atrás apenas do tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

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No Brasil, segundo dados da pesquisa Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola) do Ministério da Saúde, dependendo da cidade/ano, entre 20% e 45% dos jovens entre 13 e 15 anos já experimentaram o cigarro. A Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) — realizada em 2008 pelo IBGE em parceria com o Inca — comprova a iniciação ao tabagismo antes da vida adulta: 75% dos fumantes brasileiros iniciam-se no tabagismo até os 18 anos e 67% começam a fumar regularmente com 18 anos ou menos.

De acordo com a pneumologista Nélia Tinoco, além do câncer de pulmão, existem diversas doenças causadas pelo uso do cigarro. “Trombose, enfisema pulmonar, ulcera gástrica, infarto no miocárdio, infecções, asmas e alergias são as mais recorrentes, fora os tipos de cânceres que decorrem do uso do tabaco”. A especialista explica também que pessoas que convivem com fumantes são as mais prejudicadas. “Os chamados fumantes passivos são os mais suscetíveis aos cânceres de no pulmão e alergias”.

Pesquisas do Ministério da Saúde afirmam que quanto mais cedo se estabelece a dependência do tabaco, maior o risco de câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis, morte prematura na meia idade ou na idade madura. Além disso, a experimentação é o primeiro passo para uma futura adesão ao consumo regular dos produtos de tabaco e de outras drogas.

A pneumologista explica que o intuito das campanhas governamentais, além de incentivar aos fumantes a pararem, é evitar que os jovens comecem a fumar. “Todo paciente sempre é incentivado a parar e tem ajuda para isso. Algo muito importante também é combater, através da educação, que os adolescentes/ jovens tornem-se fumantes. Eles são os que mais são influenciados pelas mídias, por isso devemos criar uma ideologia que mostre o quão mal faz o cigarro. E depois, eles mesmos vão influenciar aqueles que já fumam a pararem”, afirmou.

Para quem para de fumar, é possível sentir alguns sintomas desagradáveis, como irritabilidade, agressividade, tonteira, dor de cabeça e o forte desejo de fumar. Esses sintomas fazem parte da síndrome de abstinência da nicotina e podem ser amenizados com o uso de medicamento. “A primeira coisa que perguntamos é se o paciente entende que ele é viciado e que precisa de ajuda. É necessário querer deixar de fumar. Após isso, diversas consultas com clínicos, pneumologistas e psicólogos são realizadas periodicamente nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Pelo SUS (Sistema Único de Saúde) o tratamento é gratuito, desde que o paciente se empenhe para tal”, explica a médica.

Campanha 2013

Neste ano, o tema escolhido para o Dia Nacional de Combate ao Fumo é o uso de narguilé e a iniciação ao fumo. O cachimbo de origem oriental vem se popularizando entre jovens no Brasil e no mundo, destacando-se como o preferido entre os derivados do tabaco, que não o cigarro industrializado.

De uso coletivo, o narguilé pode parecer menos nocivo que outros produtos fumados, por usar um filtro d'água e, muitas vezes, aromatizantes e flavorizantes (aditivos que dão sabores agradáveis ao tabaco). Mas, em longo prazo, causa câncer de pulmão, boca e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respiratórias. Além disso, ao compartilhar o narguilé com outros usuários, o usário se expõe a herpes e outras a doenças da boca, hepatite C e tuberculose.

A opção por focar o público jovem faz parte da estratégia para prevenir a iniciação e a experimentação - que ocorre principalmente na faixa etária de adolescentes e jovens, aproximadamente entre 13 e 25 anos.

É de conhecimento de todos, que o cigarro provoca doenças como câncer, enfisema pulmonar, derrame cerebral e enfermidades cardiovasculares. Contudo, muitos desconhecem o quanto, o gasto feito com habito de fumar, pode afetar a saúde financeira do indivíduo e da família. Entre a população das classes D e E, os fumos representam 13 % dos gastos e esse percentual vem aumentando, com tendência a ser igualado ao consumo de produtos de mercearia e vestuário.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo como um problema de saúde pública. Essa epidemia pode matar mais 8 milhões de pessoas por ano, até 2030. De acordo com pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística  (Ibope), o cigarro faz parte de um novo grupo de produtos que integra a cesta de consumo da classe C – extrato social responsável por 38,7% das compras do brasileiro.

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Segundo o médico pneumologista e sanitarista Alberto José de Araújo, do Rio de Janeiro, esse tipo de investimento chega a comprometer um quarto da renda de uma pessoa que ganha um salário mínimo. “Escravizados pela dependência, muitos fumantes não percebem que, se deixassem de gastar seu dinheiro com cigarro, poderiam investir em bens essenciais, como uma melhor alimentação, melhor qualidade de vida e, também, poderiam planejar viagens, adquirir geladeira, TV, entre outros”, informa Araújo.

O especialista demonstra através de cálculos, como os gastos com o consumo de cigarros são significantes: “se uma pessoa que fuma diariamente um maço de cigarros a um preço médio de R$ 5,50 deixasse de fumar por um ano, ela conseguiria economizar R$ 2.007,50 – o suficiente para comprar uma TV de LED de 46 polegadas, cerca de 25 cestas básicas, ou ainda, uma viagem de ida e volta de São Paulo para Fortaleza, no mês de julho, com dinheiro sobrando para as despesas do passeio.”

Segundo Alberto José de Araújo, é importante que o fumante reflita sobre as perdas financeiras que sua dependência acarreta e, em longo prazo, nos gastos para remediar os efeitos nocivos do cigarro que podem comprometer o orçamento doméstico. “Isto pode ajudar o fumante a se mobilizar para fazer uma tentativa para deixar de fumar. Se o fumante fizer o simples exercício de calcular o que deixaria de gastar no primeiro ano sem fumar e, pensar o que poderia concretizar com esta economia, isto poderia encorajá-lo fortemente a parar”.

No final de 2012, o valor do produto aumentou 16% em 20 estados brasileiros. De acordo com dados da Receita Federal, além da alta já sentida, os cigarros devem subir 13% em 2014 e 10% em 2015. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA3, em 1989, aproximadamente 35% dos brasileiros fumavam. Em 2008 este índice caiu para 17,2%.

Tratamento

Atualmente, o tratamento farmacológico do tabagismo inclui, entre outras terapias, a reposição de nicotina e medicamentos que auxiliam no controle da vontade e ansiedade de fumar como a bupropiona e a vareniclina - único produto desenvolvido especificamente para o tratamento do tabagismo.

Dados da OMS revelam que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm menor chance de sucesso (uma média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem acompanhamento médico.

Com informações de assessoria

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo como uma epidemia global, responsável por cerca de 6 milhões de mortes por ano, dos quais mais de 600 mil por exposição involuntária a fumaça do tabaco – denominado tabagismo passivo. Nesta sexta-feira (31) é celebrado o Dia Mundial sem Fumar e por isso, a Secretaria de saúde do Recife, irá realizar uma série de atividades educativas e fiscalizadoras que acontecerão até o dia 2 de junho.

Segundo a secretaria, o número de recifenses fumantes está diminuindo. Atualmente, a capital pernambucana conta com 12,3% da população composta por pessoas que fumam – o que está abaixo da média nacional, que é de 14,8%. Para que esse percentual continue diminuindo, a Prefeitura da cidade está ampliando a oferta de tratamento para aqueles que desejem parar com o vício. Grupos de tratamento distribuídos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nas unidades de Atenção Básica. 

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Atividades na sexta-feira (31)

- Parque 13 de Maio – 07h às 11h 

Equipes do CAPS e da academia da cidade irão realizar aferições de pressão arterial, peso e estatura, além de alertar a população sobre os malefícios do uso do cigarro, com orientações sobre unidades de tratamento e distribuição de panfletos. 

- Hospital Memorial Guararapes e Jaboatão – 14h às 17h

No Memorial Jaboatão, uma equipe de realizará testes que medem o grau de dependência química no organismo ao tabaco, além de aferir a pressão arterial. Os participantes receberão ainda, panfletos informativos e serão convidados a trocarem um cigarro por um pirulito. 

Já o Hospital Memorial Guararapes, disponibilizará um teste de tolerância à nicotina no site do hospital. Qualquer pessoa poderá acessar o link e medir seu nível de dependência, o aplicativo ficará acessível durante 15 dias a partir desta sexta-feira (31). 

- Pátio do IMIP – 07h às 9h

A Sociedade Brasileira de Cardiologia – Pernambuco vai reunir médicos, enfermeiros e psicólogos para distribuir uma cartilha feita para atingir os mais jovens. Este ano, todas as campanhas têm como público-alvo principal, as crianças. O intuito é mostrar a elas, desde cedo, o malefícios que o cigarro trás a saúde, evitando que no futuro, elas façam o uso da droga.

Atividades no domingo (2)

- Parque da Jaqueira e Recife Antigo – 07h às 11h

Ação será nas proximidades das ciclo faixas, envolvendo a Academia da Cidade e os membros dos CAPS. Assim como na sexta-feira, serão realizadas aferições de pressão arterial, peso e estatura, além de alertar a população sobre os malefícios do uso do cigarro, com orientações sobre unidades de tratamento e distribuição de panfletos. 

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