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Desde o início da pandemia de Covid-19, no primeiro semestre de 2020, a Prefeitura de São Paulo registrou a abertura de aproximadamente 1600 tabacarias na Região Metropolitana. A principal atração dos locais costumam ser os narguilés, uma espécie de cachimbo que pode ser usado individualmente ou compartilhado, para consumo de tabaco aromatizado. E assim como o cigarro, também traz prejuízos para a saúde.

De acordo com Fátima El Hajj, especialista na área da saúde, o principal componente inserido no narguilé que traz malefícios para a vida, é o tabaco, que possui seu sabor mascarado por aromas e essência de frutas e flores.

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“É a principal substância que leva ao vício”, diz ela. “Uma coifa de narguilé equivale ao fumo de aproximadamente 100 cigarros”, completa a especialista.

Mesmo com as semelhanças em aspectos de vício e a composição de substâncias, como o tabaco, existem diferenças entre os objetos de fumo.

“Os narguilés tem mais sabores. A fumaça inalada é sentida pelo fumante de maneira mais branda, por ela passar antes pela água, diminuindo sua temperatura”, explica El Hajj.

Segundo a especialista, o uso contínuo do narguilé pode estar associado ao desenvolvimento ou piora de doenças como asma e tosses constantes. Já a longo prazo, é possível que o fumante tenha enfisema pulmonar, doença respiratória que leva à perda de elasticidade dos pulmões, causada pela exposição contínua de tabaco ou poluentes.

Fátima El Hajj afirma que as gerações expostas ao consumo verão as repercussões no futuro, assim como a geração que vivia nas décadas de 40 a 80, período onde havia a glamourização do uso de cigarro, e trouxe doenças pulmonares severas, além do câncer.

Para que o cenário seja diferente, a especialista recomenda “interromper o uso por completo, procurar fisioterapia pulmonar. Exercícios físicos e alimentação saudável sempre é indicada”.

Uma jovem de 19 anos, de Cuiabá, Lívia Monteiro, teve que realizar uma cirurgia de lobocetomia nessa segunda-feira (14) após descobrir fungos que foram contraídos durante uso de narguilé.

Lívia passou dois dias internada na UTI após a cirurgia e agora já está se recuperando na enfermaria, mas sem previsão de alta. Em suas redes sociais, ela publicou um alerta para os amigos.

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“O pós-operatório não é fácil. É preciso ficar com um dreno o tempo inteiro durante uns cinco dias. Os fungos são silenciosos e se proliferam pelos órgãos, podendo causar morte ou até mesmo paralisação do órgão. A dor é tanta que estou à base de morfina e mesmo assim ainda sinto dor”, contou.

Em entrevista ao G1, Lívia contou que faz uso do narguilé desde os 16 anos, mas sem muita frequência. Ela veio passar mal a primeira vez em abril, sentindo falta de ar e febre.

"Fui ao hospital com falta de ar e febre achando que fosse Covid, mas fiz três testes e todos deram negativo. Depois, fiz tomografia e os médicos de plantão disseram que não era nada”, explicou.

Depois de continuidade nos sintomas, a mãe de Lívia desconfiou e levou o resultado de exames feitos a um pneumologista que diagnosticou aspergilose, uma infecção causada por fungos. Após passar por tratamento rápido ela foi encaminhada direto para a cirurgia, que demorou cerca de 6 horas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a fumaça do narguilé inalada por 20 a 60 minutos equivale a fumar cerca de 100 cigarros. Como o produto tem sabor adocicado, os usuários costumam passar mais tempo consumindo, o que pode acarretar problemas variados de saúde.

O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou Nicole Maria Ferreira da Costa, de 20 anos, por ter matado o próprio namorado com um golpe de agulha de narguilé após uma briga por um pastel. Em setembro passado, a jovem saiu com o namorado, Adailton Gomes de Abreu Sousa, e suas duas irmãs, para irem a uma feira, local onde o conflito teria acontecido.

De acordo com a denúncia do promotor de Justiça Milton Marcolino, titular da 19ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, onde o crime ocorreu, o casal teve uma discussão sobre o que iriam comer. Já na casa de Nicole, enquanto as duas irmãs da vítima aguardavam do lado de fora, a desavença continuou, resultando em um golpe no coração de Adailton, usando uma agulha de narguilé.

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Após a agressão, Adailton caiu no chão, onde não resistiu ao ferimento e morreu. O dispositivo utilizado para atingir o rapaz tem a função de perfurar o alumínio que sustenta o carvão e aquecer a essência do narguilé. Sendo assim, algo muito afiado.

A acusada responderá em liberdade ao homicídio duplamente qualificado, agravado por ser em razão de motivo fútil.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), fumar aumenta o risco de contrair infecções bacterianas e virais, entre elas a Covid-19 causada pelo coronavírus. "Toda vez que os pulmões são comprometidos, facilita a infecção e a pessoa tem mais dificuldade para se recuperar", disse Yasmin Thanaval, professora do Departamento de Imunologia do Roswell Park Comprehensive Cancer Center em Buffalo, Nova York (EUA), em entrevista ao portal Vice.

Na falta de uma vacina ou tratamento direto para o coronavírus, a prevenção é a melhor defesa, o que significa lavar as mãos e não tocar o rosto, tossir no cotovelo, entre outros passos básicos, além do isolamento. Abandornar o tabagismo também é recomendável. "É a hora perfeita para parar de fumar", como orienta Drauzio Varella em seu canal no portal UOL.

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Ainda segundo o Inca, entre os pacientes chineses diagnosticados com pneumonia associada ao coronavírus, as chances de agravamento da doença foram 14 vezes maiores os que tinham histórico de tabagismo em comparação com as que não fumavam. Esse foi o fator de risco mais forte entre os examinados.

Em relação ao narguilé, o instituto afirma que o risco de transmissão do vírus cresce substancialmente, já que a mangueira é passada de pessoa a pessoa e todas compartilham a mesma piteira. Assim, tal prática deve ser evitada, bem como com cigarros eletrônicos.

Alguns países da região do Mediterrâneo oriental, como Irã, Kuwait, Paquistão, Catar e Arábia Saudita, proibiram o uso do narguilé em locais públicos, como cafés, bares ou restaurantes, para prevenir a transmissão do coronavírus.

Nesta sexta-feira (28), um homem foi preso suspeito de ter induzido um menor de idade a esfaquear um adolescente de 16 anos por causa de um narguilé, que é utilizado para fumar tabaco aromatizado e, ocasionalmente, maconha. O caso aconteceu em Capanema, no sudoeste do Paraná, no dia 14 de fevereiro. 

A polícia aponta que o homem usou o celular do menor de idade para mandar áudios à vítima por meio de um aplicativo. Nos áudios, o suspeito dizia para vítima ir à praça para resolver a discussão sobre o narguilé. Foi nessa discussão que o adolescente foi esfaqueado, não resistiu aos ferimentos e morreu. 

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Segundo a rede RPC, o homem foi levado para a Delegacia de Capanema e, se condenado, pode pegar 16 anos de prisão. O menor de idade foi apreendido no mesmo dia do ocorrido e, em seguida, levado para o Centro de Socioeducação (Cense) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. 

Um novo imposto de 100% aplicado nos restaurantes que servem cachimbo de água na Arábia Saudita gerou polêmica e confusão nas redes sociais do país, onde fumar xixa (narguilé) é uma prática comum. A controvérsia está na confusão sobre a maneira como essa taxa é aplicada.

"Uma taxa de 100% é aplicada aos produtos de tabaco" servidos em restaurantes, indica uma decisão do Ministério das Relações Municipais e Rurais publicada no Diário Oficial em 11 de outubro.

O Ministério saudita afirma que esse imposto se aplica "a todas as faturas de comércios que servem produtos de tabaco". Contactada pela AFP, uma fonte do Ministério confirmou esta informação, mas se recusou a comentar.

De acordo com vários cafés e restaurantes de xixa, o imposto afeta todos os pedidos, incluindo aqueles em que não há o cachimbo de água. Alguns estabelecimentos decidiram parar de oferecer este produto para evitar o imposto, e outros optaram por reduzir o preço para que o consumidor seja menos afetado.

"A taxa sobre o tabaco, polêmica e surpresa", escreveu o jornal "Al Madinah" em sua capa nesta segunda-feira. Nas redes sociais, a decisão gerou uma avalanche de críticas, inclusive entre aqueles que apoiam o governo.

Vários internautas publicaram fotos de suas contas em restaurantes com um preço final superior duas vezes o inicial. O novo imposto é adicionado ao IVA de 5%. "Em resumo, é uma maneira indireta de banir a xixa sem bani-la", escreveu um internauta no Twitter.

Outros destacaram o paradoxo dessa decisão com a disposição do país de relançar a economia, atraindo investimentos e se abrindo ao turismo no âmbito do programa de reformas "Visão 2030", destinado a diversificar a receita de um Estado muito dependente do petróleo.

Cerca de 15 toneladas de cigarros apreendidos neste mês de janeiro foram destruídos pela Alfândega do Aeroporto Internacional de Brasília, nesta sexta-feira (25). O valor da mercadoria, segundo a Receita Federal, é de aproximadamente R$ 3,7 milhões.

Caixas de cigarro, contendo 500 maços cada, foram esmagadas por um trator de esteira até romper as sete camadas das embalagens que os protegem. A Receita Federal confirma que depois de esmagado, o resíduo é misturado ao lixo orgânico já existente no local da destruição.

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Além dos cigarros, foram destruídos charutos e tabaco para narguilé. A destruição dos produtos aconteceu em parceria com a prefeitura de Planaltina de Goiás, possibilitando a destruição dos cigarros e o descarte, em aterro sanitário.

Pesquisa feita com estudantes de escolas públicas e privadas de todo o País mostra que o uso do narguilé avança entre adolescentes. De acordo com o trabalho, 9% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental haviam fumado com o aparelho em 2015. Três anos antes, eram 7%. O consumo se dá sobretudo entre estudantes de escolas particulares, nas Regiões Sul e Sudeste. Para fazer o trabalho, foram analisadas 54 mil entrevistas em 2015.

"É uma nova preocupação", resume a diretora de Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho - uma das autoras do trabalho. O fenômeno ocorre em um momento em que o Brasil enfrenta também a estagnação dos números de tabagismo. Depois de anos de queda, as taxas de população fumante começaram a dar sinais de estabilidade, em patamares ainda considerados altos.

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Atualmente, 10% da população é fumante. "Isso não é pouca coisa. É quase sete vezes a população do Uruguai. Uma legião de pessoas expostas a fatores de risco de doenças graves", observa a médica do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Tânia Cavalcanti. Para se ter uma ideia, um estudo do Inca estima que o Brasil gasta anualmente R$ 57 bilhões com tratamento de doenças relacionadas ao tabaco e com despesas indiretas.

Para pesquisadores, o crescimento do narguilé representa uma ameaça à redução dos indicadores de fumo no País. Tânia afirma que o crescimento desse consumo traz dois problemas graves. Para começar, as implicações na saúde do adolescente. A Organização Mundial da Saúde afirma que uma sessão de narguilé de 20 a 80 minutos corresponde à exposição de componentes tóxicos presentes na fumaça de cem cigarros.

Segundo análises da Universidade de Brasília (UnB), a água utilizada no consumo diminui só em 5% a quantidade de nicotina, que se soma ao monóxido de carbono liberado pela queima do carvão e aos metais pesados presentes no produto.

Tânia, que também é secretária executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq), observa ainda que o uso do narguilé pode ampliar o risco de o adolescente também se transformar em um fumante de cigarros tradicionais. Fátima concorda. "O monitoramento dos dados dos adolescentes é essencial: eles dão um indicativo do comportamento futuro", explica.

Dados do Vigitel, uma pesquisa feita por telefone nas capitais brasileiras com maiores de 18 anos, também mostram que, apesar de os números gerais ficarem estabilizados, há uma tendência de aumento do tabagismo na faixa etária mais jovem, até 24 anos. Paula Johns, diretora executiva da ACT Saúde, avalia ser necessária a efetivação da proibição do uso de aditivos do tabaco. "Esse é um elemento de maior apelo para o consumo desses produtos entre jovens", observa. Há alguns meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legal a proibição feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária da adição de aromas e sabor em cigarro. Como a decisão não tem efeito vinculante, contudo, a judicialização do tema continua.

Fumantes passivos

Paula cita ainda a necessidade de efetivação e fiscalização permanente da lei antifumo. Em ambientes fechados, não se pode consumir nenhum produto fumígeno. Os próprios números do Ministério da Saúde, contudo, deixam claro que o problema persiste. O fumo passivo em ambientes de trabalho ainda é de 6%. No Recife, por exemplo, 13% são fumantes passivos no local de trabalho. "É preciso melhorar a fiscalização", reconhece Maria de Fátima.

A diretora também considera ser preciso reforçar as medidas para reduzir o tabagismo. "Há uma série de estratégias que podem ser usadas." Entre elas, cita, estão a adoção de uma embalagem genérica para o produto - reduzindo, assim, o apelo para os públicos mais jovens - e o aumento de preços. "Há espaço para novos aumentos. Os preços estão estabilizados", diz Paula. Ela observa que preços elevados ajudam a reduzir o consumo sobretudo entre classes econômicas menos privilegiadas e entre adolescentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tabagismo é uma doença causada pela dependência à nicotina, droga presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé. Nesta quinta-feira (29) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo que tem como objetivo, reforçar as ações nacionais de sensibilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.

O tabagismo passivo (inalação de fumaça por pessoas não fumantes) é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, ficando atrás apenas do tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

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No Brasil, segundo dados da pesquisa Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola) do Ministério da Saúde, dependendo da cidade/ano, entre 20% e 45% dos jovens entre 13 e 15 anos já experimentaram o cigarro. A Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) — realizada em 2008 pelo IBGE em parceria com o Inca — comprova a iniciação ao tabagismo antes da vida adulta: 75% dos fumantes brasileiros iniciam-se no tabagismo até os 18 anos e 67% começam a fumar regularmente com 18 anos ou menos.

De acordo com a pneumologista Nélia Tinoco, além do câncer de pulmão, existem diversas doenças causadas pelo uso do cigarro. “Trombose, enfisema pulmonar, ulcera gástrica, infarto no miocárdio, infecções, asmas e alergias são as mais recorrentes, fora os tipos de cânceres que decorrem do uso do tabaco”. A especialista explica também que pessoas que convivem com fumantes são as mais prejudicadas. “Os chamados fumantes passivos são os mais suscetíveis aos cânceres de no pulmão e alergias”.

Pesquisas do Ministério da Saúde afirmam que quanto mais cedo se estabelece a dependência do tabaco, maior o risco de câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis, morte prematura na meia idade ou na idade madura. Além disso, a experimentação é o primeiro passo para uma futura adesão ao consumo regular dos produtos de tabaco e de outras drogas.

A pneumologista explica que o intuito das campanhas governamentais, além de incentivar aos fumantes a pararem, é evitar que os jovens comecem a fumar. “Todo paciente sempre é incentivado a parar e tem ajuda para isso. Algo muito importante também é combater, através da educação, que os adolescentes/ jovens tornem-se fumantes. Eles são os que mais são influenciados pelas mídias, por isso devemos criar uma ideologia que mostre o quão mal faz o cigarro. E depois, eles mesmos vão influenciar aqueles que já fumam a pararem”, afirmou.

Para quem para de fumar, é possível sentir alguns sintomas desagradáveis, como irritabilidade, agressividade, tonteira, dor de cabeça e o forte desejo de fumar. Esses sintomas fazem parte da síndrome de abstinência da nicotina e podem ser amenizados com o uso de medicamento. “A primeira coisa que perguntamos é se o paciente entende que ele é viciado e que precisa de ajuda. É necessário querer deixar de fumar. Após isso, diversas consultas com clínicos, pneumologistas e psicólogos são realizadas periodicamente nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Pelo SUS (Sistema Único de Saúde) o tratamento é gratuito, desde que o paciente se empenhe para tal”, explica a médica.

Campanha 2013

Neste ano, o tema escolhido para o Dia Nacional de Combate ao Fumo é o uso de narguilé e a iniciação ao fumo. O cachimbo de origem oriental vem se popularizando entre jovens no Brasil e no mundo, destacando-se como o preferido entre os derivados do tabaco, que não o cigarro industrializado.

De uso coletivo, o narguilé pode parecer menos nocivo que outros produtos fumados, por usar um filtro d'água e, muitas vezes, aromatizantes e flavorizantes (aditivos que dão sabores agradáveis ao tabaco). Mas, em longo prazo, causa câncer de pulmão, boca e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respiratórias. Além disso, ao compartilhar o narguilé com outros usuários, o usário se expõe a herpes e outras a doenças da boca, hepatite C e tuberculose.

A opção por focar o público jovem faz parte da estratégia para prevenir a iniciação e a experimentação - que ocorre principalmente na faixa etária de adolescentes e jovens, aproximadamente entre 13 e 25 anos.

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