Tópicos | arremesso de disco

Elizabeth Gomes confirmou o favoritismo e conquistou, na manhã desta segunda-feira, 30, a medalha de ouro no lançamento de disco, na classe F52, dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com a marca de 17,62m - novo recorde mundial da prova. As ucranianas Iana Lebiedieva (15,48m) e Zoia Ovsii (14,37m) completaram o pódio.

Aos 56 anos, a paulista foi a última a fazer seus lançamentos e superou suas adversárias logo na primeira tentativa ao cravar 15,68m. Mesmo com a medalha garantida no peito, Beth seguiu competindo até alcançar a marca que lhe valeu o ouro e o recorde mundial.

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Superação

Elizabeth era jogadora de vôlei em 1993 quando foi diagnosticada com esclerose múltipla. Demorou para aceitar a doença até conhecer o basquete em cadeira de rodas, em Santos. Descobriu o atletismo no mesmo local onde treinava. Beth é a atual recordista mundial do lançamento de disco.

Entre as suas principais conquistas estão o ouro no lançamento de disco no Mundial Dubai, em 2019, o ouro no lançamento de disco nos Jogos Parapan-Americanos Lima, também em 2019, o bronze no arremesso de peso no Mundial Doha, em 2015, além do ouro no lançamento de disco e a prata no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos Toronto, em 2015.

Brasil nos Jogos

O Brasil soma agora 35 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com 11 ouros, oito pratas e 15 bronzes. Está na sexta colocação no quadro de medalhas geral. A China lidera com 54 ouros e 119 medalhas, com a Grã-Bretanha em seguida, com 68 medalhas, sendo 26 de ouro, e o Comitê Paralímpico da Rússia, em terceiro lugar, com 19 medalhas de ouro e um total de 61 medalhas.

Com essa 12ª medalha dourada em Tóquio, o Brasil soma 99 na história dos Jogos. A tão esperada 100ª medalha deve sair no sétimo dia de competições.

Com informação da assessoria de comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

A primeira edição da Paralimpíada realizada na América Latina será também a estreia de um time formado por refugiados de guerra, à exemplo das olimpíadas. O nadador sírio Ibrahim Al- Hussein e o atleta do arremesso de disco iraniano Shahrad Nasajpour disputam os jogos sob a bandeira paralímpica.

Nascido em Deir ez -Zor, na Síria, Ibrahim Al- Hussein começou a vida nadando tendo em seu pai, um treinador exigente. Talentosos, Ibrahim e alguns de seus treze irmãos conquistaram várias competições locais e ganharam destaque no esporte. Com a guerra destruindo seu país, não demorou para o jovem de 19 anos se tornar uma das vítimas. Em 2013, ao tentar ajudar um amigo, atingido por uma bomba, Ibrahim sofreu um ferimento grave, por um morteiro, e perdeu parte de sua perna direita.

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O sírio se viu sem alternativas, a não ser fugir e foi o que fez. Passou um ano se recuperando na Turquia e depois foi para Grécia, onde vive até hoje. Para quem não tinha esperança sequer de voltar a nadar, conseguir estar nos jogos paralímpicos é mais do que uma grande conquista. "Depois de 22 anos de treinamento, eu finalmente consegui. Meu sonho se realizou. Às vezes eu vou para cama para dormir e, por estar tão feliz, eu choro. Agora, tudo que penso é fazer o meu melhor e atingir a minha meta", contou.

Ibrahim irá competir na classe S10 dos 50m, e dos 100m, nado livre. O atleta sírio chega ao Rio de Janeiro com um ano de preparação, após passar cinco anos sem competir.

Livro fechado

O outro integrante do time dos refugiados é o iraniano Shahrad Nasajpour, atleta do arremesso de disco. Por ter paralisia cerebral, Sharad irá disputar na classe F37 do arremesso de disco. Com refúgio concedido pelos Estados Unidos, onde vive, Shahrad escolheu não compartilhar sua história por razões pessoais e disse estar focado em aperfeiçoar sua técnica para os jogos.

Panorama

Segundo a ACNUR, Agência da ONU para refugiados, cerca de 65 milhões de pessoas estão refugiadas ou deslocadas em todo o planeta. A ideia de inserir os atletas 'sem nação' nos jogos olímpicos, e paralímpicos, é passar uma mensagem de esperança para quem precisou fugir de seus países por conta de guerras.

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