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Os Jogos Paralímpicos de Tóquio se encerraram e, com eles, mais um ciclo de grandes exemplos de superação e humanismo se completa. O mundo teve, no evento encerrado há pouco no Estádio Olímpico de Tóquio, mais uma amostra da riqueza que a diversidade proporciona.

Superação que, do ponto de vista brasileiro, foi confirmada nas 72 medalhas conquistadas (22 ouros; 20 pratas; e 30 bronzes), dando ao país a sétima colocação no quadro geral. Três dessas medalhas foram parar no peito do nadador Daniel Dias, a quem coube a honrosa tarefa de carregar a bandeira brasileira durante o evento de encerramento dos jogos.

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Com os três bronzes conquistados, Daniel entra para a história como o maior medalhista paralímpico brasileiro, após 27 pódios. Após empunhar a bandeira, o nadador não pôde se juntar à delegação brasileira que, a exemplo das demais delegações, já se encontrava no estádio. Ele teve de se dirigir aos bastidores para se preparar para a posse no novo comitê paralímpico, do qual é integrante.

O Brasil foi o 117º país a ter sua bandeira desfilada, em uma cerimônia que contou com a participação de 160 países, além das representações dos refugiados e do Comitê Olímpico Russo.

Hospitalidade, aceitação e celebração

“Há oito anos prometemos hospitalidade. Estou confiante de que cada atleta sentiu esse espírito aqui”, discursou a presidenta do Comitê Organizador dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Seiko Hashimoto ao ressaltar que os paratletas “inspiraram muitos de nós a começar nossas próprias jornadas" em busca de "um futuro mais inclusivo”.

Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrews Parsons disse que os jogos não foram apenas históricos. “Atletas fantásticos abriram nossos corações e mentes, e mudaram vidas”, disse ele pouco antes de citar uma “filosofia japonesa” que defende não apenas a aceitação, mas “a celebração de todas as imperfeições que todos temos”.

“Hoje o que fazemos não é uma cerimônia de encerramento, mas a abertura de um futuro olhar para 1,2 bilhão de pessoas com deficiência, que querem ser cidadãos ativos em um mundo inclusivo”, completou ao declarar o encerramento dos jogos.

Em seguida, foi apresentado um vídeo com autoridades internacionais e personalidades selecionadas pelas Nações Unidas, ligadas ao movimento #wethe15, em uma uníssona mensagem em favor da inclusão.

Apresentações

Músicos e dançarinos – com e sem deficiência – proporcionaram sons e imagens contendo elementos de diversidade, em uma celebração ao brilho de cada ser humano. Tudo resultou na construção da “cidade em que as diferenças brilham”, termo referente à capital japonesa.

Em destaque, a torre Sky Tree, onde cada atleta colou um espelho, de forma a compor o cenário que, aos poucos, ia sendo construído. O peso da torre, no entanto, acabou causando um contratempo na hora de erguê-la. Felizmente todos ali estão habituados a superar dificuldades, e o elemento cenográfico foi erguido e colocado no devido lugar após uma segunda tentativa.

Ao longo da apresentação, vários elementos urbanos e da natureza se misturavam, lembrando a associação entre divindades e natureza, característicos da cultura japonesa. Com vestimentas bastante coloridas, os dançarinos faziam referências a trajes tradicionais japoneses e aos chamados cosplayers – pessoas que se fantasiam de personagens fictícios da cultura pop japonesa.

Alguns músicos portadores de deficiência que participaram dos primeiros momentos da cerimônia retornaram mostrando que a música é também espaço para superação. Solos de guitarra à base de legatos (técnica da qual se tira som apenas com a pressão dos dedos da mão esquerda na escala da guitarra) eram tocados por um guitarrista que não tinha um dos braços.

Tecladistas na mesma situação enriqueceram ainda mais a harmonia das notas musicais, que eram complementadas pelas percussões que vinham de bateristas e de cadeiras de rodas adaptadas para servirem de instrumentos musicais.

Paris é logo ali

Vieram então a queima de fogos e o anúncio de Paris como sede dos próximos Jogos Paralímpicos, a serem realizados em 2024. Vídeos de artistas e personalidades parisienses foram apresentados, em sinal de boas vindas àqueles que participarão dos jogos.

Ao final, a pira olímpica foi, aos poucos, se apagando, em meio a uma versão da música What a Wonderfull World, de Louis Armstrong. Apaga-se a chama, mas mantêm-se a eterna mensagem de superação, humanismo e diversidade tão bem proporcionada pelos jogos paralímpicos. Agora é esperar. Paris é logo ali.

 

 

 

Atual tetracampeão, o Brasil se garantiu na final do futebol de 5 nos Jogos de Tóquio (Japão), após vitória sobre Marrocos na manhã desta quinta-feira (2). A partida foi decidida com um gol contra, marcado pelo jogador marroquino Berka, após jogada do de Jefinho. Com o triunfo de 1 a 0 na semifinal, a seleção disputará a quinta medalha de ouro seguida na competição contra a Argentina, que venceu a China por 2 a 0 na outra semi. A final sul-americana será sábado (4), às 5h30 (horário de Brasília). Já Marrocos vai duelar pelo bronze a China amanhã (3), às 23h30.

Não foram poucas as dificuldades encontradas pelo equipe brasileira no duelo desta manhã, sob intensa chuva. Bem posicionado defensivamente, Marrocos dificultou bastante o trabalho dos atacantes brasileiros, chegando a colocar quatro zagueiros em campo. Já a seleção, com sua fome de gol, arriscou, em alguns momentos, uma formação sem defensores, com o time composto apenas por meias e atacantes.

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O gol brasileiro foi marcado aos 12 minutos do segundo tempo, com a ajuda de um jogador marroquino. Após jogada de Jefinho, a bola tocou no contrapé do jogador Berka, do Marrocos e, para a sorte dos brasileiros, foi parar no fundo da rede, fora do alcance do goleiro Samir Bara.

Mesmo com a vantagem, o Brasil manteve a postura ofensiva, o que acabou por possibilitar duas chances de gol para o Marrocos, em especial com o jogador Snisla. Com muita raça, o time brasileiro conseguiu manter a vantagem para, enfim, conquistar a tão desejada vaga na final. 

 

Elizabeth Gomes confirmou o favoritismo e conquistou, na manhã desta segunda-feira, 30, a medalha de ouro no lançamento de disco, na classe F52, dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com a marca de 17,62m - novo recorde mundial da prova. As ucranianas Iana Lebiedieva (15,48m) e Zoia Ovsii (14,37m) completaram o pódio.

Aos 56 anos, a paulista foi a última a fazer seus lançamentos e superou suas adversárias logo na primeira tentativa ao cravar 15,68m. Mesmo com a medalha garantida no peito, Beth seguiu competindo até alcançar a marca que lhe valeu o ouro e o recorde mundial.

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Superação

Elizabeth era jogadora de vôlei em 1993 quando foi diagnosticada com esclerose múltipla. Demorou para aceitar a doença até conhecer o basquete em cadeira de rodas, em Santos. Descobriu o atletismo no mesmo local onde treinava. Beth é a atual recordista mundial do lançamento de disco.

Entre as suas principais conquistas estão o ouro no lançamento de disco no Mundial Dubai, em 2019, o ouro no lançamento de disco nos Jogos Parapan-Americanos Lima, também em 2019, o bronze no arremesso de peso no Mundial Doha, em 2015, além do ouro no lançamento de disco e a prata no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos Toronto, em 2015.

Brasil nos Jogos

O Brasil soma agora 35 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com 11 ouros, oito pratas e 15 bronzes. Está na sexta colocação no quadro de medalhas geral. A China lidera com 54 ouros e 119 medalhas, com a Grã-Bretanha em seguida, com 68 medalhas, sendo 26 de ouro, e o Comitê Paralímpico da Rússia, em terceiro lugar, com 19 medalhas de ouro e um total de 61 medalhas.

Com essa 12ª medalha dourada em Tóquio, o Brasil soma 99 na história dos Jogos. A tão esperada 100ª medalha deve sair no sétimo dia de competições.

Com informação da assessoria de comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

O paulista Daniel Dias conquistou na madrugada desta quinta-feira (26) a sua 26ª medalha medalha paralímpica no Jogos de Tóquio (Japão), com um bronze na prova de 100 metros livre da classe S5 (deficiência físico-motora), com o tempo de tempo de 1min10s80.  É o segundo bronze do multicampeão na Tóquio 2020: na manhã de ontem (25), Daniel faturou a primeira medalha ao completar os 200 metros livre em terceiro lugar. As competições de natação estão sendo disputadas no Centro Aquático de Tóquio, na capital japonesa.

Quem levou a medalha de ouro foi o italiano Francesco Bocciardo, com a marca de 1min09s56. Já a prata foi para a China, com Lichao Wang, com o tempo de 1min10s45.

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Outros resultados

Nos 100 metros livre S5 (deficiência físico-motora), a potiguar Joana Neves, a Joaninha, terminou a disputa na oitava colocação, com o tempo de 1min27s62.

Já nos 200 metros livre da classe SM6 (deficiência físico-motora), o catarinense Talisson Glock, de 26 anos, ficou na sexta posição, com a marca de 2 min45s17.

Por fim, o catarinense Matheus Rheine ficou em quinto lugar nos 400 metros livre da classe S11 (cegueira). Ele obteve o tempo de 4 min33s64.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) informou nesta segunda-feira, através de um comunicado oficial, que dois membros da delegação brasileira que estão em Tóquio para a Paralimpíada testaram positivo para o novo coronavírus em exames realizados no Japão. Nenhum dos casos envolve atletas e ambos estão assintomáticos e isolados. Seus nomes não foram divulgados.

O primeiro caso positivo ocorreu em um exame de PCR no desembarque no Japão, na última sexta-feira. O membro da delegação estava assintomático durante toda a viagem e foi submetido ao mesmo teste três vezes nos sete dias anteriores ao embarque, conforme previam todos os protocolos.

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O segundo caso foi registrado após exame salivar em membro da delegação que se encontra em isolamento na cidade de Hamamatsu, onde a delegação brasileira paralímpica fará a sua aclimatação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, que acontecem do dia 24 deste mês até 5 de setembro. Esta pessoa foi igualmente submetida a cinco exames nos últimos nove dias e testou positivo no último domingo.

Antes do início da Olimpíada, em julho, a delegação brasileira de judô também fez aclimatação em um hotel em Hamamatsu, onde vários funcionários testaram positivo para a covid-19. Ninguém da equipe nacional foi infectado, permanecendo todo tempo sem contato com os funcionários e com o ambiente exterior.

O CPB segue as orientações do Comitê Organizador de Tóquio-2020 para que os referidos integrantes tenham toda a assistência possível neste momento. Os profissionais da área de saúde da entidade monitoram os demais membros da delegação com a realização de testes diários de RT-PCR, todos negativos.

Os primeiros atletas do Brasil embarcaram para a Paralimpíada na última quinta-feira. Representantes da natação, tênis de mesa, goalball e halterofilismo embarcaram com membros da comissão técnica, médica e administrativa, totalizando cerca de 130 pessoas.

Ao todo, a missão brasileira contará com 431 pessoas, sendo 253 atletas representando o país em 20 modalidades. A logística exige que os Comitês Paralímpicos realizem cerca de 900 testes para covid-19. Além disso, apenas de bagagem despachada serão 29 toneladas entre cadeiras de rodas, malas pessoais, uniformes reservas, implementos esportivos e equipamentos médicos.

O nadador brasileiro Daniel Dias revelou nesta terça-feira (12), pelo Instagram, que vai encerrar sua carreira de atleta profissional este ano, depois de participar da Paralimpíada de Tóquio (Japão), adiada para o período de 23 de julho a 8 de agosto. Considerado um expoente da natação e do esporte paralímpico, o atleta disse que planeja conquistar mais cinco medalhas na edição deste ano da Paralimpíada. 

Estou muito feliz porque esta decisão já está tomada há um tempo, eu já venho traçando objetivos e já venho com plano de anunciar a aposentadoria. Eu sou muito grato a Deus pela natação, e pela natação.  Eu jamais imaginei que eu chegaria aonde cheguei. Se eu fosse escrever, lá quando eu comecei, há 16 anos atrás, tudo que eu conquistei, acho que eu jamais iria conseguir, escrever isso, jamais ia colocar nas palavras nessa carta, se eu fosse ler esta carta hoje, não seria tão perfeito como foi" disse Dias, visivelmente emocionado.

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O brasileiro se tornou o maior nadador paralímpico do mundo, com 24 medalhas, na Olimpíada Rio 2016: na ocasião, Dias faturou quatro ouros, três pratas e dois bronzes, Mas a coleção de medalhas em grandes competições é bem maior: são ao todo 97 conquistas (33 ouros em Jogos Parapan-Americanos; e 40 medalhas em Mundiais, das quais 31 de ouro). 

Em 2016, Daniel Dias foi contemplado pela terceira com melhor atleta com deficiência do ano com o prêmio Laureus Sports Awards, popularmente chamado de "Oscar do Esporte". O brasileiro já havia conquistado o título em 2009 e 2013.

Sobre o futuro após a aposentadoria, o atleta adiantou que pretende continuar perto das piscinas, abraçando outras missões.

“Hoje eu vejo que eu posso continuar na natação de outra maneira, fazendo outras coisas e ajudando ainda mais a fazer a natação a ser uma referência no país e no mundo. Eu sempre estarei perto do esporte, da natação. O esporte transformou a minha vida e eu quero contribuir dessa maneira, ajudando ainda mais”, concluiu.

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Um projeto social mudou a vida dos moradores do município de Augusto Corrêa, nordeste paraense. É o “Projeto Paraolímpico de Augusto Corrêa”, criado em 2017, por Benedito Élcio, professor de Educação Física, que atende alunos de 6 anos de idade até a fase adulta.

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O projeto, que começou com 30 alunos e hoje está com 67, treina pessoas com deficiência para competirem nas Paralimpíadas. O município abraçou a causa e contratou Élcio para trabalhar no Centro de Atendimento Educacional Especializado Marcilene Nacimento (CAEEMN). “Hoje esse projeto faz parte do CAEEMN, que é um Centro com vários profissionais. Uma das modalidades é o atletismo adaptado para o público com deficiência em todas as suas versões, corrida, salto, arremesso e lançamentos”, explicou Élcio.

A bocha para alunos em cadeira de rodas está entre as modalidades. “Tenho um aluno com paralisia cerebral que tem pouca movimentação do tronco, braços e pé, mas mexe a cabeça muito bem. Esse atleta vai competir usando somente a cabeça, é uma modalidade bem bacana. Às vezes, a gente olha para um cadeirante e pensa que ele não pode fazer mais nada, porque ele não tem movimentos do tronco e dos pés, mas ele movimenta a cabeça e, movimentando a cabeça, ele consegue treinar e competir”, detalhou o idealizador.

Vôlei sentado, especificamente para amputados ou com alguma deficiência de má formação congênita, e tênis de mesa em cadeiras de rodas, voltado para usuários com amputações ou lesão modular, são algumas das muitas modalidades desenvolvidas pelo projeto que já coleciona medalhas. “Em 2017, a gente fez a nossa primeira Paraolimpíada Municipal e em 2018, a segunda. Participamos ano passado dos Jogos Paraolímpicos Estaduais, daqui do Pará, fomos para Marabá com sete atletas na categoria atletismo e voltamos com 12 medalhas, sendo elas cinco de ouro, cinco de prata e duas de bronze”, disse o professor.

O bom resultado nas competições estaduais classificou quatro alunos do projeto para a fase nacional das Paraolimpíadas Escolares. “Um deles foi por convocação de um projeto da Tuna, o futebol de sete, que é específico para alunos com paralisia cerebral. Esse atleta foi convocado e foi para São Paulo, eu o acompanhei. Levei um atleta na natação, modalidade que a gente conseguiu incluir em cima da hora, uma vez que a gente não tem piscina, a gente aluga para treinar esse atleta e ele veio de lá com bronze nos 100 metros livres”, disse Élcio.

Segundo o treinador, o projeto tem forte papel motivacional e ajuda os alunos a vencerem os preconceitos, um dos muitos desafios que enfrentam. “Ganharam motivação para estudar, para viver em sociedade. Lógico que o preconceito existe, mas eles foram mais valorizados. Os coleguinhas na sala de aula querem saber para onde eles foram, quem são eles, o que eles estão fazendo. A própria família vê essa melhora, vê que estão sendo atendidos pelo Centro, pelo município, então é um projeto de uma grandiosidade, não somente de medalhas e de conquistas pessoais, mas é uma conquista de famílias, de amigos, de crianças que vivem na zona de pobreza”, afirmou.

Para Ana Paula Costa, mãe do Enderson, um dos atletas, através do projeto o filho pôde ver o mundo com outros olhos. “Não tem limitações, muito menos dificuldades que não sejam superadas. Fico imensamente feliz, não só por meu filho, mas por todas as crianças que participam do projeto. O carinho do professor Élcio para com essas crianças vai além do profissional. Ele vê cada um de forma igual”, disse Ana Paula, emocionada.

 

O comitê organizador das Olimpíadas de 2020 divulgou no último domingo (22) o nome dos mascotes da competição. O personagem dos Jogos Olímpicos foi chamado de Miraitowa, que em japonês é a mistura das palavras futuro e eternidade. Já o mascote paralímpico se chama Someity. Em português, significa 'tão poderoso' e foi inspirado em uma espécie de cerejeira bem popular do Japão.

De acordo com o comitê organizador, o nome de Miraitow foi escolhido afim de propagar uma mensagem de esperança de um futuro melhor. Já Someity, teria sensores táteis das flores das cerejeiras, um exemplo dos obstáculos superados pelos atletas paralímpicos. Os nomes foram escolhidos por meio de uma votação que passou por mais de 75% das escolas de ensino médio do Japão, entre os meses de dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. 

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Confira os mascotes:

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A Câmara dos Deputados pode votar essa semana uma proposta que altera a Lei Pelé (9.615/98), a Lei Bolsa-Atleta (10.891/04) e a Lei 12.395/11, que regula os esportes como um todo. Caso aprovado, o Projeto de Lei (PL) restringe aos atletas de alto rendimento com renda de até R$ 340 mil anuais o acesso aos recursos do programa. O patrocínio também se limitará a uma única fonte de recursos (pública ou privada), salvo nos casos em que o atleta estiver vinculado às Forças Armadas.

A categoria Atleta Pódio, com maiores valores em dinheiro, ficará restrita aos atletas ranqueados entre os 20 melhores do mundo de sua categoria, hoje o benefício é destinado aqueles que se candidatam e são examinados por um grupo especial criado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). De acordo com números do Ministério do Esporte, 5.830 atletas receberam recursos do programa em 2017. Em 2016, por conta das Olimpíadas do Rio de Janeiro, 20,7 mil atletas foram contemplados com o benefício.

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Entre 2005 e 2016 foram destinados R$ 897 milhões para os atletas que se inscreveram para uma das seis categorias do patrocínio (Atleta de Base, Atleta Estudantil, Atleta Nacional, Atleta Internacional, Atleta Olímpico/Paralímpico e Atleta Pódio). As competições olímpicas e paralímpicas tem prioridade e o dinheiro é depositado em uma conta específica na Caixa Econômica Federal.

Na última segunda-feira (20), jovens paralímpicos pernambucanos embarcaram no Aeroporto Internacional do Recife para São Paulo. Lá, eles vão participar da edição deste ano das Paralímpiadas Escolares, evento voltado exclusivamente a competidores com deficiência. A competição é voltada para paratletas de 12 a 17 anos e contará com a participação de 900 esportistas de todos os estados do Brasil. A disputa começa nesta terça-feira (21), dia da abertura oficial, e segue até o dia 24 deste mês.

A delegação pernambucana viajou para a capital paulista com 32 duas pessoas, entre dirigentes, técnicos, apoios e paratletas, que somam 15 participantes esta edição nas A - mirim (12 a 14 anos) e B - infantil (15 a 17 anos). Os pernambucanos vão competir na natação, bocha, atletismo, tênis de mesa e goalball – cinco das dez modalidades em disputa nas Paralimpíadas (completam tênis em cadeira de rodas, judô, futebol de 7, futebol de 5 e basquete em cadeira de rodas). 

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A Cerimônia Oficial de Abertura das Paralimpíadas Escolares 2017 será realizada às 18h, no Centro de Convenções Anhembi. A partir da quarta-feira (22), entram em ação as disputas das modalidades, que serão realizadas no Centro de Treinamento (CT) Paralímpico Brasileiro. Lembrando que as competições são organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Os atletas por modalidades:

Atletismo – Jonathan Marcelo da Silva e Glória Farias

Bocha - Andreza Oliveira e Letícia Santos

Goalball - Alisson Barros, Raldney Nascimento, Edval Freitas, Lucas Silva e Marcos Antônio Cabral

Natação - Ana Beatriz Gomes, Olga Regina Gomes, Fábio do Carmo e Kayky Dornelas

Tênis de mesa - Maria Raiane da Silva e Wanderson Monteiro

A dose de ‘pernambucanidade’ mostrada no encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016 com a participação da Orquestra Santa Massa e de Lenine será repetida na Cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos, que acontece neste domingo (18). O comitê organizador confirmou a presença, desta vez, da banda Nação Zumbi na programação da festa que será realizada no Maracanã, às 19h30.

Por meio de uma postagem no twitter oficial, a Banda comemorou a presença no evento e se disse honrada por esse momento. “Estamos muito felizes de poder participar e contribuir com o que temos de melhor para os jogos paralímpicos. Um salve a todos os atletas”, escreveu. 

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Além da banda pernambucana, outros atrações confirmadas para a cerimônia de encerramento são a baiana Ivete Sangalo, Saulo Fernandes, Gaby Amarantos, Vanessa da Matta, Dream Team do Passinho, Andreas Kisser, Nego do Borel, Armandinho, Céu, entre outros diversos nomes. Destaque também para Jonathan Bastos, deficiente físico que toca guitarra com os pés. 

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Se o Rugby de 7, modalidade que estreou nos jogos olímpicos no Rio-2016, causou curiosidade, o Rugby em cadeira de rodas desperta ainda mais interesse do público. O esporte, que tem sua origem em Winnipeg, Canadá, na década de 1970, chega a sua quinta Paralimpíada ainda pouco conhecido.

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Logo de cara, o Rugby em cadeira de rodas deixa claro que se trata de uma disputa intensa. Em uma quadra de 15m de largura por 28m de comprimento, dois times, com quatro atletas cada, disputam na força para chegar ao fundo do campo adversário em quatro períodos de oito minutos. A modalidade se divide em sete classes, definidas por grau de deficiência. As classes maiores são as que têm os atletas com maiores níveis funcionais em testes de tronco e de banco.

É curioso observar que, diferente do Rugby convencional, na versão adaptada homens e mulheres jogam juntos. As regras também são distintas, afinal, é preciso passar com bola e cadeira pela linha de fundo em uma pequena área, onde o atacante não pode passar mais do que 10 segundos. A defesa até pode ficar na pequena área, mas só três dos quatro atletas. Se o último integrante entrar, enquanto os outros estiverem, o juiz marca falta para o adversário. 

Os jogadores podem conduzir a bola sobre as coxas ou passá-la para o companheiro mas, se permanecer com a posse, deve fazê-la quicar a cada 10 segundos. Ainda por cima, um time não pode passar mais do que 12 segundos com a posse da bola em seu lado do campo, ou seja, haja velocidade para os atletas. A jogada inteira, do começo até o seu desfecho pode levar, no máximo, 40 segundos. Se, ao final dos quatro períodos o placar estiver empatado, são disputados três minutos de prorrogação. Haja fôlego!

A primeira edição da Paralimpíada realizada na América Latina será também a estreia de um time formado por refugiados de guerra, à exemplo das olimpíadas. O nadador sírio Ibrahim Al- Hussein e o atleta do arremesso de disco iraniano Shahrad Nasajpour disputam os jogos sob a bandeira paralímpica.

Nascido em Deir ez -Zor, na Síria, Ibrahim Al- Hussein começou a vida nadando tendo em seu pai, um treinador exigente. Talentosos, Ibrahim e alguns de seus treze irmãos conquistaram várias competições locais e ganharam destaque no esporte. Com a guerra destruindo seu país, não demorou para o jovem de 19 anos se tornar uma das vítimas. Em 2013, ao tentar ajudar um amigo, atingido por uma bomba, Ibrahim sofreu um ferimento grave, por um morteiro, e perdeu parte de sua perna direita.

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O sírio se viu sem alternativas, a não ser fugir e foi o que fez. Passou um ano se recuperando na Turquia e depois foi para Grécia, onde vive até hoje. Para quem não tinha esperança sequer de voltar a nadar, conseguir estar nos jogos paralímpicos é mais do que uma grande conquista. "Depois de 22 anos de treinamento, eu finalmente consegui. Meu sonho se realizou. Às vezes eu vou para cama para dormir e, por estar tão feliz, eu choro. Agora, tudo que penso é fazer o meu melhor e atingir a minha meta", contou.

Ibrahim irá competir na classe S10 dos 50m, e dos 100m, nado livre. O atleta sírio chega ao Rio de Janeiro com um ano de preparação, após passar cinco anos sem competir.

Livro fechado

O outro integrante do time dos refugiados é o iraniano Shahrad Nasajpour, atleta do arremesso de disco. Por ter paralisia cerebral, Sharad irá disputar na classe F37 do arremesso de disco. Com refúgio concedido pelos Estados Unidos, onde vive, Shahrad escolheu não compartilhar sua história por razões pessoais e disse estar focado em aperfeiçoar sua técnica para os jogos.

Panorama

Segundo a ACNUR, Agência da ONU para refugiados, cerca de 65 milhões de pessoas estão refugiadas ou deslocadas em todo o planeta. A ideia de inserir os atletas 'sem nação' nos jogos olímpicos, e paralímpicos, é passar uma mensagem de esperança para quem precisou fugir de seus países por conta de guerras.

Lutar contra um agressor invisível pode soar como um pesadelo. Mas para a americana Christella Garcia, medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos Rio-2016, é uma experiência "maravilhosa".

"Faz todo sentido", garantiu Garcia à AFP imediatamente após derrotar a adversária brasileira Deanne Almeida na disputa do bronze da categoria 70 kg, no sábado no Rio de Janeiro.

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Garcia, que nasceu praticamente cega, tem a impressão de que sobre o tatame sua deficiência deixa de ser significante.

"Você está segurando e sente o corpo do adversário e a forma como se move", descreve a judoca de 37 anos. "Vence quem quer mais".

Nos Jogos Paralímpicos, o judô acolhe os atletas com deficiência visual, alguns com visão limitada, outros, como Garcia, como cegueira completa. Há algumas mudanças surpreendentes no habitual decorrer das lutas.

Os lutadores podem, sem saber, sair dos limites do tatame, e os árbitros precisam guiá-los de volta para o centro. Diferentemente das lutas normais, nas quais o relógio é visível, um sino toca alto quando falta um minuto para o término do combate.

Os judocas em seus quimonos brancos ou azuis lutam tão feroz e habilmente como os atletas com visão e o espectador pode facilmente esquecer que trata-se de uma luta de cegos, até que o árbitro gentilmente guia os concorrentes até o tatame.

- "Intuição" -

Outro vencedor da medalha de bronze no sábado, o americano Dartanyon Crockett, começou a praticar judô quando terminou o ensino fundamental.

Aprender um esporte em que ser lançado ao ar ou sufocado enquanto se está deitado no tatame são partes integrais do judô e não são fáceis para um jovem que nasceu cego.

"Parte de praticar o judô para os visualmente incapacitados é colocar a si mesmo em situação de medo, situação incômoda", declarou Crockett, de 25 anos. "Trata-se de sair de sua zona de conforto".

O técnico de Crockett, Eddie Liddie, garante que ensinar também é um enorme desafio, em um esporte que envolve dezenas de técnicas, muitas delas sutilmente diferentes uma das outras.

"Estou tão acostumando a mostrar (os movimentos) para que eles possam ver", explica o treinador sobre os treinos com judocas que enxergam. "O que aprendi foi fazer com que coloquem seus corpos em certas posições e que aprendam por repetição".

Uma vez superada essa curva de aprendizagem, o judô pode ser mais natural para os cegos.

Talvez as diferenças mais notáveis entre o judô regular e o Paralímpico é que os judocas agarram seus oponentes o tempo todo, ao invés de se separarem para procurar um melhor posicionamento, como fariam judocas com visão.

Isso significa que os dois atletas cegos literalmente se apoiam um no outro. Para a venezuelana Naomi Soazo, que conquistou o ouro em Pequim e o bronze no Rio, essa conexão é o ponto de partida.

"Quando você segura o adversário, você sente seus movimentos. Com isso você intui e sente o que ele está fazendo", afirma.

De fato, uma vez que agarra a adversária, Soazo pode lutar perfeitamente com outra judoca faixa preta e com visão perfeita. "Não há diferença", garante.

Essa confiança nela mesma vai além do tatame.

Garcia afirma que dominar o esporte a ajudou a ganhar a luta de sua vida: agora "não me considero uma deficiente visual", declara orgulhosa. "É só uma característica: sou uma garota. Tenho cabelo preto. Gosto de pastel e sou cega".

"Um ginásio lotado, gritando o meu nome. Eu sou Shirlene Coelho, conhecida pelo público." Com esta frase, a atleta do lançamento de dardo classe T37, para desportistas com paralisia cerebral, demonstrava toda a empolgação ao conquistar o ouro neste sábado (10), nos Jogos Paralímpicos do Rio. Ela cravou a marca de 37,57m e virou bicampeã paralímpica. Os cinco lançamentos válidos feitos pela sul-matogrossense alcançaram marcas que a permitiriam ganhar a prova.

A trajetória da campeã brasileira passa muito pelo acaso ou pelo destino."Eu não cheguei ao esporte paralímpico, o esporte paralímpico chegou a mim, me abraçou e não me largou", diz Shirlene.

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Em 2005, quando procurou uma organização que ajudasse pessoas com deficiência a entrarem no mercado de trabalho, foi convidada a participar também do esporte e, graças a sua estrutura física, a convidaram para participar do basquete em cadeira de rodas. Ela conseguiu o emprego de assistente geral e a vaga no time, mas desistiu do basquete um mês depois.

"Eu não me adaptei, aí, em 2006, eu fiz um teste no atletismo paralímpico, no lançamento de disco. Com três meses treinando lançamento de disco, eu fui para a minha primeira competição regional em Uberlândia, onde o meu primeiro técnico falou para mim 'olha disco é a sua prova, o dardo e o peso você vai brincar'. E nesta brincadeira eu conheci o dardo um dia antes de viajar e com esta brincadeira bati o recorde brasileiro na competição, sem ao menos treinar o dardo. Eu peguei o gosto pela coisa e estou aqui hoje", conta sem esconder o sorriso estampado no rosto.

Continuou mais dois anos no emprego, conciliando os horários de treino com o de trabalho, até conseguir se dedicar apenas à vida de atleta e foi recompensada pela escolha e dedicação. Esta é a terceira medalha de Shirlene em Paralímpiadas. A atleta obteve um ouro em Londres 2012 e uma prata em Pequim 2008.

Ela compete ainda em outras duas provas na Rio 2016, no arremesso de peso e no lançamento de disco. Apesar de não serem a especialidade da atleta, ela diz que está com esperanças. "As duas provas eu vou competir, competindo vamos ver também o que vai acontecer, mas eu treinei também."

O Brasil ganhou a primeira medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos 2016 nesta quinta-feira (8). Ricardo Costa de Oliveira conquistou o ouro no salto em distância na categoria T11 (cego total).

O brasileiro venceu no último salto, quando alcançou a marca de 6 metros e 52 centímetros. A prata ficou com o norte americano Lex Gillete que saltou 6 metros e 44 centímetos. Bronze para o ucraniano Ruslan Katyshev com 6 metros e 20 centímetros.

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Ricardo Costa de Oliveira, 34 anos, é natural de Três Lagoas (MS). Deficiente visual, o atleta começou a ter dificuldade para enxergar aos 2 anos. Há 20 anos descobriu que tinha a doença de Stargardt, já em estágio avançado, que o deixou totalmente cego. O atleta iniciou no esporte com corridas de rua e depois passou para as provas de pista de atletismo. Competiu pela primeira vez internacionalmente no ano passado, no Mundial de Doha, no Catar.

A Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos é um grande espetáculo em todos os sentidos. O evento também icou marcado pelas vaias e gritos de protesto contra o presidente Michel Temer. O público presente vaiou o líder do executivo em sua breve declaração iniciando os jogos. Presidentes do COB e do Comitê Paralímpico Internacional tiveram suas falas interrompidas por reação dos espectadores quando o governo foi citado nos agradecimentos.

Curta. É assim que se pode definir a participação do presidente Michel Temer durante a abertura da Paralimpíada Rio-2016. Antes mesmo do representante do governo falar, o público já havia interrompido as falas do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman e Sir Phillip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, para vaiar os agradecimentos de ambos ao apoio recebido pelo governo.

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Temer deu prosseguimento ao evento se limitando a dizer, apenas, as seguintes palavras: "Paralympics Rio-2016", declarando abertos os jogos. Mesmo assim, o atual presidente da república foi vaiado por boa parte do público que esteve na cerimônia. A abertura seguiu quando a produção do evento subiu o volume e apagou as luzes, abafando os gritos. Ainda foi possível ouvir algumas das palavras de ordem.

É impossível dissociar a imagem de Terezinha Guilhermina dos jogos paralímpicos. A corredora cega mais rápida do mundo, eleita pelo Guiness, é um dos nomes mais fortes do paratletismo mundial. Mas difícil mesmo é passar pelo caminhão de obstáculos que a vida impôs à velocista e sair tão vencedor quanto. Com uma história de vida emocionante, Terezinha vence todo dia e faz jus ao título de ícone do esporte.

Poucos aguentariam

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Em Betim, Minas Gerais, 18 de setembro de 1978, nascia, em uma carroça puxada pelo pai que ganhava a vida transportando ração de cavalo, Terezinha. A décima filha do casal Pedro e Terezinha, assim como outros quatro irmãos, já enfrentou, logo no início de sua trajetória, o revés que iria definir o seu destino: a retinose pigmentar. A doença congênita rouba a visão aos poucos e, no caso dela, foram 30 anos de perda gradual até a escuridão total. 

Aos 9 anos de idade perdeu a mãe e, três meses depois, foi a vez do pai deixar a casa onde Terezinha morava com seus irmãos. Coube ao irmão, Ibério, assumir as responsabilidades. Só aos 16 anos de idade que a família teve noção do que estava por vir na vida da irmã mais nova. O diagnóstico de que a jovem só enxergava 5% e perderia tal capacidade foi um choque. Não bastassem as dificuldades em casa e de ordem médica, Terezinha precisava fugir na escola para não apanhar de uma garota mais velha que a perseguia. Curiosamente, as vezes seguidas em que escapou mostraram um potencial que ela ainda desconhecia em si mesmo: o de correr mais rápido que outras pessoas.

Sempre sendo subestimada pela deficiência, Terezinha seguia vencendo. Após a escola, foi a vez de um curso técnico de administração, onde a diretora da escola disse que ela não conseguiria. Ela completou com louvor, fazendo balancetes e utilizando a calculadora, mostrando que não iria se entregar por dificuldade alguma.

As primeiras conquistas

Em 2000, Terezinha se saiu bem em corridas de rua para deficiente e chamou atenção de um clube de Belo Horizonte que a convidou para treinar. Mais uma vez, a corredora se viu subestimada em sua vida. Seu primeiro treinador a disse que ela não tinha condições de ser a maior, pois era um 'fusca' comparada as melhores do mundo. Foram precisos alguns meses apenas para mostrar que ele não podia estar mais enganado.

Em um campeonato parapanamericano na Carolina do Sul-EUA, a 'fusca' levou quatro pratas na categoria T12. Em 2004 foi a vez da Paralimpíada de Sidney, onde Terezinha mostrou que estava mais para um fórmula 1 ao terminar os 400m conquistando o bronze para o Brasil. Naquele momento da vida a doença avançava e a velocista trocou de categoria para a T11, onde não há visão alguma e sua carreira alavancaria em definitivo.

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Consagrada

A partir de 2005, Terezinha passou a correr guiada por Jorge Luiz Souza. Junto ao Chocolate, como é apelidado o treinador, a velocista chegou à Paralimpíada de Pequim-2008 com força total. Uma medalha de ouro (200m), uma prata (100m) e um bronze (400m). A partir dali, era oficial: a menina que tropeçava nos móveis e apanhava na escola, se tornou a maior corredora paralímpica do Brasil. 

A parceira com Chocolate se encerrou em 2010 por um motivo que só poderia ser obra do destino. Jorge desenvolveu um problema neurológico que afetou sua visão. Hoje, o ex-guia é atleta paralímpico. Para o seu lugar, Guilherme Santana assumiu para melhorar as marcas de Terezinha. Veloz, o corredor tinha marca, nos 100m individual, próxima da melhor atuação de um brasileiro com 10s60. O incentivo deu resultado nos treinos e, depois, na Paralimpíada de Londres, 2012.

Terezinha Guilhermina voltou a ocupar o posto mais alto do pódio  nos 200m e conquistou mais um nos 100m, onde já era prata. Nos 400m, infelizmente, o guia sofreu uma lesão e acabou soltando a corredora. Terezinha se atirou no chão buscando Guilherme e quando o encontrou ajudou a recuperar a compostura. Juntos, decidiram completar a prova e foram aplaudidos até a linha de chegada pela demonstração do verdadeiro espírito esportivo.

Incansável

É verdade que ela já não precisa mais provar nada para ninguém. Mas, o espírito guerreiro de Terezinha é gigante e incentivou a atleta a seguir buscando novos desafios. Com 37 anos, chega ao Rio de Janeiro para sua quarta paralimpíada, mais confiante do que nunca. No final do ano passado, Rafael Lazarini e Rodrigo Chieregatto assumiram a função de guiar a corredora no Rio-2016. Mesmo com o desempenho abaixo do esperado no Mundial de Doha, onde Terezinha ficou de fora da final dos 100m, coisa que não acontecia há dez anos.

Apesar disso, a velocista está confiante de um bom resultado na Paralimpíada do Rio-2016. Prestes a completar 38 anos, próximo dia 18, Terezinha já chega às pistas cariocas sendo a maior vencedora do país na categoria. Mas, para quem tem uma determinação que supera dificuldades do tamanho do Brasil, parar não é uma opção. Melhor para o público, que pode continuar acompanhando a mineira que encantou o mundo. Terezinha Guilhermina estreia nos jogos paralímpicos nesta quinta-feira (8), às 10h, quando ocorre a primeira fase dos 100m rasos feminino, categoria T11.

Mesmo já antecipado pela imprensa, o início da cerimônia da abertura eletrizou o público no estádio do Maracanã, com a manobra de alta velocidade do cadeirante Aaron Wheelz. Aaron desceu com uma cadeira de rodas uma megarrampa no meio da arquibancada do estádio e caiu sobre uma superfície inflável após uma pirueta por dentro do círculo que simbolizava o zero na contagem regressiva. Uma queima de fogos acompanhou o número.

O número foi feito logo depois da chegada do presidente do Comitê Paralímpico Internacional, sir Philip Craven, que surgiu no meio do público e depois foi para a tribuna de autoridades, onde se sentou ao lado do presidente Michel Temer. Minutos antes do início da cerimônia, parte do público gritou "Fora Temer" no estádio e também foram ouvidas vaias.

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Também antes da cerimônia começar, o encontro dos mascotes olímpico e paralímpico, Vinicius e Tom, chamou a atenção do público. Tom dançava vários ritmos com a apresentadora Fernanda Lima e o escritor Marcelo Rubens Paiva. Quando foi a vez da Bossa Nova, tocou Garota de Ipanema, Vinicius entrou desfilando com um vestido brilhante, em uma referência à participação da modelo Gisele Bündchen na abertura da olimpíada. A top model encarnou a icônica homenageada por Tom Jobim e recebeu elogios.

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Samba e praia

Uma roda de samba com os sambistas Monarco, Hamilton de Holanda, Maria Rita, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Pastoras da Portela, Pedrinho e Pretinho da Serrinha embalou o público enquanto projeções abordavam a roda, invenção humana que, além de sua importância como marco científico, se tornou um suporte vital para a acessibilidade.

As projeções no chão transformaram o chão do Maracanã em uma grande piscina atravessada pelo nadador Daniel Dias, também projetado em vídeo. Após cruzar o palco, a piscina se transformou em uma praia, com direito a elementos típicos do Rio de Janeiro, como o aplauso ao pôr do sol, os vendedores de mate e biscoitos de polvilho e uma multidão de bailarinos que interpretaram banhistas e surfistas.

O número foi seguido pela chegada da bandeira do Brasil, que foi hasteada por bombeiros salva-vidas do 3º Grupamento Marítimo. O Hino Nacional foi executado no piano pelo maestro João Carlos Martins, que chegou a abandonar a carreira por problemas físicos que atrofiaram suas mãos, mas retornou aclamado aos palcos. Logo depois, teve início a entrada das delegações, em que uma obra do artista plástico e diretor-criativo da cerimônia, Vik Muniz, montou um quebra-cabeças com peças trazidas pelas delegações.

A Cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos é um dos temas mais comentados nas redes sociais nesta noite de quarta-feira (8). A hashtag 'CerimoniaDeAbertura' está entre os tópicos mais comentados do Twitter, no Brasil. Porém, a repercussão maior, mesmo antes de começar, foi o fato de que os principais canais de TV aberta não transmitem o evento ao vivo.

Apenas a TV Brasil, dentre os canais abertos, está acompanhando a abertura da Paralimpíada, assim como foi feito pela Rede Globo com a Olimpíada. Na tv por assinatura, o canal Sportv 2 transmite todo o evento, mas também está sozinho na empreitada. Apesar dos elogios à cerimônia, boa parte dos internautas que estão assistindo ficou chateada com a situação e usaram as redes sociais para desabafar.

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