Tópicos | Aumento do ICMS

A deputada Priscila Krause (DEM) não poupou críticas ao governo Paulo Câmara (PSB) diante do pacote de projetos encaminhado por ele para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Os dois textos mais polêmicos são o da Nota Fiscal Solidária, que estabelece a criação do 13º para beneficiários do Bolsa Família, e o aumento em 2% na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre algumas mercadorias como refrigerante, etanol, jóias, bijuterias e descartáveis.

Na avaliação da democrata, a instituição do benefício extra anual de até R$150 para inscritos no programa federal “mascara” um aumento da carga tributária no Estado. Priscila criticou a gestão das contas estaduais e disse que o Executivo tem despendido além do que deveria e “sacrifica o contribuinte” ao recorrer a seguidos aumentos de impostos em vez de conter despesas.

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“O efeito vai recair sobre o comerciante e sobre os lucros da economia informal, e vai travar o reaquecimento da economia para melhorar a arrecadação de um governo que gasta mal”, disparou a parlamentar durante a sessão plenária da Alepe dessa terça-feira (20).

Líder da oposição, o deputado Sílvio Costa Filho (PRB) corroborou às críticas de Priscila Krause e acusou a medida de ser um “tarifaço apresentado ao povo de Pernambuco depois da eleição”. Costa ponderou ainda que a ideia pode prejudicar o comércio informal, como salientou durante a reunião da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, porque exige que as pessoas apresentem as notas fiscais de compras mensais de produtos da cesta básica para receber a parcela do benefício.

O coro de queixas advindas dos deputados também foi reforçado em aparte ao discurso de Krause pelas deputadas Teresa Leitão (PT) e Socorro Pimentel (PTB). A petebista projetou que o aumento dos tributos atingirá justamente as pessoas de baixa renda, que deveriam ser as beneficiadas com a proposta. “Dizem querer fazer justiça tributária e, na verdade, praticam injustiça com a população”, discursou.

Do outro lado, o líder do governo, deputado Isaltino Nascimento (PSB), refutou a postura oposicionista e disse que as críticas às medidas apresentadas revelam “dificuldade da oposição em reconhecer um projeto importante do Estado, que alcançará mais da metade dos pernambucanos”. O pessebista salientou que os beneficiados serão “justamente os que mais precisam de apoio das políticas governamentais”.

Para defender a proposta governista, o deputado Rodrigo Novaes também frisou que a iniciativa deve garantir uma renda extra para mais de um milhão de famílias. “Ninguém fica satisfeito em aumentar impostos, mas não existe mágica. Para se fazer distribuição de renda, é preciso encontrar fontes de recursos”, observou.

O deputado Tony Gel (MDB) também corroborou apontando que “o grosso do que será majorado irá recair sobre lanchas, jet skis, aeronaves, joias, carros acima de R$ 50 mil e motos acima de 250 cilindradas”, itens que ele avaliou como “supérfluos”. “É uma transferência de renda de quem mais tem para quem menos pode”, disse.

A Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, nessa terça-feira (20), o projeto de lei que cria o programa Nota Fiscal Solidária (NFS) que viabilizará o pagamento de um 13º de até R$ 150 para as famílias do Estado cadastradas no Bolsa Família. A matéria gerou uma discussão intensa entre os parlamentares da base governista e da oposição que compõem o colegiado, que analisou apenas a constitucionalidade do texto e deixou os méritos para as demais comissões.

Líder oposicionista, o deputado Sílvio Costa Filho (PRB) fez questionamentos ao projeto e sugeriu que o Executivo torne alguns pontos mais claros. “Não entendo como pode ser possível que uma pessoa cadastrada no Bolsa Família, um programa de baixa renda cujo valor médio do benefício é de R$ 170 em Pernambuco, consiga fazer compras suficientes para ter direito aos R$ 150 prometidos pelo Governo”, comentou.

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O texto prevê, por exemplo, que uma família que receba recursos do programa precisa registrar notas fiscais no valor de cerca R$ 500 por mês, durante um ano, para receber até R$ 150 ao fim desse período. O valor será referente a 2,5% sobre a soma obtida em notas fiscais na compra de itens da cesta básica. “Ao fazer os cálculos, é possível perceber que uma pessoa somente conseguirá o valor máximo de R$ 150 se comprar R$ 6 mil, um valor incompatível com a renda do beneficiário do Bolsa Família”, argumentou Costa Filho.

A preocupação com os feirantes, que podem não dispor de notas fiscais, também foi analisada. Os parlamentares governistas reiteraram a explicação secretário da Fazenda em exercício, Bernardo D’Almeida, a respeito da possibilidade de formalização do negócio como microempreendedor individual (MEI), além da percepção de que o Bolsa Família funcionaria como um “complemento da renda”. “Peço que o Governo do Estado tenha sensibilidade com a questão dos feirantes, para que não sejam prejudicados”, solicitou o líder da Oposição.

Além do texto da Nota Fiscal Solidária, outros 21 projetos de iniciativa do Executivo foram aprovados pela comissão como a que aumenta em 2% a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre algumas mercadorias como refrigerante, etanol, jóias, bijuterias e descartáveis.

*Com informações da Alepe

O secretário-executivo da Fazenda, Bernardo D'Almeida, participa de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta segunda-feira (19),  às 17h, para esclarecer o pacote de projetos de lei encaminhado pelo governador Paulo Câmara (PSB) para a apreciação dos parlamentares.

Entre as propostas do Executivo, estão as polêmicas mudanças na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre algumas mercadorias. O projeto prevê o aumento de 2% no ICMS de itens como refrigerante, etanol, jóias, bijuterias e descartáveis.

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O valor será recolhido para o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecep), de onde deve sair o pagamento do 13º dos beneficiários do Bolsa Família, promessa de campanha do governador, que será criado a partir da implantação da Nota Fiscal Solidária (NFS) - previsto em outro projeto do pacote.

A NFS funcionará assim como acontecia com o programa Todos com a Nota, no qual torcedores trocavam pontos acumulados das notas fiscais por ingressos para jogos. No programa novo, os contemplados pela iniciativa federal vão juntar créditos ao informar o CPF na compra de produtos da cesta básica, sendo assim incluídos na Notas Fiscais de Consumidor Eletrônicas – NFC-e.  

A reunião para a discussão das matérias foi proposta pelos presidentes da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, Waldemar Borges (PSB) da Comissão Finanças, Orçamento e Tributação, Clodoaldo Magalhães (PSB), e da Comissão de Administração Pública, Lucas Ramos (PSB). No encontro, caso tenham tempo hábil, os membros das referidas comissões já devem apresentar seus pareceres sobre os textos. Se aprovadas, as propostas vão ser apreciadas no plenário da Alepe.

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