As autópsias realizadas sobre alguns corpos encontrados em uma floresta no sudeste do Quênia, onde membros de uma seita evangélica se reuniam, revelaram a ausência de alguns órgão, segundo um documento judicial consultado nesta terça-feira(9) pela AFP.
"Laudos de autópsia revelaram que faltavam órgãos em alguns corpos das vítimas que foram exumados até agora", indica o documento com data de segunda-feira. O texto também menciona "tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores".
##RECOMENDA##Mais de cem corpos, em sua maioria de crianças, foram descobertos em abril na floresta de Shakahola, onde se concentravam os fiéis de uma seita que recomendava o jejum extremo para "conhecer Jesus".
A descoberta dos corpos provocou sentimentos de horror, indignação e incompreensão neste país da África Oriental, de cerca de 50 milhões de habitantes e mais de 4.000 igrejas registradas, segundo o governo.
Segundo as autópsias realizadas sobre 112 corpos, a maioria das vítimas morreram de fome, após ter supostamente seguido os conselhos de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional das Boas Novas.
O pastor, que se encontra detido, será processado por "terrorismo", anunciaram os promotores em 2 de maio.
Algumas das vítimas, no entanto, foram estranguladas, golpeadas e afogadas, indicou na semana passada o responsável pelas operações de autópsia, o médico Johansen Oduor.
No documento, a Direção de Investigações Criminais (DCI) pede o bloqueio das contas bancárias do pastor Ezekiel Odero, detido em 28 de abril por este caso e solto na quinta-feira, sob fiança.
Segundo o DCI, este influente religioso recebeu "enormes transações em espécie", procedentes das quantias entregues pelos fiéis a Mackenzie, que pediu a eles que vendessem suas propriedades.