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A Câmara de São Paulo aprovou, em segunda votação, o Projeto de Lei nº 850/2017, que proíbe que empresários condenados por corrupção ou improbidade administrativa tenham acesso a qualquer tipo de benefício ou incentivos fiscais, como isenções de tributos ou até parcelamentos especiais de débitos, por meio de qualquer empresa que ele participe da direção ou quadro societário.

De autoria do vereador Rinaldi Digilio (PRB), a proposta prevê que a restrição se enquadre para casos com decisão judicial transitada em julgado.

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"Hoje, algumas sentenças judiciais já preveem esse tipo de punição, além de não poder participar de concorrência ou licitação, mas em casos onde não é estabelecida essa punição ou a condenação acontece depois da concessão do benefício, essas empresas que lesam os cofres públicos continuam usufruindo de descontos, parcelamentos, compensações e outros casos aos quais não deveriam ter direito, já que são corruptas", afirmou Digilio.

O projeto já havia sido aprovado pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Administração Pública (ADM) e Finanças (FIN) e em primeira votação em março de 2018. Agora, vai para sanção ou veto do prefeito Bruno Covas (PSDB).

O vereador disse que já conversou com Bruno, "que se mostrou favorável a essa ação, que é de combate à corrupção". "As empresas pensarão duas vezes e até passarão a analisar se o crime compensa, pois poderão perder incentivos importantes", considera o vereador.

Ele anota que "no Programa de Incentivos da Zona Leste, a empresa tem isenção de IPTU, ITBI e ISS e poderia perder isso". "O Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) reduzia em até 85% os juros das dívidas das empresas no parcelamento. Imagine para a empresa não poder participar desse programa ou perder o direito a ele", afirmou o vereador.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que permite o benefício fiscal às empresas por meio de depreciação acelerada de alguns tipos de veículos adquiridos entre 1º de setembro e 31 de dezembro de 2012 e derrubou algumas sugestões incluídas pela Câmara dos Deputados. Ao todo foram 14 vetos. Entre eles o que previa o parcelamento das dívidas dos Estados e municípios relativas ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e a reabertura do prazo para inscrição ao Programa de Recuperação Fiscal, o chamado Refis da Crise.

Na razão dos vetos, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Fazenda esclarece que o parcelamento de débitos relativos ao Pasep já foi devidamente proposto na Medida Provisória 574, tendo sido encerrado o prazo para adesão em 28 de setembro do ano passado, e que a prorrogação da adesão ao Refis está prevista em lei de maio de 2009.

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Foram vetados também os dispositivos que tratavam da criação do Fundo de Investimento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O governo entendeu que, além de reduzir a liquidez dos recursos do fundo, a proposta não prevê mecanismos compensatórios para eventuais perdas financeiras.

O governo vetou ainda a ampliação dos veículos de transporte amparados pela lei e o dispositivo que determinava que os direitos do brasileiro que trabalha no exterior seja regulamentado pela legislação do país em que está. O objetivo inicial da Medida Provisória 578, enviada no fim de agosto de 2012 ao Congresso Nacional, era estimular o setor de produção de caminhões, vagões e locomotivas para enfrentar a crise internacional.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, disse que a entidade espera para setembro o anúncio de medidas do governo de incentivo ao investimento e à inovação para o setor, dentro do programa Brasil Maior. Entre essas medidas deverão estar isenção do recolhimento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a compra de máquinas e equipamentos e a desoneração dessas contribuições para inovação.

Os benefícios fiscais, aguarda a associação, estarão na edição do regime especial para investimentos em produção química. No caso da medida para estimular a inovação no setor, a alíquota cobrada vai variar de acordo com o produto. "O prazo do governo para estudar incentivos para inovação de químicos renováveis terminou em junho e em setembro essas medidas devem ser anunciadas", afirmou Figueiredo.

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De acordo com ele, as desonerações são primordiais para manter a indústria química nacional competitiva. No acumulado de janeiro a maio (dados mais recentes da balança comercial), o déficit da indústria química chegou a US$ 9,6 bilhões, resultado 4,1% superior ao do mesmo período de 2011. Segundo a Abiquim, o déficit acumulado nos últimos 12 meses, de junho de 2011 a maio de 2012, é de US$ 26,9 bilhões.

"Investimento em planta química no Brasil custa 25% a mais que na China. O gás aqui custa quatro ou cinco vezes mais que nos Estados Unidos", observa Figueiredo. "As medidas foram colocadas e o governo está trabalhando nelas", afirma, dizendo que a implantação de benefícios tributários leva tempo e afeta contas públicas. "Os empresários não gostam de ouvir isso, mas o governo não pode dar incentivos sem saber como vai recuperar esse investimento."

O governo Dilma anunciou hoje (4/4) novas medidas para aquecer a economia e ajudar a indústria a enfrentar a crise econômica internacional dentro do Plano Brasil Maior. Empresas de 15 setores, principalmente da indústria intensiva e das TIC, serão beneficiadas com ações sobre o câmbio, medidas tributárias, desoneração da folha de pagamento e estímulos à produção nacional. Foram destacadas ainda medidas para reduzir o custo do comércio exterior e de defesa comercial. Foram divulgadas ainda melhores condições de crédito, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).

Sobre o câmbio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que as medidas terão caráter permanente, incluindo o aumento das reservas internacionais. A política de aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também será mantida para taxar as operações especulativas. Por outro lado, a taxa básica de juros (Selic), que não tem como objetivo reduzir o câmbio, ajudará a evitar que os especuladores venham a investir no Brasil para garantir maior rentabilidade de suas aplicações.

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Em relação à folha de pagamento, foi anunciada desoneração da alíquota de 20% do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em contrapartida, o empresariado terá que recolher aos cofres do governo de 1% a 2,5% do faturamento. Pelo Plano Brasil Maior, anunciado em agosto do ano passado, a alíquota era 1,5%, mas nem todos os setores aderiram.

A estimativa é que a desoneração total anual seja de R$ 7,2 bilhões. Para 2012 o montante será de R$ 4,9 bilhões, já que as medidas passam a vigorar a partir de julho.

TIC entra no roal de benefícios

O setores beneficiados são: têxtil, confecções, calçados e couro, móveis, plástico, material elétrico, auto-peças, ônibus, naval, aéreo, de bens de capital mecânica, hotelaria e, tecnologia de informação e comunicação, equipamentos para call center e design house (chips).

Desses, confecções, couro e calçados e a área da tecnologia de informação e comunicação já eram beneficiadas pelo Brasil Maior e tiveram as alíquotas novamente reduzidas. A alíquota sobre o faturamento das empresas de TI - que substitui a contribuição patronal de 20% da folha de pagamentos para o INSS - passa de 2,5 para 2%.

Segundo os dados fornecidos pelo Ministro Guido Mantega, a desoneração anual do setor será de mais de R$ 1 bilhão.  Na opinião da Brasscom, a medida impactará na competitividade do País na economia moderna, em que TI está na base da sociedade, trazendo ganhos de produtividade para todos os setores. De acordo com a entidade, a renúncia do governo com a medida será compensada pela formalização da mão de obra – que hoje é de cerca de 50% dos 1,2 milhão de profissionais. Quase 80% dos trabalhadores informais serão trazidos à formalidade, aumentando as receitas de imposto de renda, produzindo um ambiente mais ético e saudável para os negócios, além de menos conflituoso na Justiça do Trabalho.

Ainda na área de TI, o  governo suspendeu a cobrança do IPI, PIS/PASEP, COFINS e CIDE de fabricantes de computadores portáteis, tanto na aquisição de matérias-primas e produtos intermediários quanto na comercialização. E ampliou o programa de desoneração à indústria de semicondutores, de modo a incluir os fornecedores de insumos estratégicos para a produção de semicondutores e displays (placas de computadores, telas de LCD e LED). Outra medida relevante: a alíquota de IPI, PIS/Pasep para investimento em infraestrutura no Plano Nacional de Banda Larga cai para zero.

O governo também estabeleceu prioridade para a aquisição de bens e serviços nacionais com margem de preferência de até 25% sobre os produtos importados nas compras governamentais. Para os medicamentos, a margem de preferência será de 8%, com prazo de dois anos.

Segundo Mantega, todas as medidas irão fortalecer a economia brasileira e garantir a continuidade do crescimento sustentável. Além disso, irão responder aos problemas que estão sendo criados pela crise econômica mundial.

“Em período de crise a competitividade dos outros países aumenta, há países que vendem abaixo do preço de custo, dão subsídios e, neste momento, temos que dar impulso à nossa competitividade brasileira”, disse o ministro da Fazenda.

O governo espera um crescimento de 4,5% ante os 3,8% previstos na economia global. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje (3) que a produção industrial teve queda de 3,9% em fevereiro – na comparação com o mesmo mês do ano passado. Analistas e investidores do mercado financeiro voltaram a reduzir a estimativa de crescimento da economia, que passou de 3,23% para 3,2% em 2012, segundo o Banco Central.

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