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Presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, membro efetivo de outras como a de Saúde, Meio Ambiente e Direitos da Mulher e com mais de 55 projetos de lei apresentados na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) não conseguiu ser reeleito na eleição deste ano. Em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta quinta-feira (22), na série com os parlamentares pernambucanos que foram derrotados no pleito, o psolista expôs os fatores que contribuíram para não obter sucesso. 

Edilson, que chegou a disputar a Presidência da Alepe por três vezes, acredita ter feito um bom trabalho na Assembleia. “Eu tenho certeza que fiz um mandato excelente. Fui o deputado que enfrentou a burocracia da Casa, o Guilherme Uchoa, nunca me submeti, fui o cara que mais denunciou a questão da Arena da Copa, pedi a prisão do secretário, ou seja, um trabalho louco”. 

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O psolista citou os problemas travados com a sigla no estado. “Em função de problemas com o PSOL, eu não tive programa de TV. Esse eleitorado poderia ter dado a minha vitória, mas as pessoas me questionam até hoje se eu fui candidato. Não tem jeito: tem que ir para a televisão pelo menos umas quatro ou cinco vezes no horário nobre para as pessoas olharem e verem que você é candidato. Eu não tive, por uma manobra por parte do PSOL, da direção do PSOL, que tinha interesse em minha não reeleição e fizeram a opção de não fazer campanha para ninguém e de não me mostrar de jeito nenhum, então foi um boicote muito forte. Isso eu também credito como parte dessa responsabilidade”. 

Durante a conversa, o deputado também destacou que, neste ano, seu eleitorado decidiu votar em mulheres. Contou que trabalhou forte na eleição de duas mulheres em específico: Albanise Pires, que foi candidata ao Senado Federal, e da coordenadora política do seu mandato, Gabriela Conde, que tentou uma vaga na Câmara dos Deputados. “Muita gente que também votaria em mim falou que ia votar em uma mulher como Gleide Ângelo, que teve uma votação histórica”. 

Ainda falou que seu eleitor é mais consciente. “No meu caso, eu prefiro trabalhar com um eleitor mais organizado, um eleitor mais consciente, um eleitor que não vota por amizade, é um eleitor diferente. Um voto mais de opinião porque a gente não tem esse negócio de voto de estrutura. Eu não procuro trabalhar com o eleitor que você vai colocar uma mega estrutura em um dia, não falo nem para comprar votos, mas de colocar mil quinhentas pessoas na rua para ficar conduzindo as pessoas a irem até a urna e votarem, não é esse o nosso eleitorado”. 

Sem renovação na Alepe 

Edilson também disse acreditar que não houve renovação na Alepe. Ele lamenta o fato de que, em sua avaliação, há muitos deputados que se elegem com o que chamou velha estrutura de poder. “Os grandes interesses precisam ser contrariados no estado para poder desenvolver algumas ações que não foram enfrentadas. A gente vai ter que apostar na manutenção no trabalho com a sociedade, mas tem muita gente que eu respeito bastante na oposição como a figura seriíssima do deputado Waldemar Borges, que felizmente foi reeleito. Acho que é um mandato que honra bastante a democracia”. 

O parlamentar antecipou que o plano agora é continuar se dedicando à sua formação. “Eu vou voltar a estudar, concluir alguns estudos que estou fazendo, tenho um livro para publicar já faz algum tempo, vou me dedicar a isso e vou continuar militando no campo da esquerda. Estou muito preocupado com a construção de alternativas para o país. Já estou fazendo isso. Na semana passada,o nosso mandato realizou um debate onde trouxe dirigentes do PDT, PT, PCdoB, do PT para poder discutir o futuro de uma oposição no país”.

 Ele finalizou afirmando que todas as forças progressistas do Brasil precisam dar as mãos no sentindo de construir um projeto para o país. “Eu vou procurar dedicar a minha força, vou continuar militando, milito há 35 anos, mas apenas 4 anos que sou deputado. Nós vamos seguir monitorando o governo e trabalhando a resistência democrática para que não haja retrocesso na democracia brasileira”. 

“Não sei ao certo como será 2020, mas estou muito convencido de que devemos apoiar Albanise para vereadora aqui e vamos acompanhar atentamente a eleição para a Prefeitura do Recife, uma capital importante. A gente pensa que não, mas a eleição municipal de 2020 é um ensaio para que a gente possa construir uma resistência institucional mais bem organizada ao Bolsonaro e esse vai ser o nosso cotidiano daqui para frente”, concluiu. 

O ator Fábio Assunção decidiu se pronunciar e defender o ex-presidente Lula por meio de sua conta no Instagram. Utilizando uma imagem do líder petista com a frase “Lula Livre”, o artista disse que “dói” ver um país boicotado e doentes sem tratamento. A declaração foi feita para falar do Festival Lula Livre que acontece, neste sábado (28), em prol de Lula, no Rio de Janeiro. 

“Sem idolatria nem cegueira, aqui coloco minha cara a tapa. Apanhar não dói. Seguidores não doem. O que dói é um país boicotado, pessoas sem chances, doentes sem tratamento, crianças sem futuro. O que dói é o extermínio das suas possibilidades, a cultura ser um luxo pra poucos, um pastor impor sua ararisse como algo transformador. É você poder mas não ser escolhido pra somar. Ser exterminado pelo seu poder de consumo, condenado pelas cores dos seus sentimentos”, escreveu Assunção em referência ao ex-presidente estar preso desde o último dia 7 de abril. 

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Fábio Assunção pediu para que as pessoas de distanciassem dos seus próprios ódios. “Não é subjetivismo. Não é mais opinião. É (possivelmente) a única chance. Sem sua presença ficarás só na torcida de um jogo marcado, pretexto pra churrasco. Torcerás em vão. Tem coisa que só evapora na pressão. A democracia é assim, a história escrita registra isso. Se distancie de seu ódio, o que quer de fato? Está o lixo central escolhendo seu papel nada higiênico enquanto nos encolhemos. Quem te representa? Quem de fato fala tua língua?”, indagou. 

Ele ainda convidou os seguidores a participarem do festival afirmando que será o “pontapé inicial nessa possibilidade de potência. Venha”. O evento gratuito vai acontecer no tradicional Arcos da Lapa, um dos pontos turísticos do Rio. Previsto para começar a partir das 14h, o evento reunirá artistas e intelectuais que defendem a liberdade do ex-presidente Lula. O encerramento vai ficar por conta do encontro de Chico Buarque e do baiano Gilberto Gil.

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