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O Breaking do Verão movimentou o Rio de Janeiro neste domingo (22). A competição de dança, que passa a integrar o quadro de modalidades olímpicas a partir dos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, contou com atletas de mais de 10 países e foi vencida pelo B-Boy Rato, entre os homens, e pela russa Kastet no feminino.

Na disputa do título, B-Boy Rato venceu o holandês Lee. Após o período de duelo entre o brasileiro e o representante da Holanda, os juízes decretaram a vitória e deram o título para o atleta do Brasil. Entre as mulheres, Kastet fez um duelo internacional com a francesa Sarah Bee e levou a melhor.

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A edição de 2023 do Breaking do Verão teve o dobro de dias do que em 2022 e contou com atletas de países como Rússia, Alemanha, França, Argentina, Estados Unidos, Cazaquistão, Japão e Holanda. Maior e mais internacional, o torneio deste ano pode ter eliminatórias, fase semifinal e final.

"Estamos extremamente felizes em realizar a segunda edição do Breaking do Verão. Em 2023 conseguimos trazer novos patrocínios que nos permitiu realizar um evento ainda maior, abrindo vagas para eliminatórias e tornando o BDV mais democrático. Nosso objetivo é trazer mais visibilidade no Brasil para essa nova modalidade olímpica que vem crescendo muito. O breaking é uma ferramenta de transformação social fortíssima e quanto maior a exposição, mais conseguiremos atingir a população" afirma Fernando Bó, idealizador do Breaking do Verão.

BREAKING AGORA É OLÍMPICO

Visando chamar a atenção e o interesse das gerações mais jovens, o COI (Comitê Olímpico Internacional) vem alterando o quadro de modalidades olímpicas. Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, entraram para o programa surfe, skate, escalada e karatê.

Já para a edição de 2024, o breaking entra no lugar do karatê. A modalidade, que mistura músicas, passos de danças e estilo de vida, é uma das alternativas da entidade para trazer interesse dos mais jovens para a Olimpíada.

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Em sua segunda edição neste ano, será realizado em bairros centrais do Recife, a 15ª Mostra Pernambucana de Danças Urbanas Ginga B.Boys e B.Girls, que tem como proposta fortalecer a cultura do Hip Hop em Pernambuco desde de 1983. Os interessados em participar das mostras e oficinas podem se inscrever por meio do perfil no Instagram, até o dia 30 de setembro.

A edição terá início durante o mês de outubro, com oficinas de Dancehall, Popping e competições de breaking até o mês de novembro. Em Santo Amaro, haverá oficinas de danças urbanas no Estúdio de Dança Alê Carvalho, enquanto a principal parte do evento será a mostra dos resultados das oficinas nos dias 5 e 6 de novembro no Compaz Miguel Arraes, no Bairro da Madalena, no Recife.

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A iniciativa busca promover o empoderamento sociocultural e produtivo de grupos da sociedade que são vulneráveis socioeconomicamente, como membros das classes C, D e E, sobretudo dos adolescentes dentro dessa realidade social. Com essas atividades artísticas é fortalecido as políticas públicas de juventude, educação e promoção da cidadania.

O investimento em danças urbanas foi escolhido pelo fato da cultura hip hop ser uma das expressões culturais mais presentes em Pernambuco, através de grupos e indivíduos, principalmente de origens afrodescendentes que se organizam para realizar campeonatos, shows, oficinas e outras atividades. Essas manifestações também servem como instrumento pedagógico para conscientização da juventude. 

Entre as oficinas, os participantes das batalhas de breaking poderão concorrer a premiações que variam de R$ 500,00, a R$ 3.000,00, além de troféus e brindes. 

Confira o cronograma:

Oficinas de Danças Urbanas:

Local: Carvalho Studio de Dança

Rua Princesa Isabel - 142 - Santo Amaro - Recife/PE - CEP 50050-450.  

Inscrições até 30 de setembro no Instagram

Informações: (81) 988286958

Data: durante os meses de outubro e novembro de 202

Oficina de Popping

Mediador: Anderson Dimas

Horário: 13h às 15h – Terças e Quintas durante o mês de Outubro de 2022.

Observação: Serão oito (08) encontros no Espaço Carvalho Estúdio de Dança – cada encontro terá duas horas (2h) de trabalho, sendo que o último encontro será reservado para sua respectiva apresentação como resultado e culminância dos trabalhos desenvolvidos. Tudo isso no COMPAZ Miguel Arraes no dia 05 de novembro às 15h, durante a programação das batalhas de breaking que acontecerão no equipamento.

Vagas: 15 vagas

Dancehall

Mediador: Victor Vicente

Horário: 13h às 15h nas terças e 16h às 17h30min nas quintas durante o mês de outubro, e dia 05 de novembro de 2022.

Observação: serão oito (08) encontros no Espaço Carvalho Estúdio de Dança durante o mês de outubro. Cada encontro terá 2h na terça e  1h30 na quinta feira  (1h30min) de trabalho, sendo que o último encontro será  reservado às 11h no COMPAZ Miguel Arraes no dia 05 de novembro de 2022, durante a programação das batalhas de breaking.

Vagas: 15 vagas.

Oficina de Breaking

Mediador: Bboy Star

Horário: 08h às 10h – terças e quintas durante o mês de outubro de 2022.

Observação: Serão 8 encontros no Espaço Carvalho Estúdio de Dança – sendo que cada encontro terá 2h de trabalho, sendo o último encontro reservado às 14h no COMPAZ Miguel Arraes no dia 06 de novembro, durante a programação das batalhas de breaking.

Vagas: 15 vagas.

Batalhas de Breaking 1vs1 e 3vs3

Data: 05/11/2022

Local: COMPAZ Miguel Arraes, Av. Caxangá, 653 - Madalena, Recife - PE, 52171-011.

Batalha individual de Breaking  para BBoys e BGirls (Seven To Smoken)

Horário: 10h às 12h.

Júri: Hancock Reptil (PE)

DJ: King Zulu Nattydread (ES)

MC: BBoy Foguinho (PE) 

Premiação:

R$ 500,00 + Troféus e brindes

R$ 300,00 +Troféus e brindes

R$ 200,00 +Troféus e brindes

Batalha individual feminina de Breaking (Seven to smoken)

Horário: 14h às 18h.

Júri: Bebéia (SP)

DJ: King Zulu Nattydread (ES)

MC: BGirl Vênus (PE) 

Data: 06/11/2022

Batalha de Breaking por equipe 3X3

Horário: 10h às 12h e das 14h às 18h.

Corpo de jurados:

BBoy Jessé Batista (AL)

BGirl Bebéia (SP) 

Bboy Star (PE)

DJ: BETO (PE) – Contato: 99699-8996

MC: Lula Dias (PE) – Contato: 98790-73

Premiação:

R$ 3.000,00 + Troféus e brindes

R$ 2.000,00 + Troféus e brindes

R$ 1.000,00 + Troféus e brindes

Durante as cinco temporadas da série, Breaking Bad marcou seu nome no mundo das séries e acumulou prêmios e uma legião de fãs, acompanhando a saga do professor de química Walter White em seu progresso no submundo do crime. A série é considerada por muitos como a “melhor série já feita”, rendendo até spin-offs como Better Call Saul.

Com esta legião de fãs, alguns imaginaram como seria um jogo baseado no clima sombrio, violento e realista da série. O canal de YouTube TeaserPlay foi além da imaginação e tornou-a real, utilizando o Unreal Engine 5, além de outros recursos adicionais, para criar a prévia e mostrar ao público um “gostinho” do que seria o jogo.

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De acordo com a descrição do vídeo, o projeto contou com tecnologias como o Ray Tracing, Lumen, Nanine, além do Metahuman, sistema de inteligência artificial aplicada para a criação de rostos, demonstrado pela primeira vez no jogo The Matrix Awakens.

Ainda que conte com problemas em expressões faciais e sincronização dos lábios, o resultado do projeto mostra-se interessante para os fãs, com cenários e iluminação muito realistas. Com este teaser, é possível ter uma noção de como seria uma versão mais profissional, com recursos atuais e um estúdio envolvido.

Confira o teaser a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=dUoMPwizX2g&t=59s

 

 

 

Breaking, grafite, DJ e MC, os quatro elementos da cultura Hip Hop são os pilares da primeira edição do Festival Estação K. Com o objetivo de fomentar e valorizar o movimento, o evento vai reunir atrações como Edgar, DJ Erick Jay e Zudizilla, de forma totalmente virtual e gratuita, na próxima quinta (14).  

Realizado pela Muda Cultural, o festival terá uma programação voltada à diversidade de linguagens artísticas do Hip Hop brasileiro. O público poderá ver DJs, rodas de breaking e apresentações musicais com alguns importantes nomes da cena nacional. A apresentação fica a cargo da poeta e arte educadora Mana Bella.  

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Pelo Estação K passam, ainda, os Bboys Grilo, Luan San, Lil Vethy e a Bgirl Toquinha, que farão performance ao som do DJ Erick Jay. Já os grafiteiros Enivo e Kuêio ficam com a missão de produzir três murais com o intuito de trazer o clima das periferias urbanas ao cenário do festival. As apresentações também passam pelos shows dos rappers Edgar e Zudizilla. 

SERVIÇO

FESTIVAL ESTAÇÃO K 

Quinta (14) - 19h

Transmissão gratuita no: Facebook Muda Cultural e Youtube Muda Cultural

Segundo médicos e especialistas, dançar traz inúmeros benefícios físicos e emocionais aos indivíduos. Mexer o corpo embalado por alguma melodia, pode aprimorar a saúde cardiovascular, a resistência física, desenvolver a coordenação motora e aumentar o desempenho cognitivo, entre outras outras benesses. Mais: as vantagens não se atém somente ao corpo físico. A movimentação da dança atua, também, na autoestima e pode até ajudar a curar doenças ‘da alma’, como ansiedade e depressão. 

Como se não fosse suficiente, essa expressão artística - que é celebrada mundialmente por apaixonados e profissionais nesta quinta (29), Dia Internacional da Dança - ainda pode ser usada como uma poderosa arma de engajamento e representatividade. Através dos passos de uma coreografia, é possível traduzir discursos contundentes e politizados, dando diferentes formatos à causas relevantes e atuando como ferramenta de pertencimento e inclusão social. 

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Determinadas danças já surgem com um caráter, por assim dizer, contestatório. É o caso do breakdance, um dos elementos da cultura Hip Hop, nascido na década de 1970, no Bronx, Nova Iorque. O breaking foi criado pelas comunidades negra e latina dos Estados Unidos da América, com o propósito de distanciar seus jovens das gangues e da violência urbana. Popularmente chamada de ‘dança de rua’, a modalidade cresceu e perpetuou-se como manifestação identitária da cultura negra e vetor de transformação social. 

Em seu trabalho, Neto Cabuh mistura a dança com outras linguagens como a poesia e o teatro. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

O artista multimeios Neto Cabuh descobriu tudo isso muito cedo, aos 15 anos, quando começou a participar de projetos do Escola Aberta, em Pernambuco, quando iniciou sua relação com o breaking.  O então b-boy - como são chamados os dançarinos da modalidade - começou a participar de competições e apresentações, ao passo que dedicava-se ao estudo de outros tipos de dança e expressões artísticas - como o teatro e a poesia -, e profissionalizou-se incorporando ao seu trabalho todo o aprendizado que, muitas vezes, foi conquistado “pedindo”: “Eu era um pidão, porque eu não tinha dinheiro pra pagar as aulas, então para me especializar eu tinha que falar com os professores pra fazer de graça mesmo”, relembra o bailarino em entrevista ao LeiaJá. 

A própria vivência e os fundamentos da dança que Cabuh abraçou como sua imprimem ao trabalho do artista um tom muitas vezes de protesto. Em intervenções como Democracídio e Etnia, assinadas por ele, o dançarino aborda temas como a violência urbana, extermínio da juventude negra e desigualdade social. “Na bagagem do breaking a gente traz muito dos antepassados negros que vieram de África; no continente americano, a gente sofreu tanto a escravidão como, depois de alguns anos, a segregação racial. O breaking dance traz muito da explosão da dança, do corpo que explode pra poder se expressar. Eu vim moldando essa história e fui conseguindo aderir outras danças que conseguissem também expressar quando eu estivesse feliz, mais leve, como o frevo consegue fazer, por exemplo”.

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Misturando os passos de diferentes origens  a outras linguagens, como música, poesia e teatro, Neto converte discurso e engajamento em movimento. Para ele, é possível adequar qualquer tipo de dança a esse propósito colocando o corpo a serviço da comunicação. ‘A tua expressão  fala muito mais do que a própria dança em si. Expressão facial, corporal, o corpo fala, a dança serve pra te guiar, na minha concepção. Se você quiser dançar uma valsa mais triste, eu tenho que estudar como meu corpo vai apresentar isso. Tudo depende da proposta”, explica o artista.

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Pertencimento

Outra modalidade de dança que se propõe a ir além da expressão corporal é o voguing. Esse estilo surgiu nos Estados Unidos, nos anos 1960, mas popularizou-se apenas duas décadas depois. Um dos maiores ícones da cultura pop, a cantora Madonna, contribuiu para isso a partir de sua música Vogue. Após o lançamento da canção, que chegou acompanhada por um clipe ‘icônico’, o mundo pôde conhecer os movimentos e fundamentos criados e vivenciados pelas comunidades negra e LGBTQI+ de Nova Iorque. 

No Brasil, mais precisamente no Recife, o dançarino, pesquisador, professor e mãe da House of Guerreiras, Edson Vogue, é considerado o pioneiro do estilo em terras pernambucanas. Desde 2018, o artista se dedica a difundir a modalidade bem como estudá-la, sobretudo em suas interseções com o frevo, o chamado frevoguing.

Edson também conheceu o estilo através da música da rainha do pop e foi pagando várias horas nas (quase extintas) lan houses de seu bairro que ele pôde iniciar suas pesquisas a respeito. Em entrevista ao LeiaJá, o dançarino explica sobre o que se trata o voguing. “(Ele) vem da cultura de baile criada por mulheres trans negras, pela urgência da luta contra o racismo e transfobia. Então, é uma dança na qual a comunidade ALGBTTIQ se sente pertencente e é uma forma de organização política para fortalecer o sentimento de pertencimento, valorização da vida e proteção à população ALGBTTIQ”.

Edson Vogue é considerado o precursor do voguing no Recife. Foto: Reprodução/Instagram

Na pista, os voguers, como são chamados os adeptos da modalidade, imitam as poses de modelos que aparecem nas revistas e passarelas de alta costura. Eles podem participar de apresentações ou batalhas, chamadas de balls ou ballrooms, em que são avaliados não só pelas coreografias, mas também pela beleza do desfile e de sua própria figura.

Diretamente ligada às questões de gênero, raça e classe, essa expressão se propõe a fortalecer a autoestima de seus praticantes promovendo o seu empoderamento e senso de liberdade. “As pessoas procuram o voguing e as outras categorias da cultura ballroom para se expressar, ter sentimento de pertencimento e valor. Elas então se tornam multiplicadoras do conhecimento da cultura ballroom e desse sentimento.”, explica Edson.

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Além disso, os grupos de dançarinos que se formam, as chamadas houses, funcionam como meio de acolhimento e suporte para seus integrantes. Elas atuam como verdadeiras famílias, com ‘pais’ e ‘mães’ que cuidam de seus ‘filhos’ e mantém a organização da comunidade. Essa forma de organizar-se veio da necessidade de dar suporte a muitos dos adeptos do voguing, no início do movimento, que eram expulsos de suas casas e terminavam em situação de vulnerabilidade. 

Edson é a 'mãe' da House of Guerreiras. Foto: Reprodução/Instagram

Edson é a ‘mãe’ da House of Guerreiras, na capital pernambucana, coletivo que conta com sete integrantes, além dele próprio. Na página oficial do grupo no Instagram, eles esclarecem que seu objetivo é unir-se “na luta pelas minorias, porque o vogue além de dança é também um ato político”. O dançarino sintetiza a ‘missão’: “Fazer com que a cena permaneça firme é uma batalha diária que não se faz só, então cada house é tão responsável pela sua casa quanto pela cena no geral, para que possamos sempre contar umas com as outras e dar os suportes necessários para que a cena não só cresça mas possa chegar em mais pessoas”.

Nascido na periferia de Nova Iorque (EUA), no início da década de 1970, o movimento Hip Hop logo se expandiu mundo afora. A força dos quatro elementos que representam essa cultura - breaking, DJ, rap e o grafite - garantiram que ela tivesse potencial suficiente para subverter as dificuldades mais óbvias possíveis, sendo essa uma expressão originária dos guetos e de base fundadora fixada na cultura negra. 

Meio século após seu surgimento, o Hip Hop ultrapassou os limites das periferias. O movimento  ganhou um dia para chamar de seu (12 de novembro, Dia Mundial do Hip Hop) além de ter conquistado seu espaço nas paradas musicais do mainstream, através do rap; nas galerias de arte, com o grafite;  e possivelmente, nas Olimpíadas de Paris, em 2024, com o breaking dance, a popular dança de rua. A modalidade, é ligada à Federação Mundial de Dança Desportiva e foi disputada nos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, em 2018. A experiência agradou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que deve decidir até o final de 2020 sobre sua inclusão nos jogos que acontecerão na Europa. 

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O Brasil conta com um elenco estrelado de profissionais do break dance. O paranaense Fabiano Carvalho Lopes, o Neguin - campeão mundial pelo Battle Pro de 2019 -; o cearense Mateus Melo, o Bart -  vencedor nacional do BC One, o torneio mais importante do país, em 2018 -; e a mineira Isabela Rocha, a Itsa, que além de bgirl também é dançarina do Cirque du Soleil; são só alguns exemplos. Isso sem contar com a lenda viva da dança de rua, Nelson Triunfo. 

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Conhecido como o ‘pai do Hip Hop’ no país, Triunfo, o Nelsão, foi um dos maiores responsáveis pela disseminação do break dance em solo nacional e há mais de cinco décadas é tido como uma grande referência. O artista deixou o sertão de Pernambuco para ganhar o Brasil com sua dança no início da década de 1970 e, desde então, o Estado vem revelando vários outros talentos no breaking, um deles é o bboy Marcos Gaara. 

Gaara tem apenas 25 anos de vida, dos quais a metade passou dançando. Quando criança, ele começou a praticar a dança e outros esportes para dar vazão ao excesso de energia, já que “não parava de dar cambalhotas” dentro de casa. Mas, o que parecia ser apenas uma terapia para o menino super ativo acabou se tornando profissão e hoje o bboy viaja o país mostrando sua arte e participando de competições. 

Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

A  trajetória na carreira de Marcos, no entanto, não foi de todo tranquila. Morador da Bomba do Hemetério, bairro da Zona Norte do Recife, o artista precisou dar muitas piruetas para se destacar na cena. A falta de recurso foi sendo driblada com muito esforço, a medida que participava de projetos e também fazia seus 'corres' com outros bboys dançando nos sinais da capital pernambucana.  “A gente foi treinando, passamos perrengues juntos, fomos sentindo a evolução, muitos desistiram outros continuaram como eu”, relembra. 

O preconceito, ainda enfrentado por quem abraça a cultura Hip Hop, também foi um desses ‘perrengues’ que Gaara precisou enfrentar até mesmo dentro de casa. “O bboy ser um artista profissional é uma coisa que ainda está tendo uma adequação, pra gente e para o público. O Hip Hop é uma coisa marginalizada, então você acha que a pessoa vai tá ali pra se drogar ou só pra passar o tempo e não é assim. Já tô há 12 anos na cultura, competindo, trabalhando, e o resultado é sólido. Agora eu consigo ajudar minha família, que antes era contra, com a minha arte”. 

Entre esses resultados positivos da dedicação e do trabalho, estão temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, com participações bem sucedidas em competições. Gaara também é membro do Gang Gangrena, coletivo de bboys e bgirls da Paraíba com atuação em todo território nacional.  “Tem gente que dança pra se sentir bem, eu sempre quis me profissionalizar para as competições. Eu economizei - o movimento aqui (Pernambuco) é fraco -, eu juntei uma grana e fui para o Rio, São Paulo, tentar me destacar e foi isso que me deixou mais firme na cultura e como atleta”. 

Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Especialista no estilo power move, mais focado nas acrobacias e saltos, Gaara diz ser “mais acrobata do que bailarino”. No desenvolvimento de sua arte, ele tenta aliar os movimentos acrobáticos aos elementos tanto do Hip Hop quanto de outras culturas, como o frevo e o maracatu, por exemplo, para representar bem Pernambuco nas competições. Também atleta de artes marciais, parkour e arte ninja, ele mantém uma rotina pesada de treinos e garante que o “compromisso” é o que faz a diferença no desenvolvimento do bboy. “Às vezes demora anos pra você executar um único movimento”.

 A falta de apoio e patrocínios - que aparecem apenas de forma pontual para algumas competições específicas -, é driblada com muita força de vontade. “Eu sou raça, eu mesmo faço meu investimento, vou até lá e dou o meu suor.” A certeza de estar dando conta de uma verdadeira missão, também impulsiona. “Eu digo que isso estava escrito. Já tentei abrir negócios, fazer outras coisas, e nada dá certo. Só a arte me puxa. Pra quem tá dentro sente bem mais forte isso”

Break olímpico

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Gaara se diz muito animado com a possibilidade de ver o breaking nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Embora acredite que daqui a quatro anos já estará “coroa” para competir, ele vê a inclusão da modalidade entre os esportes olímpicos como uma oportunidade de espaço não só para dançarinos mas também para técnicos e preparadores físicos, o que se descortina como uma bela oportunidade para sua carreira.  Sem falar no que representa para uma cultura vinda do gueto ter um reconhecimento como esse. “Vai ser uma grande evolução, uma coisa que veio da favela, de negros empoderados, estar numa olimpíada, vai ser um up tridimensional”.

O COI decide, no próximo mês de dezembro, se esse elemento do Hip Hop estará ou não nas Olimpíadas da França, em 2024. Se entrar, o break dance dividirá espaço com outras modalidades recém admitidas na competição, como escalada, surfe e skate, que estrearão em Tóquio, no ano que vem. As previsões são positivas, sobretudo após a experiência feita durante os Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, ocorridos em Buenos Aires. A competição de dança em Paris deverá ser organizada pela World Dance Sport Federation (WDSF), que é reconhecida pelo COI há mais de 20 anos como a entidade responsável pela dança esportiva mundial.. 



 

Permanecem abertas nesta quinta-feira (7), inscrições gratuitas para interessados na participação do Campeonato de Breaking, estilo de dança de rua, que será realizado pelo Centro Urbano de Cultura, Artes, Ciência e Esporte (CUCA) Barra, em Fortaleza. O Campeonato fará parte das comemorações da III Semana do Hip Hop, no equipamento cultural.

O requisitos para participação no evento é o de que os grupos ou crews possuam no mínimo seis integrantes e que tenham 15 anos ou mais. Além disso, uma ficha de inscrição também deve ser preenchida pelos candidatos no endereço eletrônico ou na própria sede do CUCA (Av. Pres. Castelo Branco, 6417 - Barra do Ceará).

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A programação do evento tem data prevista para início com a realização de eliminatórias, nos dias 14/11 (quinta, de 18 às 21h) e 21/11 (quinta, de 18 às 21h). Sendo todos avaliados por uma comissão julgadora, formada por profissionais qualificados e convidados. A grande final acontece 28/11 (quinta), a partir das 19h. Cada grupo deverá apresentar toda sua arte com um tempo estipulado de sete minutos.

Segundo o Núcleo de Protagonismo Juvenil do CUCA, os vencedores da competição participarão como convidados do Programa Conexão Arte de Rua a ser realizado no CUCA em janeiro de 2014, recebendo cachê. Os vencedores ainda poderão indicar um DJ que fará parte do evento.

As inscrições para grupos pretendentes em disputar a competição estão abertas desde á ultima quarta-feira (6) e seguem até a próxima quarta-feira (13).

Uma verdadeira celebração à cultura de rua e à juventude. Durante três dias, o 5º Encontro do Esporte do Mangue reuniu no Parque Dona Lindu diversas manifestações, do hip hop ao breaking e do skate ao grafitti. Capoeiristas, skatistas, b-boys e b-girls puderam mostrar um pouco de sua arte ao som de muita black music no evento, que encerrou suas apresentações  neste sábado (3).

O último dia contou com a participação de oito bandas, incluindo o precursor da cultura hip hop no Brasil, o pernambucano radicado em São Paulo Nelson Triunfo com sua banda, a Funk Cia, além de uma das maiores revelações brasileiras do gênero nos últimos anos, o paulista Emicida. Uma roda de diálogos abriu as atividades da tarde, com participação do Secretário da Juventude, Eduardo Granja, junto a Nelson Triunfo e ao rapper convidado. Nela, os participantes puderam trocar um pouco mais de suas experiências junto ao público, que também participou com perguntas.

“Abrimos um canal grande de diálogo, criando um ambiente agregador para o jovem também participar, fazendo suas propostas e ideias valerem dentro do planejamento da cidade”, comentou o secretário. Segundo ele, a proposta das bandas participantes desta edição é de que saia o terceiro cd do projeto. “O primeiro disco demandado foi um duplo, com 48 bandas. O segundo já foi um triplo, com 72. É uma boa oportunidade para divulgar bandas que não tem tanto espaço na mídia”, explicou.

Seis bandas participaram do evento, antes das principais atrações - Nelson Triunfo e Emicida. Gamb Garage, Chão Céu, Raciocínio Suburbano, Yabbas, Procurados e Banda Víruz. Natural de Triunfo, interior pernambucano, Nelson foi um dos precursores do hip hop nacional, responsável por trazer a breakdancing para o Brasil. Uma vez por ano no Recife, Nelson reconhece o valor de se reunir diversas tribos, e aposta numa tendência à diminuição da violência entre os jovens do País. "Essa é uma experiência que se repete em vários lugares que eu ando nesse Brasil. O Esporte do Mangue tem uma concepção mais ampla, que envolve não só o hip hop, mas diversos outros estilos. E isso é muito importante, tem um público grande de jovens que curte, que sente prazer nesse tipo de atividade", comentou.

Oriundo das batalhas de MC's de São Paulo, Emicida é um dos expoentes do hip hop nacional. Em sua segunda estadia na cidade em menos de dois meses, o rapper revela que tem uma história com Olinda e Recife. "A primeira vez que saí do meu Estado foi para vir ao Recife. Sou desenhista e grafiteiro e trabalhei num atelier de artesanato. Na ocasião, participei de um concurso de história em quadrinhos promovido pelo governo de São Paulo, assim sem nenhuma pretensão, mas acabei ganhando porque fiz uma história sobre a origem do rap. O prêmio foi vir ao Recife passar cinco dias num hotel de luxo. Passei os cinco dias de patrão", relembra o rapper, que fechou a noite com uma apresentação gratuita no pavilhão externo do parque.

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