Tópicos | caderneta de poupança

De acordo com um relatório divulgado hoje (6) pelo Banco Central (BC), em maio a captação líquida somou R$ 292,6 milhões. Isso significa que os brasileiros depositaram mais do que sacaram na poupança.

Apesar do desempenho positivo em maio, as retiradas continuam maiores que os depósitos no acumulado do ano. Nos cinco primeiros meses de 2017, a caderneta de poupança registrou saques de R$ 18,38 bilhões, perda de recursos menor que os R$ 38,89 bilhões registrados no mesmo período do ano passado (2016).

##RECOMENDA##

Desde o início da recessão econômica, em 2015, os investidores têm retirado dinheiro da caderneta para cobrir dívidas. Em 2015, R$ 53,5 bilhões foram sacados da poupança, significando a maior retirada liquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. 

Outro fator que contribuiu para os saques nestes cinco primeiros meses foi a perda de rentabilidade da caderneta em relação às outras aplicações. Nos 12 meses terminados em maio, a poupança rendeu 8,06% contra 13,45% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Há nove anos os brasileiros não aplicavam tão pouco na caderneta de poupança em um mês de setembro. O saldo direcionado a esse investimento, já descontados os saques, foi de R$ 1,370 bilhões no último mês, conforme informou nesta segunda-feira (6), o Banco Central. Em 2005, a pior marca até então, as retiradas haviam superado os depósitos em R$ 708 milhões.

No acumulado do ano, o resultado do investimento segue positivo em R$ 15,531 bilhões. A cifra, no entanto, é 68% menor do que os R$ 48,948 bilhões vistos nos primeiros nove meses de 2013.

##RECOMENDA##

Além de ser o mais fraco desde 2005 para meses de setembro, o saldo do mês passado foi o terceiro pior deste ano. Em agosto, foi visto um fraco desempenho, de R$ 518,319 milhões, enquanto abril foi o único mês a ter um resultado negativo em 2014, com as retiradas superando os depósitos em R$ 1,273 bilhão. Em setembro do ano passado, a captação foi positiva em R$ 6,695 bilhões, o maior valor para o mês da série histórica iniciada em 1995. Já o pior setembro registrado pelo BC foi em 2000, quando o saldo ficou negativo em R$ 1,851 bilhão.

Por pouco, o saldo da caderneta não ficou negativo no mês passado. Apenas no último dia de setembro, os ingressos foram maiores do que as retiradas de recursos em R$ 3,110 bilhões. Até o dia 29, o resultado revelava que os saques superavam as aplicações em R$ 1,740 bilhão. É comum haver concentração dos investimentos na caderneta no último dia útil de cada mês, com a aplicação das sobras dos poupadores. Vale destacar que setembro costuma ser um mês positivo porque também conta com o adiantamento do pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas.

Os depósitos no mês passado somaram pouco mais de R$ 145,095 bilhões, enquanto os saques totalizaram pouco mais de R$ 143,725 bilhões. Incluindo R$ 3,568 bilhões de rendimentos, o saldo total da poupança chegou a R$ 643,413 bilhões em setembro, ante R$ 638,474 bilhões no mês anterior.

A aplicação segue como importante investimento entre os brasileiros, mas vem perdendo a força nos últimos meses. Desde maio de 2012, mudanças nas regras de remuneração da aplicação deixam a caderneta menos atrativa quando há alta dos juros. Pela nova forma, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a taxa básica está em 11,00% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano, passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais TR.

O mercado financeiro já esperava as mudanças na caderneta de poupança, que vinham sendo discutidas e foi anunciada na última quinta-feira (3) pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A poupança passou a ter um rendimento menor em relação à atual Selic (taxa básica de juros). Os novos investimentos passarão a render 70% da taxa, mais a TR (Taxa Referencial) - essa regra será aplicada quando a Selic ficar igual ou inferior a 8,5% ao ano. Atualmente essa taxa está em 9%, e especula-se que ela deva cair 0,5% já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), que será no fim do mês.

##RECOMENDA##

Mas isso não afetará o rendimento do dinheiro já depositado das quase 100 milhões de cadernetas já existentes. As alterações serão feitas a partir de depósitos feitos e novas contas abertas, desde a última sexta-feira (4).

Ao serem anunciadas as mudanças, Guido Mantega afirmou que os juros do Brasil estavam muito altos e que com essa mudança todos se beneficiarão. “As taxas atuais são muito elevadas e temos de tomar medidas que permitam que a população brasileira tenha acesso a crédito. Todos se beneficiam com a redução das taxas de juros”, revela Mantega.

Mas tais alterações estão gerando dúvidas principalmente para os tradicionais poupadores, especialmente quanto às taxas de rendimento e às diferenças entre as novas e antigas regras, fazendo com que muitos fiquem na incerteza do rendimento gerado pela poupança, dificultando assim o planejamento de futuras aplicações.

Para a economista Joyce Mamede, as novas alterações não irão aumentar o rendimento dos pequenos poupadores. Ela afirma que essas mudanças só serão boas para o governo pagar a dívida pública externa. “O governo tira uma parte da rentabilidade da poupança sendo a única saída para impedir uma debandada de investidores dos chamados fundos de investimento, que são essenciais para pagar a bilionária divida publica federal”, afirma.

Em recente depoimento a presidente do país, Dilma Rousseff, afirmou que as cadernetas de poupanças ainda continuam a melhor e mais segura forma de rendimento. “As cadernetas vão continuar seguras, sem imposto e permitindo saque mensal. Vão, portanto, continuar protegidas”.

Dilma também confirmou que as três regras continuam valendo para todas as poupanças, velhas ou novas. “A primeira, não há cobrança de Imposto de Renda; a segunda, a rentabilidade é segura; e a terceira, o poupador pode sacar o seu dinheiro a qualquer momento” garantiu. 

As cadernetas de poupança encerraram setembro com captação líquida positiva de R$ 4,179 bilhões, segundo dado divulgado hoje pelo Banco Central (BC). No mês passado, as cadernetas atraíram recursos porque os depósitos totais alcançaram R$ 110,526 bilhões e superaram os saques, que totalizaram R$ 106,347 bilhões, no período.

Além dos novos depósitos atraídos pelas cadernetas, as contas já existentes registraram rendimento total de R$ 2,498 bilhões. Com isso, setembro terminou com saldo total de R$ 408,441 bilhões depositados na poupança.

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando