Há nove anos os brasileiros não aplicavam tão pouco na caderneta de poupança em um mês de setembro. O saldo direcionado a esse investimento, já descontados os saques, foi de R$ 1,370 bilhões no último mês, conforme informou nesta segunda-feira (6), o Banco Central. Em 2005, a pior marca até então, as retiradas haviam superado os depósitos em R$ 708 milhões.
No acumulado do ano, o resultado do investimento segue positivo em R$ 15,531 bilhões. A cifra, no entanto, é 68% menor do que os R$ 48,948 bilhões vistos nos primeiros nove meses de 2013.
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Além de ser o mais fraco desde 2005 para meses de setembro, o saldo do mês passado foi o terceiro pior deste ano. Em agosto, foi visto um fraco desempenho, de R$ 518,319 milhões, enquanto abril foi o único mês a ter um resultado negativo em 2014, com as retiradas superando os depósitos em R$ 1,273 bilhão. Em setembro do ano passado, a captação foi positiva em R$ 6,695 bilhões, o maior valor para o mês da série histórica iniciada em 1995. Já o pior setembro registrado pelo BC foi em 2000, quando o saldo ficou negativo em R$ 1,851 bilhão.
Por pouco, o saldo da caderneta não ficou negativo no mês passado. Apenas no último dia de setembro, os ingressos foram maiores do que as retiradas de recursos em R$ 3,110 bilhões. Até o dia 29, o resultado revelava que os saques superavam as aplicações em R$ 1,740 bilhão. É comum haver concentração dos investimentos na caderneta no último dia útil de cada mês, com a aplicação das sobras dos poupadores. Vale destacar que setembro costuma ser um mês positivo porque também conta com o adiantamento do pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas.
Os depósitos no mês passado somaram pouco mais de R$ 145,095 bilhões, enquanto os saques totalizaram pouco mais de R$ 143,725 bilhões. Incluindo R$ 3,568 bilhões de rendimentos, o saldo total da poupança chegou a R$ 643,413 bilhões em setembro, ante R$ 638,474 bilhões no mês anterior.
A aplicação segue como importante investimento entre os brasileiros, mas vem perdendo a força nos últimos meses. Desde maio de 2012, mudanças nas regras de remuneração da aplicação deixam a caderneta menos atrativa quando há alta dos juros. Pela nova forma, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a taxa básica está em 11,00% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano, passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais TR.