Tópicos | câncer no pâncreas

Na última segunda-feira (12), o ator João Carlos Barroso morreu aos 69 anos, vítima de um câncer de pâncreas. Com 58 anos de carreira, ele interpretou personagens em novelas da Globo e nos programas humorísticos "Zorra Total" e "Os Trapalhões". Seu trabalho mais recente na teledramaturgia foi em 2016, na novela "Sol Nascente".

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade por conta do diagnóstico tardio. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença. "Por ser uma das doenças que têm o maior índice de mortalidade dos tumores do aparelho digestivo, o diagnóstico precoce e o tratamento rápido são essenciais", ressalta o cirurgião gastro oncológico e médico chefe de cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, Marcos Belotto.

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A melhor maneira de prevenir as doenças de pâncreas é assumir um estilo de vida saudável. Segundo o especialista, evitar o consumo de tabaco e controlar a obesidade, são fatores que ajudam a prevenir doenças. "As doenças que podem afetar o pâncreas são os cistos pancreáticos e o câncer de pâncreas", afirma Belotto.

Os sintomas de patologias no pâncreas são perda de peso, dores nas costas e no estômago, perda de apetite, indigestão, mudança de hábitos intestinais, cansaço e anemia. Porém, o recomendado é procurar um especialista e verificar os possíveis tratamentos. "Os cistos precisam ser avaliados, quanto tem potencial de malignidade ele é cirúrgico, quando não, pode ser expectante. Já o câncer de pâncreas pode ser feito tratamentos de quimioterapia e radioterapia e até mesmo cirurgias", explica o especialista.

Jack Andraka passou de um típico adolescente despreocupado a um jovem e promissor cientista por ter descoberto uma forma barata de detectar o câncer no pâncreas antes de o tumor se tornar mortal. "Com a internet, qualquer coisa é possível", explicou o jovem americano Andraka, enquanto contava a história de sua descoberta na conferência sobre inovação TED, celebrada esta semana em Long Beach, no sul da Califórnia.

"Há muito mais a fazer do que publicar fotos de nós mesmos com cara de pato", afirmou nesta quarta-feira, quando apresentou sua TED Talk no prestigioso encontro que promove o avanço da ciência e da tecnologia.

"Se um jovem de 15 anos que não sabia o que era o pâncreas pôde descobrir uma forma de detectar um câncer de pâncreas, imaginem o que vocês poderiam fazer", acrescentou.

Andraka, que fez 16 anos em janeiro, contou como começou há três anos a navegar na internet para buscar informações sobre o câncer de pâncreas depois que um amigo da família morreu vítima da doença.

Depois, disse ter se surpreendido ao saber que geralmente este câncer é detectado tarde demais para salvar a vida do doente. Além disso, o teste usado para diagnosticá-lo tem 60 anos, acrescentou.

"É mais velho que o meu pai", brincou Andraka, para quem o mais grave é que é "caro e impreciso", significando que um médico precisa ter uma suspeita muito grande de câncer para solicitá-lo.

Precisaríamos de um exame barato, rápido e simples, pensou na época.

"Sem desanimar com meu otimismo adolescente, consultei os dois melhores amigos de um adolescente: Google e Wikipedia", disse Andraka.

Foi assim que descobriu que há milhares de proteínas que podem ser detectadas no sangue de pessoas com câncer de pâncreas e procurou uma que pudesse servir como indicador precoce da doença.

"Por último, na tentativa 4.000, quando já estava perdendo o juízo, encontrei a proteína", disse Andraka.

A revelação ocorreu no que descreveu ser uma situação pouco provável: assistindo a uma aula de biologia do ensino médio, à qual estava prestando pouca atenção.

"Comecei a ler um artigo sobre os nanotubos (estruturas tubulares com diâmetro de um nanômetro) escondido debaixo da minha mesa, quando devia prestar atenção nos anticorpos", lembrou Andraka.

"De repente, percebi que podia combinar o que estava lendo com o que se supunha que devia estar escutando", acrescentou.

Segundo ele, a receita para fazer sensores de papel para detectar a proteína - a mesotelina - no sangue é "quase tão simples como fazer biscoitinhos com pedacinhos de chocolate, que eu adoro".

O teste custa três centavos de dólar, leva alguns minutos e aparentemente tem 100% de precisão, explicou o jovem cientista na conferência TED.

Andraka disse ter enviado 200 solicitações a laboratórios científicos para poder dar continuidade ao seu trabalho. Todos recusaram, menos a Universidade Johns Hopkins, onde passou por um rigorosíssimo interrogatório antes de ser aceito.

Finalmente, conseguiu dar continuidade à sua pesquisa, que lhe valeu o grande prêmio da feira internacional de ciência ISEF 2012 (Intel International Science and Engineering Fair), a maior competição internacional de ciência em nível pré-universitário.

Andraka disse que sua descoberta tem o potencial de ser adaptada para detectar outros tipos de câncer, bem como doenças cardíacas e HIV/Aids.

Agora, o jovem disse trabalhar em "algo do tamanho de um torrão de açúcar", que poderia "ver através da pele" e analisar o sangue ou sinais de qualquer doença ao custo de US$ 5,00.

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