Tópicos | capital francesa

Tábuas de madeira nas vitrines, monumentos fechados, viagens para fora da cidade... Parisienses e turistas se preparam para uma possível nova onda de violência neste sábado (8) na capital francesa, à margem da manifestação dos "coletes amarelos".

"Pediram que recolhêssemos tudo o que pudesse ser usado como arma", explica Aziz, um agente do serviço de limpeza pública da prefeitura de Paris, carregando de sucata de metal seu caminhão estacionado em uma rua perto dos Champs-Élysées.

Não muito longe, dois de seus colegas desmontam as grades de ferro fundido que cercam as árvores da avenida Malesherbes, invadida em 1º de dezembro por vândalos.

"Você pode imaginar alguém sendo atingido por isso na cabeça?", ponderou um deles.

Um dia de "grande violência" é temido no sábado pelas autoridades, que mobilizaram cerca de oito mil membros das forças de segurança para este protesto dos "coletes amarelos".

Além disso, uma célula de crise será ativada, e 2.000 elementos do mobiliário urbano foram desmontados, segundo Anne Hidalgo, prefeita de Paris, uma das cidades mais visitadas do mundo.

A Torre Eiffel e o Museu do Louvre estarão fechados, assim como as lojas de departamentos no bairro da Ópera e as lojas nos Champs-Élysées, principal ponto de tensão.

Na avenida Malesherbes, Louise, segurança de um edifício haussmaniano, guarda as latas de lixo.

"No prédio, várias pessoas vão viajar para o interior", explica a mulher, que se diz "cansada" de ficar confinada em seu apartamento pelo terceiro sábado consecutivo.

A alguns metros de distância, um carpinteiro está ocupado.

"Estamos barricando tudo para amanhã", diz Denis Thibaudet, instalando painéis de madeira para proteger as vitrines de uma loja de champanhe.

Nas ruas ao redor, as mesmas cenas se repetem. Homens carregam chapas de compensado para proteger os estabelecimentos comerciais. Nos canteiros de obras, funcionários escondem máquinas, ferramentas e produtos inflamáveis.

Na quinta-feira à noite, a polícia visitou uma cervejaria.

"Fomos convidados a retirar as mesas da calçada, os vasos de flores, fechar as portas de ferro", conta uma garçonete, que não quis se identificar.

Os turistas parecem impassíveis. Com uma câmera em volta do pescoço, Szery Mayra, uma argentina de 28 anos, visita a capital francesa até domingo, acompanhada da mãe.

"Viemos hoje para visitar Champs-Élysées, porque sabemos que não conseguiremos amanhã", explica.

No sábado, vão ao Castelo de Versalhes, localizado nos subúrbios de Paris. "Para evitar as manifestações", acrescenta.

"Não temos medo. Acontece frequentemente na Argentina, e continuamos a viver nossas vidas normalmente", diz ela.

Do outro lado do rio Sena, os turistas fazem fila na Torre Eiffel. Símbolo de Paris, "a dama de ferro" será fechada no sábado, por ordem da prefeitura.

"É por isso que estamos aqui hoje", diz Kate Johnson, uma americana de 64 anos. "Amanhã, não sabemos ainda, vamos ver", completa.

Perto delas, homens com coletes amarelos e capacetes de proteção nas cabeças se movimentam. "Não é apoio, hein! É para o trabalho", exclama um deles, rindo.

As barreiras de metal são posicionadas, e o entulho, depositado em caçambas.

Ao redor, algumas lojas estarão fechadas no sábado. Não por medo da violência - que permanece localizada em algumas partes da capital -, mas porque os turistas vão para outras partes.

A Torre Eiffel estava fechada nesta quarta-feira à tarde devido a um conflito entre a direção do monumento e os funcionários, insatisfeitos com a nova organização, que, segundo eles, está gerando filas de espera "monstruosas".

Os acessos ao monumento foram fechados às 16H00 (11H00 de Brasília), indica um cartaz pregado nos pés da torre.

Segundo a administração da Torre Eiffel, o fechamento foi decidido após a suspensão das negociações com os sindicatos.

"Há 28 anos que eu espero para vir e hoje está fechada", lamentou uma turista venezuelana, María. "Não me parece justo com os turistas que vieram de tão longe", acrescentou.

Desde o início de julho, 50% dos ingressos colocados à venda a cada dia para subir a Torre Eiffel são vendidos pela internet, onde os turistas podem reservar seu horário de visita e assim evitar as longas filas de espera.

Antes de julho, apenas 20% dos ingressos podiam ser reservados online.

Mas a administração do monumento também decidiu reservar elevadores específicos para cada tipo de ingresso, uma decisão que "cria filas que são às vezes monstruosas", indicou o sindicato CGT em um comunicado.

Durante as horas de menor atividade para os ingressos pré-agendados, como à tarde ou à noite, o elevador reservado para esses ingressos funcionam parcialmente vazios, enquanto que as pessoas com ingressos comprados nas bilheterias devem esperar até três horas para poder subir.

Já nos horários de alta demanda de bilhetes pré-agendados, os turistas muitas vezes são forçados a esperar muito além do tempo de sua visita agendada.

"Além do desperdício em termos de eficiência e visitantes insatisfeitos (...) a paciência dos funcionários se esgotou", afirmou Denis Vavassori, do CGT.

Segundo ele, o problema poderia ser resolvido se os visitantes tivessem acesso a todos os elevadores, independentemente do tipo de entrada.

A Torre Eiffel, que recebeu mais de 6 milhões de visitantes no ano passado, é um dos lugares mais visitados de Paris.

[@#video#@]

Cinco ativistas do grupo ucraniano feminista Femen urinaram, nesse domingo (1º), em Paris, sobre várias fotos com o rosto do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em frente a embaixada do país na França.

##RECOMENDA##

A manifestação foi em apoio ao protesto em Kiev que pede a renuncia do líder. A população está descontente com insitência do governo de fechar um acordo do ingresso do país na União Europeia." Viemos aqui hoje fazer xixi na cara dele, no rosto de quem está fazendo pura ditadura a Ucrânia sob o jugo do governo Russo", disse uma das manifestantes.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando