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A pedido das associações de magistrados, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, entregou a relatoria do mandado de segurança contra as inspeções nas contas de magistrados e servidores de 22 tribunais ao ministro Luiz Fux. O processo era relatado pelo ministro Joaquim Barbosa, que votou a favor da manutenção dos poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Fux, ao contrário, julgava ser necessário impor condições para que o CNJ abrisse processos contra juízes suspeitos de irregularidades.

O julgamento desse mandado de segurança determinará se a corregedora-nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, poderá analisar as folhas de pagamento dos tribunais e confrontar os dados com as declarações de bens e rendas dos servidores e dos magistrados. Essa inspeção começou por São Paulo e seria feita em outros 21 tribunais do País. Uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a investigação que poderia levar a dados sobre enriquecimento ilícito e venda de sentenças judiciais.

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Na ação, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) alegam que o CNJ estaria quebrando sigilo de magistrados e servidores de forma indiscriminada e sem autorização judicial.

No final do ano, Lewandowski suspendeu as apurações e pediu informações à Corregedoria-Nacional de Justiça. Em resposta, a ministra Eliana Calmon sustentou que pode analisar as declarações de bens e renda entregues por magistrados e servidores ao tribunal e negou que as informações repassadas ao CNJ pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações atípicas de R$ 855 milhões nos tribunais, configura quebra de sigilo.

A decisão de Peluso ainda não foi publicada. Até que o processo seja julgado, as inspeções do CNJ nos tribunais permanecerão suspensas.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, alertou ontem os juízes que fazer uma operação padrão como forma de pressionar por reajustes salários é uma medida inadequada e que pode ter repercussões legais.

Nesta semana, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, anunciou que por decisão de uma assembleia de magistrados os processos de interesse da União terão as suas intimações e citações totalmente represadas. As decisões somente serão comunicadas no final de novembro, todas de uma vez.

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Num ofício encaminhado ontem aos presidentes e corregedores de Tribunais Regionais Federais (TRFs), Peluso disse que está preocupado com a medida anunciada pela Ajufe, que segundo ele pode trazer repercussão negativa para a imagem do Judiciário.

"Tendo em vista notícias de que juízes federais planejam a realização, no próximo dia 30 de novembro, de 'operação padrão' em processos que envolvam a União, permito-me solicitar a Vossa Excelência que transmita aos magistrados sujeitos a esse egrégio tribunal minha avaliação e preocupação quanto à total inadequação da iniciativa, que, a par de eventuais repercussões no âmbito legal, certamente trará impactos negativos à imagem da Magistratura como prestadora de serviço público essencial", afirma Peluso, que também é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo do Judiciário.

A estratégia da operação padrão também colocou em choque dirigentes de associações representativas de juízes. Depois de ter anunciado o movimento, Gabriel Wedy criticou ontem o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, para quem a medida pode trazer consequências graves para o Tesouro. De acordo com Wedy, a afirmação de Calandra foi inverídica e irresponsável. Ele também disse que o colega deveria "agir de forma independente na defesa dos juízes". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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