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O novo ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, garantiu nesta sexta-feira (12) que a Europa será sua "prioridade" e reiterou o apoio à Ucrânia para "garantir a vitória da democracia".

"O fortalecimento da Europa [no cenário internacional] será minha prioridade", confirmou Séjourné durante a transferência de pasta junto a sua antecessora Catherine Colonna em Quai d'Orsay, sede da diplomacia francesa.

"O rearmamento da França passa pelo rearmamento da Europa. Viajarei nos próximos dias para Berlim e Varsóvia", acrescentou o também eurodeputado e líder do partido presidencial, que assume o cargo aos 38 anos.

Fiel partidário do presidente francês, Emmanuel Macron, insistiu que a Europa era uma garantia para o futuro da França, especialmente a extrema direita, crítica com a construção europeia, lidera as pesquisas no seu país antes das eleições para o Parlamento Europeu em junho.

"Sei que o mundo dá medo (...), que vocês estão orgulhosos de seu país (...), da sua voz única no mundo, da sua vocação universal", garantiu o diplomata em uma mensagem aos franceses.

"Este ministério é uma voz no mundo, mas também o seu escudo contra a desordem mundial. A nossa missão é oferecer ao nosso país um mundo mais seguro para vocês e seus filhos", acrescentou.

A nomeação ocorre em meio a mudanças no governo da França, com o novo governo liderado pelo primeiro-ministro Gabriel Attal.

Séjourné reforçou que "ajudar a Ucrânia", invadida pela Rússia em 2022, "é garantir a vitória da democracia", disse, acrescentando que "promover um intercâmbio justo no comércio exterior é garantir seus empregos".

O novo chefe da diplomacia francesa, que lidera o grupo parlamentar liberal no Parlamento Europeu desde 2021, é pouco conhecido do público em geral.

Ele passou parte da infância e da juventude na Espanha e na Argentina. A crise argentina de 2001 levou-o a tornar-se politicamente ativo, primeiro no Partido Socialista e posteriormente com Macron. "Vi então como toda uma classe média na Argentina caiu na pobreza extrema (...) percebi que as decisões políticas podem ter impacto na vida das pessoas", disse ele ao jornal Le Parisien em 2019.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, por ter se reunido com Organizações Não Governamentais (ONGs) durante visita ao Brasil. "O que ele veio tratar com ONG aqui? Quando fala em ONG, já nasce um sinal de alerta", disse. Bolsonaro voltou a afirmar que cancelou agenda com Le Drian esta semana porque tinha outro compromisso, mas admitiu que outros fatores contribuíram.

"Política é tudo igual, dizia Ulysses Guimarães, é olhar para as nuvens e elas mudam constantemente de posição. E tem que agir dessa maneira", declarou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro disse que "ficou sabendo" que Le Drian marcou reunião com o vice-presidente, Hamilton Mourão, com representantes de ONGs e governadores do Nordeste.

Ele também fez uma ironia dizendo que conceder uma entrevista a um jornalista seria mais importante do que falar com o ministro francês.

"Cancelei. Tinha outro compromisso. Falar contigo (jornalista) talvez é mais importante do que conversar com ele (ministro francês). Eu tenho estratégia de como agir em dado momento. Ele marcou audiência comigo. Aí fiquei sabendo que ele tinha marcado com o Mourão, tinha marcado com ONGs. Quem é que ferra o Brasil? ONGs", avaliou o presidente da República.

Questionado se sentiu desprestígio, Bolsonaro negou. "Negativo. Ele pode conversar com quem quiser. Se descobrir que o Papa Francisco é brasileiro, pode falar com o Papa Francisco. Marcou também uma reunião com governadores do Nordeste. A gente vê que... O que ele veio tratar com ONG aqui? Quando fala em ONG, já nasce um alerta na cabeça de quem tem o mínimo de juízo."

Jornais franceses criticaram o cancelamento da reunião do presidente Jair Bolsonaro com o chanceler do país, Jean-Yves Le Drian, anteontem. As publicações qualificaram como "humilhante" e "esnobe" o fato de o presidente ter cancelado por "questões de agenda" e ter aparecido na sequência em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, feita enquanto cortava cabelo.

Para o jornal Le Monde, o cancelamento do encontro com o ministro francês foi uma "humilhação". "Na diplomacia, Jair Bolsonaro prefere a provocação", diz o jornal. Segundo a reportagem, a transmissão pelo Facebook onde aparecia cortando o cabelo "mergulhou o Quai dOrsay (onde fica o Ministério das Relações Exteriores francês) em espanto". O jornal também cita os dados do Inpe sobre desmatamento e diz que Bolsonaro é "complacente com os autores de crimes ambientais". Para o jornal, "Bolsonaro se esqueceu da promessa, que havia feito para o presidente francês, Emmanuel Macron, durante as reuniões do G20 em Osaka no Japão, de respeitar o Acordo de Paris".

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Para o Le Parisien, "decididamente, não falta topete ao presidente Jair Bolsonaro" e que "Bolsonaro olha mais amorosamente para Washington que para Paris, uma vez que este impôs ao Brasil condição de que haja avanços ambientais para o acordo entre a União Europeia e o Mercosul".

No Le Figaro, por meio de informações da Agence France Presse (AFP), o subtítulo trazia: "finalmente o presidente brasileiro optou por um encontro com o cabeleireiro". Já o jornal Libération, que usou informações da mesma rede, publicou que a gafe pode "parar a ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul".

O chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, descreveu como uma "reação negativa" a ameaça do Irã de parar de respeitar dois compromissos do acordo nuclear de 2015 e instou Teerã a mostrar "maturidade política".

"O Irã tem uma reação negativa, antes da decisão dos EUA de se retirar do acordo de Viena e de acumular sanções", disse o ministro francês das Relações Exteriores em entrevista ao jornal Le Parisien, publicada em seu site na noite deste sábado.

Em 8 de maio, o Irã deu aos europeus dois meses para romperem o isolamento do setor petrolífero e petrolífero iraniano causado pelas sanções dos Estados Unidos. Caso contrário, a República Islâmica renunciará aos compromissos adotados no acordo internacional de 2015 que limitam drasticamente seu programa nuclear.

O Irã anunciou que deixará de limitar suas reservas de água pesada e enriqueceria o urânio, reconsiderando as restrições permitidas pelo acordo. Os europeus declararam sua "grande preocupação" após essas decisões.

"É uma pena que os Estados Unidos não respeitem seus compromissos, o Irã deve demonstrar sua maturidade política para respeitar os deles", disse Le Drian.

O ministro advertiu sobre qualquer "espiral belicosa" e destacou a "responsabilidade" dos americanos, insistindo na necessidade de dialogar com o Irã.

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