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Uma das fontes de economia da ilha do Combu, na Região Metropolitana de Belém, são os bares e restaurantes. O polo turístico, localizado em frente à capital paraense, amarga dificuldades. Abaixo, ouça podcast sobre a atividade econômica do Combu.

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O restaurante Saldosa Maloca foi inaugurado 22 de junho de 1982. A ideia surgiu dos irmãos José e Waldemar, que perceberam o aumento de lanchas pela ilha aos finais de semana e logo viram que seria bom fazer um restaurante onde essas pessoas pudessem almoçar. 

“Viram então a oportunidade de ter uma renda extra, já que o seu José tinha como fonte de renda apenas cacau, açaí e outros produtos oriundos da floresta, já seu irmão Waldemar que morava no continente se dedicava ao comércio de cerâmicas e também a corretagem de imóveis”, contou a atual proprietária do Saldosa Maloca, Prazeres Quaresma. 

Hoje, o seu José está aposentado e o seu Waldemar é falecido. Além do restaurante, os proprietários têm outra fonte de renda, que é o sítio, de onde tiram o extrativismo. As pessoas que trabalham no restaurante são preferencialmente moradores da ilha e também do continente. 

Prazeres diz que no trabalho com os restaurantes, que movimenta a economia da ilha do Combu, eles não têm nenhum tipo de apoio governamental. “Não temos nenhuma ajuda governamental, a não ser durante a pandemia que fizemos uso dos incentivos do governo federal”, explicou.

Durante o isolamento social, por causa da covid-19, eles precisaram diminuir o quadro de funcionários e suspender o salário, já que o restaurante não estava abrindo e redução salarial. 

A proprietária do restaurante Saldosa Maloca fez um apelo. “Gostaria, se possível, que o plano de manejo de nossa ilha saia do papel e que as autoridades consigam enxergar que, se a ilha já é boa para os visitantes, ela precisa, antes, ser boa para os ribeirinhos que ao longo de tantas gerações cuidaram com tanto zelo por esse pequeno pedaço de paraíso”, finalizou. 

Outro restaurante que é antigo na ilha e tem os proprietários moradores do Combu é o Boá Na ilha, inaugurado em meados de 2006. O dono, Boaventura Júnior, percebeu que o Turismo de Experiência (turismo que vai além de dias de descanso em determinado local, e propõe a vivência no local) estava ficando forte. Segundo Boaventura, ainda há muita deficiência, pois não há investimentos. 

“As pessoas que vêm de fora buscam esse tipo de turismo, querem ter experiência do local e querem vivenciar o que é nosso, o que é daqui. Quando elas veem o açaí, elas querem ter a experiência de como apanha e foi com base nessas experiências que o restaurante acabou surgindo”, explicou Boaventura.

 Boá contou que, além do restaurante, eles também trabalham com o extrativismo do açaí e que as pessoas que ajudam no restaurante são moradores da Ilha. “Nós não temos nenhuma ajuda governamental e durante a pandemia nós vivemos à base do açaí, da pesca e da taberna, onde vendemos mantimentos”, disse.

Boaventura frisou que não há saneamento básico, que a situação é precária e que nunca nenhum poder público fez algo para mudar a realidade das pessoas da ilha do Combu. “Como moramos em um núcleo familiar, temos uma média de 130 famílias. Essas famílias não têm um atendimento do governo para vir a ajudá-las a recolher o lixo. Nós do restaurante, levamos o lixo pra Belém, mas essas famílias não têm esse atendimento e nem todas conseguem fazer o mesmo”, explicou.

Um dos restaurantes mais recente é o Kakuri, com três anos de funcionamento e que foi projeto de um morador da Ilha, junto com sua esposa, segundo um dos sócios, Wladmir Miranda.

Além do sustento vir do restaurante, eles trabalham também com a extração do açaí, serviços de carpintaria e trabalhos que surjam na área de construção. A maioria dos seus colaboradores são moradores da ilha do Combu, apenas dois são do continente. 

Wladmir aproveita a oportunidade para deixar a sua indignação com a falta de incentivo, vinda principalmente da Prefeitura de Belém. “Ausência do poder público municipal por não dar infraestrutura alguma, serviço de fornecimento de energia elétrica precário, inexistência de água tratada, elevando nossos custo com água mineral comprada no continente. Cobrança de taxas administrativas por parte dos 3 poderes públicos, como se tivéssemos em pé de igualdade com restaurantes do continente em relação a infraestrutura oferecida pela prefeitura, principalmente”, reclamou.

Segundo o Ideflor-Bio, mais de 20 estabelecimentos, entre bares e restaurantes, estão localizados às margens da APA da ilha do Combu. Ao longo dos anos o turismo tem aumentado na ilha. Levados por grandes e pequenas embarcações fretadas, principalmente de Belém, os visitantes desfrutam da culinária local, e, também, realizam passeios locais através das trilhas ecológicas. Esses estabelecimentos dispõem de banheiros e áreas de lazer de banho, como chuveiros, e até hospedagem. Alguns destes necessitam de reserva prévia e também podem disponibilizar transportes ao visitantes.

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