O Congresso concluiu nesta quarta-feira (5) a votação do projeto de lei (PL 23/20) que regulamenta as medidas de emergência para o enfrentamento da epidemia global de coronavírus. O projeto foi votado em apenas dois dias.
Nesta quinta-feira (6), secretários de saúde de estados e de capitais afirmaram que o País está preparado para enfrentar o coronavírus e que a questão do isolamento de eventuais casos confirmados, previsto no projeto, será muito importante.
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O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Alberto Beltrame, disse que a triagem de casos será fundamental visto que 85% dos pacientes têm sintomas leves que podem ser cuidados por meio de isolamento domiciliar. Para os casos graves, o governo pretende alugar leitos de UTI à medida que forem necessários.
Alguns secretários municipais relataram que vão precisar do apoio federal para a compra de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde.
Secretarias, como a de Curitiba, informaram já ter dificuldade no fornecimento de máscaras de proteção (N95), máscaras cirúrgicas e óculos de proteção. "Nós temos em estoque obviamente, mas se eventualmente vier uma epidemia maior do que a gente deseja, a gente está com dificuldade de fornecimento destes materiais", disse a secretária municipal de Saúde, Marcia Cecilia Huçulak.
O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), que estava na reunião, comentou a importância dessa preparação para países como o Brasil. "Aqui na América do Sul e na África, temos muita população pobre e de extrema vulnerabilidade. Então, essa nossa ação é extremamente importante para mitigar o sofrimento dos nossos nacionais e, inclusive, para mitigar o sofrimento de países limítrofes."
Velhos desafios
Os secretários afirmaram ainda que é importante estar preparado para o novo vírus, mas que o País ainda tem velhos desafios para enfrentar como dengue, sarampo e influenza. O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que existem apenas 9 casos suspeitos de coronavírus no país; mas o último boletim da dengue mostrou 30.763 casos prováveis. E o sarampo atinge cerca de 300 pessoas.
O próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a vacinação contra influenza será ainda mais importante neste ano porque servirá para facilitar o diagnóstico de eventuais caso suspeitos de coronavírus.
*Da Agência Câmara Notícias