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O Flamengo fez uma publicação em seu Twiiter parabenizando o ex-jogador do clube Leonardo, atual diretor do PSG, pelo seu aniversario de 50 anos. Mas uma reverência feita como 'campeão brasileiro de 1987' fez com torcedores do Sport reagissem e comentassem a postagem desta quinta-feira (5).

"O nosso ídolo Leonardo, campeão brasileiro com o Manto em 1987, está completando 50 anos hoje. Parabéns, craque! Felicidades e saúde sempre! SRN", publicou o clube carioca.

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Contrariado pelo fato de o Sport já ter sido reconhecido judicialmente como campeão brasileiro daquele ano, alguns torcedores do Leão comentaram: "Aceita, Tabacudo! Já deu, 87 é do sport! Parabéns Leonardo!", disse um torcedor. Um segundo torcedor aproveitou para provocar: “Posta uma foto dele com o troféu de 87 rapidão, só pra eu testar uma coisa aqui! Aproveita e fala em que jogo da Libertadores de 88 ele jogo! Obrigado! Valeu!"

No dia 15 de março de 2019, o longo processo envolvendo Flamengo e Sport chegou ao fim com a maioria dos ministros do Superior Tribunal Federal (STF) votando a favor da equipe pernambucana. Judicialmente não existem mais possibilidades de reverter a decisão, mas o Flamengo não parece interessado em seguir essa decisão e segue se autoproclamando como campeão brasileiro de 1987.

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A longa discussão envolvendo quem foi o campeão brasileiro de 1987 ganhou um novo capítulo na última sexta-feira e o mesmo foi comemorado pelo Sport neste sábado. O clube de Recife divulgou uma nota oficial para destacar que a polêmica teve um "desfecho formal" após o Supremo Tribunal Federal (STF), que já havia negado dois recursos apresentados pelo Flamengo no ano passado, considerar de forma definitiva que o time pernambucano é o legítimo ganhador do título nacional daquele ano.

Essa certeza por parte do STF se dá pelo fato de que a decisão final sobre o caso transitou em julgado na última sexta-feira após expirarem os prazos legais para que o Flamengo tentasse reverter a derrota na Justiça.

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"Em dezembro de 2017, a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade rejeitar o recurso apresentado pelo Flamengo para discutir o mérito sobre o título conquistado pelo Sport dentro de campo. A matéria foi dada como esgotada e não cabe mais discussão quanto ao título de 1987. O processo já teve a sua baixa definitiva efetuada", escreveu o Sport na nota deste sábado em seu site oficial.

O clube recifense ainda destacou que na última terça-feira recebeu uma homenagem pelos 30 anos da conquista do título do Brasileiro de 1987, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), cuja importância da solenidade foi destacada pelo atual presidente do clube, Arnaldo Barros.

"Recebemos com muita honra e orgulho porque a luta foi intensa ao longo desses 30 anos e vencemos em campo e nos tribunais contra aqueles que tentaram subverter a ordem. Esse reconhecimento como o da Alepe mostra que o título do Sport enaltece e engrandece não só o clube como o Estado de Pernambuco. Representa a luta e insurreição do nordestino, que luta sempre pelos seus direitos com a garra de um leão", disse o dirigente, fazendo alusão ao animal escolhido como mascote do Sport.

ENTENDA O CASO - Essa polêmica envolvendo o dono do título do Brasileiro de 1987 já dura 30 anos, pois em 1988 o Sport entrou com uma ação contra a CBF e a União cobrando na Justiça o reconhecimento da validade do regulamento da chamada Copa União de 1987. Na época, o juízo da 10ª Vara Federal de Pernambuco aceitou o pedido e o trânsito em julgado ocorreu em 1999.

Naquele ano, o campeonato foi organizado pelo recém-criado Clube dos 13 e foi chamado de Copa União. O Flamengo foi o campeão do Módulo Verde, que reunia os times da elite do futebol nacional, enquanto o Sport faturou o Módulo Amarelo, espécie de segunda divisão. A CBF exigia um confronto entre os dois para definir o campeão brasileiro, mas houve a recusa flamenguista.

Diante disso, a CBF reconheceu por muitos anos apenas o Sport como campeão brasileiro de 1987. Mas mudou de opinião em fevereiro de 2011, quando apontou o Flamengo também como campeão daquela temporada, "dividindo" o título com o clube pernambucano.

Mas a diretoria do Sport não aceitou a 'divisão' do título e entrou na Justiça. Com a decisão da 10.ª Vara da Justiça Federal de Primeira Instância da Seção Judiciária de Pernambuco, a CBF foi, então, obrigada a anunciar que o clube pernambucano é o "único" campeão brasileiro de 1987.

FLAMENGO COGITA ACIONAR A FIFA - Ao comentar a posição do Sport neste sábado, o Flamengo emitiu a sua velha opinião sobre o assunto e cogitou até acionar a máxima entidade do futebol mundial para ser oficialmente reconhecido como o campeão brasileiro de 1987. "O Flamengo é o campeão, ganhou no campo e estuda novas medidas judiciais e desportivas, na Fifa", informou o clube carioca.

O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, pautou para a terça-feira da próxima semana o julgamento do mais recente recurso que o Flamengo apresentou contra a decisão da Justiça que declarou o Sport como único campeão do Campeonato Brasileiro de 1987.

A Primeira Turma do STF já julgou o tema em abril e rejeitou, por 3 a 1, o recurso extraordinário do Flamengo, negando-lhe a possibilidade de ser reconhecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como campeão conjunto com o Sport. A maioria dos ministros entendeu que não cabe mais recurso contra a decisão da Justiça Federal de Pernambuco que proclamou o Sport campeão brasileiro de 1987 e foi confirmada no Tribunal Regional Federal e no Superior Tribunal de Justiça.

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Conforme defendido pelo relator, o entendimento foi que a decisão, transitada em julgado em 1999, não poderia ser modificada por uma resolução editada pela CBF. Em 2011, a CBF determinou que Sport e Flamengo deveriam ser considerados os campeões do torneio de 1987.

Marco Aurélio, Alexandre de Moraes e Rosa Weber formaram a maioria. Luís Roberto Barroso votou a favor da posição do Flamengo. Luiz Fux se declarou impedido porque o filho dele advoga para o time carioca na ação. No recurso da vez, os advogados do Flamengo dizem que o tema deve voltar a ser julgado "sobretudo pela relevância social da lide (ação), uma vez que se trata de uma das principais controvérsias desportivas do país".

"O embargante pede vênia para demonstrar que a conclusão do vosso acórdão parte de premissas equivocadas, seja no que tange à violação da coisa julgada, seja no que concerne à possibilidade da existência de dois campeões num mesmo ano, quando é fato incontroverso que houve dois campeonatos", argumentou o Flamengo no novo recurso apresentado.

Para o Flamengo, a sentença da Justiça Federal de Pernambuco não representava um impedimento para que o clube carioca também fosse reconhecido como campeão nacional de 1987. O time carioca apontava que o artigo 217, inciso I, da Constituição Federal, prevê a autonomia das entidades desportivas e associações, quanto à organização e ao funcionamento.

Barroso concordou com o argumento, no julgamento em abril. "A decisão que conferiu ao Sport o título transitou em julgado e não pode ser alterada. O Sport do Recife permanece com o título. O posterior reconhecimento do Flamengo como campeão conjuntamente por decisão da CBF constitui ato válido à luz da constituição, da legislação e dos precedentes existentes", disse.

JUDICIALIZAÇÃO - No julgamento de abril, votando contra o Flamengo, a ministra Rosa Weber disse que "o ideal é que as questões desportivas não fossem judicializadas". "Se pudesse definir com o meu voto quem seria o campeão de 1987, eu estaria declarando o Internacional, e não estaria com a tristeza na alma de estar na segunda divisão", disse a ministra Rosa Weber", disse a ministra, gaúcha e torcedora do Internacional.

Mesmo votando a favor do Flamengo, Barroso disse que está "insuportável" a judicialização da vida no Brasil, seja em questões como importação de pneus, seja em casos sobre distribuição de medicamentos. "Não há espaço pior para se discutir questões desportivas do que o Poder Judiciário. O resgate do conceito de autonomia desportiva é muito importante. Estamos falando do tapetão do STF para decidir o título de um campeonato de futebol", criticou Barroso, que, assim como o ministro Marco Aurélio, é flamenguista.

Quase 30 anos depois do campeonato, a controvérsia jurídica em torno do título brasileiro de 1987 terá um novo e decisivo capítulo no próximo dia 18, em Brasília. Em vez do estádio Mané Garrincha, a arena será o plenário da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). É onde se enfrentarão Flamengo e Sport, no julgamento de um recurso dos cariocas contra uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantiu aos pernambucanos o direito de serem os únicos campeões de 1987 reconhecidos pela CBF.

O julgamento do recurso, iniciado em agosto, será retomado após o pedido de vista (interrupção para análise, no jargão jurídico) feito pelo ministro Luís Roberto Barroso na sessão de 2 de agosto de 2016, após o relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, já havia inaugurado o placar a favor do Sport. Barroso precisou de 6 meses para liberar o recurso para julgamento. E o ministro Marco Aurélio, na condição de presidente da 1ª Turma do STF, confirmou ao Estado de S. Paulo nesta quinta-feira que irá colocá-lo na pauta da sessão marcada para a tarde do dia 18.

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Na sessão de agosto, o ministro Luiz Fux disse não poder participar do julgamento porque o filho dele, Rodrigo Fux, atuou como advogado do Flamengo na ação. Poderão votar os ministros Alexandre de Moraes e Rosa Weber. O placar está 1 a 0. Se houver igualdade em 2 a 2, o desempate ficará por conta do decano, o ministro Celso de Mello, da 2ª Turma do STF, que seria convocado pelo critério de antiguidade.

O confronto entre Flamengo e Sport, nos gramados, não chegou a ser jogado na Copa União, como foi chamado o Brasileirão de 1987. A CBF estava em crise financeira e permitiu que o recém-criado Clube dos 13 organizasse o torneio, que foi dividido em dois módulos, com times que compunham a primeira divisão. Já iniciado o campeonato, por influência da CBF, foi determinada a disputa de um quadrangular entre os vencedores e vice-campeões de cada um dos dois módulos. Flamengo e Internacional, campeão e vice do Módulo Amarelo, recusaram-se a jogar e perderam por W.O. os jogos para Sport e Guarani. Na disputa entre estes dois, deu a equipe pernambucana, declarada campeã.

A disputa na Justiça principiou já em 1988. O Sport teve decisão favorável em 1994 para ser considerado campeão único. Em 2011, a CBF declarou os rubro-negros cariocas campeões em conjunto com os recifenses, que recorreram e reverteram a decisão ainda naquele ano. O órgão que comanda o futebol brasileiro, então, voltou atrás e considerou o time pernambucano "único campeão brasileiro de futebol profissional de 1987".

A decisão válida atualmente foi tomada em abril de 2014 pela 3ª Turma do STJ, ratificando o Sport como detentor do título e negando a CBF a dividir. Os cariocas já tiveram uma derrota no STF, quando o ministro Marco Aurélio - torcedor do Flamengo - negou liminar. Agora terá uma nova chance.

"Para mim, tudo terminou em 1987 com aquele gol do Bebeto", disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, referindo-se à final do Módulo Amarelo contra o Inter. "O que está em jogo não é quem foi campeão, que foi o Flamengo. O que está em jogo é se a CBF pode ou não reconhecer o Flamengo como o campeão", comentou. Ele disse não saber se, em caso de derrota, o clube proporá novo recurso.

No voto dado em agosto, Marco Aurélio Mello diz que mantém o entendimento pró decisão do STJ, que garantiu a exclusividade ao Sport. "Quando o judiciário bate o martelo, em que não cabe mais recurso nem ação rescisória, tem que ser respeitado o pronunciamento", afirma.

"A coisa julgada tem proteção constitucional, então a CBF não poderia proclamar posteriormente os dois campeões. Se você flexibiliza, passa a ser, sob a minha ótica, um precedente perigoso. Paga-se um preço por se viver em um estado democrático, que está ao alcance de todos: é o respeito às regras estabelecidas, principalmente constitucionais", afirmou Marco Aurélio.

Principal adversário do Flamengo, no Rio de Janeiro, o Vasco também entrou na discussão sobre o Campeonato Brasileiro de 1987. Mais precisamente seu presidente Eurico Miranda. Em entrevista concedida ao programa Bola da Vez, da ESPN, o mandatário cruzmaltino foi incisivo quando perguntado quem era o campeão da Copa União. “O campeão brasileiro de 1987 é o Sport, reconhecido pela Justiça”, afirmou.

Eurico justificou a declaração lembrando que esteve na reunião que elaborou o modelo de disputa da Copa União como representante do Clube dos 13, entidade criada para atender o interesse das maiores equipes do país. Na ocasião, o presidente vascaíno assinou o contrato que reconhecia a necessidade de um cruzamento. “Participei de uma reunião na CBF, se não, não tinha campeonato. Tinha que assinar e reconhecer o cruzamento. Eu reconheci o cruzamento pelo Clube dos 13”, declarou.

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Criticando a decisão do Flamengo e do Internacional de não jogarem contra Sport e Guarani no cruzamento, Eurico reforça que se fosse o Vasco na decisão, teria sim levado a equipe a campo nos jogos decisivos. “Não tenha dúvidas que o Vasco disputaria. A prova de que deveria ter disputado é que o Sport é reconhecido como campeão e ganhou em todas as instâncias”, concluiu o dirigente.

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