Conseguir a atenção dos alunos em sala de aula é uma tarefa difícil e buscar soluções para manter o controle é um dos desafios dos profissionais da educação. Uma iniciativa curiosa do professor de história Rodrigo Sensi, de um escola de Natal, capital do Rio Grande do Norte, gerou uma grande repercussão nas redes sociais. O método consiste em aplicar perda de pontos a medida que os alunos não apresentem o comportamento necessário em sala.
Chamada de "Death Nota", em referência ao mangá "Death Note", em que os nomes de pessoas escritos no caderno morrem, a brincadeira foi adotada há um ano e meio. A iniciativa surge como uma proposta de contornar as situações em que os alunos se “animam” demais, como conta o professor.
##RECOMENDA##“Quando o professor não agrada os alunos ou a escola, não trazendo bons resultados, há uma possibilidade de troca de professor, e para contornar a situação, invisto na criação de estratégias que cativam os alunos. O uso do 'Death Nota' é em casos específicos, quando um aluno é chamado atenção duas a três vezes ou em situações extremas”, explica Rodrigo.
Para a aplicação da brincadeira, foram criadas regras: todo aluno que tiver seu nome escrito no “Death Nota” perderá alguma pontuação em uma de suas avaliações; o aluno que tiver seu nome escrito uma vez, não terá mais como apagá-lo e se o nome do aluno for escrito mais de uma vez em um mesmo dia, perderá o dobro de pontos e assim sucessivamente.
Fã de animes, o professor acredita que utilizar meios como esse causam uma aproximação com o universo dos alunos, quando se aplica situações que se assemelham à realidade para a idade deles, causando, assim, uma melhor compreensão das medidas que devem ser tomadas em sala de aula. Sensi leciona na rede particular para alunos de 13 a 17 anos, do sexto ano do ensino fundamental até a segunda série do ensino médio.
Com a proposta de compartilhar a ideia, Rodrigo postou em sua fanpage a foto que explica o método; a iniciativa chamou tanta atenção que a publicação tem mais de 4 mil reações e 15 mil compartilhamentos. Alguns comentários vão contra a postura adotada. “Professor autoritário tentando parecer descolado”, comentou um internauta. Já outros elogiam a atitude: “Meu sonho de professor. Infelizmente nunca peguei um assim”, lamenta um seguidor.
Com receio da aceitação da ideia, o professor encontrou apoio até com os próprios alunos que cobram a aplicação da “punição”, quando algum colega de classe não se comporta. Mas o educador ressalta a importância do diálogo entre os alunos, para contornar as situações. E, segundo ele, os alunos abraçaram a ideia como uma espécie de brincadeira, que no final será utilizado como uma forma de educação.
Desde a sua aplicação, Rodrigo ressalta que ainda não houve problemas com pais e gestão da escola pelo uso do "Death Nota". E, para ele, a perda da pontuação não soma um déficit na nota final do aluno. Na foto compartilhada na rede social do professor há o nome de um estudante escrito na lista, mas, como conta Sensi, essa foi uma sugestão do próprio aluno para ilustrar o registro.