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O processo de filiação da vereadora Marília Arraes (PSB) ao PT reascendeu uma celeuma interna na legenda: a falta de unidade. Após o ex-prefeito do Recife, João Paulo, e o dirigente estadual Dilson Peixoto adiantarem que a prima do ex-governador Eduardo Campos estava com os pés fincados no partido, o presidente municipal do PT, Oscar Barreto, afirmou que o procedimento partidário para o ingresso dela não pode ser “empurrado de goela abaixo” pelos que acompanham as tratativas da parlamentar com a legenda. 

De acordo com Barreto, “não há vetos” à filiação de Marília, mas João Paulo e Dilson não podem se colocar como “os donos” do ingresso da socialista no partido. “Se tem uma celeuma neste tema não é da filiação da Marília, mas é do processo que as pessoas estão querendo impor. Pessoas que querem ser donas da filiação dela, mas pelo que conversei Marília esta não é uma filiação a uma tendência ou liderança, mas ao partido. Vejo boas intenções nela”, observou, em conversa com o Portal LeiaJá. 

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Para o dirigente, “essas pessoas” que anteciparam uma discussão interna não têm ajudado a construir o PT. “A gente preza por relações partidárias. O PT tem um estatuto, um regimento. Temos uma norma e uma forma de fazer. As pessoas que estão acompanhando Marilia estão adiantando de forma errada o processo, que é feito a partir de um debate interno para construir um consenso e evitar a disputa”, informou. 

“Tem gente do PT que gosta de ver a legenda bagunçada”, acrescentou. Sob a ótica de Barreto, João Paulo e Dilson Peixoto “são más companhias do PT” para Marília Arraes e “estão orientado ela em uma posição política”. 

Mesmo com o tom crítico direcionado aos correligionários, Oscar Barreto rasgou elogios a opção de Marília pelo PT. “Ela vem para somar. Tem uma perspectiva geracional e de gênero, que são duas das três políticas mais importantes do PT. Precisamos renovar a legenda e ela soma muito neste sentido. O PT não tem nenhuma vereadora na Câmara [do Recife], nunca teve inclusive”, destacou. “Marília não pode deixar que as pessoas falem por ela ou façam através dela [no PT]. Ela ganhou sua autonomia política. Quero pedir que não façam isso com ela”, completou. 

Segundo Barreto, nesta quarta o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, agendou uma reunião com Marília Arraes que deve acontecer até o início da próxima semana. “Nela devemos definir os trâmites”, adiantou. 

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