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Um tratado internacional para facilitar o acesso aos livros para deficientes visuais foi assinado nesta sexta-feira, indicaram os organizadores de uma conferência no Marrocos. Depois de anos de negociações, cerca de 800 delegados dos 186 Estados membros da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), concluíram este acordo em Marrakech, a fim de facilitar a transcrição de livros em formatos acessíveis (braille, áudio, etc.) e seu intercâmbio.

O Direito Internacional nesta área exige a obtenção da permissão do autor ou o pagamento de impostos para usar uma obra com direitos autorais. "O 'Tratado de Marrakech' universaliza pela primeira uma exceção", declarou à AFP Francis Gurry, diretor geral da OMPI, uma agência da ONU.

Os deficientes visuais são cerca 314 milhões em todo o mundo, 90% dos quais vivem em países em desenvolvimento, mas apenas 5% de um milhão de livros publicados a cada ano são divulgados em formatos acessíveis.

"O problema básico é que não há livros suficientes, porque há um mercado suficiente", mas também porque a troca de livros existentes é internacionalmente muito difícil, destaca Gurry. "O sistema de troca criado pelo Tratado modificará esta situação. Um cego no Senegal ou em Marrocos poderá solicitar cópias diretamente a uma associação na França, por exemplo", acrescentou. "Foi difícil, particularmente por causa dos interesses indiretos das editoras, do cinema e da música, que temem uma brecha que poderá se tornar lei em detrimento dos direitos autorais", disse.

O acordo foi aprovado por unanimidade na quinta-feira e foi assinado nesta sexta-feira, com a presença do icônico cantor e compositor Stevie Wonder. "Esta conferência é histórica porque combina discussões sobre a propriedade intelectual e os Direitos Humanos", declarou o ministro marroquino das Comunicações, Mustapha khalfi.

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A acessibilidade nas calçadas do bairro das Graças, Zona Norte do Recife é um grande problema para quem necessita andar por elas. Os deficientes visuais e cadeirantes sofrem constatemente ao tentar andar pelos locais do bairro. Após vários estudos, o tema foi discutido no auditório da Universidade Maurício de Nassau (UNINASSAU) nesta quinta (27).

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O projeto "Graças para Todos", realizado pelo grupo Ser Educacional e associação de moradores do bairro levantou os problemas das calçadas. "A calçada é um elemento importante da mobilidade urbana. O governo pode pagar viadutos, pontes, novas vias, mas não pode melhorar as calçadas? Claro que sim. Estamos elaborando um projeto para regularizar a situação desses espaços e atender a população. O mercado de Afogados por exemplo, teve todas as suas calçadas esvaziadas com a retirada de ambulantes. Antes, era impossível circular ali", afirmou João Braga, secretário de Mobilidade e Controle Urbano da Prefeitura do Recife (PCR).

Pesquisa - Os maiores problemas detectados foram piso irregular, buracos, árvores no meio da passagem, postes, telefones, entre outros elementos que impedem que os deficientes possam circular na área. Essas irregularidades foram apresentadas em 91,5%, no total das localidades. Apenas 8,9% das calçadas avaliadas estão em estado bom para passagem.

Os degraus também apresentam problema: cerca de 74% estão com muitos degraus, outros estão com menores, mas não deixam de ser um fato proeminente nas Graças. Cerca de 24% das calçadas estão sem nenhum desnível.

A Rua das Pernambucanas apresenta, em sua maioria, calçadas com diversos degraus e, em alguns trechos, tão altos que até quem não tem nenhuma deficiência física ou visual teria dificuldades. A avaliação foi feita em 35% das calçadas do bairro das Graças e o diagnóstico foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN).

Ranking das Calçadas – Além do mapeamento no bairro das Graças, foi criado um ranking das calçadas incluindo outras localidades do Recife. A metodologia de cálculo foi a média aritmética das avaliações de cada parâmetro por rua, onde zero retrata uma condição de inacessibilidade e o valor 10 uma calçada ideal, ou seja, aquela que apresentou na pesquisa os melhores resultados. Os resultados do estudo realizado pela equipe do portal “Mobilize Brasil” considerando a região Recife foi: Rua do Hospício (3,00); Av. Norte (4,25); Rua dos Navegantes (4,50); Av. Conde da Boa Vista (5,38); Av. Caxangá (6,13); e Av. Boa Viagem (8,50).

O estudo realizado pelo IPMN no bairro das Graças mostra que cerca de 65% das calçadas apresentaram baixo nível de qualidade em acessibilidade, ou seja, no Ranking estão entre zero e 4,43. As melhores condições de acessibilidade apresentadas estão em 19,2% das calçadas, mas no Ranking os valores estão entre 5,25 e 6,63. A pior condição apresentada está na Travessa do Jacinto.

 

Cerca de 21 pessoas com deficiência visual se formaram, nessa quinta-feira (20), no curso de massoterapia oferecido pelo Senac Pernambuco. Alguns alunos serão contratados em 2013 pela Santa Casa de Misericórdia para oferecer o serviço de massoterapia no instituto. Além disso, mais duas turmas serão organizadas pelo Senac. A média é capacitar e formar, aproximadamente, 40 alunos.

Em parceria com o Instituto dos Cegos Antônio Pessoa Queiroz (Iapq), esse é o primeiro curso de capacitação na área de massoterapia voltada para a pessoa com esse tipo de deficiência. A ação faz parte do Programa Senac Acessibilidade (PSA) que é voltado para capacitação e reingresso de pessoas portadoras de deficiência. O curso, coordenado e gerenciado pela Unidade de Imagem Pessoal (UIP), teve duração de cinco meses com carga horária de 360 horas, sendo 4 horas/aulas semanais, com unidades temáticas sobre assuntos referentes à ética, anatomia e fisiologia humana e técnicas de massagens ocidentais e orientais.

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As aulas teóricas utilizaram materiais didáticos em Braille, letra ampliada e um software de leitura em áudio. Já as práticas utilizaram a estimulação tátil e auditiva. Além disso, os alunos participaram de palestras e ações externas de atendimento em eventos, como o projeto Colmeia, que aconteceu no pátio da Basílica do Carmo, no Recife, em novembro.

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Com um aperto de mão forte e um sorriso tímido, Girlane Balbino Oliveira, 18 anos, aluna do ensino normal médio, abriu as portas de sua sala de aula, na Escola Estadual Sylvio Rabelo, no bairro de Santo Amaro, centro do Recife, para contar sua história para a reportagem do Portal LeiaJá.

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Deficiente visual desde nascença, como todas as pessoas cegas, Girlane tem uma sensibilidade acima do normal para o tato, a audição e o olfato. Ciente dessa capacidade, a professora a conduz por caminhos que permitem que ela venha a conhecer o mundo pelo toque.

Maria Anunciada entrou na vida de Girlane em 2008. Logo no primeiro dia de aula, ela quis saber do que a mais nova aluna precisava para conhecer os colegas de turma. Como todas as pessoas que têm deficiência visual, Girlane faz do tato um de seus principais aliados e perguntou se poderia tocar no rosto e nos cabelos das outras crianças. Todos aceitaram, e assim ela foi fazendo o reconhecimento de um por um. "Depois eu a incentivei a fazer o mesmo com cada canto da sala, os armários e os objetos", conta Anunciada. Nas conversas, ela passou a reconhecer também as vozes dos amigos.

A dedicação de Maria Anunciada teve papel fundamental nesse progresso. Ela começou a dar aulas temporárias para Girlane, como professora substituta. Com a volta da docente titular, Maria assumiu outra classe e passou a dar aulas no período oposto às atividades de Girlane, dificultando o encontro das duas. Mesmo com a distância, a professora procurava acompanhar o desenvolvimento da ex-aluna e saber como ela estava indo na escola. A garota não apresentou desempenho igual na nova turma, então a direção da escola resolveu transferi-la de turno, para que o trabalho de Anunciada tivesse continuidade. "Ela me perguntou se eu queria, e eu quis. Gosto muito do jeito como ela dá aula", conta Girlane.

Em sala, Anunciada procura envolver Girlane em todas as atividades. No final da aula, ela senta ao lado da jovem e procura saber o que ela absorveu do que foi ensinado. "Minha maior preocupação era que ela percebesse que podia participar de tudo", afirma a professora.

Agora ela está trabalhando a autonomia da estudante. "Combino com os colegas que, quando der o sinal do fim do recreio, ninguém deve chamá-la ou se oferecer para ajudá-la. Mas sempre vou ver se ela está voltando para a sala direitinho. Às vezes, ela percebe e diz: ‘Professora, a senhora está aí? Estou sentindo seu cheirinho'”, conta Anunciada, orgulhosa.

Sobre a perseverança em aprender, Girlane reconhece que a adaptação e o aprendizado são complicados, mas não se deixa levar pelas dificuldades. “Quando superamos um desafio, surge logo outro em seguida. Sempre encontraremos dificuldades e provavelmente iremos falhar inúmeras vezes, mas se formos perseverantes e sinceros em nosso propósito de vida, as dificuldades não representarão um obstáculo. Com perseverança, podemos seguir adiante sabendo que é possível nos tornarmos pessoas melhores, mais flexíveis e disponíveis para nos ajudarmos e aos outros”.

Braille

O sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.

O código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 - 1852), que perdeu a visão aos três anos e criou o sistema aos 16. Ele teve o olho perfurado por uma ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com couro. Após o incidente, o menino teve uma infecção grave, resultando em cegueira nos dois olhos.

Paralelo às atividades curriculares, Girlane aprende o Braille e, segundo afirma a professora, em breve ela estará apta a dar aulas. “Eu me sinto orgulhosa em poder fazer parte do sucesso de Girlane. Sei que ela tem futuro, e é por isso que invisto muito no seu aprendizado”, diz Maria Anunciada.  Ao término do curso, a jovem poderá levar a outras pessoas o seu aprendizado e exemplo de insistência e perseverança.

Para promover a inclusão social dentro da sala de aula, a partir da próxima segunda-feira (23), os professores da Rede Municipal de Ensino do Recife (RMER) têm mais uma oportunidade de aumentar o conhecimento e o contato com os estudantes cegos ou com baixa visão.

A oportunidade se dá pela inscrição no curso de Braile e Soroban, instrumentos fundamentais para a aquisição e o domínio no processo de leitura e escrita dos conteúdos de matemática para estudantes com deficiência visual. A iniciativa é da Gerência de Educação Especial (GEE), vinculada à Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel).

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Serão abertas duas turmas, cada uma com 60 participantes, uma sempre às segundas e quartas-feiras, das 18h30 às 20h30; outra, às terças e quintas-feiras, no mesmo horário, no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, na Madalena. As aulas têm início no dia 6 de agosto e o curso tem duração de 66 horas/aulas. Os professores braillistas que ministrarão as aulas serão Maria da Conceição Nunes Batista e Juvi Barbosa Passos.

Os familiares dos estudantes também poderão participar do curso. Basta comparecer, assim como os docentes, à GEE, que fica na Rua Frei Matias Tevis, S/N, na Ilha do Leite, a partir de segunda-feira (23) e fazerem a inscrição. O horário de atendimento no local é das 9h às 12h e das 14h às 17h.

Serviço
Cursos de Braile e Soroban
Inscrições: Segunda (23), das 9h às 12h e das 14h às 17h
Gerência de Educação Especial (GEE)
Rua Frei Matias Tevis, S/N, na Ilha do Leite
Início das aulas: Segunda (06) e Terça (07) de agosto

Na entrada da exposição Sentir pra Ver, os visitantes podem vendar os olhos para apreciar melhor as obras. Pensada especialmente para deficientes visuais, a mostra está aberta na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no centro da capital, até 15 de julho. São 14 reproduções fotográficas de pinturas do museu, acompanhadas, cada uma, de uma réplica em alto relevo e uma versão da obra em três dimensões.

Abrangendo a arte brasileira do fim do século 19 a meados do século 20, as pinturas passam por diferentes temáticas, como paisagens, abstração, retrato e natureza morta. Todas com representações detalhistas. É possível, por exemplo, passar os dedos sobre os pelos da escova do engraxate de Saudade de Nápoles, de Bertha Worms, ou sobre as ondas do mar de Marinha, de Almeida Júnior.

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A possibilidade de sentir as feições da Dama de Chapéu, retratada por Gino Bruno, encantou a estudante de pedagogia Caroline Medeiros. “Eu senti a expressão dela. Dá a impressão que ela está pensativa e eu senti aquilo. Com um quadro, você acaba não sentindo isso tão forte”, contou a estudante que levou as duas filhas para conhecer a exposição. “Eu vi na televisão e me interessei muito pelo fato de elas poderem tocar nas obras”, ressaltou.

Após passear vendada pelas obras, Diana, a filha mais velha de Caroline, que tem 8 anos, disse que não é fácil entender as paisagens apenas tocando com as mãos. “Às vezes, eu botava a mão e pensava que era um armário, mas era uma casa”, contou.

A empresária Karina Martins também gostou muito da possibilidade de sentir as diferentes nuances dos quadros da mostra. “Você pode sentir os objetos, não só ver, ver o que está pintado. As cores também estão representadas em forma de textura”, destacou.

A Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura do Recife, por meio da sua Gerência da Pessoa com Deficiência, está disponibilizando a programação completa do carnaval do Recife em braille, para que deficientes visuais possam ter acesso à todas as informações da folia.

O material, que foi impresso pela Associação Pernambucana de Cegos, está acessível para consulta no postos de informações turísticas e na Central do Carnaval, que fica no Armazém 12, Recife Antigo.
 




Um passo importante para a inclusão digital e dias melhores no mercado de trabalho em prol dos deficientes visuais do Estado de Pernambuco foi dado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), nesta tarde de terça-feira (27). Em suas instalações, o órgão apresentou à Imprensa e alguns representantes da sociedade civil o mais novo software que facilitará o manejo do computador por parte dos usuários com necessidades visuais. 

O programa que possibilitará tal façanha é o LianeTTs, desenvolvido pelos estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceira com o Serpro. Por meio deste programa, que já está sendo disponibilizado para a sociedade e os deficientes visuais de forma gratuita, os usuários poderão realizar comandos a partir da voz emitida pelo computador. O programa poderá ser utilizado tanto na plataforma Linux quanto na Windows. 

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“É um sintetizador de voz que copila os textos e emite uma voz, através de um leitor de tela”, detalhou Valéria Santos, técnica do programa de inclusão digital do Serpro. Ainda de acordo com Valéria, com esse novo programa, a vida dos deficientes no mercado de trabalho será facilitada. “Com ele (software) queremos propiciar o acesso dos deficientes ao mercado de trabalho”, acrescentou a coordenadora, complementando ainda que a meta, com a divulgação desse software, é democratizar a inclusão digital. “Pretendemos apresentar esse programa nas universidades, faculdades entre outros espaços. A ideia é que as pessoas saibam que existe o software e ele é gratuito”, pontuou Valéria.

Quem adorou a novidade da gratuidade e os benefícios que o programa trará para os deficientes foi o também deficiente visual Diego Teixeira, de 22 anos. Diego é assessor de informática da Associação Pernambucana dos Cegos (Apec). Para ele, o novo dispositivo “será muito importante para os deficientes que querem ingressar no mercado de trabalho”. “Ele é gratuito e, além disto, é mais rápido, o que otimizará mais tempo para nós", previu. 

"Acredito que esse programa ajudará muito os deficientes no mercado de trabalho, apesar de faltar mais confiança, por parte dos empresários, em nosso potencial”, comentou em tom de otimismo o professor de computação Walter da Rocha Lima, de 56 anos.

Para adquirir o LianeTTs, os interessados já podem baixar o programa através do site www.serpro.gov.br/servicos/downloads/lianetts/. Se durante a instalação houver alguma dúvida, o Serpro está disponibilizando o email lianetts@serpro.gov.br para mais informações.

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